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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
TEXTO 01: LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO: AS MUITAS FACETAS – MAGDA SOARES
Alguns conceitos:
A Invenção do Letramento:
Nos anos 80, começou-se um movimento histórico que questionou os modelos de ensino de escrita e leitura utilizadas, surgindo assim o Letramento. 
Surgiram assim, provas internacionais que avaliavam competências que iam além do saber ler e escrever. Essas provas revelaram um problema: apesar da população ter conhecimento sobre escrita e leitura, não dominava as habilidades para uma participação efetiva e competente nas praticas profissionais que envolviam escrita. Assim, concluíram que o grande problema não estava em saber ler e escrever (alfabetização), mas sim em saber usar essas habilidades (letramento). Essas dificuldades começaram a ser tratadas de maneira independente, revelando suas especificidades.
Evolução Histórica do conceito de alfabetização:
1940: era considerado alfabetizado quem soubesse ler e escrever o próprio nome.
1950: era considerado alfabetizado quem soubesse ler e escrever um bilhete simples
Hoje: não basta só saber ler e escrever. O individuo deve saber fazer uso dessas habilidades.
A pessoa que, embora domine a leitura e a escrita, não desenvolveu competências para o uso dessas, pode ser considerado um ANALFABETO FUNCIONAL.
O Letramento no Brasil:
Os conceitos de Alfabetização e Letramento se mesclam, causando assim uma confusão e fazendo com que muitos alfabetizados utilizam apenas os conceitos de Letramento, apagando a alfabetização, o que se denomina “Desinvenção da alfabetização”.
A Desinvenção da Alfabetização:
Com a chegada dos estudos de Emília Ferreiro e as consecutivas mudanças na forma de ver a educação (60/70 - comportamentalista, 80 – cognitivista, 90 – sociocultural), levou a perda das especificidades da alfabetização, um dos fatores que levaram ao atual fracasso escolar em alfabetização. Antes, valorizavam-se excessivamente as especificidades desse processo, o que também não era bom, pois só havia ênfase no sistema gráfico e fonológico, esquecendo se das outras partes. 
Os estudos de Emília Ferreiros foram apenas mal interpretados. Porém, sua contribuição é valiosíssima para a área de Alfabetização e Letramento. Abaixo, algumas de suas contribuições:
Seu estudo é chamado de Psicogênese da Língua Escrita;
Uma profunda mudança na maneira de se ver a alfabetização. Antes, acreditava-se que a criança só aprendia graças aos estímulos externos que recebia. Agora, sabe-se que a criança é sujeito ativo nesse processo, sendo capaz de progressivamente reconstruir esse sistema de representação, interagindo com a língua escrita em seus usos e práticas sociais. Ou seja, ela não precisa de um material exclusivo (como as antigas cartilhas) para aprender. Ela é capaz de aprender com textos, livros, jogos, entre outros.
Não existe um pré-requisito para que a criança possa aprender a ler e escrever. Ela não precisa estar “pronta” ou “madura”, pois o processo de aprendizagem se dá através da continua construção do conhecimento, através da interação da criança com a língua escrita, sem uma ordem hierárquica de habilidades especificas.
O erro da criança deixa de ser compreendido como “deficiência” para ser visto como “construtivo”, pois é o resultado de constantes reestruturações. Recebe o nome de “erro construtivo”.
Os problemas causados pela errada interpretação das ideias de Ferreiro:
Acreditou-se na priorização do lado psicológico da alfabetização, deixando de lado a parte linguística, que cria o sistema alfabético e ortográfico.
Negou-se a importância de um método para alfabetizar, pois estaria relacionado ao ensino tradicional. Assim, “antes se tinha método, sem teoria. Hoje, temos a teoria, sem método”.
Passou-se a acreditar que, apenas o contato com o material escrito, faria a criança aprender a ler e escrever.
Pela ideia de “erro construtivo”, os professores deixaram de apontar e corrigir os equívocos dos alunos, acreditando que eles deixariam de errar por si só.
A necessidade de se “reinventar” a alfabetização:
É imprescindível, para a aprendizagem da leitura e escrita, o desenvolvimento da consciência fonêmica e o ensino direto e sistemático das relações fonema-grafema. Isso não acontece no Brasil, pois, apesar de considerar sua importância, seu ensino se dá de forma implícita, incidental.
Não se deve separar “alfabetização” e “letramento”. Estes processos, apesar de independentes, são indissociáveis e interdependentes.
A alfabetização deve se dar de maneira contextualizada, por meio de praticas de leitura e escrita, que são atividades de letramento. Este, por sua vez, se desenvolvera por meio da aprendizagem das relações fonema-grafema, ou seja, em dependência da alfabetização.
Apesar de ser trabalhados de forma integrada, não devemos esquecer suas especificidades. Existem inúmeros métodos para ensinar, ora de forma direta e sistemática, ora de modo indireto e assistemático.
Finalizando: Conceito de ALFABETIZAÇÃO e LETRAMENTO:
ALFABETIZAÇÃO: Aprendizagem do sistema de escrita convencional (alfabeto)
LETRAMENTO: Desenvolvimento de habilidades no uso desse sistema, através de atividades de leitura e escrita e as práticas sociais que a envolvem. Ou seja, não basta saber ler e escrever deve-se saber empregar seu uso de forma correta.
TEXTO 02: ALFABETIZAR LETRANDO COM A TRADIÇÃO ORAL – LENICE GOMES E FABIANO MORAES
Alguns Conceitos:
Para uma alfabetização significativa, é preciso observá-la como pratica ideológica, ou seja, como esta é empregada no contexto social.
O que é prática ideológica: Um mecanismo eficiente usado pela classe dominante, que faz com que os dominados acreditem que é bom para eles àquilo que, na verdade, só é bom para quem está no poder.
A alfabetização não é apenas a aquisição de técnicas. É um processo politico que deve ser inserido num objetivo maior: a luta contra as exclusões e discriminações e a construção de uma sociedade mais justa e a constituição de uma identidade politica e cultural do brasileiro.
Além de ensinar a ler, deve-se dar o acesso a leitura. Não somente a leitura idealizada pelos programas políticos de leitura, mas leituras significativas, que despertem a produção de sentido e o olhar critico, possibilitando ao alfabetizando a conquista e o exercício da cidadania. Uma leitura na qual ele possa refletir sobre “sua posição no mundo, seu trabalho e seu poder de transformar o mundo” (FREIRE).
A Importância Da Oralidade No Processo De Alfabetização E Letramento:
É fundamental que o professor se dê conta de que a experiência da oralidade influencia todo o processo de aprendizagem da leitura e da escrita. Deve-se, permitir ao aluno o uso de sua fala cotidiana e, ao mesmo tempo, garantir o respeito à sua expressão oral, para favorecer a produção de sentidos a partir da escrita e a expressão do aluno sobre os textos lidos.
A Importancia Da Parafrase:
PARAFRASE: interpretação de um texto com palavras próprias, mantido o pensamento do original.
A partir de uma leitura, o professor buscará apresentar aspectos significativos do texto, através de pequenos resumos em uma fala próxima à fala cotidiana do aluno, de modo que haja produção de sentido a partir do texto, com base em seus conhecimentos prévios.
As Dimensões Do Letramento (Dimensão Individual E Dimensão Social):
DIMENSÃO INDIVIDUAL: são as habilidades de leitura e escrita, onde:
Escrita: vai desde a habilidade de registrar as letras e seus sons até a capacidade de transmitir significado de forma adequada a um leitor.
Leitura: vai desde a habilidade de decifrar palavras escritas até compreender textos escritos.
Para desenvolver habilidades de leitura e escrita é necessário o trabalho com textos de diferentes gêneros desde os primeiros anos do ensino fundamental.
DIMENSÃO SOCIAL: Aplicação dessas habilidades em um contexto, e a relação dessas habilidades com as necessidades, valores e práticas sociais. Envolve duas perspectivas:
Liberal ou Progressista: Pode ser consideradoum letramento alienante e manipulador, pois prepara o individuo para adaptar-se às necessidades funcionais e cotidianas, bem como de assumir e desempenhar as responsabilidades políticas e cívicas de sua sociedade. 
Radical ou Revolucionária: defende o letramento como uma prática construída socialmente, envolvendo a leitura e a escrita, reforçando e questionando valores, tradições e formas de distribuição do poder presentes nos contextos sociais, formando um individuo critico e pensante.
Analisando essas duas dimensões, podemos concluir que o processo de alfabetização e letramento tanto pode domesticar o indivíduo, mantendo seu funcionamento no contexto social, como tem o poder de libertá-lo para que este, assim liberto, reconheça sua capacidade de transformar tanto as relações como as práticas sociais desiguais e injustas.
PARA FREIRE: a alfabetização tem por objetivo despertar o indivíduo para que este faça uso da leitura e da escrita para de tornar-se consciente da realidade e transformá-la. Freire destaca que as práticas de alfabetização devem: partir dos conhecimentos imediatos dos alunos, em interação com a realidade; ocorrer por meio de diálogos; realizar a crítica; despertar a criação. O aluno deve passar de passivo para ativo. 
Concluindo:
O Letramento deve além proporcionar ao aluno sua compreensão sobre a cultura, incentiva-lo a também produzir. Todos podem criar cultura, pois “Cultura é toda criação humana”.
TEXTO 03: REVISÃO DE ANTIGAS FORMAS DE ALFABETIZAR – ARTUR GOMES DE MORAES
Alguns Conceitos:
A história do fracasso na alfabetização no Brasil tem sido atribuída às crianças pobres, que vêm de famílias do meio popular.
A ausência de métodos de alfabetização se dá pela má interpretação das ideias de Ferreiro e pelo discurso de que as crianças aprenderiam espontaneamente, através de práticas de leitura e produção de textos, sem a necessidade de métodos. 
Essa falta de métodos e a necessidade de “reinventar” a alfabetização faz com que muitos, erroneamente, defendam a volta dos métodos tradicionais, que eram empiristas, por acreditarem que o culpado seja o Construtivismo.
Nos métodos tradicionais, a preocupação centra-se nos aspectos perceptivos: “O que devemos ensinar primeiro: unidades linguísticas maiores ou menores”? Assim, temos duas vertentes: os METODOS SINTETICO e os METODOS ANALITICOS.
METODOS SINTETICOS: Acreditam que o aprendiz deve partir de unidades linguísticas menores (letras, silabas, fonemas) e ir “acumulando” ou “somando pedaços”, para poder codificar e decodificar as unidades maiores (palavras, frases, textos). Dentro desta perspectiva, temos três grupos:
METODOS ALFABÉTICO (LETRAS): crença de que o aprendiz já compreende que as letras substituem sons e que, memorizando os nomes das letras, ele poderia ler sílabas. Depois de aprender muitas sílabas, veria que, juntas, elas formariam palavras, e um dia leria textos;
METODOS SILABICOS (SILABAS): crença de que o aprendiz não só compreende que algumas poucas letras juntas substituem silabas das palavras, mas também que as coisas escritas apenas com duas letras podem ser lidas. Assim, ele decoraria as silabas e juntando-as, ele poderia ler palavras, e um dia, textos. Ou seja, nesse método, a criança começa a aprender as chamadas “famílias silábicas” (BA-BE-BI-BO-BU);
METODOS FÔNICOS (FONEMAS): crença de que o aprendiz deve ser treinado a pronunciar fonemas isolados e a decorar as letras que a eles correspondem, para então juntar mais e mais correspondências fonema-grafema e assim, um dia poder ler palavras. Resumindo: Ensina os sons das letras.
METODOS ANALITICOS: Acreditam que seria adequado começar o ensino da leitura e da escrita por unidades maiores, que “têm um significado” (palavras, frases, histórias), e, pouco a pouco, levar os alunos a “parti-las em pedaços menores” (sílabas, letras). Dentro desta perspectiva, temos três grupos:
PALAVRAÇÃO (PALAVRA): durante um longo período (um semestre, por exemplo), os alunos são ensinados a identificar e copiar um repertório de palavras. Somente depois, começam a partir em silabas, e as silabas em letras ou fonemas;
SENTENCIAÇÃO (SENTENÇAS): Dentro desta perspectiva, temos três grupos: Em cada lição, os alunos memorizam sentenças completas, para depois analisarem as palavras em partes menores (sílabas, letras)
GLOBAL OU DE CONTOS (TEXTOS): Através de contos sem sentido literário, seguiriam os métodos anteriores: dividiriam em frases, selecionariam algumas palavras e então trabalhariam algumas silabas ou relações fonema-grafema.
Os mais utilizados no Brasil são o fônico e o silábico. Em ambos, temos uma visão adultocêntrica, pois se acredita que a criança enxerga o funcionamento igual ao adulto. Ou seja, no fônico, por exemplo, os fonemas seriam naturais para a criança e ela poderia tranquilamente, em sua mente, isolar, separar ou subtrair as unidades. Ou no silábico, pressupõe que as silabas, por serem facilmente pronunciadas, serviriam de ponto de partida para a criança memorizar suas formas gráficas. Esquecem-se de que, para a criança em fase inicial, uma ou duas letras isoladas (AI, EU, PÁ) não podem ser lidas. 
Nesses métodos, quando as crianças começam a ler algo maior que palavras, encontram frases soltas ou amontoados, causando muita confusão mental.
Esses métodos são extremamente limitados e pouco reflexivos, seguindo fielmente a perspectiva empirista, onde o individuo aprende copiando, copiando, sem pensar, onde o erro é proibido. Em ambos, não se acredita que o aluno possa ler e produzir textos reais, com as palavras que precise, e não só com silabas e fonemas pré-estabelecidos.
Outra crença dos antigos métodos diz respeito à “prontidão”. Acreditava-se que a alfabetização só poderia funcionar se o aprendiz se encontrasse no “estado de prontidão” para receber os ensinamentos dos professores. Graças a esta ideia, vimos o florescimento da teoria da “carência cultural” e dos programas de educação compensatória. Assim, as crianças de camadas populares fracassariam, por serem “culturalmente carentes”. Para evitar esse fracasso, a escola deveria compensar essas “carências” através desses “cursinhos preparatórios para alfabetização”, onde as crianças eram treinadas a copiar ondas e letras soltas, separar figuras, objetos que estavam à direita ou esquerda, etc.
Estes testes eram constituídos de:
Memorização (visual e auditiva);
Discriminação perceptiva (visual e auditiva);
Coordenação motora e visual-motora.
TEXTO 04: A TEORIA DA PSICOGÊNESE – ARTUR GOMES DE MORAES
Alguns Conceitos:
Teoria da psicogênese da escrita ou teoria da psicogênese - teoria criada por Emília Ferreiro e Ana Teberosky. Não se trata de um método de ensino, mas de um estudo que visa entender o que pensam as crianças e adultos desde o inicio da alfabetização, com os primeiros rabiscos, até a escrita formal.
O sistema de escrita utilizado é o alfabético. O alfabeto pode ser considerado um Sistema de Notação Alfabética e não um Sistema de Códigos, pois suas propriedades não estão na mente do individuo. Ele não sabe como as letras se combinam ou tem uma visão ainda diferente daquela que nós adultos alfabetizados adotamos como se fosse a única possível; ele não pensa em fonemas isolados, nem acredita que com duas letras é possível ler. Essa compreensão não ocorrerá do dia para noite e nem se dá pela acumulação de informações prontas que a escola transmite.
No processo de alfabetização, o aprendiz procura respostas para duas perguntas:
O QUE as letras representam? (ou substituem)
COMO as letras criam representações? (como as letras funcionam para criar representações)
Nesse percurso, o aprendiz se dará conta de dois aspectos do sistema alfabético: os CONCEITUAIS (que transmitem o O QUE) e os COVENCIONAIS ( que dizem respeito ao COMO, através das regras ortográficas)
As 10 propriedades do SEA que o aprendiz deve reconstruir para entender seu funcionamento:
Não se podem inventar letras;
As letras tem formato fixo, alternando apenas entra maiúsculas e minisculas;As ordens das letras dentro da palavra não podem ser mudadas;
As letras podem se repetir em outras palavras como também dentro da mesma;
Nem todas as letras podem ocupar todos os lugares dentro da palavra, e nem todas podem se juntar com quaisquer outras;
As letras substituem o valor sonoro, sem levar em conta características físicas ou funcionais;
As letras representam sons menores que as silabas;
As letras tem valor sonoro fixo;
Também existem os acentos, que modificam os sons das letras;
As sílabas podem variar quanto às combinações entre consoantes e vogais e todas as sílabas do português possuem pelo menos uma vogal.
Por seguirem uma perspectiva Piagetiana, a Teoria da Psicogênese nos ensina que a apropriação do SEA se dá de forma gradual, através da interação do aprendiz, que gerara novos conhecimentos, levando a “hipótese alfabética”.
As fases de alfabetização: PRÉ-SILÁBICA, SILÁBICA, SILÁBICO-ALFABÉTICA E ALFABÉTICA.
A fase PRÉ-SILÁBICA:
É um longo período no qual a criança tenta responder a pergunta “O QUÊ”;
Não faz correspondência entre som e escrita;
Podem desenhar ao invés de usar letras;
Com o tempo, passam a usar círculos, rabiscos, garatujas mais parecida com letras;
Vai descobrindo mais e mais letras, usando-as de forma indiscriminada, muitas vezes misturando símbolos e números, mesclando maiúsculas e minúsculas; 
Por fim, entendem quais são os símbolos utilizados para escrever, embora ainda misturem letras, número, outros símbolos e até criam letras (como o B de três barrigas).
Começam a compreender que as palavras não são escritas do mesmo jeito. Porem passa a acreditar que elas representam as características físicas ou funcionais. Esse fato é chamado REALISMO NOMINAL, onde o aprendiz acredita que “formiga” deve ser escrita com poucas letras, pois é pequena e “boi”, com muitas, por ser um animal grande;
As crianças formulam mais duas hipóteses: a HIPOTESE DE QUANTIDADE MINIMA e a de VARIEDADE. 
HIPOTESE DE QUANTIDADE MINIMA: Para uma palavra ser lida, ela precisa ter, no mínimo, TRES letras. Palavras como “pé” ou “rã” são inconcebíveis para elas;
HIPÓTESE DE VARIEDADE: descobrem que não se podem ler sequências nas quais as letras são iguais.
Para criar variações, a criança começará a “jogar” com as possibilidades disponíveis:
O número de letras que a palavra terá,
 A ordem em que as letras aparecerão,
O repertório de letras que será usado nas palavras
Isso é o que Ferreiro chamou de variações INTRA e INTERFIGURAIS:
INTRAFIGURAIS: Variação das letras DENTRO da palavra; 
NTERFIGURAIS: Variação das letras ENTRE as palavras. 
A fase SILABICA:
A essa altura, após terem colocado varias letras para representar determinada palavra, as crianças tendem a pronuncia-la de forma dividida e buscando fazer correspondência entre as letras representadas e os segmentos silábicos orais pronunciados. Esse tipo de comportamento indica o inicio de uma HIPOTESE SILABICA. Em outras palavras, a criança agora passa a usar uma letra para cada silaba.
 Esta fase significa uma grande revolução no modo como a criança responde às questões o quê e como: ela descobre que a escrita representa a pauta sonora e acredita que fazendo a correspondência de uma letra para cada silaba está no caminho certo.
As escritas silábicas costumam ser categorizadas em dois subgrupos:
SILÁBICAS QUANTITATIVAS (ou “sem valor sonoro - SSVS”) - 
A criança utiliza letras que não tem a ver com a palavra:
		Ex. DI-NOS-SAU-RO
		Criança: BATD
SILÁBICAS QUALITATIVAS (ou “com valor sonoro - SCVS”) – 
A criança utiliza letras que tem a ver com a palavra:
		Ex. DI-NOS-SAU-RO
		Criança: DNAO
Os conflitos da fase silábica:
Palavras dissílabas ou monossílabas: como pode ser palavra algo com uma única letra ou com apenas duas letras?
Palavras cujas sílabas podem ser representadas por uma mesma letra:
	Ex. A-RA-RA
	Criança: AAA (?)
Palavras diferentes, usando as mesmas letras:
	Ex. TOTÓ e VOVÓ = mesma sequência final (?)
Obs.: Para saber se a criança esta na fase pré-silábica ou silábica, deve-se pedir para ela ler o que escreveu. Com ou sem valor sonoro, ela deverá separar as silabas, caso contrario, ainda está na pré-silábica.
Deve-se avaliar a escrita como um todo, de maneira geral:
Ex. 	 PI-RU-LI-TO
Criança: I – U – I – O
Sílabas Qualitativas com valor sonoro (SCVS)
A fase SILÁBICA- ALFABETICA:
Expressa uma grande mudança na questão “COMO”. Essa fase vai muito além de um período de transição, mas como um grande período de aprendizagem das correspondências fonema-grafema, pois precisará delas para avançar. Ela agora já sabe que precisa por “mais letras” para representar uma palavra.
É uma tarefa complexa, pois implica em abandonar a segurança da hipótese silábica e passar a uma reflexão mais sofisticada. Assim, a criança que antes escrevia “APITO” representando com “AIU” as cinco sílabas, agora devera aprender as consoantes e seus valores sonoros. Às vezes, a criança sabe que esta faltando letras, pois já tem essa noção de que a escrita alfabética representam partes orais das palavras que falamos, mas por medo de errar, escreve como sabe.
A fase ALFABÉTICA:
As perguntas “O QUE” e “COMO” foram finalmente solucionadas, ou seja, as crianças compreenderam que coloca-se uma letra para cada fonema que pronunciamos, assim como nós, adultos alfabetizados fazemos.
O trabalho não acaba aqui. Inevitavelmente, essa escrita alfabética contém muitos erros ortográficos. Por isso, não se pode confundir “ter alcançado uma hipótese alfabética de escrita” com “estar alfabetizado”. Agora, chegou o momento de orientar sobre as convenções do sistema alfabético e aprimorar a hipótese alfabética.
Agora, pode-se começar a mostrar à criança a letra CURSIVA, que dará mais rapidez ao processo de escrita.
Aprimoramento dos processos de tradução do oral em escrito (escrever) e de tradução escrito em oral (ler).
Escritas produzidas na fase pré-silábica, no inicio do ano letivo e na fase alfabética, ao final do ano.

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