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Pincel Atômico - 02/04/2025 15:33:57 1/5 SELMA LÚCIA DE ARAUJO Exercício Caminho do Conhecimento - Etapa 12 (18831) Atividade finalizada em 31/08/2024 22:25:55 (2395054 / 1) LEGENDA Resposta correta na questão # Resposta correta - Questão Anulada X Resposta selecionada pelo Aluno Disciplina: PRÁTICA PEDAGÓGICA INTERDISCIPLINAR: FILOSOFIA, POLÍTICA E EDUCAÇÃO [1166595] - Avaliação com 8 questões, com o peso total de 1,67 pontos [capítulos - 6] Turma: Segunda Graduação: Segunda Graduação 6 meses - Licenciatura em Filosofia - Grupo: FPD-JUN/2024 - SGegu0A260624 [130847] Aluno(a): 91636972 - SELMA LÚCIA DE ARAUJO - Respondeu 5 questões corretas, obtendo um total de 1,04 pontos como nota [358493_1127 20] Questão 001 (FGV – MPE-AL – 2018) Segundo a genealogia do poder, as perícias psicológicas no campo do judiciário remetem ao surgimento das perícias psiquiátricas nos séculos XVIII/XIX. Estas foram estrategicamente importantes para a psiquiatria se transformar em gestora da ordem social. Nesse mesmo contexto histórico, ganhou destaque a ideia de população enquanto problema e fonte de riqueza, cuja regulação passaria a ser buscada por práticas de governo. Assinale a opção que indica como Foucault identificou essas práticas. disciplina. X biopolítica. soberania. repressão. vigilância. [358495_1113 46] Questão 002 (UNICENTRO – 2011) Para o filósofo Michel Foucault, o século XIX inaugurou uma série de instituições que passaram a se alinhar ao exercício de poder, até então exclusivo do judiciário. Dentre elas, esse autor enumera a escola, o asilo, a polícia, o hospital. A função dessas instituições, segundo Foucault, consiste em corrigir as virtualidades dos indivíduos. reprimir as ações humanas. aconselhar os soberanos. X punir as infrações dos indivíduos. impedir as brutalidades jurídicas sobre os indivíduos. [358493_1127 19] Questão 003 (FGV – DPE-RJ – 2019) Segundo Foucault, no final do século XVIII, a biopolítica surge como forma de racionalização dos problemas colocados para a prática governamental, pelos fenômenos próprios da população, como saúde, higiene, natalidade, longevidade e raça. No contexto de exercício biopolítico, um importante instrumento de produção do “sujeito-criminoso” é a parresía. X o cuidado de si. a soberania. a barbárie selvagem. o racismo de Estado. Pincel Atômico - 02/04/2025 15:33:57 2/5 [358493_1127 28] Questão 004 Para cunhar o conceito de necropolítica, Achille Mbembe se baseou no conceito de Biopoder de Immanuel Kant. Karl Marx. Jean Jacques Rousseau. X Michel Foucault. Theodore Adorno. [358494_1113 44] Questão 005 (UEMA – 2015) Gilberto Cotrim (2006. p. 212), ao tratar da pós-modernidade, comenta as ideias de Michel Foucault, nas quais ― [...] as sociedades modernas apresentam uma nova organização do poder que se desenvolveu a partir do século XVIII. Nessa nova organização, o poder não se concentra apenas no setor político e nas suas formas de repressão, pois está disseminado pelos vários âmbitos da vida social [...] [e] o poder fragmentou-se em micropoderes e tornou-se muito mais eficaz. Assim, em vez de se deter apenas no macropoder concentrado no Estado, [os] micropoderes se espalham pelas mais diversas instituições da vida social. Isto é, os poderes exercidos por uma rede imensa de pessoas, por exemplo: os pais, os porteiros, os enfermeiros, os professores, as secretarias, os guardas, os fiscais etc. COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: história e grandes temas. São Paulo: Saraiva, 2006. (adaptado). Pelo exposto por Gilberto Cotrim sobre as ideias de Foucault, a principal função dos micropoderes no corpo social é interiorizar e fazer cumprir a repressão exercida pelos menos instruídos. X as normas estabelecidas pela disciplina social. o total direito político de acordo com as etnias. o ideal de liberdade individual. o ideal de igualdade entre os homens. Pincel Atômico - 02/04/2025 15:33:57 3/5 [358493_1127 26] Questão 006 (FCC – SABESP – 2018) Atenção: Leia o texto abaixo para responder as duas questões seguintes. O último livro de Achille Mbembe intitula-se Crítica da Razão Negra. Como define “razão negra”? O que chamamos de “Negro” é uma invenção do capitalismo à época em que esse sistema econômico e essa forma de exploração da natureza e dos seres humanos foi posta em prática à beira do Oceano Atlântico, no século XV. Neste contexto, “Negro” é a definição de uma humanidade que se presume não ser só uma, ou, sendo apenas uma, não pode ser nada mais do que uma coisa, um objeto, uma mercadoria. A “razão negra” reflete o conjunto de discursos que afirmam quem é este homem-objeto, homem-mercadoria, homem-coisa, como deve ser tratado, governado, em que condições se deve pô-lo a trabalhar e como tirar proveito dele. Depois, a “razão negra” designa a retomada do discurso daqueles que foram “catalogados” (Africanos, Antilhanos, Afro-Americanos, Afro-Caribenhos) e que devolvem e endossam essa responsabilidade aos responsáveis por este “fabrico”, buscando a reafirmação da sua humanidade plena e intei-ra. Logo após o 11 de Setembro, o mundo entrou numa fase muito particular, a que poderíamos chamar de estado de “exceção”. Está hoje presente, segundo defende, uma espécie de “racismo sem raça” que mobiliza a religião e a cultura no quadro da luta contra o terrorismo. Pode aprofundar esta questão? Depois do 11 de Setembro, o mundo entrou num momento muito específico, que pode ser chamado de “estado de sítio”: uma série de garantias jurídicas fundamentais que permitiam assegurar a nossa segurança e a nossa liberdade foi posta em causa, de forma explícita ou indireta. A exceção tornou-se norma. A detenção de pessoas que supõem tratar-se de inimigos vulgarizou-se, as prisões sem julgamento também, a tortura com o objetivo de extrair à força informações e a submissão das populações de todo o mundo a sistemas de vigilância sem contrapontos legais tornaram-se comuns. Tudo isso resulta numa “rebalcanização” do mundo sobre um fundo de duas formas obscuras de desejo que afligem as sociedades contemporâneas: o apartheid (cada um quer viver apenas com os seus) e o sonho, funesto no meu ponto de vista, de uma comunidade sem estrangeiros. O presidente francês, François Hollande ensaiou a ideia de retirar a palavra “raça” da constituição francesa para lutar contra o racismo. Como encara esta atitude? Absolutamente inacreditável! Porque isso pressupõe que se nos confrontamos com um problema, basta eliminar o vocábulo que o define. Se os países africanos suprimirem a palavra “pobreza”, ela desaparece? Há qualquer coisa de estranho neste tipo de raciocínio. Creio que o presidente faria melhor se refletisse sobre as novas formas de racismo em França e buscasse métodos para as combater. O que pensa dos que denunciam um aumento do racismo antibranco? (Risos) Não devemos brincar. Não quero dizer que os não brancos não são capazes de atitudes racistas. Porém, o racismo tal como se desenvolveu no mundo moderno, implica a existência de mecanismos institucionais coercivos na atribuição de uma identidade. Neste momento, na correlação de forças mundial, desculpe, mas o mundo africano em particular não dispõe de recursos suscetíveis de estigmatizar pessoas de origem europeia. Adaptado de: Entrevista de Achille Mbembe a Séverine Kodjo-Grandvaux. Trad. de C.F., Novo Jornal, 17 jan. 2014, p. 7 Em resposta à segunda pergunta, Achille Mbembe aponta para a série de acontecimentos desencadeados pelo 11 de Setembro, que rompeu com o sonho norte-americano, relacionado visceralmente ao apartheid, de não haver estrangeiros nos Estados Unidos. Pincel Atômico - 02/04/2025 15:33:57 4/5 ilustra, por meio da comparação com o apartheid, uma consequência cultural da discriminação norte-americana, que culminou nos desastres do 11 de Setembro, acirrando ainda mais disputas de caráter colonialista. critica a política externa norte-americana que, após o 11 de Setembro, passou a intensificar a vigilância discriminatória contra negros imigrantes, provenientesde outras matrizes culturais, daí a expressão “racismo sem raça”. X compara o apartheid ao que ocorre no mundo atualmente, em função de uma política orquestrada pelos Estados Unidos, a qual se contrapõe ao sonho de uma comunidade em que ninguém seja visto como estrangeiro. refere-se às decorrências do 11 de Setembro, em termos de política de segurança antiterrorismo, como repetição de um mesmo mecanismo segregacio-nista semelhante ao apartheid. [358494_1113 41] Questão 007 (Unichristus – 2015) Para dizer as coisas mais simplesmente: o internamento psiquiátrico, a normalização mental dos indivíduos, as instituições penais têm, sem dúvida, uma importância muito limitada se se procura somente sua significação econômica. Em contrapartida, no funcionamento geral das engrenagens do poder, eles são, sem dúvida, essenciais. Enquanto se colocava a questão do poder subordinando- o à instância econômica e ao interesse que garantia, dava-se pouca importância a estes problemas. Michel Foucault. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1977. Foucault, ao explicar suas ideias no texto, faz-nos inferir que X não podemos entender as relações de poder reduzindo-as à sua dimensão econômica ou à esfera do Estado. devemos entender as relações do poder como responsabilidade somente do Estado. o interesse do poder está relacionado às práticas sociais e desvinculado do Estado. os governantes detêm o poder em todas as esferas das relações sociais. as estruturas de poder não extrapolam o Estado e não são evidentes nas diversas práticas sociais. [358493_1113 35] Questão 008 (UFPR – 2020) Eis como ainda no início do século XVII se descrevia a figura ideal do soldado. O soldado é antes de tudo alguém que se reconhece de longe; que leva os sinais naturais de seu vigor e coragem, as marcas também de seu orgulho: seu corpo é o brasão de sua força e de sua valentia. [...] Na segunda metade do século XVIII, o soldado tornou-se algo que se fabrica; de uma massa informe, de um corpo inapto, fez-se a máquina de que se precisa; corrigiram-se aos poucos as posturas; lentamente uma coação calculada percorre cada parte do corpo, se assenhoreia dele, dobra o conjunto, torna-o perpetuamente disponível e se prolonga, em silêncio, no automatismo dos hábitos. FOUCAULT, Michel. Os corpos dóceis. In: FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Petrópolis: Vozes, 1999, p. 162. Levando em conta essa passagem e a obra em que está inserida, é correto afirmar que, para Michel Foucault, instituições como escolas, quartéis, hospitais e prisões são exemplos de espaços em que, a partir do século XVIII, os indivíduos são educados de modo a se tornarem autônomos. se tornam mais vigorosos e valentes. X se fazem objeto do poder disciplinar. encontram as condições de segurança e bem-estar. aprendem a conviver uns com os outros. Pincel Atômico - 02/04/2025 15:33:57 5/5