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Material adaptado do Prof. Hélio Cordeiro de Miranda TREFILAÇÃO Processos de Conformação Plástica (TE 0166) Prof. Luiz Soares Júnior Universidade Federal do Ceará – UFC Departamento de Engenharia Mecânica - DEM Material adaptado da apostila do Prof. Hélio Cordeiro - UFC 2015-1 Processos de Conformação Plástica Trefilação Observação: ler capítulo sobre Trefilação na apostila. Livros indicados no plano de aula Páginas 61 a 73. Objetivos da disciplina O aluno deverá ao final: Conhecer os principais processos de fabricação por conformação plástica, suas características técnicas, capacidade produtiva e limitações. SUMÁRIO Importância e conceito do processo Aplicações Processo de trefilação A fieira Equipamentos empregados Esforços Lubrificação Defeitos Trefilação Os primeiros fios metálicos fabricados na Alemanha e França por arraste manual (século XIII) A industrialização ocorreu em torno de 1825 nos Estados Unidos. Poucas mudanças na geometria. Avanços nos materiais e nos aspectos metalúrgicos. Fonte:www.ferrette.com.br Trefilação Conceito A trefilação é um processo de conformação plástica que se realiza pela operação de condução de um fio (ou barra ou tubo) através de uma ferramenta (fieira), de formato externo cilíndrico e que contém um furo em seu centro, por onde passa o fio. Trefilação Conceito A passagem do fio pela fieira provoca redução de sua seção e, como a operação é normalmente realizada a frio (temperatura abaixo da temperatura de recristalização), ocorre o encruamento com a alteração das propriedades mecânicas do material do fio. O esforço de deformação plástica é de compressão indireta. Trefilação Aplicações A trefilação é utilizada para fabricar barras, tubos, arames e fios de metais ferrosos e não ferrosos. Trefilação Aplicações gerais Trefilação Classificação em função do diâmetro Trefilação Etapas do processo - Aspectos Gerais Matéria-prima: fio-máquina (por exemplo) Descarepação ou decapagem com HCl ou H2S04 diluídos. Lavagem: em água corrente Recobrimento: comumente por imersão em leite de cal Ca(OH)2 a 100°C a fim de neutralizar resíduos de ácido, proteger a superfície do arame, e servir de suporte para o lubrificante de trefilação. Secagem (em estufa) - Também remove H2 dissolvido na superfície do material. Trefilação Trefilação Etapas do processo - Aspectos Gerais Trefilação Pelo aquecimento, (no processo de fabricação anterior) ocorre a formação de camadas de óxidos na superfície do material para ser trefilado. Remoção por decapagem química Etapas do processo - Aspectos Gerais Trefilação Etapas do processo - Aspectos Gerais Trefilação Trefilação Etapas do processo – Exemplo para tubos http://moodle.joinville.ifsc.edu.br/~edonir.krutzsch/ Trefilação Processo: fabricação de tubos Trefilação Processo: fabricação de tubos Trefilação Processo: fabricação de tubos Trefilação A Fieira - diversas configurações Fieira produzida com núcleo em Metal Duro de Perfil Retangular para Trefilação de Cobre. http://www.retimicron.com.br/ Fieira com perfis especiais http://www.kdies.com/tungsten-carbides-drawing-dies.php http://www.paradie.com/products Trefilação A Fieira Na fieira, o furo, com diâmetro decrescente, apresenta um perfil na forma de funil curvo ou cônico. Trefilação Materiais para Fieiras Metal duro (≅ 95% de carboneto de tungstênio e 5% de cobalto) para fios com diâmetro superior a 2 mm. Trefilação Outros materiais para Fieiras Aços de alto C revestidos de Cr Aços especiais (Cr-Ni, Cr-Mo, Cr-W, etc.) Ferro fundido branco Cerâmicos (pós de óxidos metálicos sinterizados) Trefilação Geometria da Fieira Trefilação Geometria da Fieira – Variações conforme fabricante http://www.ablewd.com.tw/ablewd2.asp Trefilação Efeitos associados com o ângulo da Fieira e modo de deformação do material trefilado. Trefilação Efeitos associados com o ângulo da Fieira À medida que o ângulo α é aumentado, o esforço de trefilação aumenta novamente devido ao aumento da deformação redundante, porém esse aumento só continua até atingir o chamado primeiro ângulo crítico αcr1. A partir do αcr1, ocorre um cisalhamento interno no material, separando- se uma zona que se adere a fieira e forma uma “falsa matriz” (zona morta) através da qual prossegue a trefilação. Nesse modo, nem todo o material toca a superfície de matriz com previsto, o que diminui o atrito gerado pelo contato. Trefilação Efeitos associados com o ângulo da Fieira A continuação do α faz com que a zona morta formada não se fixe à fieira e desliza para trás (DESCASCAMENTO). O núcleo da barra nãose deforma, atravessando a fieira com velocidade de saída igual à de entrada. Trefilação Trabalho Redundante (distorção) - O material sofre um processo de deformação interna (distorção) que não contribui para as mudanças dimensionais. - Essa distorção contribui para o endurecimento do material. - O efeito é maior nas camadas superficiais que no centro (heterogeneidade). - A intensidade é (em grande parte) função do ângulo da fieira (2α). - Na prática usam-se α pequenos e grandes reduções minimizando o efeito da distorção. Trefilação Formação das rupturas centrais (central burst) Segundo Avitzur Trefilação Trabalho total de trefilaçao Trefilação Observações gerais Para cada redução dada existe um valor ótimo do ângulo α, que é aquele que minimiza a carga (força) e conseqüentemente o trabalho total de trefilação, Wt. Quanto maior for o ângulo α, menor será a área de contato, e conseqüente menor atrito (Wa). Quanto maior for o ângulo α, maior será a força para a conformação porque maior é a redução (Wr). Trefilação Desgate na Fieira O desgaste da fieira se dá de maneira não uniforme ao longo de seu perfil: a intensidade de desgaste é menor no meio, maior na saída e muito maior na entrada. Para evitar desgastes excessivos, utiliza-se fluido com a função de lubrificar e refrigerar o conjunto fio-fieira Trefilação Controle geométrico e dimensional do Arame O controle dos produtos de trefilação é difícil de ser realizado principalmente pelo fato das pequenas seções do produto (caso dos fios finos) e das elevadas velocidades de trabalho. As técnicas experimentais de aplicação mais imediatas: ensaios mecânicos, ensaios metalográficos e verificação metrológica (diâmetros, ovalizações e defeitos). Trefilação Controle geométrico e dimensional da Fieira Feito pelo método indireto, verificando as dimensões de um fio passando pela fieira. Em laboratório: pesagem do fio ou o método da medição da resistência elétrica, antes e após a passagem de um comprimento conhecido. No processo: pode-se utilizar micrômetros, comparadores ou microscópio ópticos. Tolerância da ordem de milésimos de milímetro com afastamento negativo. Trefilação Equipamentos empregados Trefiladora de bancada mecânica ou hidráulica Trefiladora de tambor Trefilação Equipamentos empregados ESQUEMA DE MÁQUINA DE TREFILAR À TAMBOR TREFILADORAS DE TAMBOR · Simples (1 só tambor) - para arames grossos · Duplas para arames médios · Múltiplas (contínuas) para arames médios a finos. Trefilação Equipamentos empregados MÁQUINAS DE TREFILAR À TAMBOR Trefilação Equipamentos empregados Anéis são fabricados em aço não temperado, mas com um revestimento de material cerâmico(principalmente para fios capilares). O deslizamento lateral ou tangencial do fio sobre o anel provoca o seu gradativo desgaste, exigindo uma operação periódica de retificação para se manter a relação entre as velocidades do conjunto de anéis. Na operação final de rebobinamento, deve-se variar continuamente a velocidade angular do carretel para cada camada de fio enrolado, pois a velocidade periférica deve ser mantida constante. Trefilação Equipamentos empregados ESQUEMA DE TREFLADORA DE BANCADA MECÂNICA Barras e tubos: Trefilação Equipamentos empregados TREFLADORA DE BANCADA MECÂNICA Trefilação Equipamentos empregados Outros equipamentos: máquinas de afinar a ponta do fio; máquinas de alimentação contínuas; equipamentos de decapagem; fornos para tratamento térmico de recozimento; equipamentos para revestimento dos fios com materiais plásticos ou metálicos (esmaltação, estanhagem ou zincagem). Trefilação Esforços: Tensões e Deformações Trefilação ESFORÇO: Carga de trefilação por passe Leva em conta a real carga de conformação, considerando as deformações por atrito e redundante. Válido para barras Trefilação Lubrificantes – Características desejáveis • Manter inalteradas as condições de lubrificação sob altas temperaturas e pressões; • Diminuir o atrito superficial; • Comportar-se como lubrificante e refrigerante; • Impedir a adesão metálica; • Reduzir a transferência do metal entre a peça e matriz; • Expulsar partículas metálicas abrasivas; • Garantir condições aceitáveis de abamento superficial; • Ser de fácil remoção; • Não ser tóxico; • Baixo custo de aquisição; • Condutividade elétrica aceitável para permitir o desaparecimento de cargas elétricas estáticas por ação do atrito entre outras. Trefilação Tipos de Lubrificação • Lubrificação Seca: qualquer sólido de baixa resistência ao cisalhamento pode ser utilizado como lubrificante. Exemplo: chumbo, grafite, sabão, polímeros, ceras etc. • Lubrificação Líquida: a interface (pelicula) entre as partes é líquida e a característica mais importante é a viscosidade. Exemplo: óleo minerais, água etc. . • Lubrificação Limite: são lubrificantes sólidos ou líquidos que reagem quimicamente bem com metais na formação de películas aderentes formando películas. Trefilação Lubrificantes na Trefilação A escolha baseia-se em parâmetros como o tipo do material usado na ferramenta e na peça, a temperatura e a velocidade de processo. Os lubrificantes secos são mais utilizados na trefilação de metais ferrosos e os úmidos são bastante utilizados na trefilação de metais não ferrosos. Trefilação Lubrificantes na Trefilação lubrificantes secos Trefilação Defeitos dos produtos Relacionados com a FIEIRA Anéis de trefilação; Marcas de trefilação; Trincas; Riscos; Rugosidade elevada. Trefilação Defeitos dos produtos Trincas internas em ponta de flecha Durante a trefilação, as camadas mais internas da peça não recebem compressão radial, mas são arrastadas e forçadas a se estirar pelo material vizinho das camadas superficiais, que sofrem a ação direta da fieira. Essa deformação heterogênea gera tensões secundárias trativas no núcleo da peça, que pode vir a sofrer um trincamento característico, em ponta de flecha. A melhor solução é diminuir a relação D/L, (fieira de menor ângulo). Trefilação Defeitos dos produtos Relacionado com o processamento da matéria prima e/ou produto trefilado (a) Diâmetro escalonado; (b) Fratura irregular com estrangulamento; (c) Fratura com risco lateral; (d) Fratura com trinca aberta em duas partes; (e; f) Marcas na forma de “V” e ruptura taça-cone. Trefilação Defeitos dos produtos -Diâmetro escalonado: causado por partículas duras que ficam retidas na fieira e posteriormente se desprendem. -Fratura irregular com estrangulamento: causada por esforço excessivo devido a lubrificação deficiente ou redução excessiva. Trefilação Defeitos dos produtos -Fratura com risco lateral ao redor da marca de inclusão: causada por partícula dura inclusa no fio inicial proveniente da laminação ou extrusão. -Fratura com trinca aberta em duas partes: causada por trincas de laminação. Trefilação Defeitos dos produtos -Marcas em forma de “v” ou fratura em ângulo: causadas por redução grande e parte cilíndrica pequena, com inclinação do fio na saída; ruptura de parte da fieira com inclusão de partículas no contato fio-fieira; inclusão de partículas duras estranhas. - Fratura irregular formando taça cone: causada por redução pequena e ângulo de fieira muito grande, com acentuada deformação da parte central. Trefilação Defeitos dos produtos Defeito chevron em produtos trefilados. figura extraída de DEFECTS AND FAILURE IN ULTRA-FINE COPPER MAGNET WIRE, L.E. Murr and R.D. Flores, Scripta Materialia, Vol. 39, Nos. 4/5, pp. 527–532, 1998 Trefilação Observações gerais O ângulo ótimo da fieira para resultar em mínima força, aumenta com o aumento da redução. A velocidade de trefilação de arame nos equipamentos modernos pode superar 1500 m/min (geralmente variam de 0,5 a 40 m/s). A tensão de trefilação (e potência) diminui com o aumento da temperatura e diminuição da velocidade de trefilação. Trefilação Observações gerais As velocidades de trefilação para barras variam de cerca de 10 a 100 m/min. Existem disponíveis no mercado bancadas de trefilação com capacidade para 135 000 kgf de força de arraste e saída de barras até 30 m. A velocidade de trefilação não pode ser muito alta (> 40 m/s) principalmente pela influência do sistema de lubrificação pois, os lubrificantes podem se decompor. Trefilação Observações gerais Quanto maior a intensidade de redução e maior o ângulo da matriz, maior será o trabalho redundante. •No geral, quanto mais dúctil for o material, maior pode ser o ângulo da fieira. Segundo Dieter (1988), os processos comerciais de trefilação de arames empregam semi-ângulos (α) na faixa entre 6 a 10 graus e reduções de 20%. Trefilação Aspectos Gerais Propriedades mecânicas do aço AISI 1045 na condição de fornecimento trefilado e na condição laminado a quente Trefilação www.cimm.com.br Centro de Informação Metal Mecânica www.abal.org.br Associação Brasileira do Alumínio www.infomet.com.br Informações sobre processos e materiais www.arcelormittal.com/br/ Arcelor Brasil www.hyspex.com.br Vídeos e imagens de alguns processos www.abmbrasil.com.br Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais www.ibs.org.br Instituto Brasileiro de Siderurgia www.mmborges.com/ Dep. de Engenharia de Produção da UFJF Sites interessantes
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