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Eng1803 - Termodinâmica II Exercícios para a P1 (lista 2) 1) Considere que certo fluido apresenta seu comportamento volumétrico descrito pela equação de Van der Waals (eq. 1). (1) a) Descreva o significado físico dos parâmetros a e b presentes nesta equação. - Os parâmetros em questão representam matematicamente o efeito das interações repulsivas (b) e atrativas (a) entre as moléculas constituintes do sistema. b) Esboce no espaço p x v uma isoterma típica associada ao referido fluido e compare o comportamento deste com o esperado para um gás ideal. - No caso de um gás ideal (Figura 1a), o comportamento é descrito por hipérboles concêntricas, que se afastam da origem à medida que a temperatura aumenta. Para uma dada pressão, há um único volume que satisfaz a EOS: - No caso de um fluido de Van der Waals, para isotermas inferiores à isoterma crítica (Tc), observam-se três raízes, sendo duas com significado físico (dP/dv <0) e uma sem significado físico aparente (dP/dv>0). A raíz com menor valor define o volume molar da fase líquida, enquanto a de maior valor o volume molar da fase vapor. A pressão de equilíbrio será aquela, para a qual as áreas acima e abaixo da curva que define a isoterma se tornam numericamente idênticas (Figura 1b). Figura 1. Isoterma de um gás ideal (a) e de um fluido de Van der Waals(b). c) Descreva como seria possível com base na equação dada prever o ponto critico do fluido em questão. - Para temperaturas iguais ou superiores à Tc, a EOS de Van der Waals passa a apresentar somente uma raiz. Nessas condições, perde-se a capacidade de diferenciarmos o líquido do vapor e o fluido é d escrito como um fluido supercrítico. Na isoterma crítica, o ponto crítico é caracterizado por um ponto de inflexão em (Pc, vc). Matematicamente falando, o ponto de inflexão está associado ao fato da primeira e da segunda derivadas de P em relação a v serem nulas. A resolução do sistema de equações correlato para Pc e vc permite a previsão do ponto crítico característico do fluido em questão. d) Encontre a forma cúbica em Z (Z = pv/RT) associada a equação de estado em questão e descreva como a mesma poderia ser utilizada na determinação das fases e seus respectivos volumes molares no equilíbrio em certa temperatura e pressão. - Substituindo-se v por ZRT/P na EOS de Van der Waals, é possível após a devida álgebra chegar em um polinômio de grau três em Z. - Dados a, b, T e P, basta resolver a forma cúbica acima para Z. Se líquido estiver presente no equilíbrio com vapor, três raízes serão obtidas - ZL, Zi e Zv, onde ZL representa o menor valor de Z (fator de compressibilidade do líquido), Zi representa a raiz intermediária sem significado físico, e Zv a maior raiz correspondente ao fator de compressibilidade de fase vapor. De posse de ZL e Zv, vL e vV podem ser calculados. - Convém comentar que para que ZL e Zv de fato correspondam às raízes associadas ao equilíbrio o critério das áreas descrito no item (b) deve ser obedecido. Tal fato pode ser testado mediante integração da forma da EOS explícita em P entre vL e vV. Se o resultado da integral for nulo, as raízes determinadas correspondem aos volumes molares das fases líquida e vapor em equilíbrio nas condições de T e P especificadas. 2) Você decide descrever o comportamento volumétrico de uma mistura contendo n-butano e benzeno empregando a equação de Peng-Robinson (eq. 2), e para tanto extrai da literatura os valores de pressão critica, temperatura critica e fator acêntrico de ambos os componentes. (2) a) Descreva quais os procedimentos a serem tomados para que o comportamento volumétrico da mistura em questão possa ser previsto. - Dados Tc, Pc e o fator acêntrico (wi) de cada componente, os parâmetros a e b correlatos são determinados, onde Tr,i representa a temperatura reduzida do componente "i" - Tr,i = T/Tc,i. - Regras de mistura são então aplicadas de maneira a se determinarem os parâmetros a e b da mistura. - Onde "1" representa o componente n-butano e "2" o componente benzeno. b) Em seguida, descreva um caminho possível para a determinação de uma função que permita o calculo do coeficiente de fugacidade do referido fluido como função do volume molar, temperatura e composição química do mesmo. - As referidas funções para o n-butano e benzeno podem ser determinadas mediante o procedimento de integração apresentado abaixo. - A mesma rota pode ser utilizada para gerar a função representativa do coeficiente de fugacidade do componente "2" - basta trocar os índices na equação acima. c) Finalmente, conhecendo-se o volume total, a composição global, a temperatura e a pressão da mistura, proponha um algoritmo capaz de prever o estado de equilíbrio do fluido (fases presentes e suas respectivas composições dos componentes considerados). - Com base na composição química global da mistura, calculam-se os valores de a e b de acordo com os procedimentos descritos no item (a). - Em seguida, empregando-se o procedimento descrito no item (d) da questão (1), a forma cúbica característica da EOS é resolvida para ZL e ZV, calculando-se os volumes molares das fases líquida (vL) e vapor (vV). - Finalmente, o sistema de equações abaixo é resolvido para as composições das fases líquida e vapor no que se refere às frações molares do componente "1". As respectivas frações molares do componente "2" são calculadas por diferença (x2=1-x1). - Convém comentar que durante a resolução do sistema acima, os coeficientes de fugacidade são calculados de acordo com as funções obtidas a partir do procedimento apresentado no item (b). 3) Considere uma mistura contendo dois componentes gasosos, em condição tal que o efeito das interações entre as moléculas presentes possa ser desprezado. Deduza equações para o calculo dos potenciais químicos dos componentes presentes nesta mistura. - Como o efeito das interações pode ser desprezado, a mistura e cada componente se comporta como um gás ideal. - Onde representa a energia de Gibbs molar do componente "1" puro, calculada nas mesmas condições de T e P da mistura. Equação análoga pode ser aplicada para o componente "2". Em seguida, com base nesses modelos, construa uma função capaz de prever o efeito da pressão, temperatura e composição química sobre a energia de Gibbs molar do sistema. Finalmente, a partir do modelo de G construído, calcule a entropia e a entalpiade mistura, e discuta se a referida solução apresenta alguma restrição no que se refere a sua estabilidade. <0 - Como a energia de Gibbs molar de mistura é sempre negativa a solução será sempre estável, ou seja, sua formação será, para qualquer composição química, possível. 4) Descreva o que você entende por energia de Gibbs de excesso molar de uma solução de gases reais. - O potencial químico de um componente qualquer em uma solução de gases reais pode ser calculado empregando-se o modelo para uma solução de gases ideais como referência. - Empregando-se a forma integrada da relação fundamental para G, e substituindo-se o modelo para o potencial químico em uma solução de gases ideais (vide questão 3), tem-se: - A energia de Gibbs do componente "i" enquanto gás ideal se encontra relacionada com a mesma energia para este componente enquanto gás real através da seguinte equação: - Onde representa o coeficiente de fugacidade do componente "i", a ser calculado a partir do emprego da função determinada segundo o procedimento abaixo: - Substituindo-se por na equação da energia de Gibbs molar da mistura, tem-se: - Por definição a energia de Gibbs molar de excesso corresponde à diferença entre a energia de Gibbs molar de mistura real e a ideal. Em seguida, estabeleça a relação entre a referida função e os coeficientes de atividade dos componentes presentes. Finalmente, você poderia afirmar que os referidos coeficientes se encontram relacionados com os coeficientes de fugacidade dos componentes constituintes da mistura? Justifique.
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