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TECNOLOGIA EM ESTÉTICA E IMAGEM PESSOAL WEB AULA 1 Unidade 1 – Sistema Digestório Olá, pessoal, vamos iniciar uma nova webaula? Espero que vocês estejam animados, pois vamos estudar nesta web um assunto muito importante para o seu conhecimento profissional, e eu tenho certeza de que irá auxiliar na sua formação básica. Então, vamos juntos entrar nesse conteúdo. Questão para reflexão O que você sabe sobre o sistema digestório? Sabe quais são os elementos que compõem este sistema tão vital para todos nós? Já parou para pensar sobre sua importância? Você imagina o quanto é relevante entender esta web para que os próximos conteúdos que virão sejam compreendidos? Então vamos começar falando sobre o trato alimentar. Vamos começar pelos componentes deste sistema? Boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo), intestino grosso (apêndice, cólon e reto). Fonte: Sistema, 2014 Resumidamente: um indivíduo se alimenta, mastiga, o bolo alimentar passa para a faringe e é direcionado para o esôfago. Em seguida vai para o estômago e depois intestino delgado, intestino grosso e é eliminado pelas fezes. Mas durante este processo estão envolvidos diversos hormônios, enzimas, processos químicos, movimentos específicos, entre outros. Vamos estudar? O trato alimentar abastece o corpo com um suprimento contínuo de água, eletrólitos e nutrientes. Isto requer movimentação dos alimentos pelo trato alimentar, secreção de soluções digestivas e digestão dos alimentos, absorção de água, diversos eletrólitos e produtos da digestão, circulação de sangue através dos órgãos gastrointestinais para transporte das substâncias absorvidas, e controle de todas essas funções pelos sistemas nervoso e hormonal local. Para que vocês possam entender melhor o sistema digestório, vamos abordar sobre a anatomia e fisiologia do estômago. Ele é dividido em duas partes principais: corpo e antro. Em termos fisiológicos, ele se divide em: porção oral, abrangendo aproximadamente os primeiros dois terços do corpo, e porção caudal, abrangendo o restante do corpo mais o antro. Quando o alimento entra no estômago, o alimento mais recente fica mais próximo da abertura esofágica e o alimento mais antigo fica mais próximo da parede externa do estômago. Normalmente, quando o alimento distende o estômago, um reflexo específico dele reduz o tônus da parede muscular do corpo do estômago de maneira que a parede se distende, acomodando mais e mais alimento até o limite, que é de 0,8 a 1,5 litro no estômago completamente relaxado. O estômago produz sucos digestivos, que são secretados pelas glândulas gástricas, presentes em quase toda a extensão da parede do corpo do estômago. Essas secreções entram imediatamente em contato com a porção do alimento armazenado nas proximidades da mucosa do estômago. Lembrando que enquanto o alimento estiver no estômago, ocorrem movimentos peristálticos para caminhar com ele. Depois que o alimento presente no estômago foi bem misturado com as secreções estomacais, a mistura que passa para o intestino é denominada quimo. O grau de fluidez do quimo [que deixa o estômago] depende das quantidades relativas de alimento, água e secreções estomacais [e do grau de digestão em que tudo isso ocorreu]. A consistência do quimo deve ser semilíquida a pastosa. (ASCOLI, 2014) Existe também outro tipo de contração intensa em nosso estômago – são contrações de fome. Estas contrações acontecem: ...Quando o estômago fica vazio por várias horas. Trata-se de contrações peristálticas rítmicas no corpo do estômago e quando estas contrações sucessivas se tornam extremamente fortes, normalmente elas se fundem em uma contração tetânica que às vezes dura por dois a três minutos. As contrações da fome são mais intensas em indivíduos jovens, sadios, com tônus gastrointestinal elevado, e são também aumentadas quando a pessoa apresenta níveis de açúcar no sangue abaixo do normal. Quando as contrações da fome ocorrem no estômago, a pessoa por vezes sente dor branda epigástrica, denominada pontadas de fome. (GUYTON; HALL, 2006, p. 786) O estômago ainda possui uma abertura distal chamada de piloro. [Nesta região] “a espessura da musculatura circular da parede é 50% a 100% maior do que nas porções anteriores do antro gástrico, e permanece em ligeira contração tônica quase o tempo todo. Por isso, o músculo circular pilórico é denominado esfíncter pilórico”. (COIMBRA, 2014) Vamos entender como acontece a contração tônica normal do piloro: o esfíncter pilórico abre-se o suficiente para a passagem de água e outros líquidos do estômago para o duodeno. Mas também, a constrição evita a passagem de partículas de alimentos até terem sido misturados no quimo, adquirindo aquela consistência pastosa ou quase líquida que comentamos acima. O esvaziamento do estômago é controlado apenas em grau moderado por fatores como o grau de seu enchimento e o efeito excitatório da gastrina sobre a peristalse estomacal. [...] Esses mecanismos defeedback inibitório em conjunto retardam a taxa de esvaziamento quando (1) já há muito quimo no intestino delgado ou (2) o quimo é excessivamente ácido, contém muita proteína ou gordura não processada, é hipotônico ou hipertônico, ou é irritativo. Dessa maneira, a taxa de esvaziamento estomacal limita-se à quantidade de quimo que o intestino delgado consegue processar. (GUYTON, HALL, 2006, p. 786) Questão para reflexão E como vocês acham que acontecem os movimentos em nível de intestino delgado? Quando uma porção do intestino delgado é distendida pelo quimo, o estiramento da parede intestinal provoca contrações concêntricas localizadas, espaçadas ao longo do intestino e com duração de uma fração de minuto. As contrações causam “segmentação” do intestino delgado. [...] Isto é, ele divide o intestino em segmentos, o que lhe dá aparência de um grupo de salsichas. Quando uma série de contrações de segmentação se relaxa, outra se inicia, mas as contrações ocorrem em outros pontos, entre os anteriormente contraídos. Como podem ver, as contrações de segmentação dividem o quimo duas a três vezes por minuto, promovendo, desta forma, a mistura do alimento com as secreções no intestino delgado. (GUYTON; HALL, 2006, p. 786-787) Aqui no intestino delgado também acontece a peristalse, pois o quimo é impulsionado através de ondas peristálticas. Elas podem acontecer em qualquer parte do intestino, mas sempre se movem na direção do ânus, sendo mais rápidas no intestino proximal e mais lentas no intestino terminal. Esta atividade peristáltica é regulada por sinais nervosos, sendo que diversos hormônios também podem afetá-la. O cólon tem algumas funções importantes: “(1) absorção de água e eletrólitos do quimo para formar fezes sólidas e (2) armazenamento de material fecal até que este possa ser expelido” (GUYTON; HALL, 2006, p. 788). Figura: Intestino Fonte: A.D.A.M., 2013 Imagem para fins didáticos Para que tudo seja compreendido de forma adequada, vamos estudar um pouco a anatomia da parede gastrointestinal. As fibras musculares lisas individuais no trato gastrointestinal medem cerca de 200 a 500 micrômetros de comprimento com diâmetro de 2 a 10 micrômetros, e se dispõem em feixes de até 1.000 fibras paralelas. Esse músculo é “excitado por atividade elétrica intrínseca, contínua e lenta nas membranas das fibras musculares” (GUYTON; HALL, 2011). O trato gastrointestinal possui um sistema nervoso próprio denominado de sistema nervoso entérico. Este se localiza inteiramente na parede intestinal, começando no esôfago e estendendo-se até o ânus. Este sistema nervoso contém em torno de 100 milhões deneurônios, quase a mesma quantidade existente na medula espinhal. Ele é muito desenvolvido e especialmente importante no controle dos movimentos e da secreção gastrointestinal. O sistema nervoso entérico libera diversas substâncias neurotransmissoras. Vamos citar algumas delas muito conhecidas: a acetilcolina, a norepinefrina, trifosfato de adenosina, serotonina, dopamina, colecistocinina, entre outras. As funções específicas de muitas delas ainda não estão suficientemente entendidas, no entanto vamos ver um pouco sobre o que elas podem fazer. “A acetilcolina excita a atividade gastrointestinal com mais frequência”, já “a norepinefrina quase sempre inibe a atividade gastrointestinal” (GALDINO, 2014). A atividade gastrointestinal se faz por meio de musculatura lisa, que ocorre em resposta à entrada de ions cálcio na fibra muscular. Os íons cálcio agem através de um “mecanismo de controle pela calmodulina, ativam os filamentos de miosina na fibra, fazendo com que forças de atração se desenvolvam entre os filamentos de miosina e os filamentos de actina, causando a contração muscular” (GUYTON; HALL, 2011). Essas contrações podem ser tônicas ou rítmicas. A contração tônica é contínua e geralmente dura por vários minutos ou até mesmo horas. Ela pode aumentar ou diminuir em intensidade, mas é sempre contínua. Vejam bem, em nosso sistema gastrointestinal temos um músculo que comanda seu funcionamento através de comando neurológico. Vocês sabiam disso? Mas vamos nos aprofundar um pouco mais. Existem também diversos hormônios que controlam a secreção gastrointestinal. Muitos destes hormônios também afetam a motilidade em algumas partes do trato gastrointestinal. Vamos estudar alguns dos mais importantes: A gastrina é secretada pelas células [...] do estômago em resposta a estímulos associados à ingestão de uma refeição, tais como a distensão do estômago, os produtos da digestão das proteínas e o peptídeo liberador de gastrina, que é liberado pelos nervos da mucosa gástrica durante a estimulação vagal. As ações primárias da gastrina são (1) estimulação da secreção gástrica de ácido e (2) estimulação do crescimento da mucosa gástrica. A colecistocinina é secretada pelas células “I” na mucosa do duodeno e do jejuno principalmente em resposta a produtos da digestão de gordura, ácidos graxos e monoglicerídeos nos conteúdos intestinais. Esse hormônio contrai fortemente a vesícula biliar, expelindo bile para o intestino delgado, onde esta tem funções importantes na emulsificação de substâncias lipídicas, permitindo sua digestão e absorção. A colecistocinina inibe ainda moderadamente a contração do estômago. Assim, ao mesmo tempo em que esse hormônio causa esvaziamento da vesícula biliar, retarda o esvaziamento do alimento no estômago, assegurando um tempo adequado para a digestão de gorduras no trato intestinal superior. A secretina foi o primeiro hormônio gastrointestinal descoberto e é secretada pelas células “S” na mucosa do duodeno em resposta ao conteúdo gástrico ácido que é transferido do estômago ao duodeno através do piloro. A secretina tem um efeito pequeno na motilidade do trato gastrointestinal e promove a secreção pancreática de bicarbonato que, por sua vez, contribui para a neutralização do ácido no intestino delgado. O peptídeo inibidor gástrico é secretado pela mucosa do intestino delgado superior, principalmente em resposta a ácidos graxos e aminoácidos, mas em menor extensão em resposta aos carboidratos. Possui um efeito brando na diminuição da atividade motora do estômago e, portanto, retarda o esvaziamento de conteúdos gástricos no duodeno quando o intestino delgado superior já está sobrecarregado com produtos alimentares. A motilina é secretada pelo duodeno superior durante o jejum, e sua única função conhecida é aumentar a motilidade gastrointestinal. A motilina é liberada ciclicamente e estimula ondas de motilidade gastrointestinal denominadas complexos mioelétricos interdigestivos que se propagam pelo estômago e pelo intestino delgado a cada 90 minutos em uma pessoa em jejum. A secreção de motilina é inibida após a digestão por mecanismos que ainda não estão totalmente entendidos (GUYTON, HALL, 2006, p. 276). Existem dois tipos funcionais de movimentos no trato gastrointestinal, que precisam ser explicados de forma detalhada: 1- Movimentos propulsivos, que fazem com que o alimento percorra o trato a uma velocidade apropriada para que ocorram a digestão e a absorção e 2- Movimentos de mistura, que mantêm os conteúdos intestinais bem misturados o tempo todo (GUYTON, HALL, 2006, p. 276). “O movimento propulsivo básico do trato” em questão chama-se “peristalse”. “Um anel contrátil ao redor do intestino surge em um ponto e move-se adiante, então qualquer material à frente do anel contrátil é movido adiante” (GUYTON, HALL, 2006, p. 276). Para que isto ocorra, precisa acontecer a distensão do trato gastrointestinal. Questão para reflexão Mas como isto acontece? Se uma grande quantidade de alimento se aglomera em qualquer ponto do intestino, a distensão da parede estimula o sistema nervoso entérico [...] deste ponto, o que faz surgir um anel contrátil que inicia um movimento peristáltico. Outros estímulos que podem deflagrar a peristalse incluem irritação química ou física do revestimento epitelial do intestino. (GUYTON, HALL, 2006, p. 276) Figura: Contração Peristátilca Fonte: Peristalse, 2006, p. 777 Imagem para fins didáticos Esta “peristalse pode ocorrer em ambas as direções a partir de um ponto estimulado, mas normalmente começa rapidamente na direção da boca e se mantém por uma distância considerável na direção do ânus” (ASCOLI, 2014). “Os movimentos de mistura podem diferir nas várias partes do trato alimentar. Em algumas áreas, as próprias contrações peristálticas causam a maior parte da mistura” (GUYTON, HALL, 2006, p. 777). Em outros momentos, contrações constritivas intermitentes locais ocorrem em regiões separadas por poucos centímetros da parede intestinal. Essas constrições geralmente duram apenas de 5 a 30 segundos, então novas constrições ocorrem em outros pontos no intestino, “triturando” e “separando” os conteúdos aqui e ali (GUYTON, HALL, 2006, p. 777). Estes dois tipos de movimentos podem ser modificados em diferentes partes do trato gastrointestinal. Vamos ver se vocês entenderam corretamente. Contrações de mistura é um tipo de motilidade que faz com que o quimo proveniente do estômago se misture com as enzimas. E peristaltismo é a propulsão do quimo ao longo de todo o tubo digestório. Agora, com a certeza da compreensão de vocês, podemos aprender um pouco mais sobre a ingestão e mistura dos alimentos. Questão para reflexão Vocês sabem o que acontece logo após nos alimentarmos? A quantidade de alimento que ingerimos é determinada principalmente pelo desejo de alimentos chamado fome. O tipo de alimento que se busca preferencialmente é determinado pelo apetite. Esses mecanismos são sistemas reguladores automáticos extremamente importantes, pois através deles mantemos um suprimento nutricional adequado para o corpo. Após nos alimentarmos, ativamos o mecanismo de mastigação e deglutição. No processo de mastigação, temos os dentes que foram projetados de forma engenhosa: os anteriores possibilitam a ação de cortar os alimentos, os posteriores têm ação de triturar. “Todos os músculos da mandíbula em conjunto conseguem aproximar os dentes com uma força de até 25 kgs nos dentes anteriores incisivos e 91 kgs nos dentes posteriores molares” (SILVA, 2012). O processo de mastigação é causada por um reflexode mastigação. A presença de um bolo de alimento na boca, primeiro, desencadeia a inibição reflexa dos músculos da mastigação, permitindo que a mandíbula inferior se abaixe. Isto, por sua vez, inicia um reflexo de estiramento dos músculos mandibulares, [...] causando o cerramento dos dentes, mas também comprime o bolo, de novo contra as paredes da cavidade bucal, o que inibe mais uma vez os músculos mandibulares, permitindo que a mandíbula desça e suba mais uma vez. [Pelo que vocês podem perceber], este processo é repetido continuamente [até engolirmos o alimento]; a presença de um bolo de alimento na boca desencadeia primeiramente a inibição reflexa dos músculos da mastigação, permitindo que a mandíbula inferior se abaixe. A mastigação é muito importante para a digestão de todos os alimentos, mas especialmente para a maioria das frutas e dos vegetais crus, com membranas de celulose indigeríveis, ao redor das porções de nutrientes, que precisam ser quebradas para que o alimento possa ser digerido. Além disso, o processo de mastigação ajuda na digestão dos alimentos, “porque” as enzimas digestivas só agem nas superfícies das partículas de alimentos; portanto, a intensidade da digestão depende, essencialmente, da área superficial total, exposta às secreções digestivas (GUYTON; HALL, 2011). Sem falar que quando trituramos adequadamente os alimentos, evitamos “escoriações no trato gastrointestinal e facilita o transporte do alimento, do estômago ao intestino delgado e para os sucessivos segmentos do intestino” (GUYTON; HALL, 2011). Para que estes alimentos passem da boca para o próximo segmento, precisamos deglutir. Este é um mecanismo complexo, porque a faringe serve tanto à respiração como à deglutição. Além disso, este mecanismo não deve interferir na respiração. A deglutição passa por três estágios, a seguir: 1ª – Estágio voluntário, que inicia o processo de deglutição, [...] [onde] o alimento é voluntariamente comprimido e empurrado para trás, em direção à faringe pela pressão da língua para cima e para trás contra o palato. 2ª – Estágio faríngeo, que é involuntário e constitui-se na passagem do alimento pela faringe até o esôfago; 3ª – Estágio esofágico, que é outra fase involuntária que transporta o alimento da faringe ao estômago. (GUYTON, HALL, 2006, p. 786). O estômago possui algumas funções motoras que precisamos analisar cuidadosamente. Estas funções estão associadas a: 1- Armazenamento de grandes quantidades de alimento até que ele possa ser processado no estômago, no duodeno e demais partes do intestino delgado; 2- Misturar esse alimento com secreções gástricas até formar uma mistura semilíquida denominada quimo; 3- Esvaziar lentamente o quimo do estômago para o intestino delgado, a uma vazão compatível com a digestão e a absorção adequadas pelo intestino delgado (GUYTON; HALL, 2011). Nosso organismo, através de suas glândulas secretoras, produz enzimas com diversas funções em todo o sistema digestório. Para que o nosso conhecimento fique completo, precisamos entender este mecanismo. Vamos estudar um pouco mais? Animem-se! As glândulas secretoras servem a duas funções primárias em todo o trato gastrointestinal: primeira, enzimas digestivas são secretadas na maioria das áreas do trato alimentar, desde a boca até a extremidade distal do íleo. Em segundo lugar, glândulas mucosas, desde a boca até o ânus, proveem muco para lubrificar e proteger todas as partes do trato alimentar. A maioria das secreções digestivas é formada apenas em resposta à presença de alimento no trato alimentar, e a quantidade secretada em cada segmento do trato é quase exatamente a quantidade necessária para a boa digestão. Além disso, em algumas partes do trato gastrointestinal, até mesmo os tipos de enzimas e outros constituintes das secreções variam de acordo com os tipos de alimentos presentes. Existem alguns mecanismos básicos de estimulação das glândulas do trato alimentar, um deles é o efeito do contato do alimento com o epitélio. Esta presença mecânica do alimento geralmente faz com que as glândulas daquela região, e muitas vezes de regiões adjacentes, produzam quantidades de moderadas a grande, de sucos. Existe também a estimulação autônoma, que através da estimulação dos nervos parassimpáticos para o trato alimentar quase sempre aumenta as taxas de secreção das glândulas. Um caso é o das glândulas da porção superior do trato, as glândulas salivares, as glândulas esofágicas, as glândulas gástricas, o pâncreas e as glândulas do duodeno. Ocorre também o estímulo através da estimulação dos nervos simpáticos, que vão para o trato gastrointestinal, causando um aumento de brando a moderado na secreção de algumas glândulas locais. Estas glândulas podem ser reguladas também através dos hormônios, que podem controlar o volume e as características químicas das secreções. Esses hormônios são liberados pela própria mucosa gastrointestinal em resposta à presença de alimento no lúmen do trato. Eles são secretados no sangue e transportados para as glândulas, onde as estimulam. As glândulas salivares possuem algumas características peculiares, e são secretadas pelas glândulas parótidas, as submandibulares e as sublinguais. A secreção diária da saliva normalmente é de 800 a 1.500 mililitros. A saliva contém dois tipos principais de secreção de proteína: (1) secreção serosa que contém ptialina[...] que é uma enzima para a digestão de amido, e (2) secreção mucosa que contém mucina para lubrificar e proteger as superfícies. As glândulas parótidas produzem quase toda a secreção de tipo seroso, enquanto as outras glândulas [...] produzem secreção serosa e mucosa. O pH da saliva [é em torno de] 6,0 a 7,0, faixa favorável à ação digestiva da ptialina (GUYTON; HALL, 2011). A saliva tem algumas funções importantes em nosso organismo: - O fluxo da saliva ajuda a lavar a boca das bactérias patogênicas, bem como das partículas de alimentos que provêm suporte metabólico [a elas]; - A saliva contém vários fatores que destroem as bactérias [...]; - A saliva [...] contém quantidades significativas de anticorpos protéicos que podem destruir as bactérias orais, [protegendo contra a cárie dentária] (GUYTON; HALL, 2011). Outro dado importante é que o estômago produz ácido clorídrico e sua produção é controlada por sinais endócrinos e nervosos. A secreção excessiva deste ácido pode provocar o que chamamos de gastrite, que afeta milhares de pessoal atualmente. Pessoal, para enriquecerem seu conhecimento e conhecer um pouco mais sobre a anatomia do sistema digestório, acessem este link:http://www.auladeanatomia.com/digestorio/sistemadig estorio.htm Chegamos ao fim da nossa webaula, onde vocês puderam conhecer e compreender um pouco sobre o funcionamento do trato gastrointestinal. Quero convidá-lo a refletir sobre este tema tão importante, analisando todos os detalhes para que futuramente possam compreender novos conteúdos a respeito da anatomia e fisiologia do corpo humano. Na próxima webaula estudaremos sobre a digestão e absorção gástrica, sobre o metabolismo dos carboidratos, das proteínas e das gorduras em nosso organismo. Até lá, pessoal, e no momento, um bom estudo para vocês! Profa. Poliana Milreu WEB AULA 2 Unidade 1 – Digestão e Absorção dos Alimentos Olá, pessoal. Vamos iniciar uma nova webaula? Estão animados? Espero que sim, porque vamos falar nesta web de um assunto muito atual que, tenho certeza, todos vocês já ouviram falar. Então vamos juntos entrar nesse conteúdo para entender um pouco mais sobre adigestão, a absorção e o metabolismo dos carboidatos, das gorduras e das proteínas em nosso organismo. Uma grande proporção das reações químicas das células do nosso corpo é voltada para a obtenção de energia a partir dos alimentos disponíveis para os diversos sistemas fisiológicos da célula. Por exemplo, há necessidade de energia para atividade muscular, secreção glandular, manutenção dos potenciais de membrana pelas fibras nervosas e musculares, síntese de substâncias nas células, absorção de alimentos do trato gastrointestinal e muitas outras funções. Questão para reflexão E de onde retiramos esta energia? Todos os alimentos energéticos - carboidratos, gorduras e proteínas – podem ser oxidados nas células, e durante este processo, então, grandes quantidades de energia são liberadas. Estes mesmos alimentos também podem ser queimados, com oxigênio puro, fora do organismo, num fogo verdadeiro, liberando também grandes quantidades de energia: neste caso, contudo, a energia é liberada subitamente, sob a forma de calor. A energia que os processos fisiológicos celulares necessitam não consiste em calor e sim em energia para os movimentos mecânicos, no caso da função muscular, para concentrar solutos no caso da secreção glandular, e para efetuar outras funções. Para fornecer esta energia, as reações químicas devem estar “acopladas” com os sistemas responsáveis por estas funções fisiológicas. Este acoplamento é obtido por meio de sistemas de enzimas celulares especiais e de transferência de energia. Então, vamos ver se vocês entenderam. Para nosso organismo ter energia para funcionar, precisamos ingerir os alimentos e depois oxidá-los nas células que estão dentro do nosso corpo, e a partir daí obteremos energia. A quantidade de energia liberada pela oxidação completa de um alimento é chamada de energia livre de oxidação dos alimentos. Questão para reflexão Vocês ouvirão falar muito, durante todo o curso, sobre o ATP celular. Mas qual é o significado desta sigla? O que é o ATP (trifosfato de adenosina)? É um elo essencial entre as funções que utilizam energia e as funções que produzem energia no organismo. A energia derivada da oxidação dos carboidratos, proteínas e das gorduras é usada para converter o difosfato de adenosina (ADP) em ATP, que é então consumido pelas diversas reações necessárias do organismo, já citadas acima, estas funções fisiológicas necessárias para manter e propagar a vida. “O ATP é um composto químico lábil presente em todas as células. [Ele] é uma combinação de adenina, ribose e três radicais fosfato” (GUYTON, HALL, 2006, p. 830). Veja o quadro abaixo, onde o ADP foi transformado em ATP, liberando energia para o metabolismo celular. Quadro: ATP Fonte: Guyton, Hall, 2006, p. 830 O ATP está presente em toda parte no citoplasma e no nucleoplasma de todas as células, e essencialmente todos os mecanismos fisiológicos que requerem energia para o seu funcionamento a obtêm diretamente do ATP. [...] Por sua vez, o alimento nas células é gradativamente oxidado, e a energia liberada é usada para formar novo ATP, mantendo assim sempre uma reserva desta substância (GUYTON, HALL, 2006, p. 830). Vamos estudar um pouco sobre o metabolismo da glicose? A glicose tem um papel central no metabolismo dos carboidratos, os produtos finais da digestão dos carboidratos são quase inteiramente glicose, frutose e galactose, sendo que a glicose representa em média 80% destes. Quase não existe frutose ou galactose no sangue, pois após sua absorção são rapidamente convertidas em glicose no fígado. “A glicose assim torna-se a via final comum para o transporte de quase todos os carboidratos para as células” (GUYTON, HALL, 2006, p. 830). A glicose deve ser transportada através da membrana para o citoplasma celular, antes mesmo de ser utilizada pelas células dos tecidos do corpo. Após a sua captação para o interior de uma célula, a glicose pode ser usada imediatamente para liberar energia ou pode ser armazenada sob a forma de glicogênio, que é um grande polímero da glicose. Todas as células do corpo são capazes de armazenar pelo menos algum glicogênio, mas algumas células são capazes de armazená-lo em grandes quantidades, especialmente as células hepáticas, que podem acumular até 5% a 8% de seu peso sob a forma de glicogênio e as células musculares, que podem armazenar entre 1% e 3% de glicogênio (GUYTON; HALL, 2011). O glicogênio celular pode sofrer ruptura (glicogenólise) e voltar a formar glicose nas células. Ela pode então ser utilizada de modo a fornecer energia. Quando a glicose não é imediatamente requerida como fonte de energia, a glicose extra, que penetra continuamente as células, é tanto armazenada sob a forma de glicogênio como convertida em lipídios. A glicose é preferencialmente armazenada como glicogênio até que as células tenham armazenado quantidades suficientes para fornecer energia para as necessidades do organismo por um período de apenas 12 a 24 horas. Quando as células que armazenam o glicogênio (primariamente células hepáticas e musculares) chegam perto da saturação com glicogênio, a glicose adicional é convertida em lipídios no fígado e nas células adiposas e armazenada sob a forma de gordura nas células adiposas. Vamos compreender como funciona o metabolismo dos lipídios. Quando a gordura que tiver sido armazenada no tecido adiposo for empregada em outras regiões do corpo para fornecer energia, ela deve, em primeiro lugar, ser transportada do tecido adiposo para o outro tecido. Seu transporte ocorre principalmente na forma de ácidos graxos livres. Isto ocorre pela hidrólise dos triglicerídeos de volta à forma de ácidos graxos e glicerol. Ao sair dos adipócitos, os ácidos graxos sofrem uma forte ionização no plasma, e a porção iônica se combina imediatamente com as moléculas de albumina das proteínas plasmáticas (GUYTON, HALL, 2006, p. 841). Vamos entender um pouco melhor tudo isso. Quando ingerimos carboidratos (que se transformam em glicose) e lipídios (gorduras), precisamos consumi-los para o nosso metabolismo funcionar, ou seja, gastar esta energia. Caso isto não aconteça, eles serão armazenados em forma de gordura nas células adiposas, que são a nossa grande reserva de energia para o momento necessário. Desta forma, o indivíduo precisa consumir o mesmo tanto que gasta, caso contrário o balanço calórico será positivo e guardará energia sob a forma de gordura em diversas partes do corpo. Este é um mecanismo muito complexo, e precisa ser estudado em detalhes. Vamos iniciar falando sobre a digestão e absorção no trato gastrointestinal. Os principais alimentos que sustentam a vida do corpo (claro, com exceção de pequenas quantidades de substâncias como vitaminas e sais minerais) podem ser classificados como carboidratos, gorduras e proteínas. Em geral, esses alimentos não podem ser absorvidos em suas formas naturais através da mucosa gastrointestinal e, por esta razão, são inúteis como nutrientes sem uma digestão preliminar. Então vamos estudar o processo pelo qual estes alimentos precisam passar para que nosso organismo possa absorvê-los. Mas, afinal, qual é este processo? Estes alimentos precisam ser hidrolisados para que possam ser absorvidos com facilidade. Os carboidratos são na sua maioria grandes polissacarídeos (macromoléculas) ou dissacarídeos, que são combinações de monossacarídeos ligados uns aos outros por condensação. Quando os carboidratos são digeridos, este processo é invertido e os carboidratos são convertidos a monossacarídeos. Enzimas específicasnos sucos digestivos se encarregam disso, separando os monossacarídeos. Figura: Imagem: Polissacarídeo Fonte: Ben Mills, 2009 Quase todas as gorduras de uma dieta consistem em triglicerídeos (gorduras neutras), formados por três moléculas de ácidos graxos condensadas com uma única molécula de glicerol. Durante a condensação, três moléculas de água são removidas. [Este processo chama-se hidrólise]. A digestão de triglicerídeos consiste no processo inverso: as enzimas digestivas de gorduras reinserem três moléculas de água em uma molécula de triglicerídeo e, assim, separam as moléculas de ácido graxo do glicerol. [Mais uma vez aconteceu a hidrólise] (GUYTON; HALL, 2011). As proteínas são formadas por múltiplos ácidos graxos que se ligam através de ligações específicas. Em cada ligação ocorrem ligações químicas por condensação que são desfeitas por hidrólise para que as proteínas possam ser digeridas. Percebam como o processo químico é simples, porque no caso dos três principais tipos de alimentos do dia a dia, o mesmo processo básico de hidrólise ocorre. A diferença está no tipo de enzima que é necessária para promover a hidrólise. Lembrando que todas estas enzimas envolvidas são proteínas. Vamos estudar um pouco mais o carboidrato, pois ele é um dos alimentos mais utilizados pelo ser humano. Algumas pessoas ingerem carboidratos sem sequer saber que estão fazendo isso. Vamos citar alguns tipos de carboidratos comuns em nossa alimentação: arroz, feijão, batata, massa, pães, bolachas, leite, entre outros. Existem três fontes principais de carboidratos na dieta humana normal. - Sacarose: um dissacarídeo conhecido popularmente como açúcar de cana - lactose: um dissacarídeo encontrado no leite - amido: um polissacarídeo presente em quase todos os alimentos de origem não animal [como, por exemplo, batatas e nos diferentes tipos de grãos]. Outros carboidratos ingeridos em menor quantidade são amilose, glicogênio, álcool, ácido lático, ácido pirúvico, pectinas, dextrinas e quantidades ainda menores de derivados de carboidratos nas carnes (GUYTON, HALL, 2006, p. 809). Quando o carboidrato é mastigado, “mistura-se com a saliva, que contém a enzima digestiva ptialina”, que “hidrolisa o amido no dissacarídeo maltose e em outros pequenos polímeros de glicose” (GUYTON, HALL, 2006, p. 809). O que não for hidrolisado na boca poderá continuar seu processo no estômago, sendo que no final cerca de 30% a 40% dos amidos terão sido hidrolisados para formar maltose. Terminarão seu processo no intestino delgado. Com relação a proteínas, “grande parte de sua digestão” acontece a nível de “intestino delgado superior, duodeno e jejuno, sob a influência de enzimas proteolíticas da secreção pancreática” (GUYTON, HALL, 2006, p. 810). Mais de 99% dos produtos finais da digestão das proteínas absorvidas são aminoácidos; raramente peptídeos e ainda mais raramente proteínas inteiras são absorvidas. As gorduras mais abundantes da dieta são as gorduras neutras, também conhecidas como triglicerídeos. A gordura neutra é um dos principais constituintes dos alimentos de origem animal, mas muito mais rara nos alimentos de origem vegetal. Os fosfolipídeos e os ésteres de colesterol contêm ácido graxo e são considerados gorduras. O colesterol é considerado gordura. Uma pequena quantidade de triglicerídeos é digerida no estômago pela lipase lingual. Essa digestão é inferior a 10% e geralmente sem importância. Essencialmente, toda a digestão das gorduras ocorre no intestino delgado. Grande parte da emulsificação da gordura acontece no estômago, que é a quebra física da gordura em partículas pequenas. Isto acontece no duodeno sob a influência da bile, secretada pelo fígado, que não contém nenhuma enzima digestiva. A bile contém uma grande quantidade de sais biliares e lecitina que emulsificam a gordura. A enzima mais importante para a digestão dos triglicerídeos é a lipase pancreática, presente em enormes quantidades no suco pancreático. Com relação à absorção dos nutrientes que vêm dos carboidratos, essencialmente são absorvidos sob a forma de monossacarídeos, e apenas uma fração é absorvida como dissacarídeos e quase nada de polissacarídeos maiores é absorvido. O mais abundante dos monossacarídeos absorvidos é a glicose, normalmente responsável por mais de 80% das calorias absorvidas sob a forma de carboidratos. A razão é que a glicose é o produto final da digestão do carboidrato mais abundante na dieta, o amido. Os outros 20% de monossacarídeos absorvidos são [galactose e frutose]; a galactose é derivado do leite e a frutose é um dos monossacarídeos do açúcar de cana (GUYTON; HALL, 2011). Veja este site e conheça os diversos tipos de amidos http://www.dietasgratis.com.br/alimentos-ricos-em- amido/ Questão para reflexão Mas como funciona o armazenamento de gordura em nosso corpo? Como funciona tudo isso? Você já parou para pensar como nosso corpo é complexo? Grandes quantidades de gordura estão armazenadas nos dois principais tecidos do corpo, o tecido adiposo e o fígado. O tecido adiposo é chamado normalmente de depósito de gordura. A principal função do tecido adiposo consiste em armazenar os triglicerídeos até que se tornem necessários para o suprimento de energia em outras partes do corpo. Outra função consiste em proporcionar isolamento térmico ao organismo. As células chamadas de adipócitos do tecido adiposo são fibroblastos modificados que armazenam triglicerídeos quase puros, em quantidade de até 80% a 95% de todo o volume celular. Estes triglicerídeos normalmente se encontram na forma líquida, isto é importante porque somente a gordura líquida pode ser hidrolisada e transportada a partir dos adipócitos. Os triglicerídeos nas células adiposas são renovados uma vez a cada duas ou três semanas, devido à troca rápida de ácidos graxos, o que significa que a gordura armazenada nos tecidos hoje não é a mesma que foi armazenada no mês passado. As principais funções do fígado no metabolismo dos lipídios são: - Degradar os ácidos graxos em pequenos compostos que podem ser usados como fonte de energia; - Sintetizar triglicerídeos principalmente a partir de carboidratos e em menor escala de proteínas; - Sintetizar outros lipídios a partir dos ácidos graxos. O uso de gorduras pelo corpo humano como fonte de energia é tão importante quanto o uso de carboidratos. “A primeira etapa na utilização de triglicerídeos como fonte de energia é sua hidrólise em ácidos graxos e glicerol”. Os dois são transportados no sangue para os tecidos ativos, onde vão ser oxidados para liberar energia. Quase todas as células “podem usar ácidos graxos como fonte de energia” (GUYTON; HALL, 2011). “O glicerol, quando penetra o tecido ativo, é imediatamente modificado pelas enzimas”, sendo metabolizado em “glicose e utilizado com fonte de energia” (GUYTON; HALL, 2011). Antes que os ácidos graxos possam ser empregados como energia, eles devem ser ainda mais processados. A degradação e a oxidação dos ácidos graxos ocorrem apenas na mitocôndria. Então ele precisa primeiro ser transportado até a mitocôndria, e aí sim são degradados e oxidados. (GUYTON; HALL, 2011). Então, significa que é mais fácil o nosso organismo utilizar o glicerol do que os ácidos graxos. Perceberam isso? Questão para reflexão E por que é importante a síntese e armazenamento das gorduras? Existem dois motivos: 1. A capacidade das diferentes células do corpo para armazenar os carboidratos sob a forma de glicogênio é, em geral pequena: no máximo algumas poucas centenas de gramas de glicogênio podem ser armazenadas no fígado,músculos esqueléticos e em todos os outros tecidos do corpo reunidos. Ao contrário, é possível armazenar diversos quilos de gordura. Portanto, a síntese de gorduras fornece um meio pelo qual o excesso de energia ingerida sob a forma de carboidratos (e proteínas) pode ser armazenado para uma utilização posterior. 2. Cada grama de gordura contém quase duas vezes e meia mais calorias de energia do que cada grama de glicogênio. Consequentemente, para um dado ganho de peso, uma pessoa é capaz de armazenar diversas vezes este valor de energia sob a forma de gordura e sob a forma de carboidratos, o que é extremamente importante quando alguém precisa de grande mobilidade para sobreviver (GUYTON; HALL, 2011). Questão para reflexão Existe a possibilidade de sintetizar triglicerídeos a partir de proteínas? Sim, isso é possível. Se uma pessoa ingere mais proteínas em suas dietas do que seus tecidos são capazes de utilizar, uma grande parte do excesso é armazenada como gordura. Agora, todo o excesso de carboidratos na dieta, se não for utilizado como energia, é armazenado sob a forma de depósito de gordura, por isso a ingestão calórica deve ser proporcional ao quanto o indivíduo gasta para sobreviver. No entanto, existem algumas situações em que há a possibilidade de retirar os triglicerídeos de dentro da célula adiposa. Uma dessas situações é o estímulo do sistema simpático. Por exemplo, se um indivíduo realizar exercícios pesados, ocorre: [...] liberação de epinefrina e norepinefrina pela medula adrenal como resultado de estímulos simpáticos. Estes dois hormônios ativam diretamente a lipase triglicerídeo hormônio-sensível, que está presente em abundância nas células adiposas, e ela causa uma rápida ruptura dos triglicerídeos e mobilização dos ácidos graxos. [...] Outros tipos de estresse que ativam o sistema nervoso simpático também podem aumentar a mobilização de ácidos graxos e sua utilização de uma maneira similar (GUYTON, HALL, 2006, p. 846). O estresse produz grandes quantidades de corticotropina pela hipófise anterior, e isto faz com que o córtex adrenal secrete quantidades adicionais de glicocorticoides. Os dois ativam a mesma lipase triglicerídeo hormônio-sensível. O hormônio do crescimento apresenta um efeito similar, apesar de mais fraco do que a corticotropina e os glicocorticoides na ativação da lipase, tendo um efeito mais leve. O hormônio tireoidiano causa uma mobilização rápida das gorduras, pois aumenta a taxa de metabolismo de energia em todas as células do corpo. Resumindo, existe uma enzima presente nas células adiposas que fica inativa, ela se chama lipase triglicerídeo hormônio-sensível, e em determinadas situações ela pode ser ativada e hidrolisar o triglicerídeo em ácido graxo e glicerol. A partir de tudo o que estudamos, entende-se que a ingestão de carboidratos, gorduras e proteínas fornece energia que pode ser usada para realizar as diferentes funções corporais ou armazenadas para uso posterior. A estabilidade do peso e da composição corporal por períodos prolongados exige que a ingestão e o gasto energético estejam em equilíbrio. Quando se come mais do que se gasta, o indivíduo tem um balanço calórico positivo, e a energia é armazenada sob a forma de gordura e o peso corporal aumenta; inversamente, a perda de massa corporal ocorre quando a ingestão energética é insuficiente para suprir as necessidades metabólicas corporais. Os alimentos possuem diferentes proporções de proteínas, carboidratos, gorduras, minerais e vitaminas, portanto deve-se manter o equilíbrio de ingestão para que todos os segmentos dos sistemas metabólicos corporais possam ser supridos. Vejam a tabela a seguir das calorias contidas nos carboidratos, nas proteínas e nos lipídios. Quadro: calorias Os carboidratos liberam para cada grama = 4 calorias Os lipídios liberam para cada grama = 9 calorias As proteínas liberam para cada grama = 4 calorias Fonte: O autor. Questão para reflexão Vocês conseguem imaginar quanto gastamos de calorias por dia? Em atletas e operários braçais, o gasto energético para o alto nível de atividade muscular pode ser da ordem de 6.000 a 7.000 calorias por dia, comparado a somente 2.000 calorias por dia para os indivíduos sedentários, ou até muitas vezes menos do que isso. Considerando uma pessoa de porte médio. Desse modo, um grande gasto energético associado ao trabalho físico normalmente estimula igualmente grandes aumentos na ingestão calórica. Para que vocês entendam um pouco mais sobre as calorias dos alimentos e a importância do equilíbrio energético em nosso corpo, assistam a este vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=9sf_GIAgSNE Terminamos nossa webaula e espero que tenham apreciado conhecer um pouco mais sobre o metabolismo dos alimentos e sua utilização em nosso organismo. Estudem, tirem suas dúvidas caso tenham alguma e não deixem de entrar no Fórum para compartilhar os conhecimentos adquiridos. Tenham um ótimo estudo! Profa. Poliana Milreu Referências ADAM. 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