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Direito Processual do Trabalho II 1º Bimestre - 10/03 → Prova Individual (4,0 pontos) - 07/04 → Prova Bimestral (6,0 pontos) 2º Bimestre - 05/05 → Prova Individual (3,5 pontos) - 21 à 23/05 → Congresso Jurídico (0,5 ponto) - 09/06 → Prova Bimestral (4,0 pontos) - 09/06 → Prova Interdisciplinar (2,0 pontos) Recursos Trabalhistas A impugnação (meio de se opor a uma decisão judicial) dos provimentos judiciais se restringe somente aos recursos? Não, há outros meios, como: a) Ações autônomas: buscam impugnar a decisão judicial criando uma nova relação processual. Exemplo: ação rescisória, mandado de segurança, ação anulatória, habeas corpus, etc. b) Os sucedâneos recursais: são todos os meios de impugnação que não se incluem no conceito de recurso ou de ação autônoma de impugnação. - As providências corretivas: destinadas a corrigir erros materiais existentes na decisão. Exemplo: erros de grafia (CLT, arts. 883 e 897-A) - divergência doutrinária. - As providências ordenadoras do procedimento: têm como objetivo corrigir atos de procedimento praticados pelos magistrados, que tumultuam ou atentam contra a ordem processual. Exemplo: correição parcial, chamar o feito à ordem. - O reexame necessário (Súmula nº 303, TST), pedido de reconsideração. c) Os recursos - art. 893, CLT e na legislação esparsa. Dos Recursos: Art. 893 - Das decisões são admissíveis os seguintes recursos: a) embargos; b) recurso ordinário; c) recurso de revista; d) agravo; Conceito: Etimologicamente, a palavra “recurso” provém do latim (recursus), dando-nos a ideia da repetição de um caminho anteriormente percorrido. É o remédio voluntário idôneo a ensejar, dentro do mesmo processo, a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração de decisão judicial que se impugna. Sentido Amplo: É um remédio, isto é, um meio de proteger o direito: ações, recursos processuais ou administrativos, exceções, contestação, reconvenção, medidas cautelares. Sentido Restrito: É a provocação de um novo julgamento, na mesma relação processual, da decisão pela mesma ou por outra autoridade judiciária superior. Características: Remédio Voluntário: O recurso é a manifestação do poder de ação, em decorrência da inércia do poder judiciário. A remessa de ofício (reexame necessário) não é um recurso, ocorre automaticamente, sem provocação da Fazenda Pública. Dentro da mesma Relação Processual: O recurso tem a ideia de retorno, de volta à análise da decisão judicial dentro da mesma relação processual. Retarda, por isso, o trânsito em julgado da decisão. Enseja: 1. Reforma da Decisão Impugnada: Significa modificar o julgado, ou seja, proferir decisão diferente da pronunciada pelo órgão a quo. Está ligada ao error in judicado, isto é, erro de julgamento, sendo, portanto, vício de conteúdo. 2. A Invalidação (anulação) da Decisão Impugnada: Busca impugnar a decisão judicial que contém vício processual (formal). Nesse caso, visa ao error in procedendo (erro de procedimento), objetivando não a reforma da decisão, mas sua retirada do mundo jurídico e que, no seu lugar, uma decisão seja proferida. 3. Esclarecimento da Decisão Impugnada: Tem como finalidade afastar a decisão obscura e/ou contradição da decisão. É alcançado por meio dos embargos de declaração. 4. A Integração da Decisão Impugnada: Objetiva complementar a prestação jurisdicional, suprimindo duas lacunas, o que também ocorre por meio dos embargos de declaração. Natureza Jurídica: Corrente Minoritária: Aduz ser o recurso uma ação autônoma diversa daquela que deu origem à demanda, ao instaurar uma nova relação processual. Corrente Majoritária: Defende ser o recurso um prolongamento do exercício do direito de ação, pois os meios autônomos seriam, por exemplo, o mandado de segurança e a ação rescisória. Sistemas Recursais: Sistema Ampliativo: É aquele que admite inúmeros recursos, de maneira a assegurar aos litigantes o amplo direito de impugnação das decisões judiciais. Dito de outro modo, no sistema ampliativo não existe decisão irrecorrível. É o princípio de duplo grau de jurisdição, e seu escopo consiste, basicamente, em outorgar maior segurança jurídica aos julgados. Sistema Limitativo: Nem todas decisões judiciais são impugnáveis por recurso. No caso das decisões proferidas pelas VT no procedimento sumário, por exemplo, o art. 2º, § 4º, da Lei nº 5.587/70 deixa transparecer que a legislação processual trabalhista brasileira adota parcialmente o sistema limitativo ao estabelecer que: Salvo quando versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das decisões nos dissídios de alçada a que se refere o parágrafo anterior (valor da causa fixado em dois salários mínimos), considerando, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação. Na súmula 640, TST, diz que: é cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal. Conferir maior celeridade ao processo trabalhista, máxime se considerarmos a natureza nitidamente alimentícia dos créditos vindicados nos dissídios individuais trabalhistas. Doutrinadores sustentam a incompatibilidade do dispositivo legal com os princípios constitucionais do duplo grau de jurisdição, do contraditório e da ampla defesa (art, 5º, LV, CF), ainda mais quando a própria CF veda a vinculação do salário mínimo para qualquer fim (art. 7o, IV, in fine). Classificação dos Recursos: 1. Quanto ao Objeto Imediato do Recurso: a) Recurso de Natureza Ordinária: Visa a tutela do direito subjetivo (interesse particular da parte), de modo que permite a rediscussão ampla da matéria, seja de direito ou de fato. Podem estar fundamentados no mero inconformismo com a decisão judicial (injustiça da decisão). ● Exemplo: Recurso ordinário, agravo de petição, embargos de declaração, agravo interno e/ou regimental, pedido de revisão (lei 5.584/70) e agravo de instrumento. b) Recurso de Natureza Extraordinária: Funda-se na tutela do direito objetivo (a lei), buscando a sua exata aplicação. Por visar à exata aplicação do direito, tais recursos impedem a verificação fática, inclusive o reexame de provas, ficando restritos à análise de direito (Súmula nº 126, TST). ● Exemplo: Recurso de revista e embargos para SDI. 2. Quanto à fundamentação: a) Fundamentação Livre: Aquela que não se liga a determinado defeito ou vício da decisão, ou seja, a lei não exige que o recurso aponte, especificamente, determinado vício, havendo necessidade apenas de que a parte não se conforma com a decisão impugnada. ● É o que ocorre, por exemplo, no recurso ordinário. b) Fundamentação Vinculada: Aquela em que a lei exige que o recorrente indique algum vício específico na decisão impugnada. ● Embargos de declaração em que a parte deverá, obrigatoriamente, demonstrar a presença de omissão, contradição ou obscuridade na decisão impugnada. ● Recurso de revista, no qual se deve demonstrar a violação da lei Federal ou Constituição Federal ou divergência jurisprudencial. 3. Quanto à Extensão da Matéria Impugnada: a) Recurso Total: Quando o recurso abrange toda a parcela em que a parte recorrente foi sucumbente. Isso quer dizer que a abrangência total está ligada à parte sucumbente (em que foi vencido) e não, necessariamente, ao conteúdo total da decisão impugnada. ● Exemplo: O reclamante postula horas extras e o décimo terceiro salário e férias + ⅓, será julgado apenas o pedido de féria + ⅓. Se o reclamante apresentar recurso sobre as horas extras e o décimo terceiro salário, seu recurso será total, pois impugnou todos os objetos em que foi sucumbente. b) Recurso Parcial: Quando impugna somente parte do objeto em que foi sucumbente da decisão. ● Exemplo: O reclamante postula horas extras, décimo terceiro salárioe férias + ⅓, sendo julgado procedente apenas o pedido de férias + ⅓. Se o reclamante apresentar recurso sobre as horas extras , seu recurso será parcial, pois deixou transitar em julgado a improcedência do pedido de décimo terceiro salário. 4. Quanto à Independência: a) Recurso Independente (Principal): É aquele que tem vida própria, condicionando-se exclusivamente aos seus pressupostos de admissibilidade para que seja alcançado o mérito do recurso. b) Recurso Subordinado (Adesivo): Como o próprio nome já indica, é o recurso que se subordina a outro recurso, dependendo da admissibilidade deste último para que seja conhecido. Recurso Adesivo previsto no art. 997, § 1º e 2º, do CPC. Efeitos dos Recursos Efeito devolutivo: Está previsto no art. 899. O efeito devolutivo em extensão é reflexo do princípio do dispositivo, já que é a parte que decide se impugna todos os Já o efeito devolutivo em profundidade destaca o princípio impositivo, pois todos os fundamentos lançados aos autos são reanalisados pelo poder judiciário, mesmo sem pedido da parte recorrente. 17/02/2025 – Segunda - Feira Além do efeito devolutivo, temos também o efeito devolutivo em extensão. Efeito Devolutivo em Extensão: Ele pode ser de maneira total ou parcial, quem define isso é a parte que faz o recurso. Efeito Devolutivo em Profundidade: Destaca o princípio impositivo, pois todos os fundamentos lançados aos autos são reanalisados pelo poder judiciário, mesmo sem pedido da parte recorrente. Súmula 399, TST. Efeito Suspensivo: O efeito suspensivo aplica-se em caráter excepcional. Súmula 414, TST. Lei 7.701/88, Art. 7º, § 6º. Via de regra não cabe efeito suspensivo em recursos trabalhistas. Efeito Translativo: Alguns doutrinadores falam que este efeito é o mesmo que o devolutivo em profundidade. É a possibilidade do Tribunal analisar o recurso, além disso o Tribunal conhece como matéria de ordem pública. Efeito Regressivo: Impedimento do magistrado prolator da sentença de reconsiderá-la após a publicação, ou seja, a partir do momento que ele prolata a sentença, ele não pode reconsiderar, quem vai analisar isso é o Tribunal. Efeito Substitutivo: A decisão do Tribunal vai substituir a sentença. Decisão do Tribunal que não admite recurso, não provoca a substituição da decisão anterior, que somente se dá quando o mérito recursal é julgado, mesmo que seja para manter a decisão. Se o recurso não for admitido não sobe o recurso. Efeito Extensivo: Art. 1.005, CPC. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses. Pressupostos Recursais: Estamos falando de conhecimento e provimento: Conhecimentos: Requisitos formais. O juízo de admissibilidade recursal, que é dupla. Provimento: Análise de mérito, analisar o direito da parte que recorreu. O Art. 878, CLT só cabe na execução definitiva, não pode ser na provisória. Temos duas correntes referente aos embargos de declaração, se são dotados de natureza recursal ou não: 1ª Corrente (tradicional minoritária): Defende que não gozam de natureza recursal; não são julgados por outro órgão judicial e sim pelo mesmo que proferiu a decisão embargada; não há previsão para o contraditório, interrompem o prazo para recurso, não objetivam reforma da decisão. O grande objetivo é inteira, completar a decisão, para futura interposição do recurso principal; Se têm por escopo sanar omissão, contradição ou obscuridade no julgado, não servem para a modificação da decisão que é da essência de qualquer recurso. 2ª Corrente (moderna e majoritária): são dotados de natureza recursal. Um dos princípios que regem os recursos processuais é o da taxatividade ou da legalidade, somente será considerado recurso se houver previsão legal nesse sentido. Não tem apenas a função de inteirar, completar a decisão, suprindo omissão, contradição ou obscuridade no julgado. Ao opor embargos, é possível pleitear ao próprio juiz ou tribunal a modificação do julgado, consubstanciando o efeito modificativo ou infringente. Os embargos declaratórios têm o grande objetivo de todo e qualquer recurso, qual seja, a reforma do julgado. O STF, veio robustecer a tese defendida pela segunda corrente, pelo menos quando se tratar de embargos interpostos contra omissão do julgado que possa ocasionar efeito modificativo da decisão. É obrigatória a instauração do contraditório e os embargos podem ocasionar reforma do julgado. O fato de os embargos não se submeterem ao duplo grau de jurisdição não desfigura a sua natureza recursal, a exemplo do recurso de embargos de divergência no TST. A SBDI-1 do TST editou a OJ no 192: Em dobro o prazo para a interposição de embargos declaratórios por pessoa jurídica de direito público. Não tivesse a natureza de recurso, inexistiria embasamento legal para tal verbete. Em regra, a finalidade principal dos embargos de declaração, diferentemente do que se dá com os demais recursos, repousa não na modificação da decisão por eles hostilizada, mas tão somente no seu esclarecimento ou na sua complementação, salvo quando tais vícios puderem ocasionar efeito modificativo do julgado. Duplo juízo de admissibilidade recursal: Direito processual do Trabalho. Na CLT cabe somente embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de 5 dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subsequente e a sua apresentação registrado na certidão, admitindo efeito modificativo na decisão. A Fazenda Pública, o MPT e a Defensoria, têm o prazo em dobro de 10 dias. Preparo: Depósito das custas recursais, salvo embargos de declaração, pois este é isento de custas. São recursos trabalhistas isentos de preparo, tanto das custas quanto depósito recursal. Hipóteses de Cabimento: 1º) Efeito Integrativo ou Completivo: São cabíveis para inteiras, completar o julgado. Assim, servem para sanar omissão, contradição ou obscuridade no julgado (sanar OCO). Omissão: Quando juiz não se pronuncia sobre questão processual relevante. Exemplo: O juiz omisso em relação a algum pedido ou prova produzida nos autos. Contradição: Quando o magistrado é contraditório em sua decisão. Exemplo: O dispositivo contradiz a fundamentação da sentença. Obscuridade: Quando há dificuldade de entendimento do teor da decisão do juiz. Há um movimento moderno da doutrina em prol da simplificação da linguagem jurídica. O CPC, no art. 1.022, III, trouxe outra modalidade de oposição de embargos declaratórios para aclarar a decisão, qual seja, corrigir erro material. Considera Omissa a Decisão que: 1. Deixar de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos aplicável ao caso sob julgamento; 2. Deixar de manifestar sobre incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento; 3. Se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; 4. Empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; 5. Invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; 6. Não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; 7. Se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; 8. Deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. Contradição Quando houver incoerência interna na decisão: Exemplo: O juiz, na fundamentação, entende que o reclamante não fazia horas extraordinárias, mas no dispositivo condena a empresa a pagá-las. A contradição poderá ocorrer na fundamentação,no dispositivo, entre a fundamentação e o dispositivo, bem como entre a ementa e o corpo do acórdão. Portanto, impõe-se que a incongruência seja dentro da decisão. Desse modo, não há falar em contradição quando a parte, por exemplo, interpõe embargos alegando que a decisão contraria as provas nos autos. Nesse caso, que se busca é a reforma da decisão e não o afastamento de contradição que, obrigatoriamente deverá ser dentro da própria decisão. Obscuridade: Quando falta clareza ou precisão da decisão. O art. 897-A da CLT fez alusão apenas à omissão, contradição e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso, quando os embargos forem dotados de efeito modificativo, nada tratando sobre a obscuridade. Isso ocorre porque a obscuridade não terá efeito modificativo, pois “o que faz pronunciamento é só esclarecer o teor do primeiro, dando-lhe a interpretação autêntica. Desse modo, pensamos que o art. 1.022 do NCPC, deve ser aplicado subsidiariamente ante a omissão e compatibilidade com a seara trabalhista (CLT, art. 769), incidindo, portanto, os embargos de declaração na hipótese de obscuridade. Pensar de forma adversa será permitir que a prestação da jurisdição que apenas o julgados entende, não se preocupando se o jurisdicionado compreendeu ou não o provimento jurisdicional. Correção de Erro Materiais: No processo civil, a possibilidade de correção de erros materiais por meios dos embargos de declaração é expressa no art. 1.022, III do CPC. No processo do trabalho, a correção de tais erros não dependem da interposição de embargos de declaração, podendo ocorrer de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, por simples petição, como prevê o art. 897-A, § 1º, CLT. Nada impede, de a parte se utilizar dos embargos de declaração para correção de tais erros, mas não é necessariamente necessário. Quais são as espécies de decisões judiciais suscetíveis de oposição de embargos de declaração? O entendimento é pacífico em relação às sentenças e aos acórdãos. A controvérsia é acentuada quanto às decisões interlocutórias. Prevalece o entendimento favorável ao cabimento dos embargos de declaração em fase de decisões interlocutórias. O art. 1.022, caput, CPC dispõe que cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial, o que sedimenta o entendimento acima consignado. 2º) Efeito Modificativo ou Infringente (Art. 897-A (...) § 2º, CLT): Eventual efeito modificativo dos embargos de declaração somente poderá ocorrer em virtude da correção de vício na decisão embargada e desde que ouvida a parte contrária, no prazo de 5 dias. Pleitear a reforma ou a modificação do julgado, nos casos de omissão, contradição ou manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. Assim, o efeito infringente ou modificativo no bojo dos encargos declaratórios somente é cabível nos seguintes casos: omissão, contradição, manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. Exemplo: Vamos supor uma reclamação trabalhista cujo objeto é o pedido de adicional de insalubridade, com a fundamentação fática de que o empregado presta serviços em contato com agente nocivos à saúde. Ele já possui laudo pericial comprovando a insalubridade do local de prestação de serviços, e a respectiva consta na lista de atividades insalubres do MTE. Esse laudo é anexado aos autos. O pedido é julgado improcedente por insuficiência de provas, visto que o juiz é omisso quanto à prova pericial. É cabível a oposição de embargos de declaração ventilando o efeito modificativo ou infringente, havendo a possibilidade jurídica da reforma do julgado pelo magistrado. Manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos de recurso (Art. 897-a parte final CLT): Os pressupostos extrínsecos/objetivos do recurso são requisitos de admissibilidade recursal, dizem respeito aos aspectos formais e processuais da própria decisão impugnada ou do próprio recurso em si. Exemplo: A regularidade formal, o preparo, a tempestividade, etc. Os recursos passam por dois juízos de admissibilidade recursal (juízo a quo e juízo ad quem), em regra. O objetivo é analisar o preenchimento dos pressupostos recursais. Equívoco no juízo a quo, o recurso cabível será o agravo de instrumento; e se houver um equívoco no juízo ad quem, o recurso será agravo regimental. Se houver um manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso, um erro anormal ou crasso, dada a sua celeridade, são cabíveis os embargos de declaração com o objetivo de dar regular processamento ao recurso, cuja interposição foi denegada. Decisão Monocrática do Relator: O cabimento dos embargos de declaração da decisão monocrática do relator, proferida com base no art. 932 do CPC, passa pela análise do conteúdo do recurso, ou seja, se os embargos de declaração pretendem: ● Apenas juízo integrativo da decisão; ● Modificação do julgado. Súmula 421 TST. Embargos de Declaração. Cabimento. Decisão monocrática do relator calcada no art. 932 do CPC de 2015. Art. 557 do CPC de 1973. I. Cabem embargos de declaração da decisão monocrática do relator prevista no art. 932 do CPC, se a parte pretende tão somente juízo integrativo retificador da decisão e, não, modificação do julgado. II. Se a parte postular revisão no mérito da decisão monocrática, cumpre ao relator converter dos embargos de declaração em agravo, em face dos princípios da fungibilidade e celeridade processual, submetendo-o ao pronunciamento do Colegiado, após a intimação do recorrente para, no prazo de 5 dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências do Art. 1.021, § 1º, CPC. 3º) Prequestionamento: Apresentam a função de prequestionar a matéria, objetivando a futura interposição de recursos de natureza extraordinária (recurso de revista, embargos no TST e recurso extraordinário). Há prequestionamento quando o tribunal se manifesta sobre a matéria ou questão discutida em sede de recurso de natureza ordinária. Somente se admite recurso de natureza extraordinária se em sua decisão o magistrado se manifestou acerca da tese trazida em debate. Súmula 297 TST: Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito. Caso haja omissão do tribunal, são cabíveis embargos de declaração objetivando o respectivo pronunciamento sobre o tema pelo próprio órgão prolator, sob pena de preclusão. Isso somente é possível se a matéria tiver sido invocada no recurso principal (recurso de natureza ordinária, que admite a rediscussão de fatos e provas). A tese da inconstitucionalidade do prequestionamento, por ofensa aos princípios do duplo grau de jurisdição e amplo acesso ao Judiciário, e não há negativa de acesso ao Judiciário, mas sim limitação quanto à interposição de recursos em prol da efetividade e celeridade processual, prevalece o entendimento de que o prequestionamento é constitucional. Prequestionamento tácito: Existe quando, opostos os embargos de declaração para fins de prequestionamento, o Tribunal continua omisso quanto à pronúncia explícita sobre questão jurídica invocada no recurso principal. Juízos de Admissibilidade Recursal: Em regra, os recursos trabalhistas passam por dois juízos de admissibilidade recursal, onde se submetem à análise do preenchimentos dos pressupostos recursais no juízo a quo e no juízo ad quem. Exceção: Os embargos de declaração representam uma exceção, passando por um único juízo de admissibilidade recursal. São opostos e julgados perante o próprio juiz ou tribunal que proferiu a decisão impugnada, havendo a coincidência do único juízo de admissibilidade recursal com o juízo de mérito. Por questões de terminologia, o correto é falar “opor” embargos de declaração e não “interpor” embargos, em decorrência do único juízo de admissibilidaderecursal. Interrupção dos Prazos Recursais: Há discussão doutrinária e jurisprudencial sobre a interrupção dos prazos pelos embargos declaratórios: 1ª Corrente: a simples oposição dos embargos declaratórios têm o condão de interromper o prazo do recurso principal. 2ª Corrente: a interrupção do prazo do recurso principal depende do conhecimento dos embargos de declaração. O § 3o do art. 897-A da CLT, os embargos de declaração interrompem o prazo para interposição de outros recursos, por qualquer das partes, salvo quando intempestivos, irregular a representação da parte ou ausente a sua assinatura. CPC - Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso. 24/03/2025 – Segunda - Feira Agravo de Petição do Agravo de Instrumento Art. 897, a, CLT É cabível contra despacho denegatório de seguimento de recurso no juízo a quo (primeiro juízo de admissibilidade recursal). Em regra, os recursos trabalhistas passam por dois juízos de admissibilidade, em que se analisa o preenchimento ou não dos pressupostos recursais pelo recorrente. Caso o primeiro juízo de admissibilidade, indevidamente, entenda que o recurso não preenche um dos requisitos e denegue seguimento, o recurso cabível a ser interposto com o escopo do regular processamento do recurso denegado é o agravo de instrumento. O agravo de instrumento é a “chave para destrancar recurso no juízo a quo” Juízos de Admissibilidade Recursal: O recurso deverá ser interposto perante o Órgão do Judiciário Trabalhista que denegou seguimento ao recurso, sendo este o juízo a quo, responsável pelo primeiro juízo de admissibilidade recursal. Assim, será possível o exercício do juízo de retratação ou de reconsideração pelo magistrado que denegou seguimento ao recurso. Trata-se do efeito regressivo do agravo de instrumento. Já o juízo ad quem é o Órgão do Judiciário Trabalhista competente para o julgamento do recurso denegado. Assim, o agravo será julgado pelo Tribunal que seria competente para conhecer o recurso cuja interposição foi denegada. Se houver despacho denegatório de seguimento de recurso no juízo ad quem (segundo juízo de admissibilidade recursal), o recurso a ser interposto para o regular processamento do recurso denegado não é o agravo de instrumento, e sim o agravo regimental (interno). Se um Desembargador do Tribunal Regional do Trabalho, no exercício do segundo juízo de admissibilidade recursal, indevidamente, denegar monocraticamente o seguimento de um recurso por entender que ele não preenche um dos pressupostos recursais, o recurso cabível será: O AGRAVO REGIMENTAL. Agravo de Instrumento: É cabível contra despacho denegatório de seguimento de recurso no juízo a quo (primeiro juízo de admissibilidade recursal). Agravo Regimental (Interno): É cabível contra despacho denegatório de seguimento no juízo ad quem (segundo juízo de admissibilidade recursal). No âmbito do TST, em especial no primeiro juízo de admissibilidade dos embargos no TST, a ser realizado pelo Presidente do TST, já não é mais cabível a interposição de agravo de instrumento, e sim de agravo regimental. No Processo do Trabalho, uma das grandes características dos recursos trabalhistas é a irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias. Na hipótese de decisão interlocutória proferida pelo magistrado trabalhista, não é cabível a interposição de recurso imediato ou direto, somente sendo admitida a apreciação de seu merecimento em recurso da decisão definitiva (recurso mediato ou indireto). Decisão terminativa faz coisa julgada apenas formal, porque termina o processo sem resolução do mérito; decisão definitiva faz coisa julgada formal e material termina o processo com a análise do mérito. Na seara processual trabalhista, o agravo de instrumento é o recurso cabível contra despacho denegatório de seguimento de recurso no juízo a quo (primeiro juízo de admissibilidade recursal). Na esfera trabalhista, há uma série de situações reiteradas nas quais a concessão de tutela antecipada é o instrumento hábil a salvaguardar o direito da parte em razão do decurso do tempo de tramitação do processo e, deste, o risco de dano. Exemplo: a) a concessão de tutela antecipada para determinar a reintegração imediata ao emprego e o restabelecimento de plano de assistência à saúde a empregado enfermo que goza potencialmente de estabilidade; b) a concessão de tutela antecipada para o pagamento de verbas rescisórias de caráter alimentar. Em todos esses casos, a tramitação do processo até decisão final, sem salvaguarda antecipada, impõe ao demandante graves prejuízos que maculam e esvaziam o próprio provimento jurisdicional final, ainda que, por evidente, em alguns casos a concessão da tutela de urgência cujo objeto seja obrigação de pagamento deve ser avaliada com toda a cautela pela possibilidade de posterior arquivamento do feito pela ausência da parte reclamante. O objeto da tutela antecipada, conforme disposto no art. 893, § 1o, da CLT, classificado como decisão interlocutória, poderia ser submetido a recurso juntamente com a decisão final. A reclamada poderia se opor à tutela antecipada em sede de Recurso Ordinário, ofertando protesto antipreclusivo contra a decisão que concedeu a tutela antecipada e, assim, evitando a preclusão. Logo, exige-se o manejo de medida imediata para a obtenção de efeitos também céleres e eficazes, a saber: a impetração de Mandado de Segurança contra a tutela provisória. O agravo de instrumento deve ser interposto, no prazo de oito dias. Para a Fazenda Pública, o MPT e a Defensoria Pública, o prazo será em dobro, portanto, 16 dias. O prazo para contrarrazões será de oito dias, salvo para o MPT, que terá o prazo em dobro. O agravado será intimado para oferecer resposta ao agravo e ao recurso principal, instruindo-a com as peças que considerar necessárias ao julgamento de ambos os recursos. O agravante deverá formar o respectivo instrumento, que é formado por um conjunto de peças processuais, sob pena de não conhecimento do agravo. O agravante poderá instruir a petição de interposição do agravo com peças facultativas, ou seja, as que ele reputar úteis ao deslinde da matéria de mérito controvertida. Preparo: Na fase de conhecimento, o agravo de instrumento é isento de custas. Na fase de execução trabalhista, há necessidade de recolhimento de custas. Sequência de Atos Processuais: 1. Juízo a quo denegou seguimento ao recurso interposto; 2. O agravante interpõe o agravo de instrumento no próprio juízo que denegou seguimento ao recurso, permitindo-se o juízo de retratação ou de reconsideração; 3. Caso o Órgão do Judiciário Trabalhista se retrate, o recurso “trancado” terá o seu regular processamento, com a intimação da parte contrária para oferecimento de contrarrazões; 4. Em contrapartida, se o Órgão do Judiciário Trabalhista não se retratar, o agravado será intimado para oferecer resposta ao agravo e ao recurso principal (contraminuta do agravo e contrarrazões do recurso), instruindo-a com as peças que considerar necessárias ao julgamento de ambos os recursos; 5. Caso provido o agravo, a Turma deliberará sobre o julgamento do recurso principal, observando-se, se for o caso, daí em diante, o procedimento relativo a esse recurso. 31/05/2025 – Segunda - Feira Agravo de Petição: É o recurso próprio para impugnar decisões proferidas no curso do processo (ou da fase) de execução. Prazos: Em regra geral dos recursos trabalhistas, qual seja, são 08 dias para minuta a contraminuta. Com exceção da Fazenda Pública, do MPT e do DP, que o prazo é em dobro, ou seja, 16 dias. Preparo: Em relação às custas, o agravante deverá recolher o importe de R$44,26, conforme dispõe o art. 789-A (sempre de responsabilidade do executado e pagas ao final), VI, CLT. Atenção: O art. 40 da Lei8.177/90 (estabelece regras para a desindexação da economia e dá outras providências) não menciona agravo de petição para depósito recursal. Súmula 128 TST: Depósito Recursal: I - É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer recurso. (ex-Súmula no 128 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.03, que incorporou a OJ no 139 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998); II - Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5o da CF/1988. Havendo, porém, elevação do valor do débito, exige-se a complementação da garantia do juízo. (ex-OJ no 189 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) III - Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide. (ex-OJ no 190 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) Observação: (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nos 139, 189 e 190 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 Agravo de Petição para Decisão Interlocutória (Não Cabimento): A decisão proferida em sede de impugnação aos cálculos (art. 879, § 2o, CLT) possui natureza interlocutória, o que a torna irrecorrível de imediato, mas não impede que a matéria seja discutida após a garantia integral da execução, com abertura de prazo para o ajuizamento dos embargos à execução pelos Executados, nos termos art. 884, § 3o, CLT. Agravo de Petição para Decisão Interlocutória (Conhecimento): Não há como se admitir agravo de petição contra decisão interlocutória ou mero despacho, proferidos na fase de execução, sob pena de se violar o disposto no artigo 893, parágrafo 1o e 897, a da CLT. Hipótese de Cabimento: É o recurso cabível contra as decisões terminativas (sem resolução do mérito) e definitivas (com resolução do mérito) proferidas na fase de execução trabalhista, abrangendo a liquidação. O Agravo de Petição é o Recurso Ordinário da execução trabalhista. Assim, podemos mencionar como exemplos os casos dos embargos à execução e os embargos de terceiro. Ambos gozam da natureza jurídica de ação de conhecimento. Se ajuizados na fase de execução trabalhista, o magistrado proferirá sentença, e dessa decisão caberá agravo de petição a ser julgado pelo Tribunal Regional do Trabalho. Quanto à “sentença” de liquidação, ou seja, o ato judicial que resolve o incidente processual de liquidação de sentença, é preciso atentar para o que dispõe o § 3o do art. 884 da CLT: “Somente nos embargos à penhora poderá o executado impugnar a sentença de liquidação, cabendo ao exequente igual direito e no mesmo prazo”. A “sentença de liquidação” não é recorrível e, sim, impugnável por embargos à penhora (rectius, embargos do executado) ou impugnação do credor, sendo certo que esses remédios processuais não possuem natureza jurídica de recursos. No processo do trabalho não cabe agravo de petição para atacar decisão, seja na fase de conhecimento ou na fase de execução, que denegar assistência judiciária à parte, tendo em vista o princípio da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias (CLT, art. 893, § 1º) Juízos de Admissibilidade: Depende da instância em que a execução está tramitando. Caso a execução esteja tramitando no primeiro grau de jurisdição trabalhista, o juízo a quo do agravo de petição será a Vara do Trabalho e o juízo ad quem, o Tribunal Regional do Trabalho. Se a execução estiver tramitando no segundo grau de jurisdição trabalhista, o juízo a quo do agravo de petição será o Tribunal Regional do Trabalho e o juízo ad quem, o próprio TRT, presidido pela autoridade recorrida. Isso é possível porque no Tribunal Regional existe uma hierarquia de órgãos: Desembargador – Turma – Seção – Pleno. Assim, ainda que a execução trabalhista esteja tramitando na segunda instância, o julgamento do agravo de petição será pelo próprio Tribunal Regional do Trabalho, pelo órgão previsto no Regimento Interno do Tribunal. Contribuições Sociais: De acordo com o § 8o do art. 897 da CLT, quando o agravo de petição versar apenas sobre as contribuições sociais, o juiz da execução determinará a extração de cópias das peças necessárias, que serão autuadas em apartado, e remetidas à instância superior para apreciação, após contraminuta.