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DINÂMICA Conceitos e Princípios 1ª ANO ESTUDO DA DINÂMICA Quem foi Isaac Newton? Woolsthorpe, 4 de Janeiro de 1643 Londres, 31 de Março de 1727 • Cientista Inglês, mais reconhecido como físico e matemático, embora tenha sido também astrônomo, alquimista, filósofo natural e teólogo. A sua obra, Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, é considerada uma das mais influentes na História da Ciência. Publicada em 1687, a obra descreve a lei da gravitação universal e as três leis de Newton, que fundamentam toda a mecânica clássica. Qual a importância da obra de Newton? No nosso dia a dia observamos alguns objetos que se movem e outros que permanecem em repouso. À primeira vista, pode nos parecer que um corpo está em repouso quando não existem forças atuando nele, e que inicia o movimento quando uma força começa a atuar sobre ele. Estudando as leis de Newton, vamos ver o quanto essas “aparências” se aproximam ou se afastam da realidade. Até agora apenas DESCREVEMOS o movimento: CINEMÁTICA (posição, velocidade, aceleração). Entretanto, é impossível PREVER movimentos usando somente a cinemática. Com as leis de Newton iniciamos aqui o estudo da DINÂMICA, que é o segmento da MECÂNICA que analisa sistemas em movimento ou repouso, estabelecendo as relações existentes entre suas CAUSAS e seu EFEITOS. A teoria do movimento é denominada MECÂNICA (cinemática, estática e dinâmica). A mecânica se baseia nas ideias de massa e força, relacionando estes conceitos físicos com grandezas cinemáticas (deslocamento, velocidade e aceleração). Todos os fenômenos da mecânica clássica podem ser descritos mediante a utilização de três leis, denominadas leis de Newton ou do movimento. Daí o nome MECÂNICA NEWTONIANA. É o agente físico capaz de provocar uma mudança no estado cinemático (aceleração) de um corpo ou uma deformação. A) EFEITO ESTÁTICO: é a DEFORMAÇÃO (alteração de dimensões e/ou formato) de um corpo produzido sob ação de uma força ou conjunto de forças. Podemos reconhecer a existência de forças pelos efeitos que produzem quando aplicadas a um corpo. Tipos de deformações da Força: COMPRESSÃO TRAÇÃO TORÇÃO FLEXÃO B) EFEITO DINÂMICO: é a ACELERAÇÃO (modifica sua velocidade vetorial em módulo, direção e/ou sentido) adquirida por um corpo sob ação de uma força ou conjunto de forças. A FORÇA é um agente físico que surge a partir da interação entre dois corpos. Essa interação pode ser de dois tipos: A) FORÇAS DE CONTATO: são aquelas em que há a necessidade de um contato físico entre os corpos para que neles atuem essas forças. 𝑻 Força de Tração 𝑭𝒆 Força Elástica 𝑵 𝑭𝒂𝒕 Força Normal Força de Atrito B) FORÇAS DE CAMPO: são aquelas que atuam à distância, sem a necessidade de contato entre os corpos.. 𝑷 Força Peso 𝑭𝒆 Força Elétrica 𝑭𝒎 Força Magnética 𝑷 𝑭𝒆 𝑭𝒎 Campo Gravitacional Campo Elétrico Campo Magnético A Força é uma GRANDEZA VETORIAL, ou seja, para ser caracterizada necessita dos seguintes elementos: módulo (ou intensidade), direção e sentido. Exemplo: Módulo: 𝑭 = 𝟓𝟎𝑵 ou 𝑭 = 𝟓𝟎𝑵 Direção: 𝒉𝒐𝒓𝒊𝒛𝒐𝒏𝒕𝒂𝒍 Sentido: 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒂 𝒅𝒊𝒓𝒆𝒊𝒕𝒂 É a força única que, agindo sobre um corpo, produz nele o mesmo efeito que o sistema de forças. É determinada pela SOMA VETORIAL das forças constituintes do sistema. 𝑭𝑹= 𝑭𝟏 + 𝑭𝟐 + 𝑭𝟑 + ⋯ + 𝑭𝒏 Um corpo ou partícula (ponto material) se encontra em equilíbrio quando a resultante das forças que atuam sobre ele é nula e, como consequência, sua velocidade vetorial permanece constante. A) EQUILÍBRIO ESTÁTICO: Equilíbrio de um corpo ou partícula em repouso. 𝑭𝑹 = 𝟎 𝒂 = 𝟎 𝒗 = 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒕 ≠ 𝟎 B) EQUILÍBRIO ESTÁTICO: Equilíbrio de um corpo ou partícula em movimento (MRU). 𝑭𝑹 = 𝟎 𝒂 = 𝟎 𝒗 = 𝟎 𝒗 ENUNCIADO: “Todo corpo permanece em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em linha reta, a menos que seja obrigado a mudar seu estado por foças impressas nele.” Exemplo 1: Quando um trem do metrô arranca para iniciar seu movimento, as pessoas que estão em repouso tendem a ficar em repouso, sendo então impelidas para trás, quando o trem parte. Exemplo 2: Quando um carro interromper o movimento, as pessoas que estão movimento tendem a ficar em movimento, sendo então impelidas para frente. Quanto maior a MASSA de um corpo maior a sua INÉRCIA, ou seja, maior é sua tendência de permanecer em repouso ou em movimento retilíneo e uniforme. Portanto, a MASSA é a característica que mede a inércia de um corpo. A MASSA de um corpo é independente do processo de medição. É uma GRANDEZA ESCALAR, cuja unidade no S.I. é o quilograma [Kg]. INÉRCIA: propriedade geral da matéria pela qual um corpo ou partícula, livre de forças ou sujeita à ação de força resultante nula, mantém-se em equilíbrio (estático ou dinâmico), mantendo sua velocidade vetorial constante. 𝒂 𝒎 𝒂 = 𝑭 𝒎 𝑭𝑹 = 𝒎 ∙ 𝒂 CONCLUSÕES: Quanto maior a MASSA de um objeto, maior a FORÇA necessária para alterar seu estado cinemático (tira-lo do repouso ou alterar sua velocidade); Quanto maior a ACELERAÇÃO (variação de velocidade) que se deseja imprimir a um corpo, maior a FORÇA necessária para isso; A ACELERAÇÃO adquirida por um objeto tem SEMPRE a mesma direção e sentido da FORÇA RESULTANTE que atua no objeto. No S.I.: 𝑭 ⟶ 𝑵 𝒂 ⟶ 𝒎/𝒔𝟐 𝒎 ⟶ 𝒌𝒈 ENUNCIADO: “A aceleração adquirida por um corpo, é diretamente proporcional à força resultante sobre ele, inversamente proporcional à sua massa e tem a mesma direção e sentido dessa força.” PROPRIEDADES: Estão associadas a uma única interação, ou seja, correspondem SEMPRE às forças trocadas entre apenas dois corpos; O par de forças SEMPRE apresenta mesma direção, mesma intensidade e sentidos opostos; O par de forças SEMPRE atuam em corpos diferentes, por isso, NUNCA se anulam. As forças do par têm SEMPRE a mesma natureza (ambas de CONTATO ou ambas de CAMPO). ENUNCIADO: "Para toda força que surgir num corpo como resultado da interação com um segundo corpo, deve surgir nesse segundo uma outra força, chamada de reação, cuja intensidade e direção são as mesmas da primeira mas, cujo sentido é o oposto da primeira." 𝑭𝑨𝑩 = −𝑭𝑩𝑨 Quando um corpo ou partícula está sujeito a um sistema de forças (duas ou mais forças), para determinar a FORÇA RESULTANTE é necessário fazer uma SOMA VETORIAL, ou seja, devem ser considerados a intensidade, direção e sentido. Considere em todos os casos a seguir que as duas forças 𝑭𝟏 e 𝑭𝟐 tenham intensidades 𝑭𝟏 = 𝟑𝑵 e 𝑭𝟐 = 𝟒𝑵 e que são aplicadas simultaneamente sobre uma caixa de massa 𝒎 = 𝟓𝒌𝒈, que se encontra numa superfície horizontal perfeitamente lisa. Considere 𝜶 como sendo o ângulo entre as forças Observe como se determina a força resultante e a aceleração que atuam sobre a caixa. 𝑭𝟏 e 𝑭𝟐 tem a mesma direção e mesmo sentido (𝜶 = 𝟎°) 𝑭𝟏 𝑭𝟐 𝑭𝟏 𝑭𝟐 𝑭𝑹 𝑭𝑹 = 𝑭𝟏 + 𝑭𝟐 𝑺𝒐𝒎𝒂 𝑽𝒆𝒕𝒐𝒓𝒊𝒂𝒍 𝑭𝑹 = 𝑭𝟏+ 𝑭𝟐 𝑶𝒑𝒆𝒓𝒂çã𝒐 𝑬𝒔𝒄𝒂𝒍𝒂𝒓 𝑭𝑹 = 𝟑 + 𝟒 𝑭𝑹 = 𝟕𝑵 Aplicando a 2ª lei de Newton 𝒎 ∙ 𝒂 = 𝟕 𝟓 ∙ 𝒂 = 𝟕 𝒂 = 𝟕 𝟓 𝒂 = 𝟏, 𝟒𝒎/𝒔𝟐 𝑭𝟏 e 𝑭𝟐 tem a mesma direção e sentidos opostos (𝜶 = 𝟏𝟖𝟎°) 𝑭𝟏 𝑭𝟐 𝑭𝟏 𝑭𝟐 𝑭𝑹 𝑭𝑹 = 𝑭𝟏 + 𝑭𝟐 𝑺𝒐𝒎𝒂 𝑽𝒆𝒕𝒐𝒓𝒊𝒂𝒍 𝑭𝑹 = 𝑭𝟐 − 𝑭𝟏𝑶𝒑𝒆𝒓𝒂çã𝒐 𝑬𝒔𝒄𝒂𝒍𝒂𝒓 𝑭𝑹 = 𝟒 − 𝟑 𝑭𝑹 = 𝟏𝑵 Aplicando a 2ª lei de Newton 𝒎 ∙ 𝒂 = 𝟏 𝟓 ∙ 𝒂 = 𝟏 𝒂 = 𝟏 𝟓 𝒂 = 𝟎, 𝟐𝒎/𝒔𝟐 𝜶 𝑭𝟏 e 𝑭𝟐 perpendiculares ou ortogonais (𝜶 = 𝟗𝟎°) 𝑭𝟏 𝑭𝟐 𝑭𝟏 𝑭𝟐 𝑭𝑹 𝑺𝒐𝒎𝒂 𝑽𝒆𝒕𝒐𝒓𝒊𝒂𝒍 𝑭𝑹 𝟐 = 𝑭𝟏 𝟐 + 𝑭𝟐 𝟐 𝑶𝒑𝒆𝒓𝒂çã𝒐 𝑬𝒔𝒄𝒂𝒍𝒂𝒓 𝑭𝑹 = 𝟓𝑵 Aplicando a 2ª lei de Newton 𝒎 ∙ 𝒂 = 𝟓 𝟓 ∙ 𝒂 = 𝟏 𝒂 = 𝟓 𝟓 𝒂 = 𝟏𝒎/𝒔𝟐 𝜶 ⊡ Teorema de Pitágras ⊡ 𝑭𝟏 𝑭𝑹 𝟐 = 𝟑 𝟐 + 𝟒 𝟐 𝑭𝑹 𝟐 = 𝟗 + 𝟏𝟔 𝑭𝑹 𝟐 = 𝟐𝟓 𝑭𝑹 = 𝟐𝟓 𝑭𝑹 = 𝑭𝟏 + 𝑭𝟐 𝑭𝟏 e 𝑭𝟐 formam um ângulo qualquer (𝜶 = 𝟔𝟎°) → 𝟑𝟎° 𝒐𝒖 𝟒𝟓° 𝑭𝟏 𝑭𝟐 𝑭𝟏 𝑭𝟐 𝑭𝑹 𝑺𝒐𝒎𝒂 𝑽𝒆𝒕𝒐𝒓𝒊𝒂𝒍 𝑭𝑹 = 𝑭𝟏 𝟐 + 𝑭𝟐 𝟐 + 𝟐 ∙ 𝑭𝟏∙𝑭𝟐 ∙ cos 𝜶 𝑶𝒑𝒆𝒓𝒂çã𝒐 𝑬𝒔𝒄𝒂𝒍𝒂𝒓 𝑭𝑹 ≅ 𝟔, 𝟎𝟖𝑵 Aplicando a 2ª lei de Newton 𝒎 ∙ 𝒂 = 𝟔, 𝟎𝟖 𝟓 ∙ 𝒂 = 𝟔, 𝟎𝟖 𝒂 = 𝟔, 𝟎𝟖 𝟓 𝒂 ≅ 𝟏, 𝟐𝟏𝟔𝒎/𝒔𝟐 𝜶 ) Lei dos Cossenos ) 𝑭𝟏 𝑭𝑹 = 𝟑 𝟐 + 𝟒 𝟐 + 𝟐 ∙ 𝟑 ∙ 𝟒 ∙ cos 60° 𝑭𝑹 = 𝟑𝟕 𝑭𝑹 = 𝟗 + 𝟏𝟔 + 𝟐𝟒 ∙ 𝟎, 𝟓 𝑭𝑹 = 𝟐𝟓 + 𝟏𝟐 𝑭𝑹 = 𝑭𝟏 + 𝑭𝟐 Na soma de dois vetores, podemos encontrar apenas um único vetor, ou seja, o vetor resultante, que nada mais é do que um vetor que equivale a esses dois vetores. Na decomposição de vetores, o processo é inverso. Dado um vetor 𝑭, podemos encontrar outros dois vetores 𝑭𝒙 e 𝑭𝒚 tal que 𝑭𝒙 + 𝑭𝒚 = 𝑭 . Vejamos a figura abaixo: 𝑭𝒚 𝑭𝒙 𝑭 x y 𝜶 ) 𝑭𝒙 : Componente ou projeção do vetor 𝑭 no eixo x 𝑭𝒚 : Componente ou projeção do vetor 𝑭 no eixo y 𝜶: Ângulo entre o vetor 𝑭 e a direção do eixo x ⊡ 𝒔𝒆𝒏 𝜶 = 𝒄𝒂𝒕. 𝒐𝒑. 𝒉𝒊𝒑. 𝒔𝒆𝒏 𝜶 = 𝑭𝒚 𝑭 𝑭𝒚 = 𝑭 ∙ 𝒔𝒆𝒏 𝜶 𝒄𝒐𝒔 𝜶 = 𝒄𝒂𝒕. 𝒂𝒅𝒋. 𝒉𝒊𝒑. 𝒄𝒐𝒔 𝜶 = 𝑭𝒙 𝑭 𝑭𝒙 = 𝑭 ∙ 𝒄𝒐𝒔 𝜶 𝑭𝟐 = 𝑭𝒙 𝟐 + 𝑭𝒚 𝟐 Módulo do vetor 𝑭 Observe a situação a seguir onde um corpo sofre a ação de uma força 𝑭, de intensidade 100N, formando um ângulo 𝜶 = 𝟑𝟎° com a direção do eixo x. 𝑭𝒚 𝑭𝒙 𝑭 x y 𝟑𝟎° ) 𝑭𝒚 = 𝑭 ∙ 𝒔𝒆𝒏 𝜶 𝑭𝒙 = 𝑭 ∙ 𝒄𝒐𝒔 𝜶 𝑭𝟐 = 𝑭𝒙 𝟐 + 𝑭𝒚 𝟐 𝑭𝒚 = 𝟏𝟎𝟎 ∙ 𝒔𝒆𝒏 𝟑𝟎° 𝑭𝒚 = 𝟏𝟎𝟎 ∙ 𝟏 𝟐 𝑭𝒚 = 𝟓𝟎𝑵 𝑭𝒙 = 𝟏𝟎𝟎 ∙ 𝒄𝒐𝒔 𝟑𝟎° 𝑭𝒙 = 𝟏𝟎𝟎 ∙ 𝟑 𝟐 𝑭𝒙 = 𝟓𝟎 𝟑𝑵 𝑭𝟐 = 𝟓𝟎 𝟑 𝟐 + 𝟓𝟎 𝟐 𝑭𝟐 = 𝟐𝟓𝟎𝟎 ∙ 𝟑 + 𝟐𝟓𝟎𝟎 𝑭𝟐 = 𝟕𝟓𝟎𝟎 + 𝟐𝟓𝟎𝟎 𝑭𝟐 = 𝟏𝟎𝟎𝟎𝟎 𝑭 = 𝟏𝟎𝟎𝑵 𝑭 = 𝟏𝟎𝟎𝟎𝟎 Tirando a prova
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