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Direito Civil VIII (2º Bimestre) Carga horária 51 horas; 03 Créditos Professor: Adriano Lichtenberger Parra Bibliografia Básica DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro – v04 – Direito das coisas. São Paulo: Saraiva, 2020. GOMES, Orlando. Direitos reais. Rio de Janeiro: Forense, 2012. NERY JR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Instituições de Direito Civil – v04 – Direitos Patrimoniais e Reais. São Paulo: RT, 2016. Bibliografia Complementar: GOMES, Orlando. Direitos Reais. Rio: GEN-Forense, 2017. RIZZARDO, Arnaldo. Direitos das coisas. Rio: GEN-Forense, 2016. STOLZE GAGLIANO, Pablo. PAMPLONA Filho, Rodolfo. Manual de direito civil – vol. único. São Paulo: Saraiva, 2020. TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil – vol. único. São Paulo: GEN-Método, 2019. VENOSA, Silvio de Salvo. Direito civil: direitos reais. v. 04. São Paulo: Saraiva, 2019. Aula 1 - 06/10 1) Usufruto, Uso e Habitação · Nessa aula, nós iremos estudar esses 3 institutos (uso, usufruto e habitação). Cabe mencionar que existe sempre uma especificação entre esses três. O usufruto é o mais amplo, na sequência o uso e, por fim, a habitação é a mais específica dos três. 1.1) Usufruto 1.1.1) Características Importantes · Trata-se de direito real oponível erga omnes; · Inalienável; · Permitida a cessão a título gratuito ou oneroso; · Arrendamento, aluguel, comodato; · Em virtude da possibilidade de cessão há a possibilidade de penhora processual; • Usufrutuário fica provisoriamente privado do direito de retirar da coisa os frutos que ela produz; • O juiz que deferir a penhora nomeará um administrador do imóvel; • Os frutos produzidos e colhidos servirão para pagar o credor até que se extinga totalmente a dívida. · Nós temos um direito real e, como tal, ele também é passível de registro. Então, como todo direito real, para que se ocorra a publicização e a eficácia erga omnes, é necessário ir até o Cartório de Registro de Imóveis e registrar o respectivo direito real que o detentor possua. O registro, com consequente publicização e eficácia erga omnes é necessário para os três institutos (usufruto, uso e habitação). · Também inerente aos três institutos (usufruto, uso e habitação) vem a ser a característica da inalienabilidade. Então, não é possível alienar; é próprio da pessoa que o detém. O que se permite, em alguns casos (uso e usufruto), vem a ser uma cessão à título gratuito ou até onerosa. Ex: alguém falece e deixa um testamento. Nesse testamento, a pessoa dispôs, em cláusula testamentária, que o seu filho X terá a propriedade de um determinado bem. Não obstante, o filho Y vai ter o usufruto desse bem deixado para o filho X. Ou seja, quem vai poder se utilizar desse bem, vai ser o filho Y. Pelo usufruto, ele vai se utilizar do bem e essa utilização do filho Y pode ser para ele próprio ou para terceiro (aluguel, arrendamento, etc). O que ocorre? Normalmente, na maioria das vezes, esse usufruto terá o caráter vidual (vai perdurar pela vida do usufrutuário). Nesse sentido, apenas com o falecimento do usufrutuário é que teremos a extinção do usufruto e o filho X terá a plena possibilidade de utilização da coisa. · Como nós temos a possibilidade de o usufrutuário (filho Y) poder transmitir para um terceiro aquela utilização, este bem que é inalienável (nunca deixará de estar na esfera jurídica do usufrutuário), poderá, não obstante, ser penhorado. Como assim? Vamos supor que o usufrutuário tenha uma dívida. Tendo uma dívida, ele não tem o bem, porque o bem é do filho X. No entanto, em virtude dele poder realizar uma cessão, os nossos tribunais tem entendido que é passível, desde que se requeira, que este objeto do usufruto seja concedido a uma pessoa (credor) para que o credor retire os frutos dessa coisa. Ou seja, ele (credor) vai poder alugar, vai poder extrair, de lá, frutos naturais ou eventuais, etc. Enfim, ele terá a oportunidade de extrair os frutos para o pagamento da dívida. Nesse caso, o filho Y não tem a propriedade, porque a propriedade é do filho X. No entanto, ele pode ceder, tanto a título gratuito quanto à título oneroso, a coisa da qual ele é usufrutuário. Em virtude de terceira pessoa poder utilizar da coisa, a jurisprudência entende, perfeitamente, que nós podemos ter, mediante uma ordem judicial, o deferimento da penhora em face do usufruto constituído, para que o credor, ao se utilizar da coisa, possa alugá-la ou extrair os frutos a ela correspondentes. · O usufrutuário não perde o dinheiro de usufruto, o que ocorreria se este pudesse ser penhorado e arrematado por terceiro. Daí a impossibilidade da venda forçada em hasta pública; · Perde apenas, temporariamente, o exercício desse direito, em razão da penhora; · Se a dívida for do nu-proprietário, a penhora pode recair sobre os seus direitos. · Nu-proprietário tem o direito de dispor da coisa; · O imóvel pode ser penhorado e alienado em hasta pública; · A todo tempo, inclusive depois da arrematação, incidirá sobre ele o direito real de usufruto. · É importante mencionar que, com a realização da cessão ao credor, o usufrutuário não vai perder o direito do usufruto. A partir do instante que todos os frutos são retirados/recolhidos e o montante devido é integralizado, a penhora não mais subsistirá e retorna a possibilidade do usufrutuário poder se utilizar da coisa. Então, é temporário o prazo que a pessoa ficará sem poder se utilizar do bem. · Mas e se a dívida for do nu-proprietário? O nu-proprietário tem a propriedade; ele vai poder dispor da coisa. No caso do proprietário (filho X que tem a nu-propriedade), a dívida sendo dele, também poderá recair a penhora sobre a nu-propriedade. Só que, aqui, é diferente: a pessoa pode, eventualmente, até arrematar a nu-propriedade em hasta pública (titularidade é transferida, por exemplo, do filho X para o credor W). No entanto, o credor W terá que respeitar o usufruto de Y. Então, o credor W não vai poder se utilizar da coisa e terá que aguardar o falecimento de Y. Ora, quem se interessaria nisso? Ninguém. Então, a possibilidade de termos, em hasta pública, uma penhora sobre uma nu-propriedade é quase inoperante. Não gera reflexo prático algum, pois ninguém quer arrematar um imóvel para não poder se utilizar dele enquanto não ocorrer a morte do usufrutuário. Isso é muito pior quando estamos diante de vários usufrutuários (“Y”, “Z”, “A” e “B”). Por quê? Porque, morto o “Y”, a parte do “Y” acresce a “Z”, a “A” e a “B”. Morto o “Z”, a parte do “Z” acresce a “A” e a “B”. Morto o “A”, a parte de “A” acresce ao “B”. Então, no final de tudo, é “B” que vai ter o usufruto do bem como um todo. Só que isso vai demorar muito tempo, tornando-se inócuo o ato processual requerido. 1.1.2) Constituição e Objeto · Amplitude dos bens passíveis de usufruto; · Art. 1.390. O usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades. · Determinação legal; · Estabelecido pela lei em favor de certas pessoas, como o usufruto dos pais sobre os bens do filho menor; • Art. 1.689. O pai e a mãe, enquanto no exercício do poder familiar: • I – são usufrutuários dos bens dos filhos; · Negócio jurídico (manifestação de vontade); · Contrato contrato estabelecido entre partes visando a constituição do usufruto; • Bem imóvel escritura; • Bem móvel não a solenidade; · Testamento disposição de última vontade; • Testamenteiro. · Qual é o objeto de um usufruto? Nós termos do art. 1.390 do CC: “O usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades” de acordo com esse dispositivo, o usufruto pode recair sobre móveis, imóveis, sob o patrimônio todo, ou sob uma fração especificada. Então, nós temos uma plena autonomia da vontade no usufruto. Só que a constituição não é somente através da manifestação da autonomia da vontade. Nós também temos uma constituição de usufruto por lei. A lei determina que em determinados fatosde imediato. · Substituição da garantia; · Necessidade para impossibilitar a antecipação da execução; · Efeitos 1446; · Art. 1.446. Os animais da mesma espécie, comprados para substituir os mortos, ficam sub-rogados no penhor. • Parágrafo único. Presume-se a substituição prevista neste artigo, mas não terá eficácia contra terceiros, se não constar de menção adicional ao respectivo contrato, a qual deverá ser averbada. · Tudo é solene. 1.1.4.4) Penhor Industrial e Mercantil · (D) Penhor Industrial e Mercantil; · Muitas vezes temos uma indústria (que transforma, por exemplo, trigo em farinha, dentro da própria fazenda), por isso tratamos desse tipo de penhor. · Objeto atenção à finalidade do empreendimento; · Art. 1.447. Podem ser objeto de penhor máquinas, aparelhos, materiais, instrumentos, instalados e em funcionamento, com os acessórios ou sem eles; animais, utilizados na indústria; sal e bens destinados à exploração das salinas; produtos de suinocultura, animais destinados à industrialização de carnes e derivados; matérias-primas e produtos industrializados. · Constituição Cartório de Imóveis; · Art. 1.448. Constitui-se o penhor industrial, ou o mercantil, mediante instrumento público ou particular, registrado no Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição onde estiverem situadas as coisas empenhadas. · Por que imóveis? Pois aqui estaremos diante de bens cuja natureza é de pertença. · Possibilidade de emissão de título de crédito; · Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívida, que garante com penhor industrial ou mercantil, o devedor poderá emitir, em favor do credor, cédula do respectivo crédito, na forma e para os fins que a lei especial determinar. · Cédula permite a agilidade das negociações. · Alienação das coisas empenhadas somente com anuência expressa; · Art. 1.449. O devedor não pode, sem o consentimento por escrito do credor, alterar as coisas empenhadas ou mudarlhes a situação, nem delas dispor. O devedor que, anuindo o credor, alienar as coisas empenhadas, deverá repor outros bens da mesma natureza, que ficarão sub-rogados no penhor. · Direito de vistoria; · Art. 1.450. Tem o credor direito a verificar o estado das coisas empenhadas, inspecionando-as onde se acharem, por si ou por pessoa que credenciar. 1.1.4.5) Penhor de Direitos e Título de Créditos · (E) Penhor de Direitos e Título de Créditos · Objeto do direito real direitos suscetíveis de transmissão; · Ex: pessoa que possui um warrant e debênture pode dá-los em garantia. · Art. 1.451. Podem ser objeto de penhor direitos, suscetíveis de cessão, sobre coisas móveis. · Art. 1.452. Constitui-se o penhor de direito mediante instrumento público ou particular, registrado no Registro de Títulos e Documentos. • Parágrafo único. O titular de direito empenhado deverá entregar ao credor pignoratício os documentos comprobatórios desse direito, salvo se tiver interesse legítimo em conservá-los. · Necessidade de notificação do devedor; · Conhecimento para adimplemento correto; · Não sabendo, continuaria a pagar ao primitivo detentor do direito; · Art. 1.453. O penhor de crédito não tem eficácia senão quando notificado ao devedor; por notificado tem-se o devedor que, em instrumento público ou particular, declarar-se ciente da existência do penhor. · Art. 1.454. O credor pignoratício deve praticar os atos necessários à conservação e defesa do direito empenhado e cobrar os juros e mais prestações acessórias compreendidas na garantia. · Caso continue pagando ao credor primitivo (devedor pignoratício), responderá solidariamente; • Art. 1.460. O devedor do título empenhado que receber a intimação prevista no inciso III do artigo antecedente, ou se der por ciente do penhor, não poderá pagar ao seu credor. Se o fizer, responderá solidariamente por este, por perdas e danos, perante o credor pignoratício. · Procedimentos de cobrança; · Art. 1.455. Deverá o credor pignoratício cobrar o crédito empenhado, assim que se torne exigível. Se este consistir numa prestação pecuniária, depositará a importância recebida, de acordo com o devedor pignoratício, ou onde o juiz determinar; se consistir na entrega da coisa, nesta se sub-rogará o penhor. · Parágrafo único. Estando vencido o crédito pignoratício, tem o credor direito a reter, da quantia recebida, o que lhe é devido, restituindo o restante ao devedor; ou a excutir a coisa a ele entregue. · Recebimento pelo devedor pignoratício exceção; · Art. 1.457. O titular do crédito empenhado só pode receber o pagamento com a anuência, por escrito, do credor pignoratício, caso em que o penhor se extinguirá. · Direitos do credor pignoratício 1459 (resumo explicitado pela lei). · I - conservar a posse do título e recuperá-la de quem quer que o detenha; · II - usar dos meios judiciais convenientes para assegurar os seus direitos, e os do credor do título empenhado; · III - fazer intimar ao devedor do título que não pague ao seu credor, enquanto durar o penhor; · IV - receber a importância consubstanciada no título e os respectivos juros, se exigíveis, restituindo o título ao devedor, quando este solver a obrigação. 1.1.4.6) Penhor de Veículos · (F) Penhor de Veículos; · Art. 1.461. Podem ser objeto de penhor os veículos empregados em qualquer espécie de transporte ou condução. · Qual a finalidade que se terá fixado o penhor (atividade/finalidade)? Transporte, então é possível o penhor de veículos. · Constituição pelo registro em Cartório de Títulos e Documentos; · Art. 1.462. Constitui-se o penhor, a que se refere o artigo antecedente, mediante instrumento público ou particular, registrado no Cartório de Títulos e Documentos do domicílio do devedor, e anotado no certificado de propriedade. • Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívida garantida com o penhor, poderá o devedor emitir cédula de crédito, na forma e para os fins que a lei especial determinar. · Direito à vistoria; · Art. 1.464. Tem o credor direito a verificar o estado do veículo empenhado, inspecionando-o onde se achar, por si ou por pessoa que credenciar. · Vencimento antecipado do crédito mudança ou alienação sem prévio conhecimento; · Art. 1.465. A alienação, ou a mudança, do veículo empenhado sem prévia comunicação ao credor importa no vencimento antecipado do crédito pignoratício. · Prazo máximo 2 anos (prazo máximo do penhor); · Art. 1.466. O penhor de veículos só se pode convencionar pelo prazo máximo de dois anos, prorrogável até o limite de igual tempo, averbada a prorrogação à margem do registro respectivo. 1.1.4.7) Penhor Legal · (G) Penhor legal; · Hipóteses em que a lei determina a existência do penhor; · Independe de convenção; · Art. 1.467. São credores pignoratícios, independentemente de convenção: • I - os hospedeiros, ou fornecedores de pousada ou alimento, sobre as bagagens, móveis, joias ou dinheiro que os seus consumidores ou fregueses tiverem consigo nas respectivas casas ou estabelecimentos, pelas despesas ou consumo que aí tiverem feito; • II - o dono do prédio rústico ou urbano, sobre os bens móveis que o rendeiro ou inquilino tiver guarnecendo o mesmo prédio, pelos aluguéis ou rendas. · Necessidade de valores ostensivos à porta dos estabelecimentos; · Art. 1.468. A conta das dívidas enumeradas no inciso I do artigo antecedente será extraída conforme a tabela impressa, prévia e ostensivamente exposta na casa, dos preços de hospedagem, da pensão ou dos gêneros fornecidos, sob pena de nulidade do penhor. · Possibilidade de tomar em garantia mais de um bem; · Art. 1.469. Em cada um dos casos do art. 1.467, o credor poderá tomar em garantia um ou mais objetos até o valor da dívida. · Direito de retenção antecipado, com posterior homologação judicial; · Somente a apreensão trata-se de uma pretensão a penhor futuro. · Art. 1.470. Os credores, compreendidos no art. 1.467, podem fazer efetivo o penhor, antes de recorrerem à autoridade judiciária, sempre que haja perigo na demora, dando aos devedores comprovante dos bens de que se apossarem. · Art. 1.471. Tomado o penhor, requereráo credor, ato contínuo, a sua homologação judicial. 1.2) Direitos Reais de Laje · Realidade de bairros e cidades; · Foi inserido no Código em virtude da realidade do Brasil. · Interesse municipal na arrecadação de impostos; · Regulamentando essas situações, o Poder Público poderá ter hipóteses de incidência tributárias aptas a arrecadar impostos. · Possibilidade de instituição de projetos sociais e urbanísticos; · § 5º Os Municípios e o Distrito Federal poderão dispor sobre posturas edilícias e urbanísticas associadas ao direito real de laje. · Construção base que realiza a superfície superior ou escavação inferior para nova moradia; · Art. 1.510-A. O proprietário de uma construção-base poderá ceder a superfície superior ou inferior de sua construção a fim de que o titular da laje mantenha unidade distinta daquela originalmente construída sobre o solo. · § 1º O direito real de laje contempla o espaço aéreo ou o subsolo de terrenos públicos ou privados, tomados em projeção vertical, como unidade imobiliária autônoma, não contemplando as demais áreas edificadas ou não pertencentes ao proprietário da construção-base. · Cada unidade terá uma tributação individualizada; · § 2º O titular do direito real de laje responderá pelos encargos e tributos que incidirem sobre a sua unidade. · Existência de matrículas próprias, sem atribuição de fração do terreno; · § 3º Os titulares da laje, unidade imobiliária autônoma constituída em matrícula própria, poderão dela usar, gozar e dispor. · Cada um tem uma matrícula própria. · § 4º A instituição do direito real de laje não implica a atribuição de fração ideal de terreno ao titular da laje ou a participação proporcional em áreas já edificadas. · Despesas para fruição e uso; · Art. 1.510-C. Sem prejuízo, no que couber, das normas aplicáveis aos condomínios edilícios, para fins do direito real de laje, as despesas necessárias à conservação e fruição das partes que sirvam a todo o edifício e ao pagamento de serviços de interesse comum serão partilhadas entre o proprietário da construção-base e o titular da laje, na proporção que venha a ser estipulada em contrato. · Autonomia da vontade para as despesas de manutenção e conservação. · § 1º São partes que servem a todo o edifício: • I - os alicerces, colunas, pilares, paredesmestras e todas as partes restantes que constituam a estrutura do prédio; • II - o telhado ou os terraços de cobertura, ainda que destinados ao uso exclusivo do titular da laje; • III - as instalações gerais de água, esgoto, eletricidade, aquecimento, ar condicionado, gás, comunicações e semelhantes que sirvam a todo o edifício; e • IV - em geral, as coisas que sejam afetadas ao uso de todo o edifício. · § 2º É assegurado, em qualquer caso, o direito de qualquer interessado em promover reparações urgentes na construção na forma do parágrafo único do art. 249 deste Código. · Pode-se dividir as despesas destinadas a toda a construção. · Possibilidade de sucessão para direitos sucessivos de lajes; · Autorização expressa do titular da construção base e demais lajes; · Observância dos Códigos de posturas de Edificações dos Municípios; · § 6º O titular da laje poderá ceder a superfície de sua construção para a instituição de um sucessivo direito real de laje, desde que haja autorização expressa dos titulares da construção-base e das demais lajes, respeitadas as posturas edilícias e urbanísticas vigentes. · Ex: se o morador da laje quiser construir mais um andar sobreposto ao seu, poderá assim fazer, desde que o morador do primeiro andar autorize. · Impossibilidade de modificação arquitetônica; · Art. 1.510-B. É expressamente vedado ao titular da laje prejudicar com obras novas ou com falta de reparação a segurança, a linha arquitetônica ou o arranjo estético do edifício, observadas as posturas previstas em legislação local. · Direito de preferência; · Art. 1.510-D. Em caso de alienação de qualquer das unidades sobrepostas, terão direito de preferência, em igualdade de condições com terceiros, os titulares da construção-base e da laje, nessa ordem, que serão cientificados por escrito para que se manifestem no prazo de trinta dias, salvo se o contrato dispuser de modo diverso. · § 1º O titular da construção-base ou da laje a quem não se der conhecimento da alienação poderá, mediante depósito do respectivo preço, haver para si a parte alienada a terceiros, se o requerer no prazo decadencial de cento e oitenta dias, contado da data de alienação. · § 2º Se houver mais de uma laje, terá preferência, sucessivamente, o titular das lajes ascendentes e o titular das lajes descendentes, assegurada a prioridade para a laje mais próxima à unidade sobreposta a ser alienada. · Ruína da construção base; · Art. 1.510-E. A ruína da construção-base implica extinção do direito real de laje, salvo: • I - se este tiver sido instituído sobre o subsolo; • II - se a construção-base não for reconstruída no prazo de cinco anos; · Parágrafo único. O disposto neste artigo não afasta o direito a eventual reparação civil contra o culpado pela ruína. image1.png image2.pngjurídicos, nós teremos o usufruto legal. Que atos são esses? São atos jurídicos latu senso e estão dispostos no art. 1.689 do CC, a saber: · O pai e a mãe o pai e a mãe são usufrutuários dos bens dos filhos. Não importa qual seja o estado civil do pai e da mãe. O que importa, aqui, para se determinar o usufruto legal relativo aos bens dos filhos é continuar com o poder familiar. Ademais não importa se nós temos a guarda unilateral conferida a apenas um dos pais; ambos, mesmo existindo uma guarda unilateral, terão o usufruto legal dos bens dos filhos; · Negócio jurídico tanto faz se for bilateral (ex: contrato) ou unilateral (ex: testamento). Então, tanto faz se nós estamos diante de um negócio jurídico bilateral inter vivos (contrato) ou unilateral causa mortis (testamento). O que precisaremos observar é que, em se tratando de bem imóvel, há necessidade de escritura pública, isso tanto para o contrato, quanto para o testamento. Como assim? À medida que a pessoa faça um testamento e essa pessoa morre, esse testamento precisa ser validado em juízo. Com o procedimento de validação do testamento, o juiz vai dar uma sentença e, com isso, esse testamento pode seguir um caminho extrajudicial ou judicial, a depender do que os herdeiros desejarem. Em sendo extrajudicial, teremos uma partilha, que vai ser concretizada e formalizada através de uma escritura. Em sendo judicial, teremos uma partilha formalizada através de uma sentença. No entanto, seja escritura, seja sentença, em se tratando de bens imóveis, ambos precisarão de registro. · Usucapião; · Art. 1.391. O usufruto de imóveis, quando não resulte de usucapião, constituir-se-á mediante registro no Cartório de Registro de Imóveis. · Requisitos preenchidos e vontade de estabelecer a relação jurídica; • Não há formalização inicial; · Possibilidade de o objeto ser um bem móvel consumível; · Quase-usufruto ou usufruto impróprio; • Usufrutuário ficará obrigado a restituir coisa equivalente (mútuo?); · Em contrapartida, temos o usufruto próprio tem por objeto coisas inconsumíveis e infungíveis. · Art. 1.391 do CC dispõe que: “O usufruto de imóveis, quando não resulte de usucapião, constituir-se-á mediante registro no Cartório de Registro de Imóveis” nós estamos diante da possiblidade de constituição de uma usucapião em um usufruto. Em que circunstâncias? Por óbvio, nós não estamos falando de nenhuma hipótese legal; estamos falando de uma manifestação de vontade. Então, nós estamos falando de um contrato bilateral, que não foi devidamente registrado para constituição de um usufruto. Feito isso, o usufrutuário precisa de uma declaração judicial para que ocorra o devido registro e a devida publicidade com eficácia erga omnes daquela usucapião. Isso ocorre em face de duas circunstâncias (causas de pedir). Quais são elas? Ou a recusa ou, eventualmente, através de uma sucessão por parte do nu-proprietário. Portanto, através da recusa ou da sucessão nós poderemos ter a legitimidade da causa de pedir da usucapião em um usufruto. · A utilização de um bem por parte de uma pessoa também pode ser um bem móvel (ex: trator, veículo, etc). A questão, aqui, é: e se o bem móvel for de natureza consumível (a partir do momento em que é utilizado, ele se destrói na sua substância)? Nesse caso, estaremos falando de um quase usufruto ou de um usufruto impróprio, porque, à medida que se destrói a coisa com a sua utilização, a restituição daquela coisa não ocorrerá por aquela que foi entregue, mas por outra coisa. Então, a restituição de coisa equivalente é somente realizada em se tratando de bem móvel e consumível. A contrário sensu, se nós estivermos diante de um bem inconsumível e infungível, nós estaremos diante de um usufruto próprio. · Conforme estudamos, no usufruto há possibilidade de utilização da coisa e a pessoa pode se utilizar da coisa de maneira própria ou ceder para terceiro. Essa utilização por terceiro pode ser a título gratuito ou oneroso. Em se tratando de utilização, se a coisa for um bem móvel e consumível, nós estaríamos diante de um mútuo? Sim, podemos ter todas as características de um mútuo. Não obstante, quando nós falamos de um mútuo, nós estamos falando de um contrato (relação jurídica de caráter pessoal), que não tem a solenidade dos direitos reais, muito menos sobre coisas alheias. Então, a partir do instante em que nós tenhamos a instituição, via autonomia da vontade, de um usufruto impróprio, nós teremos a publicidade e a eficácia erga omnes, que não acontece nesse caso. 1.1.3) Outras Espécies de Usufruto · Vitalício e com prazo determinado; · Observação: doador que estabelece cláusula de inalienabilidade, quando da doação (permanece como usufrutuário); • Gravame só poderá ser cancelado após sua morte; • Falecendo este, cancelam-se o usufruto e a cláusula de inalienabilidade de caráter temporário; • Possibilidade de permanecer a inalienabilidade. · Próprio e impróprio. · Quais são as espécies de usufruto? Vamos mencioná-las a seguir: · Usufruto vitalício (vidual) ele se extinguirá somente com a morte do usufrutuário; · Usufruto com prazo determinado para o seu exercício a pessoa, normalmente, faz um testamento e, ao fazer esse testamento, ela deixa, para uma pessoa, o usufruto de um bem, que não poderá ser alienado. Se a pessoa não pode alienar o bem, nós poderíamos falar da instituição de uma cláusula de inalienabilidade? Sim. Retomando o nosso exemplo, poderemos ter, via testamento, a incidência, para o filho X, da cláusula de inalienabilidade sobre a nu-propriedade e, para o filho Y, o usufruto do bem. Isso é muito comum no planejamento sucessório. Ex: avô, através de um testamento, concede uma propriedade para o neto (A), estabelecendo uma cláusula de inalienabilidade em face daquela nu-propriedade e confere a possibilidade do usufruto para o pai do seu neto (B). Isso significa dizer que o (B) vai poder utilizar e administrar a coisa por toda a sua vida e, com o falecimento de (B) já há a transferência automática, bastando que se leve a certidão de óbito de (B) para o Cartório. · Simultâneo e sucessivo; · Simultâneo constituído em favor de duas ou mais pessoas, ao mesmo tempo, extinguindo-se gradativamente em relação a cada uma das que faleceram; • Poderá estipular o direito de acrescer, à medida que forem falecendo; • Art. 1.411. Constituído o usufruto em favor de duas ou mais pessoas, extinguir-se-á a parte em relação a cada uma das que falecerem, salvo se, por estipulação expressa, o quinhão desses couber ao sobrevivente. · Sucessivo instituído em favor de uma pessoa, para que depois de sua morte transmita-se a terceiro. Essa modalidade não é admitida pelo nosso ordenamento, que prevê a extinção do usufruto pela morte do usufrutuário. · Continuando na nossa classificação, temos que o usufruto ainda pode ser: · Simultâneo duas ou mais pessoas, ao mesmo tempo, tendo o usufruto de um determinado bem. Ex: um avô constituiu um usufruto de uma fazenda para os netos (“A”, “B”, “C”, “D” e “E”). À medida que os netos forem morrendo, há o direito de acrescer. Então, morto o “A”, a parte do “A” acresce a “B”, a “C”, a “D” e a “E”. Mas e os herdeiros do “A”, eles não têm direito algum? Não, a parte que é cabível do usufruto vai para “B”, “C”, “D” e “E”. O que os herdeiros teriam direito seria no caso de uma nua propriedade no usufruto, nós temos duas pessoas (uma pessoa que tem o poder de alienar a coisa e outra pessoa que vai poder utilizar a coisa). Então, à medida que a pessoa seja uma nua proprietária, podemos estar falando de uma transmissão dessa condição e, aí, poderemos falar de herança. · Sucessivo se no usufruto simultâneo é ao mesmo tempo, no sucessivo, a coisa é diferente. Ex: um usufruto é estabelecido em favor de “A”, “B” e “C”. Com o falecimento de “A”, vai para “B” e, com a morte de “B”, vai para “C”. O nosso ordenamento jurídico adota essa prática do usufruto sucessivo? Não. Hoje em dia, não pode. 1.1.4) Direitos do Usufrutuário · Direito à posse, uso, administração e percepção dos frutos; · Os frutos pertencemao usufrutuário (sejam eles civis ou naturais); · Se o objeto do usufruto for títulos de crédito direito à percepção de frutos e cobrar os respectivos devedores do título; · Usufrutuário pode ceder a utilização; nem ele ou o cessionário poderão modificar a destinação do bem; · Exceção autorização expressa. · Quais são os direitos do usufrutuário? Ele tem direito à posse, ao uso, a administração e a percepção dos frutos. Os frutos pertencem ao usufrutuário, não importa a natureza jurídica deles (fruta, granito, dividendos de ações, etc). Também se admitem títulos de crédito (tem direito de cobrar, eventualmente, os juros reativos ao crédito que está representado pela Cartur - debêntures, warrant, etc). · O usufrutuário vai poder ceder a utilização da coisa. Ex: nós temos um nu proprietário “A” e ele concede o usufruto dessa nu-propriedade a “B”. “B”, por seu turno, pode ceder e, assim o faz, a “C”. Ora, os frutos vão ser recolhidos por quem? Pelo cessionário; por quem estiver na posse do bem. Pode, eventualmente, ter uma proibição de cessão a título gratuito ou oneroso do bem que é objeto de usufruto pelo “B”? Sim, não existe nenhum impedimento. Pode, eventualmente, ter esse “B” a possibilidade de alterar a finalidade daquele bem imóvel? Normalmente, pode. No entanto, pode ocorrer, através de uma cláusula testamentária, que o testador exija, como um ônus, a continuidade da atividade. 1.1.5) Deveres do Usufrutuário · Deve inventariar os bens que recebeu; · Precisará dar caução, caso assim seja estabelecido; · Exceto se a origem for de doação pelo próprio doador; · Art. 1.401. O usufrutuário que não quiser ou não puder dar caução suficiente perderá o direito de administrar o usufruto; e, neste caso, os bens serão administrados pelo proprietário, que ficará obrigado, mediante caução, a entregar ao usufrutuário o rendimento deles, deduzidas as despesas de administração, entre as quais se incluirá a quantia fixada pelo juiz como remuneração do administrador. · Art. 1.402. O usufrutuário não é obrigado a pagar as deteriorações resultantes do exercício regular do usufruto. · E quais são os deveres do usufrutuário? À medida que o usufrutuário receba a coisa, essa coisa poderá ter uma duração vidual ou pré-determinada, através de um termo final. Pois bem, quando o usufrutuário recebe o bem, a idealização é que a coisa seja devolvida. Então, a coisa que é recebida será restituída, seja em virtude da causa mortis, seja por força da disposição contratual. Mas se o usufrutuário recebeu o bem, o ideal é que se faça o quê? Vistoria. Para quê? Para determinar as condições da coisa. Então, o usufrutuário vai ser obrigado a conservar a coisa tal qual ele recebeu. Denota-se, aqui, uma obrigação de fazer uma vistoria e de se determinar, de maneira inequívoca, as condições que estão as coisas no momento da transferência da posse. · O art. 1.401 do CC dispõe que: “O usufrutuário que não quiser ou não puder dar caução suficiente perderá o direito de administrar o usufruto; e, neste caso, os bens serão administrados pelo proprietário, que ficará obrigado, mediante caução, a entregar ao usufrutuário o rendimento deles, deduzidas as despesas de administração, entre as quais se incluirá a quantia fixada pelo juiz como remuneração do administrador”. Qual é a aplicação prática desse dispositivo? O Parra nunca viu. Por quê? Porque esse dispositivo dá a possibilidade do usufrutuário dar uma caução (ele pode dar ou não). Se ele não der, vai ter uma administração dos bens pelo nu-proprietário, que poderá ou não dar uma nova caução (garantia). E mais ainda: mesmo entregando uma caução, o nu-proprietário precisará prestar contas. · O art. 1.402 do CC dispõe que: “O usufrutuário não é obrigado a pagar as deteriorações resultantes do exercício regular do usufruto” se a deterioração for regular, o usufrutuário não precisa, de uma maneira efetiva, pagar nada. Do contrário, ele vai ter que fazer a recomposição do dano. · Art. 1.403. Incumbem ao usufrutuário: · I - as despesas ordinárias de conservação dos bens no estado em que os recebeu. · II - as prestações e os tributos devidos pela posse ou rendimento da coisa usufruída. · Art. 1.404. Incumbem ao dono as reparações extraordinárias e as que não forem de custo módico; mas o usufrutuário lhe pagará os juros do capital despendido com as que forem necessárias à conservação, ou aumentarem o rendimento da coisa usufruída. · Art. 1.405. Se o usufruto recair num patrimônio, ou parte deste, será o usufrutuário obrigado aos juros da dívida que onerar o patrimônio ou a parte dele. · Art. 1.406. O usufrutuário é obrigado a dar ciência ao dono de qualquer lesão produzida contra a posse da coisa, ou os direitos deste. · Art. 1.407. Se a coisa estiver segurada, incumbe ao usufrutuário pagar, durante o usufruto, as contribuições do seguro. · § 1º Se o usufrutuário fizer o seguro, ao proprietário caberá o direito dele resultante contra o segurador. · § 2º Em qualquer hipótese, o direito do usufrutuário fica sub-rogado no valor da indenização do seguro. · O art. 1.404 do CC dispõe que: “Incumbem ao dono as reparações extraordinárias e as que não forem de custo módico; mas o usufrutuário lhe pagará os juros do capital despendido com as que forem necessárias à conservação, ou aumentarem o rendimento da coisa usufruída” se é necessário a conservação, estamos falando de uma benfeitoria necessária que é realizada por quem detém a posse direta. Ou seja, o valor dispendido renderá juros relativos. Com a benfeitoria, o bem não valerá mais X; ele valerá X + um percentual de valorização. Então, essa diferença é passível de ter incidência de juros. · O art. 1.405 do CC dispõe que: “Se o usufruto recair num patrimônio, ou parte deste, será o usufrutuário obrigado aos juros da dívida que onerar o patrimônio ou a parte dele” o patrimônio não é constituído apenas de ativos; temos ativos e passivos e, nesses passivos, temos as dívidas. Nesse sentido, se for concedido, ao usufrutuário, o usufruto sobre um patrimônio inteiro, ele também deverá pagar pelas dívidas. · O art. 1.406 do CC dispõe que: “O usufrutuário é obrigado a dar ciência ao dono de qualquer lesão produzida contra a posse da coisa, ou os direitos deste” Art. 1.407 do CC - Se a coisa estiver segurada, incumbe ao usufrutuário pagar, durante o usufruto, as contribuições do seguro. § 1º Se o usufrutuário fizer o seguro, ao proprietário caberá o direito dele resultante contra o segurador. § 2º Em qualquer hipótese, o direito do usufrutuário fica sub-rogado no valor da indenização do seguro. · É muito comum, ao se constituir um usufruto, que se faça um seguro que venha a proteger a coisa. · O parágrafo 1º do art. 1.407 do CC é uma estipulação em favor de terceiros. Isso se torna uma exceção ao Princípio da Relatividade dos Efeitos do Contrato. 1.1.6) Extinção do Usufruto · Art. 1.410 do CC; · (a) pela renúncia (inciso I) ou desistência manifestada pelo usufrutuário, exigindo-se apenas que o faça por escritura pública, se o direito se refere a bens imóveis; · (b) pela morte do usufrutuário (inciso I); · O direito de acrescer, quando estipulado, constitui uma exceção à regra; · Se estabelecido nas doações de pais a filhos, não se poderá atingir a legítima dos herdeiros necessários, operando-se somente no tocante à metade disponível; · (c) pelo advento do termo de sua duração, estabelecido no seu ato constitutivo (inciso II), salvo se o usufrutuário falecer antes. · Como se extingue o usufruto? Vamos mencionar a seguir: · Pela renúncia feita através de um instrumento público. Ele manifesta o querer de renunciar ao usufruto e essa escritura é devidamente registrada; · Pela morte do usufrutuário art. 1.410, I, do CC. É importante mencionar que, aqui, precisaremos observar se existe ou não o direito de acrescer. Se esse direito existir, apenas, com a morte do último é que teremos a consolidação da pessoa do nu-proprietário; · Pelo advento de um prazo destinado (termo de duração). · (d) pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quemfoi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer (inciso III); · (e) pela cessação do motivo de que se origina (inciso IV), que pode ser pio, moral, científico, etc., bem como no caso do usufruto dos pais sobre os bens dos filhos menores, que cessa quando estes atingem a maioridade; · (f) pela destruição da coisa, não sendo fungível (inciso V); · (g) implementação de condição resolutiva; · (h) pela consolidação; · (i) por culpa do usufrutuário (ruína, conservação, falta de aplicação dos frutos quando de títulos de créditos); · (j) não uso e utilização da coisa. · Prosseguindo nas hipóteses de extinção do usufruto, temos: · No caso da pessoa jurídica receber um usufruto, nós temos um prazo máximo de 30 anos. Nós estudamos em Direito Comercial que, à medida que duas ou mais pessoas queiram instituir uma pessoa jurídica, elas precisam fazer a chamada integralização do capital social. Ex: alguém quer constituir uma empresa e, para constituir essa empresa, os sócios precisam integralizar o capital social. A integralização do capital social pode advir de diversas formas: através de dinheiro, bens móveis, bens imóveis e, também, por usufruto. Como assim por usufruto? Essa empresa constituída/formada precisa de um local para funcionar. Vamos supor que um dos 5 sócios tenha esse local, mas o valor desse imóvel seja muito elevado (R$ 500.000). Suponhamos, ainda, que a integralização do capital social, seja de R$ 50.000 para cada um dos sócios. Apesar do imóvel ter um valor de mercado dez vezes maior do que a integralização do capital social, vamos supor que se o imóvel em questão fosse alugado, ele seria alugado pelo valor de R$ 2.000. Nesse caso, a pessoa pode instituir um usufruto desse imóvel pelo prazo de 25 meses, equivalente aos R$ 50.000 integralizados, ao final do qual, o usufruto estará extinto e o capital totalmente integralizado. · Cessação da própria finalidade do motivo que gerou o usufruto Ex1: usufruto concedido a uma instituição de caridade, mas essa finalidade é cessada. Com a cessação da finalidade, extingue-se o usufruto. Ex2: atingida a maioridade dos filhos, cessa o motivo de caráter legal pelo qual foi estabelecido aquele usufruto. · Pela destruição da coisa; · Pela resolução disposta no instrumento de constituição; · Pela consolidação reunião, na mesma pessoa, das figuras do nu-proprietário e usufrutuário; · Por culpa do usufrutuário o usufrutuário não cumpre com todos os seus deveres e, constatado o inadimplemento, pode-se extinguir o usufruto; · Pela não utilização da coisa. 1.2) Uso · Todas as normas do usufruto, nós utilizamos para o uso. Claro: desde que elas sejam compatíveis. 1.2.1) Características Importantes · Instituto que se destina a assegurar ao beneficiário utilização imediata de coisa alheia; · Quase sem aplicação; · Trata-se de direito real; · Ao usufrutuário são assegurados o JUS UTENDI e o JUS FRUENDI; · Os USUARIOS apenas o JUS UTENDI a percepção de frutos é limitada à própria família; · Não há possibilidade de cessão. · No uso, nós teremos a utilização de algo que seja alheio. O usuário vai poder ceder? Não. Então, enquanto no usufruto é passível a cessão, inclusive para terceiros, no uso, a gente restringe, de modo que teremos, apenas, o Jus Utendi, relativo aos frutos da coisa, limitados ao próprio usuário e a sua família o usufruto é amplo. No uso, há uma limitação ao usuário e a sua família. · Qual é o exemplo que todos os autores trazem relativamente ao uso? Os jazigos. Todos os jazigos são direitos reais de uso? Não, não são todos. Por que não? Porque, para termos um direito real de uso com oponibilidade erga omnes e podendo os direitos serem resguardados, nós temos que ter o devido registro no Cartório de Registro de Imóveis. O que ocorre é a que a grande maioria dos cemitérios não faz isso. Então, será que o jazigo constitui um direito real de uso? Será que existe o registro na matrícula referente ao imóvel? Se não tiver, nós não estamos falando de um direito real; nós estaremos falando, meramente, de um direito pessoal (contrato), que não tem eficácia erga omnes. · Há a indivisibilidade; · Art. 1.412. O usuário usará da coisa e perceberá os seus frutos, quanto o exigirem as necessidades suas e de sua família. · § 1º Avaliar-se-ão as necessidades pessoais do usuário conforme a sua condição social e o lugar onde viver. · § 2º As necessidades da família do usuário compreendem as de seu cônjuge, dos filhos solteiros e das pessoas de seu serviço doméstico. · Art. 1.413. São aplicáveis ao uso, no que não for contrário à sua natureza, as disposições relativas ao usufruto. · Exemplificação. · Quem é considerado familiar, nos termos do parágrafo 2º do art. 1.412 do CC? Cônjuges, filhos solteiros e pessoas de seu serviço doméstico. É possível ampliar isso? Sim, em tendo autonomia da vontade, é possível colocar, por exemplo, netos, filhos casados, etc. · De acordo com o art. 1.413 do CC, são aplicáveis, ao uso, as regras do usufruto, desde que sejam compatíveis. 1.3) Habitação · Ainda mais restrito que o uso; · Faculdade de residir em prédio alheio com a família; · Caráter personalíssimo; · Não pode ser cedido; · O titular deve residir, ele próprio, com sua família, no prédio; · Não pode alugá-lo, nem emprestá-lo; · Não se deve aluguel ou outra contrapartida; · Se conferido a mais de uma pessoa, não é lícito impedir o exercício das outras pessoas; · Direito real temporário. 1.3.1) Características Importantes · A lei estipula alguns fatos que geram esse direito real de habitação. Ex: com o falecimento de um dos cônjuges ou companheiros, o outro tem o direito de habitação relativamente ao imóvel em que se estabeleceu o domicílio conjugal. Como assim? Vamos supor que nós tenhamos duas pessoas casadas que vivem em uma determinada residência (domicílio do casal) e a propriedade desse imóvel pertencia, somente, a esposa. Em falecendo a esposa, o cônjuge supérstite tem direito de permanecer no domicílio do casal pelo resto da sua vida. Mas vamos supor que essa esposa tenha filhos (A e B) de outro casamento. Nesse caso, o imóvel, pelo direito sucessório, não deveria pertencer aos filhos (A e B) da esposa falecida? Por óbvio, com o falecimento, eles são considerados herdeiros e, na divisão da herança, eles recebem, cada um, 50%, relativos ao imóvel que era o domicílio do casal. Então, eles serão os proprietários do imóvel. No entanto, conferir-se-á, o direito real de habitação ao marido da esposa falecida, de modo que os filhos (A e B) só poderão se utilizar do bem (seja total ou parcialmente), após o falecimento do cônjuge supérstite. Obs: o direito real de habitação é relativo ao todo (não se pode fazer uma divisão do bem posteriormente), pois, do contrário, estaríamos desvirtuando a própria finalidade do instituto. · Art. 1.414. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular deste direito não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupá-la com sua família. · Art. 1.415. Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma pessoa, qualquer delas que sozinha habite a casa não terá de pagar aluguel à outra, ou às outras, mas não as pode inibir de exercerem, querendo, o direito, que também lhes compete, de habitá-la. · Art. 1.416. São aplicáveis à habitação, no que não for contrário à sua natureza, as disposições relativas ao usufruto. · Constituído por lei (União estável, casamento) ou por ato de vontade (contrato, testamento); · Precisa ser registrado (LRP, art. 167). · É importante mencionar que a habitação pode ser instituída tanto por lei (união estável, casamento) quanto por ato de vontade (contrato, testamento). Art. 167 da Lei nº 6.015/73 - No Registro de Imóveis, além da matrícula, serão feitos. I - o registro: 7) do usufruto e do uso sobre imóveis e da habitação, quando não resultarem do direito de família; · Dá para requerer o registro do direito real de habitação? Sim. Muitos advogados se esquecem de colocar o direito real de habitaçãonaquela sentença que vai ser homologada. E, se não está lá, não vai ter o registro. Isso vai impedir que seja reconhecido esse direito real de habitação? Não, mas pode causar um grande problema. Por quê? Porque ele não vai estar junto à matrícula do imóvel e, não estando junto à matrícula do imóvel, terceiras pessoas, não vão ver que existe um direito real de habitação ali. Com isso, poderá ocorrer de termos alienações isso pode ser evitado com a mera declaração, seja na sentença ou na escritura, de que temos o direito de real de habitação conferido à Fulano. 2) Direito do Promitente Comprador · Contrato preliminar que constitui um Direito Real à Aquisição; · Comporta execução específica; · Promessa bilateral; · Tem por objeto um negócio futuro de venda e compra; · O vendedor continuará como titular do domínio; · Será transferido apenas após a quitação INTEGRAL do preço; · Caso o promitente comprador não reste adimplente de suas obrigações Mora + perda da posse do bem; · Resolução do contrato. · Tratando, agora, do direito do promitente comprador, nós temos um contrato (preliminar), que está figurando no rol dos direitos reais (art. 1.225 do CC) e que vai constituir um direito real à aquisição futura. Isso significa dizer: uma pessoa faz um contrato, nesse contrato, normalmente, temos parcelas futuras em aberto; com a quitação das parcelas futuras, a pessoa tem direito real de ser considerada adquirente da propriedade daquele bem. Sendo assim, poderá lavrar a devida escritura em seu nome. · Feito o contrato preliminar, induz-se que, posteriormente, exista uma escritura pública de compra e venda, cujo objeto é o objeto desse próprio contrato. Nessa escritura pública, é direito do promissário comprador ter assegurado o seu direito de propriedade. Então, até que ocorra a quitação, o promissário vendedor continua como titular do domínio. Com a quitação integral, o promissário comprador vai ter direito de ter a escritura e a transferência para o seu nome. Mas e se o promissário comprador não pagar? Se ele não pagar, resolve-se o contrato e a diferença daquilo que foi pago menos todas as despesas e perdas e danos auferidos são repassados ao inadimplente. 2.1) Características Importantes · Escritura devida ato devido e consequente do adimplemento com quitação integral do preço estabelecido. · Momento da aquisição art. 1.661, do CC; • Art. 1.661. São incomunicáveis os bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior ao casamento. · Fundamentos legais no CC; · Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel. · Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente vendedor, ou de terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e venda, conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do imóvel. · Então, como vimos acima, com a quitação integral do preço estabelecido, o promissário comprador vai ter direito de ter a escritura representativa do seu direito de propriedade. · Qual é o momento da aquisição? Isso está disciplinado no art. 1.661 do CC, que dispõe que: “São incomunicáveis os bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior ao casamento” portanto, o momento é a data em que foi realizada a promessa de compra e venda. · Com isso, nós vamos ter o estabelecimento de um bem particular. No que isso acarreta? Acarreta no seguinte: se a pessoa fez esse compromisso de compra e venda antes de se casar, aquele que figurar na titularidade vai ter o direito de propriedade sobre aquele bem. No entanto, para que o outro cônjuge/companheiro tenha direito à propriedade, ele vai ter que comprovar que, de uma maneira efetiva, ajudou e contribuiu para o pagamento das prestações. Aula 2 - 20/10 1) Direitos Reais de Garantia 1.1) Disposições gerais · Quando falamos em direitos reais de garantia, tratamos de uma relação jurídica existente entre partes, ou seja, um contrato. Nesse contrato, uma delas, em virtude de uma situação peculiar (seja uma obrigação mais custosa ou contrato que se alonga no tempo), requer, à outra, uma garantia a ser paga. Se não tivesse essa garantia, a primeira parte não gostaria de realizar o negócio jurídico. Portanto, o penhor, a hipoteca ou a anticrese, são mecanismos que possibilitam a efetividade do contrato. Em outras palavras, um mecanismo que vai se estipular um vínculo com uma coisa (bem) e esse bem, caso a obrigação não seja cumprida, servirá como objeto para extrair uma compensação financeira observa-se, portanto, que, para realizar esse contrato, o devedor precisa dar um bem em garantia. · Tratamento legal autoexplicativo na maioria dos dispositivos; · Regulamentação exaustiva; · Existem regras em comum aos 3 institutos em análise; · É necessário ter em mente todas as características da propriedade. Na medida que eu tenho algo, eu terei o direito de dispor/utilizar/ fruir do bem. · Distinção para as garantias pessoais; · Nas garantias reais há uma vinculação de um bem ao adimplemento de determinada obrigação; · Maior eficácia; · Preponderância, preferência; · Quaisquer modificações aqui importam na ocorrência de algum instituto (como visto na última semana). Ex: se eu transfiro o direito de utilizar, eu falo sobre um direito real que uma pessoa alheia terá sobre o meu bem. · Contudo, ao falar sobre direito real de garantia, nós estaremos falando de um direito que aquela coisa, uma vez vendida, sirva para pagar o credor. · Não há que fazer confusão com os direitos reais de gozo (ou fruição); · Restrições aplicáveis ao jus utendi e jus fruendi; · Possuem autonomia com relação à propriedade e seu direito de disposição. · Há uma grande diferença entre o direito real (ex: gozo ou fruição) sobre uma coisa alheia e o direito de garantia (cláusula acidental de garantia posto em um negócio jurídico). · No caso, nós temos um bem de propriedade de uma pessoa envolvida em um negócio jurídico, a qual destina a coisa como um compromisso que ela vai cumprir as obrigações do contrato ou de uma cláusula. Portanto, aquele bem estará afetado ao cumprimento de uma obrigação. · Principal efeito de um direito real de garantia: Afetação; · Pagamento prioritário; · Há um deslocamento do patrimônio do devedor; · Secundariamente, teremos as seguintes consequências como derivação: · (A) Direito de preferência: • Art. 1.422. O credor hipotecário e o pignoratício têm o direito de excutir a coisa hipotecada ou empenhada, e preferir, no pagamento, a outros credores, observada, quanto à hipoteca, a prioridade no registro. · Parágrafo único. Excetuam-se da regra estabelecida neste artigo as dívidas que, em virtude de outras leis, devam ser pagas precipuamente a quaisquer outros créditos. · É um direito de excussão, ou seja, daquele bem servir ao pagamento. Logo, aquele bem será alienado em hasta pública (leilão). Uma vez vendido esse bem, será apurado seu valor, que normalmente corresponde a 60% do seu valor. · Credores que possuem garantia, possuem direito de preferência após o bem em garantia ser vendido em hasta pública. · Na matrícula do imóvel dado em garantia constará que tal imóvel foi dado em garantia. Com essa publicização se dará a eficácia erga omnes. Contudo, isso não proíbe que o proprietário dê esse mesmo imóvel em garantia para outro negócio jurídico. · O pagamento das garantias segue a ordem registrada na matrícula em que esse imóvel foi dado em garantia. Portanto, o ordenamento jurídico permite a pluralidade hipotecária. · É necessário observar que o imóvel nunca é vendido pelo seu valor integral. Portanto, ao aceitar certo bem em garantia, o credor deve, antes de conceder a garantia, levar em consideração se aquele mesmo bem já foi dado em garantia à outros negócios jurídicos ou não. • Produto da arrematação e eventuais sobras;• Insuficiência continuidade da dívida natureza quirografária. · (B) Direito de sequela: · Comum a todos os três institutos. Logo, há a possibilidade do credor (seja o pignoratício, seja o anticrético) reclamar a coisa dada em garantia. Isso, porque a partir do momento que a coisa é dada em garantia, ela terá o seu registro na certidão de matrícula do imóvel. Se, mesmo assim, uma pessoa, vendo que esse bem foi dado em garantia adquirir o imóvel, ela assume um risco de aquele vendedor que deu o bem em garantia não cumprir com as suas obrigações e o credor (do bem dado em garantia), reclamar o bem isso é o direito de sequela, ou seja, o direito de reclamar o bem, independente de quem esteja com o bem. • Direito de reclamar a coisa dada em garantia, independente da pessoa que esteja com o bem; • Exercício do direito de excussão, haja vista que o bem garante o crédito; · Ao comprar um imóvel é importante verificar: as certidões dos distribuidores civis, federais, trabalhistas, tanto em nome da pessoa jurídica, como dos sócios. Ademais, é importante observar também: a certidão do cartório de protesto, as certidões das fazendas públicas (federais, estaduais e municipais) e as certidão dos imóveis (matrícula do bem · (C) Indivisibilidade: • Art. 1421. O pagamento de uma ou mais prestações da dívida não importa exoneração correspondente da garantia, ainda que esta compreenda vários bens, salvo disposição expressa no título ou na quitação. • Não há proporcionalidade de liberação do crédito em face de pagamentos parciais efetivados; · Ex: eu dei um bem em garantia para conseguir um empréstimo de R$ 50.000 reais. Se eu já paguei 30% do valor desse empréstimo, mesmo assim a integralidade do bem dado em garantia ainda servirá para o pagamento do restante a ser pago indivisibilidade, ou seja, não há que se falar em qualquer proporção de liberação de crédito. · (D) Direito de excussão: • Direito de ver o imóvel alienado em hasta pública para satisfação do crédito. · Requisitos de validade das garantias reais: · Requisitos de validades para que tenhamos as garantias reais: · Coisa necessita ser suscetível de alienação; · Temos a possibilidade de alienação da própria coisa e da própria pessoa. · Será que a pessoa pode se alienar? É necessário ver isso na certidão de registro civil de pessoas naturais. Através dessa certidão é possível confrontar se a pessoa que falou que era solteira era mesmo solteira ou se ela era, na verdade, casada; é possível verificar se a pessoa sofreu um processo de interdição, etc. Temos acesso ao todos os atos civis dessa pessoa. · Só aquele que pode alienar/vender, poderá conferir um direito real de garantia (hipotecar/empenhar ou dar em anticrese). · Será que o bem pode ser alienável? Em relação ao próprio bem, poderemos ter uma cláusula de inalienabilidade sobre aquele bem. Ex: uma avó deixa um imóvel ao neto com uma cláusula de inalienabilidade. • Art. 1.420. Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca. · Livre disposição da coisa legitimação específica; • § 2º A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver. • Cônjuges; · É necessário verificar se a pessoa não possui uma união estável. Para isso, faz-se necessário solicitar que a pessoa faça uma declaração de que não possui uma união estável. · Ex: pessoa casada ou em união estável não pode dar um bem integral em garantia. Pode ser parcialmente dado em garantia, mas é muito difícil que isso seja aceito. · Bens móveis também podem ser objeto de garantia. · Especialização; • Descrição pormenorizada do bem dado em garantia; • Planilha com relação de pagamentos, valores e juros. · Art. 1.424. Os contratos de penhor, anticrese ou hipoteca declararão, sob pena de não terem eficácia: · I - o valor do crédito, sua estimação, ou valor máximo; · II - o prazo fixado para pagamento; · III - a taxa dos juros, se houver; · IV - o bem dado em garantia com as suas especificações. · Publicidade; · Registro do Título; · Cartório de Imóveis / Registro de Títulos e Documentos; · Oponibilidade Erga Omnes · Cláusula comissória; · Possibilidade de o credor ficar com a coisa; · Proibição – Art. 1428; · Art. 1.428. É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento. · Tenta dificultar e proibir a Usura. · Essa proibição existe em decorrência da tentativa do Código de evitar a usura (como ocorre no Decreto nº 22.626, que proíbe uma taxa de juros que seja o dobro da taxa legal para o pagamento de impostos da fazenda nacional). · Se o credor ficasse com o bem uma taxa de juros maior do que a permitida vigoraria, daí a proibição pelo código. · Vencimento antecipado da dívida; · Art. 1.425. A dívida considera-se vencida: • I - se, deteriorando-se, ou depreciando-se o bem dado em segurança, desfalcar a garantia, e o devedor, intimado, não a reforçar ou substituir; · Bem muito antigo que não vale o que a garantia abarca. logo, o credor perde a possibilidade de socorrer do bem, resultando = vencimento antecipado. • II - se o devedor cair em insolvência ou falir; • III - se as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez que deste modo se achar estipulado o pagamento. Neste caso, o recebimento posterior da prestação atrasada importa renúncia do credor ao seu direito de execução imediata; • IV - se perecer o bem dado em garantia, e não for substituído; • V - se se desapropriar o bem dado em garantia, hipótese na qual se depositará a parte do preço que for necessária para o pagamento integral do credor. · § 1º Nos casos de perecimento da coisa dada em garantia, está se sub-rogará na indenização do seguro, ou no ressarcimento do dano, em benefício do credor, a quem assistirá sobre ela preferência até seu completo reembolso. · § 2º Nos casos dos incisos IV e V, só se vencerá a hipoteca antes do prazo estipulado, se o perecimento, ou a desapropriação recair sobre o bem dado em garantia, e esta não abranger outras; subsistindo, no caso contrário, a dívida reduzida, com a respectiva garantia sobre os demais bens, não desapropriados ou destruídos. 1.2) Anticrese · Direito em real em que o credor receberá a coisa para utilizar-se e receber os frutos por determinado período; · Até a satisfação do crédito; · Se retira do devedor a posse do imóvel; · Já vimos que se alguém possui a propriedade de um bem, pode dá-lo em garantia. · A anticrese é um tipo de direito real de garantia ela é um direito real em que o credor receberá a coisa para dela utilizar-se e receber os seus frutos por determinado período. · Com a anticrese, por exemplo, é deferido ao credor o direito de fazer uso desse bem e, com o uso do bem, o credor consegue o pagamento da sua dívida ele paga a dívida e a coisa é devolvida ao proprietário. Muitas vezes a anticrese se mostra mais benéfica do que a hipoteca, que necessita ser leiloada, o que configura um longo processo. · A utilização ocorre até o pagamento integral do crédito. · A posse direta fica para o credor (anticrético). · Vantagens; · Função social do contrato; · Não perderá a propriedade da coisa; · Art. 1.506. Pode o devedor ou outrem por ele, com a entrega do imóvel ao credor, ceder-lhe o direito de perceber, em compensação da dívida, os frutos e rendimentos. · § 1º É permitido estipular que os frutos e rendimentos do imóvel sejam percebidos pelo credor à conta de juros, mas se o seu valor ultrapassar a taxa máxima permitida em lei para as operações financeiras, o remanescente será imputado ao capital. · Vantagens: função social do contrato i) ser utilizada a coisa para a sua própria função social, ii) o devedor não perderá seu bem. · Dever de prestação de contas; · Art. 1.507. O credor anticrético pode administrar os bens dados em anticrese efruir seus frutos e utilidades, mas deverá apresentar anualmente balanço, exato e fiel, de sua administração. · No balanço se mostrará: os frutos que ele conseguiu, o que arrecadou/ gastou, para poder se verificar a quitação da dívida. • § 1º Se o devedor anticrético não concordar com o que se contém no balanço, por ser inexato, ou ruinosa a administração, poderá impugná-lo, e, se o quiser, requerer a transformação em arrendamento, fixando o juiz o valor mensal do aluguel, o qual poderá ser corrigido anualmente. · Arrendamento: negócio jurídico no qual o credor anticrético será o arrendatário. No arrendamento nós teremos um valor aferível pela utilização por um determinado tempo. Se o devedor anticrético observar que não estão sendo retirados todos os frutos que poderiam ser retirados do bem, na sua dívida, se conceberá que mensalmente se abaterá determinado valor pelo arrendamento. · Responsabilidade pelos danos; · Art. 1.508. O credor anticrético responde pelas deteriorações que, por culpa sua, o imóvel vier a sofrer, e pelos frutos e rendimentos que, por sua negligência, deixar de perceber. · Ao receber o imóvel, o credor precisará fazer um inventário, demonstrando através de vistorias as condições dos bens para que, findo o prazo, tenha prova de quais foram as condições do imóvel e que qualquer alegação de modificação da coisa não foi sua culpa. · Aplicabilidade da anterioridade em multiplicidade de garantias; · Art. 1.509. O credor anticrético pode vindicar os seus direitos contra o adquirente dos bens, os credores quirografários e os hipotecários posteriores ao registro da anticrese. · A propriedade do imóvel continuará com o devedor anticrético; • § 1º Se executar os bens por falta de pagamento da dívida, ou permitir que outro credor o execute, sem opor o seu direito de retenção ao exequente, não terá preferência sobre o preço. • § 2º O credor anticrético não terá preferência sobre a indenização do seguro, quando o prédio seja destruído, nem, se forem desapropriados os bens, com relação à desapropriação. · Possibilidade de arrendar os bens a terceiro; · Art. 1507, § 2º O credor anticrético pode, salvo pacto em sentido contrário, arrendar os bens dados em anticrese a terceiro, mantendo, até ser pago, direito de retenção do imóvel, embora o aluguel desse arrendamento não seja vinculativo para o devedor. · O que o credor receber do terceiro será descontado da dívida do devedor. Ex: credor aluga o imóvel dado em garantia à terceiro, descontará os aluguéis mensais. · Possível acumulação de garantias; · § 2º Quando a anticrese recair sobre bem imóvel, este poderá ser hipotecado pelo devedor ao credor anticrético, ou a terceiros, assim como o imóvel hipotecado poderá ser dado em anticrese. · Podemos ter uma hipoteca como primeira garantia e uma anticrese como segunda · Extinção com o pagamento da dívida; · Extinção por terceiro adquirente; · Direito de preferência; · Art. 1510: O adquirente dos bens dados em anticrese poderá remi-los, antes do vencimento da dívida, pagando a sua totalidade à data do pedido de remição e imitir-se-á, se for o caso, na sua posse. · Ex: devedor anticrético queira vender o bem e o adquirente do bem dado em anticrese quer pagar todo o valor, ele pode fazer isso? Pode, aliás é isso que diz o art. 1.510 do CC. Contudo, é necessário lembrar que existe o direito de preferência ao credor anticrético. Caso o imóvel não seja oferecido primordialmente ao credor anticrético, ele poderá impugnar a anulação dessa alienação, já que deveria ter sido a ele oferecida pelo direito de preferência. 1.3) Hipoteca · Tem por objeto bens imóveis, navio ou avião; · Navios e aviões bens móveis; · Admitem a hipoteca pela sua natureza e conveniência econômica; • Possível identificação com individuação especialização; • Registro específico; • Publicização; · Propriedade do próprio devedor ou de terceira pessoa. · Art. 1.473. Podem ser objeto de hipoteca: · I - os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente com eles; · II - o domínio direto; · III - o domínio útil; · IV - as estradas de ferro; · V - os recursos naturais a que se refere o art. 1.230, independentemente do solo onde se acham; · VI - os navios é bem móvel; · VII - as aeronaves é bem móvel; · VIII - o direito de uso especial para fins de moradia; · IX - o direito real de uso; · X - a propriedade superficiária. · § 1º A hipoteca dos navios e das aeronaves reger-se-á pelo disposto em lei especial (justamente por não serem bens imóveis). · § 2º Os direitos de garantia instituídos nas hipóteses dos incisos IX e X do caput deste artigo ficam limitados à duração da concessão ou direito de superfície, caso tenham sido transferidos por período determinado. (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007) · Navios e aeronaves, apesar de serem bens móveis, ocupam esse artigo em razão do alto valor de mercado que possuem o ideal da hipoteca, a princípio, era ser um instituto que abarcasse bens de alto valor. · Características principais: · Continuidade da posse; · Indivisibilidade; · Acessório; · Solene; · Direito de sequela; · Especialização e publicidade. · Quando falamos de hipoteca, falamos de um imóvel em aspecto amplo, envolvendo tudo relativo ao imóvel, todas as acessões e todos os melhoramentos. · Abrange todas as acessões e melhoramentos do imóvel; · Art. 1.474. A hipoteca abrange todas as acessões, melhoramentos ou construções do imóvel. Subsistem os ônus reais constituídos e registrados, anteriormente à hipoteca, sobre o mesmo imóvel. · Os imóveis devem ser passíveis de alienação; · Possibilidade de penhora de aluguéis de prédio hipotecado; · Espécies: · (A) Convencional – livre manifestação das vontades; · (B) Legal – emanada da lei como forma de garantir determinadas obrigações. • Art. 1.489. A lei confere hipoteca: · I - às pessoas de direito público interno (art. 41) sobre os imóveis pertencentes aos encarregados da cobrança, guarda ou administração dos respectivos fundos e rendas; · II - aos filhos, sobre os imóveis do pai ou da mãe que passar a outras núpcias, antes de fazer o inventário do casal anterior; · III - ao ofendido, ou aos seus herdeiros, sobre os imóveis do delinquente, para satisfação do dano causado pelo delito e pagamento das despesas judiciais; · IV - ao co-herdeiro, para garantia do seu quinhão ou torna da partilha, sobre o imóvel adjudicado ao herdeiro reponente; · V - ao credor sobre o imóvel arrematado, para garantia do pagamento do restante do preço da arrematação. • Art. 1.490. O credor da hipoteca legal, ou quem o represente, poderá, provando a insuficiência dos imóveis especializados, exigir do devedor que seja reforçado com outros. · Depois disso, caso não seja reforçada a garantia, o credor poderá requerer o já mencionado direito de vencimento antecipado. • Art. 1.491. A hipoteca legal pode ser substituída por caução de títulos da dívida pública federal ou estadual, recebidos pelo valor de sua cotação mínima no ano corrente; ou por outra garantia, a critério do juiz, a requerimento do devedor. · (C) Judicial – resultante de sentença condenatória; · Indenização em face de ato ilícito. Ex: alguém atropela outrem e é condenada a pagar indenização a título de danos materiais e morais. A pessoa condenada não tem condições de pagar o valor da indenização na hora e diz que pagará a condenação em parcelas, dando um bem em garantia. · Pluralidade de hipotecas; · Art. 1.476. O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor do mesmo ou de outro credor · Art. 1.477. Salvo o caso de insolvência do devedor, o credor da segunda hipoteca, embora vencida, não poderá executar o imóvel antes de vencida a primeira. • Parágrafo único. Não se considera insolvente o devedor por faltar ao pagamento das obrigações garantidas por hipotecas posteriores à primeira. · Verificação de vedação convencional no título anterior; • Credor primitivo terá preferência; • Necessidade de consignar a existência da primeira ou mesmo de hipoteca anterior; · Segundahipoteca sub-hipoteca; • Valor, por si, poderá ser impeditivo? • Possibilidade de remir a hipoteca anterior – 1478; · Ou seja, quem faz uma segunda hipoteca, por exemplo, terá que respeitar os vencimentos da primeira. · Existe a possibilidade de pluralidade de direito de garantia. Contudo, pode ser que exista uma vedação no título da primeira hipoteca. Ex: hipoteca conferida para saber isso é necessário pedir uma certidão completa da matrícula (não apenas a simplificada). · Se existir a vedação, estamos falando de uma sub- hipoteca. · Art. 1.477. Salvo o caso de insolvência do devedor, o credor da segunda hipoteca, embora vencida, não poderá executar o imóvel antes de vencida a primeira. • Parágrafo único. Não se considera insolvente o devedor por faltar ao pagamento das obrigações garantidas por hipotecas posteriores à primeira. · Direito de remição pelo adquirente do imóvel hipotecado. · Pessoa, mesmo sabendo da existência de hipoteca, quis adquirir o imóvel. · Art. 1.481. Dentro em trinta dias, contados do registro do título aquisitivo, tem o adquirente do imóvel hipotecado o direito de remi-lo, citando os credores hipotecários e propondo importância não inferior ao preço por que o adquiriu. · § 1º Se o credor impugnar o preço da aquisição ou a importância oferecida, realizar-se-á licitação, efetuando-se a venda judicial a quem oferecer maior preço, assegurada preferência ao adquirente do imóvel. · § 2º Não impugnado pelo credor, o preço da aquisição ou o preço proposto pelo adquirente, haver-se-á por definitivamente fixado para a remissão do imóvel, que ficará livre de hipoteca, uma vez pago ou depositado o preço · § 3º Se o adquirente deixar de remir o imóvel, sujeitando-o a execução, ficará obrigado a ressarcir os credores hipotecários da desvalorização que, por sua culpa, o mesmo vier a sofrer, além das despesas judiciais da execução · § 4º Disporá de ação regressiva contra o vendedor o adquirente que ficar privado do imóvel em consequência de licitação ou penhora, o que pagar a hipoteca, o que, por causa de adjudicação ou licitação, desembolsar com o pagamento da hipoteca importância excedente à da compra e o que suportar custas e despesas judiciais. · Validade da Hipoteca; · Convencional 30 anos; • Art. 1.485. Mediante simples averbação, requerida por ambas as partes, poderá prorrogar-se a hipoteca, até 30 (trinta) anos da data do contrato. Desde que perfaça esse prazo, só poderá subsistir o contrato de hipoteca reconstituindo-se por novo título e novo registro; e, nesse caso, lhe será mantida a precedência, que então lhe competir. · Legal não há prazo definido art. 1498; • Art. 1.498. Vale o registro da hipoteca, enquanto a obrigação perdurar. · Extinção; · Art. 1.499. A hipoteca extingue-se: • I - pela extinção da obrigação principal; • II - pelo perecimento da coisa; • III - pela resolução da propriedade; • IV - pela renúncia do credor; • V - pela remição; • VI - pela arrematação ou adjudicação. · Art. 1.500. Extingue-se ainda a hipoteca com a averbação, no Registro de Imóveis, do cancelamento do registro, à vista da respectiva prova. · Art. 1.501. Não extinguirá a hipoteca, devidamente registrada, a arrematação ou adjudicação, sem que tenham sido notificados judicialmente os respectivos credores hipotecários, que não forem de qualquer modo partes na execução. · Hipoteca de vias férreas; · Art. 1.502. As hipotecas sobre as estradas de ferro serão registradas no Município da estação inicial da respectiva linha. · Art. 1.503. Os credores hipotecários não podem embaraçar a exploração da linha, nem contrariar as modificações, que a administração deliberar, no leito da estrada, em suas dependências, ou no seu material. · Art. 1.504. A hipoteca será circunscrita à linha ou às linhas especificadas na escritura e ao respectivo material de exploração, no estado em que ao tempo da execução estiverem; mas os credores hipotecários poderão opor-se à venda da estrada, à de suas linhas, de seus ramais ou de parte considerável do material de exploração; bem como à fusão com outra empresa, sempre que com isso a garantia do débito enfraquecer. · Art. 1.505. Na execução das hipotecas será intimado o representante da União ou do Estado, para, dentro em quinze dias, remir a estrada de ferro hipotecada, pagando o preço da arrematação ou da adjudicação. Aula 3 - 27/10 1) Direitos Reais de Garantia 1.1) Penhor 1.1.1) Conceituação e características · Substancialmente, teremos bem móveis como objeto de penhor, excepcionalmente, imóveis · No penhor, o credor busca a realização de um negócio jurídico/de um contrato, normalmente esse contrato é de mútuo. Ex: uma pessoa busca um empréstimo na Caixa Econômica Federal, que exigirá a garantia de uma coisa móvel. A pessoa vai até o setor de penhor da caixa e entrega, por exemplo, joias de ouro, que corresponderá a garantia de um valor ‘X’ e, através disso, ela realiza o empréstimo. · Art. 1.431. Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da posse que, em garantia do débito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação. · Parágrafo único. No penhor rural, industrial, mercantil e de veículos, as coisas empenhadas continuam em poder do devedor, que as deve guardar e conservar. · O parágrafo único nos mostra as espécies de penhor que nós teremos (rural, industrial, mercantil e de veículos), bem como coloca em evidência a noção do chamado constituto possessório, que são coisas entregues em um negócio jurídico como garantia, que continuam em posse (direta) do devedor. · Coisa móvel vinculada ao cumprimento da obrigação natureza; · Publicização e eficácia; · Para que se tenha a eficácia pretendida, o penhor deve ser registrado no Cartório de Títulos e Documentos · Art. 1.432. O instrumento do penhor deverá ser levado a registro, por qualquer dos contratantes; o do penhor comum será registrado no Cartório de Títulos e Documentos. · Direito real art. 1.419 - como qualquer outro direito real é de caráter acessório; · Acessório mesmo destino da coisa principal que garante. · Aperfeiçoamento com a entrega do bem; · Esse negócio jurídico se aperfeiçoa com a entrega do bem · Dispensa da tradição em caráter excepcional; · Constituto possessório; · O credor é considerado depositário - via de regra; · Contudo, no instituto possessório o depositário (que detém a posse direta da coisa) será o devedor. · Aliás, quem se encontrar na posse do bem dado em garantia · Possibilidade de configurar um subpenhor · Se a pessoa possui a posse direta do bem, ela pode dar aquele bem em garantia. Ex: se o credor pignoratício tiver a posse direta do bem, ele poderá dá-la em garantia, bem como o devedor pignoratício poderá dar o mesmo objeto em um segundo penhor, tal qual ocorre na hipoteca. • O credor pignoratício dá o bem entregue em garantia • Não poderá existir vedação expressa no primeiro contrato; · Bens alienáveis; · Possibilidade de 2º penhor no caso do “constituto possessório”; · Solene 1432. 1.1.2) Direitos e Obrigações do Credor Pignoratício · Art. 1.433. O credor pignoratício tem direito: · I - à posse da coisa empenhada; · II - à retenção dela, até que o indenizem das despesas devidamente justificadas, que tiver feito, não sendo ocasionadas por culpa sua; · III - ao ressarcimento do prejuízo que houver sofrido por vício da coisa empenhada; · IV - a promover a execução judicial, ou a venda amigável, se lhe permitir expressamente o contrato, ou lhe autorizar o devedor mediante procuração; · V - a apropriar-se dos frutos da coisa empenhada que se encontra em seu poder um objeto pode gerar frutos se ele puder ser alugado, render juros, for valorizado, se render frutos; · VI - a promover a venda antecipada, mediante prévia autorização judicial, sempre que haja receio fundado de que a coisa empenhada se perca ou deteriore, devendo o preço ser depositado. O dono da coisa empenhada pode impedir a venda antecipada, substituindo-a, ou oferecendo outra garantia real idônea. · Devolução devidaapenas com o pagamento integral da obrigação (INDIVISIBILIDADE); · Art. 1.434. O credor não pode ser constrangido a devolver a coisa empenhada, ou uma parte dela, antes de ser integralmente pago, podendo o juiz, a requerimento do proprietário, determinar que seja vendida apenas uma das coisas, ou parte da coisa empenhada, suficiente para o pagamento do credor. · Ideal idêntico na hipoteca: o devedor hipotecário pagou uma parte, mas não cumpriu com o restante das obrigações. Nesse caso, o bem é levado à hasta pública e será usado para abater o débito restante. Se mesmo com a venda da coisa o pagamento do débito não for integral, o credor assumirá a condição de credor quirografário. · Mesma regra da hipoteca, mas voltada a bens móveis. · Responsabilização pelos eventuais danos que por culpa sua a coisa sentiu; · Art. 1.435. O credor pignoratício é obrigado: · I - à custódia da coisa, como depositário, e a ressarcir ao dono a perda ou deterioração de que for culpado, podendo ser compensada na dívida, até a concorrente quantia, a importância da responsabilidade; · Guardar e defender a coisa; · II - à defesa da posse da coisa empenhada e a dar ciência, ao dono dela, das circunstâncias que tornarem necessário o exercício de ação possessória; · Imputação dos frutos; · III - a imputar o valor dos frutos, de que se apropriar (art. 1.433, inciso V) nas despesas de guarda e conservação, nos juros e no capital da obrigação garantida, sucessivamente; · Como faz isso? Na mesma regra de imputação de pagamento das obrigações. Existe uma ordem na qual será abatido o valor devido: primeiro no valor acessório das multas (que pode ser os juros), correção monetária, multa e, só então, para o capital principal imputação do pagamento. · Imputar: seguir a ordem prevista no direito das obrigações. · Restituição após o pagamento integral: · IV - a restituí-la, com os respectivos frutos e acessões, uma vez paga a dívida; · V - a entregar o que sobeje do preço, quando a dívida for paga, no caso do inciso IV do art. 1.433. 1.1.3) Extinção do Penhor · A extinção do penhor não implica a extinção da obrigação garantida. · Art. 1.436. Extingue-se o penhor: · I - extinguindo-se a obrigação; · II - perecendo a coisa; · III - renunciando o credor; · IV - confundindo-se na mesma pessoa as qualidades de credor e de dono da coisa; · V - dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a venda da coisa empenhada, feita pelo credor ou por ele autorizada. · § 1º Presume-se a renúncia do credor quando consentir na venda particular do penhor sem reserva de preço, quando restituir a sua posse ao devedor, ou quando anuir à sua substituição por outra garantia. · § 2º Operando-se a confusão tão-somente quanto a parte da dívida pignoratícia, subsistirá inteiro o penhor quanto ao resto. · Efeitos da extinção após a averbação; · Art. 1.437. Produz efeitos a extinção do penhor depois de averbado o cancelamento do registro, à vista da respectiva prova. · Como se extingue o penhor? O rol exemplificativo está no art. 1.436 do CC. · Com a extinção do penhor, tem que haver a averbação e aí nós não teremos mais os efeitos erga omnes desse penhor. 1.1.4) Espécies previstas no Código Civil 1.1.4.1) Penhor Rural · (A) Penhor rural; · Quando a gente fala de um penhor de âmbito rural, nós poderíamos estar falando do meio ambiente rural/pecuário/agrícola. · Existem modalidades aqui inseridas: pecuário ou agrícola; · Especificidade; · Posse direta e indireta; · Da mesma maneira nós vamos ter a posse direta/indireta sendo entregue ou não. Qual é a mais comum? É o credor público permanecer com a coisa, porque ele se utiliza dela. Ex: máquina de colher. · Credor Indireta; · Devedor Direta (depositário); · Art. 1.438. Constitui-se o penhor rural mediante instrumento público ou particular, registrado no Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição em que estiverem situadas as coisas empenhadas. · Por que Cartório de Registro de Imóveis? Estamos falando de um meio rural, ou seja, trata-se de uma terra na qual existe um plantio. Logo, uma vez incorporados ao solo, o bem tem a mesma natureza jurídica do bem principal por acessão natural. Ex: se a fazenda é um bem imóvel, a plantação e seus frutos também serão considerados bens imóveis. · Após colhida a plantação e transformada industrialmente em um outro comum, só então ela terá a natureza jurídica de bem móvel. · Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívida, que garante com penhor rural, o devedor poderá emitir, em favor do credor, cédula rural pignoratícia, na forma determinada em lei especial. · É a absurda a especialização que existe nesse âmbito. · Objeto bens móveis e imóveis; · Acessão física ou intelectual. · Limitação temporal e necessidade de averbação com sua extinção; · Art. 1.439. O penhor agrícola e o penhor pecuário não podem ser convencionados por prazos superiores aos das obrigações garantidas. · § 1º Embora vencidos os prazos, permanece a garantia, enquanto subsistirem os bens que a constituem. · § 2º A prorrogação deve ser averbada à margem do registro respectivo, mediante requerimento do credor e do devedor. · O que legitima um penhor rural, o âmbito/a finalidade para qual ele busca. Logo, não se impede a hipoteca do bem como um todo. · Possibilidade de múltiplas garantias reais; · Art. 1.440. Se o prédio estiver hipotecado, o penhor rural poderá constituir-se independentemente da anuência do credor hipotecário, mas não lhe prejudica o direito de preferência, nem restringe a extensão da hipoteca, ao ser executada. · Vistoria; · Art. 1.441. Tem o credor direito a verificar o estado das coisas empenhadas, inspecionando-as onde se acharem, por si ou por pessoa que credenciar. · Normalmente, o credor determina que um profissional qualificado faça uma vistoria do bem dado em garantia (laudo/ previsão do valor que a coisa possua), para que somente depois se permita o empréstimo de determinado valor 1.1.4.2) Penhor Agrícola · (B) Penhor Agrícola; · Possibilidade de fornecer como garantia produtos e frutos (inclusive futuros, que serão produzidos); · Objeto; · Art. 1.442. Podem ser objeto de penhor: · I - máquinas e instrumentos de agricultura; · II - colheitas pendentes, ou em via de formação; · Ex: safra e safrinha. Nesses casos, os bancos concedem o empréstimo para a safra durante o período de safrinha. Para analisar a possibilidade de empréstimo, o banco analisará os rendimentos da safra anterior apenas um exemplo, não se limita a isso · III - frutos acondicionados ou armazenados; · IV - lenha cortada e carvão vegetal; · V - animais do serviço ordinário de estabelecimento agrícola. · Proteção ao setor agrícola; · Art. 1.443. O penhor agrícola que recai sobre colheita pendente (safra), ou em via de formação, abrange a imediatamente seguinte, no caso de frustrar-se ou ser insuficiente a que se deu em garantia. · Parágrafo único. Se o credor não financiar a nova safra (o mesmo credor que concedeu o primeiro empréstimo), poderá o devedor constituir com outrem novo penhor (novo penhor, em um novo banco, com uma nova garantia), em quantia máxima equivalente à do primeiro; o segundo penhor (segundo banco) terá preferência sobre o primeiro, abrangendo este apenas o excesso apurado na colheita seguinte. · É um mecanismo de proteção para incentivar o "primeiro credor" a financiar a nova safra. 1.1.4.3) Penhor Pecuário · (C) Penhor Pecuário; · Art. 1.444. Podem ser objeto de penhor os animais que integram a atividade pastoril, agrícola ou de lacticínios. · Impossibilidade de alienação dos animais empenhados pelo devedor; · Necessidade de prévio consentimento; · Art. 1.445. O devedor não poderá alienar os animais empenhados sem prévio consentimento, por escrito, do credor. · Por que é necessário o prévio consentimento? Pois os animais foram dados em garantia. · Parágrafo único. Quando o devedor pretende alienar o gado empenhado ou, por negligência, ameace prejudicar o credor, poderá este requerer se depositem os animais sob a guarda de terceiro, ou exigir que se lhe pague a dívida