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RESPOSTAS AO QUESTIONÁRIO 02 *ESTRUTURA DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL* ENGENHARIA CIVIL - DEPEC GESTÃO SANITÁRIA DE AMBIENTE PROFESSORA: ALINE MONTEIRO ALUNO: DANILLO SALIM JACURÚ 1. A estrutura do CGVAM é a seguinte: 2. 3. MALÁRIA a) A malária, também conhecida como paludismo, é uma doença infecciosa aguda ou crônica causada por protozoários parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada do mosquito do gênero Anopheles fêmea. O ciclo se inicia quando o mosquito pica um indivíduo com malária sugando o sangue com parasitas (plasmódios). No mosquito, os plasmódios se desenvolvem e se multiplicam. O ciclo se completa quando estes mosquitos infectados picam um novo indivíduo levando os parasitas de uma pessoa para outra. O mosquito do gênero Anopheles também é conhecido como muriçoca, sovela, mosquito-prego, carapanã e bicuda. O período de incubação varia de 8 a 17 dias, podendo, contudo, chegar a vários meses em condições especiais, no caso de P. vivax e P. malariae. O horário de maior atividade do mosquito transmissor da malária é do pôr do sol ao amanhecer. É a principal parasitose nas regiões tropicais do planeta e uma das mais frequentes causas de morte em crianças nos países dessas regiões (mata um milhão de crianças com menos de cinco anos a cada ano). Segundo a OMS, a malária mata uma criança africana a cada 30 segundos, e muitas crianças que sobrevivem a casos severos sofrem danos cerebrais graves e têm dificuldades de aprendizagem. As pessoas infectadas podem apresentar sinais e sintomas inespecíficos como: dor de cabeça, dor no corpo, fraqueza, febre alta e calafrios. A malária é uma doença simples em termos de tratamento, mas pode evoluir para suas formas graves em poucos dias se não for diagnosticada e tratada de forma adequada, principalmente nas infecções causadas por P. falciparum. Uma vez que os sinais e sintomas provocados pelo Plasmodium são inespecíficos, o diagnóstico clínico da malária não é preciso, pois outras doenças febris agudas podem apresentar manifestações clínicas semelhantes. Dessa forma, a confirmação do tratamento de uma pessoa por malária deve ser baseada na confirmação laboratorial da doença. O Ministério da Saúde, por meio de uma política nacional de diagnóstico e tratamento da malária, orienta a terapêutica e disponibiliza gratuitamente o diagnóstico e, se o resultado for positivo para malária, os medicamentos antimaláricos, em todo o país, nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). b) É uma das doenças mais conhecidas da humanidade, devido ao seu grande impacto e custos financeiros e sociais, é um grande problema para as populações dos países atingidos, principalmente na África. Ela é transmitida aos humanos pelos mosquitos Anopheles, presentes em todas as regiões tropicais de todos os continentes do planeta, além de muitas regiões subtropicais. Na América existe em toda a região central e norte da América do Sul, incluindo mais de metade do território do Brasil (toda a Amazônia e parte do Nordeste) e ainda no Caribe. Na Ásia está presente em todo o subcontinente indiano, Oriente Médio, Irã, Ásia central, Sudeste asiático, Indonésia, Filipinas e sul da China. A malária já existiu, mas foi erradicada no século XX da região mediterrânea, incluindo Sul da Europa: Portugal, Espanha, Itália, sul da França e Grécia; e no Sul e Oeste dos EUA. Ao todo, vivem quase três bilhões de pessoas em regiões endêmicas em mais de 100 países. Figura 01 - Frequência de casos de malária por gravidade do tipo de contaminação (vermelho escuro = mais grave, amarelo = menos grave). (FONTE: CHU Hôpitaux de Rouen. Fréquence et origine des cas de paludisme. .chu-rouen.fr.) Figura 2 - Os países que têm regiões onde a malária é endêmica em 2003 (cor amarela). (FONTE: Malaria. US Centers for Disease Control and Prevention, 2003) No Brasil, a partir dos anos 60 pode ser observado que até 1976 foram registrados menos de 100 mil casos de malária por ano. A partir daquele ano, houve forte tendência na elevação da doença em função da ocupação desordenada da região amazônica. Este incremento deveu-se também à implantação, na região, de projetos de colonização e mineração sem a necessária estrutura de saúde para atender à população. No período de 1984 a 1986, a malária manteve-se na faixa dos 400 mil casos. De 1987 a 1995, foram registrados 500 mil casos em média. Em 1996 e 1997 houve redução importante nos registros da doença. Nos anos de 1998 e 1999, a incidência aumentou de forma preocupante, atingindo seu limite, em 1999, com aproximadamente 635 mil casos. De 2000 a 2002, foi observado o maior declínio na ocorrência da malária em relação aos 40 anos anteriores. De 2003 a 2005, observou-se nova elevação progressiva no número de casos, chegando a 607 mil casos notificados em 2005, um aumento de 74% em relação ao número de casos de 2002. O aumento dos casos de malária a partir de 2003 deveu-se, principalmente, à intensa e desordenada ocupação das periferias das grandes cidades da região. O desmatamento para extração de madeira, criação de gado, agricultura e assentamentos, atividades essas não autorizadas pelos órgãos competentes contribuiu para o aumento da transmissão da doença. Outro fator colaborador foi o aumento dos criadouros do mosquito vetor da malária em função da atividade de piscicultura desordenada, com a construção de tanques artificiais, seja nos quintais dos domicílios ou nas periferias de diversas cidades da região amazônica. Para enfrentar a nova dinâmica de transmissão, o Ministério da Saúde desencadeou amplo processo de mobilização de forças multissetoriais. Esta mobilização, envolvendo principalmente os gestores da saúde nos estados e municípios da região amazônica, visou promover, de forma articulada, a ordenação de movimentos populacionais e priorizar as ações de vigilância, prevenção e o controle da malária. Os efeitos dessa articulação refletiram-se a partir do ano de 2006 até 2008, onde foi observado declínio constante no número de casos, passando de 550 mil para 313 mil, uma redução de 43%. Até a década de 80, houve relativa equivalência entre as espécies parasitárias (P. vivax e P. falciparum) inclusive com um período de inversão parasitária de 1983 a 1988 com predominância de P. falciparum. A partir de então, nota-se um distanciamento no número de registro das duas espécies, que culminou com a predominância do P. vivax, responsável por quase 85% dos casos notificados em 2008. No Brasil, o número de municípios de alto risco da doença (50 casos por 1.000 habitantes) passou de 160 para 67 municípios. c) Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária (PNCM). Desde 2000, a SVS, em parceria com estados e municípios, intensificou as ações de controle da malária na Amazônia Legal, e alcançou resultados positivos. Comparando 2004 com o ano de 1999, houve redução de 27,8% no número de casos da doença. Também pôde ser percebida a diminuição dos municípios considerados de alto risco (incidência parasitária anual de mais de 50 casos por 1.000 habitantes), assim como as internações e óbitos causados pela malária. Mesmo com os avanços alcançados, a incidência da doença continua alta. E para diminuir ainda mais os casos de malária e os danos causados por ela, o Programa Nacional de Controle da Malária (PNCM) firmou uma estratégia em que o diagnóstico precoce e o tratamento imediato aparecem como prioridade. O programa também se preocupa com as intervenções para controle do vetor, a detecçãoimediata de epidemias e um maior envolvimento do nível estadual e municipal para execução das medidas de controle da doença. Dentre as principais ações do PNCM destacam-se: • reduzir o tempo para diagnóstico e tratamento da malária; • aprimorar e agilizar o sistema de informação da malária; • fortalecer as estruturas de vigilância epidemiológica e ambiental nos estados e municípios; • definir e desenvolver estratégias de informação, educação e comunicação; • capacitar profissionais do SUS na ações de diagnóstico e tratamento da malária; • inserir as ações de controle da malária na atenção básica de saúde • monitorar a resistência às drogas e inseticidas; • articular-se com áreas responsáveis do Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Reforma Agrária, Ministério das Minas e Energia, Ministério dos Transportes para avaliação de riscos e adoção de medidas preventivas de controle da malária; • promover obras de drenagem e manejo ambiental em áreas endêmicas urbanas; • avaliar de forma continuada o programa descentralizado; • fornecer insumos estratégicos, medicamentos e inseticidas. O PNCM também investe, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em um estudo para ampliar os conhecimentos da eficácia dos medicamentos utilizados contra a malária, chamado Projeto da Rede Amazônica de Vigilância da Resistência às Drogas Antimaláricas (RAVREDA). É preocupação do PNCM, ainda, ampliar o sistema de vigilância em estados não- amazônicos, onde nos últimos anos tem sido observada a ocorrência de surtos de malária, os quais têm sido controlados em tempo relativamente curto. Entre os principais estados com registro de casos encontram-se: Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Ceará, Piauí e Espírito Santo, Pernambuco, entre outros. Esses estados são receptivos para a transmissão da doença e os serviços de vigilância em saúde de alguns municípios são carentes de estrutura para o enfretamento do problema. 4. ROTAVÍRUS (SERPENTES) a) Os rotavírus pertencem à família Reoviridae, gênero rotavírus. São classificados em grupos, subgrupos e sorotipos de acordo com sua composição antigênica. As partículas completas possuem três camadas protéicas concêntricas e cada segmento genômico regula a síntese de uma proteína viral específica. Há sete grupos antigênicos: A, B, C, D, E, F e G que causam infecção no homem, em outros mamíferos e aves. Os primeiros achados de rotavírus no homem remontam a duas décadas a partir de estudos realizados por Bishop e col. em Melborne, Austrália. No Brasil, o achado pioneiro associado à detecção de gastroenterite aguda por esse vírus foi em Belém no ano de 1976. Esses achados advieram de estudo - piloto, envolvendo 25 crianças hospitalizadas ou com atendimento ambulatorial, com quadro diarréico agudo. O recurso da microscopia eletrônica e subseqüentemente, do procedimento imunoenzimático (ELISA), propiciou a detecção dos rotavírus em espécimes fecais de quatro (16%) pacientes. Tais observações representaram o marco inicial de vários outros estudos no país, a maioria dirigida ao impacto determinado pela doença moderada ou grave, que se traduz em consultas médicas e internação hospitalar. As gastroenterites representam um dos mais expressivos problemas de Saúde Pública em todo o mundo, particularmente nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, onde se constituem em uma das principais causas de morbidade e mortalidade infantis. Os rotavírus, particularmente, são considerados os mais importantes agentes de diarréia grave na infância, em todo o mundo. Estima-se que, a cada ano, ocorram 125 milhões de quadros diarréicos associados a esses vírus, do que resultam, com base em estimativas conservadoras, 418 mil a 520 mil óbitos, 85% dos quais nas regiões menos desenvolvidas do planeta. Isso reflete 20% da mortalidade global por doença diarréica e 5% do total de óbitos entre crianças com idades inferiores a 5 anos. A rotavirose, por não se tratar de doença de notificação compulsória, não possui registro oficial no Brasil. A maioria dos estudos realizados no país determinou taxas variáveis quanto à prevalência do rotavírus entre crianças menores de 6 anos e, em geral, a freqüência variou de 12% a 42%. Inúmeras investigações demonstraram que os 4 sorotipos G de rotavírus, reconhecidos como de importância epidemiológica universal (G1, G2,G3 e G4), circulam no Brasil. b) Não é marcante a sazonalidade da ocorrência de diarréia aguda causada por rotavírus. No Brasil, estudos indicam que existem diferentes perfis sazonais entre as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul o que não parece ocorrer no Norte e Nordeste do País. A maioria dos estudos realizados no Brasil determinou taxas variáveis quanto à prevalência do rotavírus entre crianças menores de seis anos e, em geral, a freqüência variou de 12% a 42%. Estudos referem que na população até os quatro anos a quase totalidade dos indivíduos já teve algum episódio de diarréia por rotavírus. A maioria das infecções concentra-se na faixa de 6 a 24 meses e durante os primeiros três a quatros meses de vida prevalecem as infecções inaparentes sobre as sintomáticas. As reinfecções nos adultos ocorrem com relativa freqüência e destacam-se alguns grupos com particular risco: viajantes de países desenvolvidos em visita às regiões tropicais, pais de crianças com diarréia por rotavírus, indivíduos que trabalham em unidades pediátricas e creches, idosos e comunidades isoladas. Estima-se que um terço dos adultos se infectem em caso de transmissão intra-familiar. Cada ano o rotavírus provoca milhões de casos de diarréia nos países em desenvolvimento, quase 2 milhões, resultando em hospitalização e um 611 mil estimados, resultando em morte. Nos Estados Unidos, mais de 2,7 milhões de casos de gastroenterite por rotavírus ocorrem anualmente, 60 mil crianças são hospitalizadas e cerca de 37 morrem a partir dos resultados da infecção. É a maior causa isolada de diarreia grave em bebês e crianças, sendo responsável por cerca de 20% dos casos, e é responsável por 50% dos casos que requerem internação hospitalar. Os meninos são duas vezes mais probabilidade de ser internado no hospital como meninas. Em áreas de clima temperado, as infecções por rotavírus ocorrem principalmente no inverno, mas nos trópicos em que ocorrem ao longo do ano, a diferença é parcialmente explicada por mudanças sazonais de temperatura e umidade. O número atribuído à contaminação de alimentos é desconhecida. Surtos de diarréia por rotavírus A são comuns entre crianças hospitalizadas, as crianças que freqüentam creches, e os idosos em asilos. Rotavírus B, também chamado de rotavírus a diarréia adulto ou ADRV, tem causado grandes epidemias de diarreia grave que acomete milhares de pessoas de todas as idades na China. Essas epidemias ocorreram como resultado de contaminação de esgotos de infecções B beber water.Rotavirus também ocorreu na Índia em 1998, a estirpe causadora foi nomeado CAL. Ao contrário ADRV, a cepa CAL é endêmica. Rotavírus C tem sido associado com casos raros e esporádicos de diarréia em crianças em muitos países, e surtos têm ocorrido no Japão e Inglaterra. C) Implantação da vigilância epidemiológica para doença diarréica por Rotavírus A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde está implantado em sete municípios do País contemplando as cinco regiões: Marituba – PA, Ceará-Mirim – RN, Salvador – BA, Dourados– MS, Cachoeiro do Itapemirim – ES, Lages – SC e Paranaguá – PR, um projeto piloto1 com os seguintes objetivos: • definir o impacto da doença causada por esses patógenos no País; • monitorar a diversidade antigênica das cepas virais; • estimar a prevalência de internações associadas à gastrenterite aguda por rotavírus em populações definidas, envolvendo crianças com idades inferiores a 5 anos; • caracterizar a distribuição etária e temporal das internações causadas pelos rotavírus nas populações sob vigilância; • estimar a proporção relacionada aos rotavírus, no conjunto das internações por gastrenterite; • identificar os genótipos de rotavírus prevalentes nas comunidades sob estudo; • estabelecer a tendência assumida pelas internações, distribuição etária, sazonalidade e variabilidade das cepas de rotavírus ao longo do tempo; • inferir o impacto nacional resultante da doença causada pelos rotavírus entre crianças menores de 5 anos, a partir dos dados oriundos das populações sob estudo; • monitorizar o impacto determinado pela(s) vacina(s) contra rotavírus; Paralelamente ao desenvolvimento deste Projeto em 2006 será implantada a vigilância epidemiológica para Doença Diarréica por Rotavírus em todos os Estados e Distrito Federal. Em dezembro de 2005 será realizada uma reunião com todas as Secretarias Estaduais de Saúde para estabelecer a implantação da vigilância epidemiológica. Esta terá como eixo a detecção de surtos de doença diarréica aguda por rotavírus, contando como instrumento a MDDA. Quando da ocorrência de surtos, a partir da definição de caso, estabelecida no Projeto referido acima, serão coletadas amostras de fezes, em crianças menores de 5 anos, encaminhadas para o LACEN de cada Estado correspondente, para realização do método imuno-enzimático ELISA. Uma proporção das amostras positivas será enviada para os laboratórios de referência nacional para caracterização genotípica. Nos últimos anos já foram realizados treinamentos para capacitação de pessoal de laboratório para Rotavírus, sendo necessário identificar algumas unidades onde ainda não tenha pessoal treinado. Ainda este ano está sendo providenciado repasse de recursos para Biomanguinhos (FIOCRUZ-RJ) adquirir os kits diagnóstico, bem como produzir kit já desenvolvido por esta Fundação. As informações sobre internações hospitalares e mortalidade por doença diarréica em menores de 5 anos serão avaliadas, para construção de indicadores.
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