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Respostas - Questionário 2

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RESPOSTAS AO QUESTIONÁRIO 02 
*ESTRUTURA DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL* 
 
ENGENHARIA CIVIL - DEPEC 
GESTÃO SANITÁRIA DE AMBIENTE 
PROFESSORA: ALINE MONTEIRO 
ALUNO: DANILLO SALIM JACURÚ 
 
 
1. 
A estrutura do CGVAM é a seguinte: 
 
 
 
 
 
2. 
 
 
 
 
 
3.	MALÁRIA	
a)	A	malária,	também	conhecida	como	paludismo,	é	uma	doença	infecciosa	aguda	ou	
crônica	causada	por	protozoários	parasitas	do	gênero	Plasmodium,	transmitidos	pela	picada	do	
mosquito	do	gênero	Anopheles	 fêmea.	O	ciclo	se	 inicia	quando	o	mosquito	pica	um	indivíduo	
com	malária	 sugando	 o	 sangue	 com	 parasitas	 (plasmódios).	 No	mosquito,	 os	 plasmódios	 se	
desenvolvem	e	se	multiplicam.	O	 ciclo	se	completa	quando	estes	mosquitos	 infectados	picam	
um	novo	indivíduo	levando	os	parasitas	de	uma	pessoa	para	outra.	
O	 mosquito	 do	 gênero	 Anopheles	 também	 é	 conhecido	 como	 muriçoca,	 sovela,	mosquito-prego,	carapanã	e	bicuda.	
O	 período	 de	 incubação	 varia	 de	 8	 a	 17	 dias,	 podendo,	 contudo,	 chegar	 a	 vários	
meses	em	condições	especiais,	no	caso	de	P.	vivax	e	P.	malariae.	O	horário	de	maior	atividade	
do	mosquito	transmissor	da	malária	é	do	pôr	do	sol	ao	amanhecer.	
É	a	principal	parasitose	nas	regiões	tropicais	do	planeta	e	uma	das	mais	frequentes	
causas	 de	 morte	 em	 crianças	 nos	 países	 dessas	 regiões	 (mata	 um	 milhão	 de	 crianças	 com	menos	de	cinco	anos	a	cada	ano).	Segundo	a	OMS,	a	malária	mata	uma	criança	africana	a	cada	
30	segundos,	e	muitas	crianças	que	sobrevivem	a	casos	severos	sofrem	danos	cerebrais	graves	
e	têm	dificuldades	de	aprendizagem.	
As	pessoas	infectadas	podem	apresentar	sinais	e	sintomas	inespecíficos	como:	dor	
de	cabeça,	dor	no	corpo,	fraqueza,	febre	alta	e	calafrios.	
A	malária	é	uma	doença	simples	em	termos	de	tratamento,	mas	pode	evoluir	para	
suas	 formas	 graves	 em	 poucos	 dias	 se	 não	 for	 diagnosticada	 e	 tratada	 de	 forma	 adequada,	
principalmente	nas	infecções	causadas	por	P.	falciparum.	
Uma	vez	que	os	sinais	e	sintomas	provocados	pelo	Plasmodium	são	inespecíficos,	o	
diagnóstico	 clínico	 da	 malária	 não	 é	 preciso,	 pois	 outras	 doenças	 febris	 agudas	 podem	
apresentar	manifestações	clínicas	semelhantes.	Dessa	forma,	a	confirmação	do	tratamento	de	
uma	pessoa	por	malária	deve	ser	baseada	na	confirmação	laboratorial	da	doença.	
O	 Ministério	 da	 Saúde,	 por	 meio	 de	 uma	 política	 nacional	 de	 diagnóstico	 e	
tratamento	da	malária,	orienta	a	terapêutica	e	disponibiliza	gratuitamente	o	diagnóstico	e,	se	o	
resultado	 for	 positivo	 para	 malária,	 os	 medicamentos	 antimaláricos,	 em	 todo	 o	 país,	 nas	
unidades	do	Sistema	Único	de	Saúde	(SUS).	
	
	
b)	É	uma	das	doenças	mais	conhecidas	da	humanidade,	devido	ao	 seu	grande	 impacto	 e	custos	 financeiros	 e	 sociais,	 é	 um	 grande	 problema	 para	 as	 populações	 dos	 países	 atingidos,	
principalmente	 na	 África.	 Ela	 é	 transmitida	 aos	 humanos	 pelos	 mosquitos	Anopheles,	 presentes	 em	
todas	as	regiões	tropicais	de	todos	os	continentes	do	planeta,	além	de	muitas	regiões	subtropicais.	
Na	América	 existe	 em	 toda	a	 região	 central	 e	 norte	 da	América	 do	 Sul,	 incluindo	
mais	 de	 metade	 do	 território	 do	 Brasil	 (toda	 a	 Amazônia	 e	 parte	 do	 Nordeste)	 e	 ainda	 no	
Caribe.	Na	Ásia	está	presente	em	todo	o	subcontinente	indiano,	Oriente	Médio,	Irã,	Ásia	central,	
Sudeste	asiático,	Indonésia,	Filipinas	e	sul	da	China.	A	malária	já	existiu,	mas	foi	erradicada	no	
século	 XX	 da	 região	mediterrânea,	 incluindo	 Sul	 da	 Europa:	 Portugal,	 Espanha,	 Itália,	 sul	 da	
França	e	Grécia;	 e	no	Sul	 e	Oeste	dos	EUA.	Ao	 todo,	vivem	quase	 três	bilhões	de	pessoas	em	
regiões	endêmicas	em	mais	de	100	países.	
 
Figura 01 - Frequência de casos de malária por gravidade do tipo de contaminação (vermelho escuro = mais grave, 
amarelo = menos grave). (FONTE: CHU Hôpitaux de Rouen. Fréquence et origine des cas de paludisme. .chu-rouen.fr.) 
 
 
 
Figura 2 - Os países que têm regiões onde a malária é endêmica em 2003 (cor amarela). (FONTE:	Malaria. US Centers 
for Disease Control and Prevention, 2003) 
	
No	Brasil,	a	partir	dos	anos	60	pode	ser	observado	que	até	1976	foram	registrados	
menos	de	100	mil	 casos	de	malária	por	 ano.	A	partir	daquele	ano,	houve	 forte	 tendência	na	
elevação	da	doença	em	função	da	ocupação	desordenada	da	região	amazônica.	Este	incremento	deveu-se	 também	 à	 implantação,	 na	 região,	 de	 projetos	 de	 colonização	 e	 mineração	 sem	 a	
necessária	estrutura	de	saúde	para	atender	à	população.	No	período	de	1984	a	1986,	a	malária	
manteve-se	na	 faixa	dos	400	mil	casos.	De	1987	a	1995,	 foram	registrados	500	mil	casos	em	
média.	Em	1996	e	1997	houve	redução	importante	nos	registros	da	doença.	Nos	anos	de	1998	
e	 1999,	 a	 incidência	 aumentou	 de	 forma	 preocupante,	 atingindo	 seu	 limite,	 em	 1999,	 com	
aproximadamente	635	mil	casos.	De	2000	a	2002,	foi	observado	o	maior	declínio	na	ocorrência	
da	malária	 em	 relação	 aos	 40	 anos	 anteriores.	 De	 2003	 a	 2005,	 observou-se	 nova	 elevação	
progressiva	no	número	de	casos,	chegando	a	607	mil	casos	notificados	em	2005,	um	aumento	
de	74%	em	relação	ao	número	de	casos	de	2002.	O	aumento	dos	casos	de	malária	a	partir	de	
2003	deveu-se,	principalmente,	à	intensa	e	desordenada	ocupação	das	periferias	das	grandes	
cidades	da	região.	
O	 desmatamento	 para	 extração	 de	 madeira,	 criação	 de	 gado,	 agricultura	 e	
assentamentos,	atividades	essas	não	autorizadas	pelos	órgãos	competentes	 contribuiu	para	o	
aumento	da	transmissão	da	doença.	Outro	fator	colaborador	foi	o	aumento	dos	criadouros	do	
mosquito	 vetor	 da	 malária	 em	 função	 da	 atividade	 de	 piscicultura	 desordenada,	 com	 a	
construção	de	tanques	artificiais,	seja	nos	quintais	dos	domicílios	ou	nas	periferias	de	diversas	
cidades	da	região	amazônica.	
Para	enfrentar	a	nova	dinâmica	de	transmissão,	o	Ministério	da	Saúde	desencadeou	
amplo	 processo	 de	 mobilização	 de	 forças	 multissetoriais.	 Esta	 mobilização,	 envolvendo	
principalmente	 os	 gestores	 da	 saúde	 nos	 estados	 e	 municípios	 da	 região	 amazônica,	 visou	
promover,	de	forma	articulada,	a	ordenação	de	movimentos	populacionais	e	priorizar	as	ações	
de	vigilância,	prevenção	e	o	controle	da	malária.	
Os	efeitos	dessa	articulação	refletiram-se	a	partir	do	ano	de	2006	até	2008,	onde	foi	
observado	 declínio	 constante	 no	 número	 de	 casos,	 passando	 de	 550	mil	 para	 313	mil,	 uma	
redução	de	43%.	Até	a	década	de	80,	houve	relativa	equivalência	entre	as	espécies	parasitárias	(P.	vivax	e	P.	falciparum)	inclusive	com	um	período	de	inversão	parasitária	de	1983	a	1988	com	
predominância	de	P.	 falciparum.	A	partir	de	então,	nota-se	um	distanciamento	no	número	de	
registro	 das	 duas	espécies,	 que	 culminou	 com	 a	 predominância	 do	P.	 vivax,	 responsável	 por	
quase	85%	dos	casos	notificados	em	2008.	
No	 Brasil,	 o	 número	 de	 municípios	 de	 alto	 risco	 da	 doença	 (50	 casos	 por	 1.000	habitantes)	passou	de	160	para	67	municípios.	
 
 
c)	Programa	Nacional	de	Prevenção	e	Controle	da	Malária	(PNCM).	
Desde	2000,	a	SVS,	em	parceria	com	estados	e	municípios,	intensificou	as	ações	de	
controle	 da	 malária	 na	 Amazônia	 Legal,	 e	 alcançou	 resultados	 positivos.	 Comparando	 2004	
com	o	ano	de	1999,	houve	redução	de	27,8%	no	número	de	casos	da	doença.	Também	pôde	ser	
percebida	a	diminuição	dos	municípios	considerados	de	alto	risco	(incidência	parasitária	anual	
de	mais	de	50	casos	por	1.000	habitantes),	assim	como	as	internações	e		óbitos	causados	pela	
malária.		
Mesmo	 com	os	 avanços	 alcançados,	 a	 incidência	 da	 doença	 continua	 alta.	 E	 para	
diminuir	ainda	mais	os	casos	de	malária	e	os	danos	causados	por	ela,	o	Programa	Nacional	de	
Controle	 da	 Malária	 (PNCM)	 firmou	 uma	 estratégia	 em	 que	 o	 diagnóstico	 precoce	 e	 o	
tratamento	 imediato	 aparecem	 como	 prioridade.	 O	 programa	 também	 se	 preocupa	 com	 as	
intervenções	 para	 controle	 do	 vetor,	 a	 detecçãoimediata	 de	 epidemias	 e	 um	 maior	
envolvimento	do	nível	estadual	e	municipal	para	execução	das	medidas	de	controle	da	doença.	
Dentre	as	principais	ações	do	PNCM	destacam-se:		• reduzir	o	tempo	para	diagnóstico	e	tratamento	da	malária;		• aprimorar	e	agilizar	o	sistema	de	informação	da	malária;		• fortalecer	 as	 estruturas	 de	 vigilância	 epidemiológica	 e	 ambiental	 nos	
estados	e	municípios;		• definir	e	desenvolver	estratégias	de	informação,	educação	e	comunicação;		• capacitar	 profissionais	 do	 SUS	 na	 ações	 de	 diagnóstico	 e	 tratamento	 da	
malária;		 • inserir	as	ações	de	controle	da	malária	na	atenção	básica	de	saúde		• monitorar	a	resistência	às	drogas	e	inseticidas;		• articular-se	 com	 áreas	 responsáveis	 do	 Ministério	 do	 Meio	 Ambiente,	
Ministério	 da	 Reforma	 Agrária,	 Ministério	 das	 Minas	 e	 Energia,	 Ministério	 dos	 Transportes	
para	avaliação	de	riscos	e	adoção	de	medidas	preventivas	de	controle	da	malária;		• promover	 obras	 de	 drenagem	 e	 manejo	 ambiental	 em	 áreas	 endêmicas	
urbanas;		 • avaliar	de	forma	continuada	o	programa	descentralizado;		• fornecer	insumos	estratégicos,	medicamentos	e	inseticidas.		
O	PNCM	também	investe,	em	parceria	com	a	Organização	Pan-Americana	da	Saúde	
(OPAS),	em	um	estudo	para	ampliar	os	conhecimentos	da	eficácia	dos	medicamentos	utilizados	
contra	a	malária,	chamado	Projeto	da	Rede	Amazônica	de	Vigilância	da	Resistência	às	Drogas	
Antimaláricas	(RAVREDA).	
É	 preocupação	 do	 PNCM,	 ainda,	 ampliar	 o	 sistema	 de	 vigilância	 em	 estados	 não-
amazônicos,	onde	nos	últimos	anos	tem	sido	observada	a	ocorrência	de	surtos	de	malária,	os	
quais	 têm	 sido	 controlados	 em	 tempo	 relativamente	 curto.	 Entre	 os	 principais	 estados	 com	
registro	de	 casos	encontram-se:	Minas	Gerais,	Bahia,	Rio	de	 Janeiro,	 São	Paulo,	Paraná,	Mato	
Grosso	 do	 Sul,	 Ceará,	 Piauí	 e	 Espírito	 Santo,	 Pernambuco,	 entre	 outros.	 Esses	 estados	 são	
receptivos	 para	 a	 transmissão	 da	 doença	 e	 os	 serviços	 de	 vigilância	 em	 saúde	 de	 alguns	
municípios	são	carentes	de	estrutura	para	o	enfretamento	do	problema.	
	
4.	ROTAVÍRUS	(SERPENTES)	
a)	Os	rotavírus	pertencem	à	 família	Reoviridae,	 gênero	 rotavírus.	São	classificados	
em	 grupos,	 subgrupos	 e	 sorotipos	 de	 acordo	 com	 sua	 composição	 antigênica.	 As	 partículas	
completas	possuem	 três	 camadas	protéicas	 concêntricas	e	 cada	 segmento	genômico	 regula	a	
síntese	de	uma	proteína	viral	 específica.		Há	 sete	grupos	antigênicos:	A,	B,	C,	D,	E,	 F	 e	G	que	
causam	infecção	no	homem,	em	outros	mamíferos	e	aves.	
Os	primeiros	achados	de	rotavírus	no	homem	remontam	a	duas	décadas	a	partir	de	
estudos	 realizados	 por	 Bishop	 e	 col.	 em	 Melborne,	 Austrália.	 No	 Brasil,	 o	 achado	 pioneiro	
associado	à	detecção	de	gastroenterite	aguda	por	esse	vírus	foi	em	Belém	no	ano	de	1976.	
Esses	achados	advieram	de	estudo	 -	piloto,	envolvendo	25	crianças	hospitalizadas	
ou	com	atendimento	ambulatorial,	com	quadro	diarréico	agudo.	
O	 recurso	 da	 microscopia	 eletrônica	 e	 subseqüentemente,	 do	 procedimento	
imunoenzimático	 (ELISA),	propiciou	a	detecção	dos	 rotavírus	em	espécimes	 fecais	de	quatro	
(16%)	pacientes.	Tais	observações	representaram	o	marco	inicial	de	vários	outros	estudos	no	
país,	a	maioria	dirigida	ao	impacto	determinado	pela	doença	moderada	ou	grave,		que	se	traduz	
em	consultas	médicas	e	internação	hospitalar.	
As	 gastroenterites	 representam	 um	 dos	 mais	 expressivos	 problemas	 de	 Saúde	
Pública	 em	 todo	 o	 mundo,	 particularmente	 nos	 países	 subdesenvolvidos	 e	 em	
desenvolvimento,	 onde	 se	 constituem	 em	 uma	 das	 principais	 causas	 de	 morbidade	 e	
mortalidade	infantis.	
Os	 rotavírus,	 particularmente,	 são	 considerados	 os	 mais	 importantes	 agentes	 de	
diarréia	grave	na	infância,	em	todo	o	mundo.	Estima-se	que,	a	cada	ano,	ocorram	125	milhões	
de	 quadros	 diarréicos	 associados	 a	 esses	 vírus,	 do	 que	 resultam,	 com	 base	 em	 estimativas	
conservadoras,	418	mil	a	520	mil	óbitos,	85%	dos	quais	nas	regiões	menos	desenvolvidas	do	
planeta.	 Isso	 reflete	20%	da	mortalidade	global	por	doença	diarréica	e	5%	do	total	de	óbitos	
entre	crianças	com	idades	inferiores	a	5	anos.	
A	 rotavirose,	 por	 não	 se	 tratar	 de	 doença	 de	 notificação	 compulsória,	 não	 possui	
registro	oficial	no	Brasil.	A	maioria	dos	estudos	realizados	no	país	determinou	taxas	variáveis	
quanto	à	prevalência	do	rotavírus	entre	crianças	menores	de	6	anos	e,	em	geral,	a	freqüência	
variou	 de	 12%	 a	 42%.	 Inúmeras	 investigações	 demonstraram	 que	 os	 4	 sorotipos	 G	 de	
rotavírus,	 reconhecidos	 como	 de	 importância	 epidemiológica	 universal	 (G1,	 G2,G3	 e	 G4),	
circulam	no	Brasil.	
	b)	
Não	 é	 marcante	 a	 sazonalidade	 da	 ocorrência	 de	 diarréia	 aguda	 causada	 por	rotavírus.	No	Brasil,	 estudos	 indicam	que	existem	diferentes	perfis	 sazonais	 entre	 as	 regiões	Centro-Oeste,	Sudeste	e	Sul	o	que	não	parece	ocorrer	no	Norte	e	Nordeste	do	País.	
A	 maioria	 dos	 estudos	 realizados	 no	 Brasil	 determinou	 taxas	 variáveis	 quanto	 à	
prevalência	do	rotavírus	entre	crianças	menores	de	seis	anos	e,	em	geral,	a	 freqüência	variou	
de	12%	a	42%.	Estudos	referem	que	na	população	até	os	quatro	anos	a	quase	totalidade	dos	
indivíduos	já	teve	algum	episódio	de	diarréia	por	rotavírus.		
A	 maioria	 das	 infecções	 concentra-se	 na	 faixa	 de	 6	 a	 24	 meses	 e	 durante	 os	
primeiros	 três	 a	 quatros	 meses	 de	 vida	 prevalecem	 as	 infecções	 inaparentes		 sobre	 as	
sintomáticas.		
As	 reinfecções	nos	adultos	ocorrem	com	relativa	 freqüência	e	destacam-se	alguns	
grupos	com	particular	 risco:	viajantes	de	países	desenvolvidos	em	visita	às	 regiões	tropicais,	
pais	de	crianças	com	diarréia	por	rotavírus,	indivíduos	que	trabalham	em	unidades	pediátricas		
e	creches,	idosos	e	comunidades	isoladas.	Estima-se	que	um	terço	dos	adultos	se	infectem	em	
caso	de	transmissão	intra-familiar.	
Cada	 ano	 o	 rotavírus	 provoca	 milhões	 de	 casos	 de	 diarréia	 nos	 países	 em	
desenvolvimento,	 quase	 2	 milhões,	 resultando	 em	 hospitalização	 e	 um	 611	 mil	 estimados,	
resultando	em	morte.	Nos	Estados	Unidos,	mais	de	2,7	milhões	de	casos	de	gastroenterite	por	rotavírus	 ocorrem	 anualmente,	 60	 mil	 crianças	 são	 hospitalizadas	 e	 cerca	 de	 37	 morrem	 a	
partir	 dos	 resultados	 da	 infecção.	 É	 a	 maior	 causa	 isolada	 de	 diarreia	 grave	 em	 bebês	 e	
crianças,	sendo	responsável	por	cerca	de	20%	dos	casos,	e	 é	 responsável	por	50%	dos	casos	que	 requerem	 internação	 hospitalar.	 Os	 meninos	 são	 duas	 vezes	mais	 probabilidade	 de	 ser	
internado	no	hospital	como	meninas.		
Em	áreas	de	 clima	 temperado,	 as	 infecções	por	 rotavírus	ocorrem	principalmente	
no	 inverno,	mas	 nos	 trópicos	 em	 que	 ocorrem	 ao	 longo	 do	 ano,	 a	 diferença	 é	 parcialmente	
explicada	 por	 mudanças	 sazonais	 de	 temperatura	 e	 umidade.	 O	 número	 atribuído	 à	
contaminação	de	alimentos	é	desconhecida.		
Surtos	 de	 diarréia	 por	 rotavírus	 A	 são	 comuns	 entre	 crianças	 hospitalizadas,	 as	
crianças	que	freqüentam	creches,	e	os	idosos	em	asilos.	
Rotavírus	B,	também	chamado	de	rotavírus	a	diarréia	adulto	ou	ADRV,	tem	causado	
grandes	epidemias	de	diarreia	grave	que	acomete	milhares	de	pessoas	de	todas	as	 idades	na	
China.	Essas	epidemias	ocorreram	como	resultado	de	contaminação	de	esgotos	de	infecções	B	
beber	water.Rotavirus	 também	ocorreu	na	 Índia	em	1998,	 a	 estirpe	 causadora	 foi	 nomeado	
CAL.	Ao	contrário	ADRV,	a	cepa	CAL	é	endêmica.	
Rotavírus	 C	 tem	 sido	 associado	 com	 casos	 raros	 e	 esporádicos	 de	 diarréia	 em	
crianças	em	muitos	países,	e	surtos	têm	ocorrido	no	Japão	e	Inglaterra.		
	
	C)	
	
	
Implantação	da	vigilância	epidemiológica	para	doença	diarréica	por	Rotavírus	
A	Secretaria	de	Vigilância	em	Saúde	do	Ministério	da	Saúde	está	
implantado	em	sete	municípios	do	País	contemplando	as	cinco	regiões:	
Marituba	–	PA,	Ceará-Mirim	–	RN,	Salvador	–	BA,	Dourados–	MS,	Cachoeiro	
do	Itapemirim	–	ES,	Lages	–	SC	e	Paranaguá	–	PR,	um	projeto	piloto1	com	os	
seguintes	objetivos:	
•	definir	o	impacto	da	doença	causada	por	esses	patógenos	no	País;	
•	monitorar	a	diversidade	antigênica	das	cepas	virais;	
•	estimar	a	prevalência	de	internações	associadas	à	gastrenterite	
aguda	por	rotavírus	em	populações	definidas,	envolvendo	
crianças	com	idades	inferiores	a	5	anos;	
•	caracterizar	a	distribuição	etária	e	temporal	das	internações	
causadas	pelos	rotavírus	nas	populações	sob	vigilância;	
•	estimar	a	proporção	relacionada	aos	rotavírus,	no	conjunto	das	
internações	por	gastrenterite;	
•	identificar	os	genótipos	de	rotavírus	prevalentes	nas	comunidades	
sob	estudo;	
•	estabelecer	a	tendência	assumida	pelas	internações,	distribuição	
etária,	sazonalidade	e	variabilidade	das	cepas	de	rotavírus	ao	
longo	do	tempo;	
•	inferir	o	impacto	nacional	resultante	da	doença	causada	pelos	
rotavírus	entre	crianças	menores	de	5	anos,	a	partir	dos	dados	
oriundos	das	populações	sob	estudo;	
•	monitorizar	o	impacto	determinado	pela(s)	vacina(s)	contra	rotavírus;	
	
Paralelamente	ao	desenvolvimento	deste	Projeto	em	2006	será	
implantada	a	vigilância	epidemiológica	para	Doença	Diarréica	por	Rotavírus	em	
todos	os	Estados	e	Distrito	Federal.	Em	dezembro	de	2005	será	realizada	uma	
reunião	com	todas	as	Secretarias	Estaduais	de	Saúde	para	estabelecer	a	implantação	da	vigilância	epidemiológica.	Esta	terá	como	eixo	a	detecção	de	
surtos	de	doença	diarréica	aguda	por	rotavírus,	contando	como	instrumento	a	
MDDA.	Quando	da	ocorrência	de	surtos,	a	partir	da	definição	de	caso,	
estabelecida	no	Projeto	referido	acima,	serão	coletadas	amostras	de	fezes,	em	
crianças	menores	de	5	anos,	encaminhadas	para	o	LACEN	de	cada	Estado	
correspondente,	para	realização	do	método	imuno-enzimático	ELISA.	Uma	
proporção	das	amostras	positivas	será	enviada	para	os	laboratórios	de	referência	nacional	para	caracterização	genotípica.	
Nos	últimos	anos	já	foram	realizados	treinamentos	para	capacitação	de	
pessoal	de	laboratório	para	Rotavírus,	sendo	necessário	identificar	algumas	
unidades	onde	ainda	não	tenha	pessoal	treinado.	Ainda	este	ano	está	sendo	
providenciado	repasse	de	recursos	para	Biomanguinhos	(FIOCRUZ-RJ)	
adquirir	os	kits	diagnóstico,	bem	como	produzir	kit	já	desenvolvido	por	esta	
Fundação.	As	informações	sobre	internações	hospitalares	e	mortalidade	por	
doença	diarréica	em	menores	de	5	anos	serão	avaliadas,	para	construção	de	indicadores.

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