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CONFORMAÇÃO PLASTICA DOS METAIS PARTE 1 2015 1 atualizado

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PROCESSOS DE 
CONFORMAÇÃO PLÁSTICA
Universidade Federal do Ceará
Departamento de Engenharia Mecânica
Prof. Luiz Soares Júnior
Semestre 2015-1
 Apresentação da disciplina 
 Introdução
 Aspectos metalúrgicos dos processos de 
conformação plástica
 Processos de fabricação:
 Laminação
 Extrusão
 Trefilação 
 Forjamento
 Estampagem
Conteúdo
Forma de avaliação
Serão 03 (três) avaliações progressivas.
Aprovado (conceito A) se média aritmética das APs for igual
ou superior a 7,0 (sete).
No caso de avaliação final, serão aprovados os que
alcançarem nota >= 4,0 (quatro) nesta avaliação e média
final >= 5,0 (cinco), calculada pela seguinte fórmula:
MF=(NAF + NAP/n) / 2
onde: MF= Média Final; NAF= Nota de Avaliação Final; 
NAP= Nota de Avaliação Progressiva;
n= Número de Avaliações Progressivas.
Introdução –Aspectos atuais da Fabricação 
FIGURE 1.7 Illustration of
the range of common sizes
of parts and the capabilities
of manufacturing processes
in producing these parts.
Introdução –Aspectos atuais da Fabricação 
Section of an automotive engine - the Duratec V-6 - showing various components and the materials used 
in making them. Source: Courtesy of Ford Motor Company. Illustration by David Kimball.
Introdução –Aspectos atuais da Fabricação 
Fundição 
Que processos poso utilizar para fabricação dessa peça simples?
Forjamento Extrusão Usinagem Soldagem
Introdução –Aspectos atuais da Fabricação 
Introdução
 O ato de talhar a pedra foi o primeiro processo de fabricação desenvolvido pelo homem;
 Era um processo lento e a dureza das pedras não permitia formas complexas;
 Este processo era usado na fabricação de utensílios domésticos e armas, como facas, 
machados, perfuradores, etc;
 Além da pedra, madeira, chifres e ossos eram usados como matéria prima.
EVOLUÇÃO DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO MECÂNICA 
Idade da Pedra (2,5 milhoes de anos atrás)
Introdução
EVOLUÇÃO DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO MECÂNICA 
Idade do cobre (4000 até 3000 a.C)
 No início, a técnica utilizada para fabricar utensílios era a deformação a frio do material, por
meio de golpes. O homem descobriu que se trata não de uma pedra mas de outro material.
 Aquecendo os metais, o homem descobriu que conseguia mudar sua forma com maior
facilidade (o fogo já era usado para aquecimento, proteção contra os animais e preparo dos
alimentos).
 A técnica utilizada para deformar o metal por meio de golpes, a fim de fabricar utensílios e
ferramentas, tornou-se conhecida como forjamento.
Introdução
EVOLUÇÃO DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO MECÂNICA 
As primeiras ligas metálicas
A Fundição
O cobre em fusão (temperatura próxima a 1.000ºC) era despejado em
recipientes com cavidades e assumiam, assim, a forma do produto
desejado. Com isso, o homem dava os primeiros passos para o
desenvolvimento da fundição, que se tornava um novo processo de
fabricação de objetos.
Introdução
EVOLUÇÃO DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO MECÂNICA 
As primeiras ligas metálicas
Idade do Bronze (2000 até 1000 a.C)
Bronze:
─Ao se fundir o Cobre com pequenas adições de estanho, descobriu-se que o
produto resultante era mais forte do que o cobre puro.
O bronze tornou-se o principal material utilizado na fabricação de ferramentas,
armas e enfeites. Dentre as vantagens, cita-se a sua resistência e facildiade de
trabalhar.
Introdução
EVOLUÇÃO DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO MECÂNICA 
As primeiras ligas metálicas
12
Num buraco feito na terra, era aquecida uma 
mistura do mineral e carvão vegetal.
A mistura aquecida se transformava numa massa
pastosa. Essa massa era batida para a eliminação
de impurezas e escórias. O que restava da massa
era forjado.
Eram forjadas, principalmente, armas e ferramentas.
Introdução
EVOLUÇÃO DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO MECÂNICA 
As primeiras ligas metálicas
Ligas de Ferro:
─Ao se aquecer e forjar um novo mineral, (minério de ferro), descobriu-se um novo
material, mais duro e mais resistente do que o bronze;
─A fundição do ferro possibilitava a obtenção de produtos com elevada dureza por
causa do carvão.
─Foi necessário o desenvolver os primeiros fornos de fundição com injeção de ar
para obtenção de altas temperaturas para aquecer o minério de ferro misturado
com carvão.
Introdução
EVOLUÇÃO DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO MECÂNICA 
As primeiras ligas metálicas
A origem do Aço 
O homem verificou que quanto menos carbono (oriundo do carvão) fosse
absorvido pelo ferro, menos duro e menos quebradiço ficaria o produto final.
Foi assim que a fundição possibilitou um grande aumento na produção de
peças de ferro fundido. Dadas as vantagens técnicas, produtos que eram
forjados em cobre ou bronze foram substituídos pelo ferro fundido.
Nessa época, o homem dava os primeiros passos para a obtenção do aço,
material mais importante da era dos metais.
Introdução
EVOLUÇÃO DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO MECÂNICA 
Desenvolvimento das máquinas
MÁQUINAS SIMPLES MÁQUINAS COMPLEXAS
Introdução
EVOLUÇÃO DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO MECÂNICA 
Evolução das máquinas
Torno mecânico Máquina a Vapor
James Watt, no século XVIII
Introdução
EVOLUÇÃO DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO MECÂNICA 
Evolução das máquinas
Eletricidade e Automatização
 Substituição da energia a vapor pela 
elétrica;
 Automatização das máquinas através 
de dispositivos mecânicos;
 Surgimento das linhas de produção;
 Intercambiabilidade e redução de 
custos de produção.
Introdução – Evolução do Materiais
ouro
madeira
peles
fibras
pedra
cobre
tijolos
louça
bronze
vidro
papel
ferro
colas
cimento
refratários
ferros 
fundidos
borracha
AÇO
cimento
portland
Epóxis
polímeros de
“alta” temperatura
matriz 
metálica
PRFV
PRFC
PRFK
matriz 
cerâmica
pirocerâmicas
cerâmicas “tenazes”
aços 
ligados
baquelite
nylon
PE
PMMA
PC PS
sílica fundida
ligas 
leves
superligas
base Ni, Co
ligas
refratárias
aços ARBL
vidros metálicos
aços inoxidáveis dúplex
ligas Al-Li
processamento otimizado
Fonte: Ciência dos materiais 6ª Edição – James F. Shackelfrod
Introdução
Exemplos de peças fabricadas com materiais metálicos
Introdução
Exemplos de peças fabricadas com materiais metálicos
Introdução
Exemplos de peças fabricadas com materiais metálicos
Introdução
Exemplos de peças fabricadas com materiais metálicos
Introdução
CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO 
Os processos de fabricação podem ser divididos em:
CONFORMAÇÃO;
MOLDAGEM;
CORTE;
JUNÇÃO.
CONFORMAÇÃO DOS METAIS
 Entende-se como conformação dos metais a modificação
de um corpo metálico para outra forma definida.
 Os processos de conformação podem ser divididos em
dois grupos:
• processos metalúrgicos nos quais as modificações de
forma estão relacionadas com altas temperaturas.
• processos mecânicos nos quais as modificações são
provocadas pela aplicação de tensões externas.
Introdução
CONFORMAÇÃO DOS METAIS
Os processos metalúrgicos subdividem-se em:
• Conformação por solidificação:
temperatura adotada superior ao ponto
de fusão do metal (Ex. fundição)
• Conformação por sinterização:
temperatura de processamento é
inferior ao ponto de fusão do metal
(metalurgia do pó).
Introdução
CONFORMAÇÃO DOS METAIS 
Os processos mecânicos subdividem-se em:
• Processos de conformação plástica:
tensões aplicadas inferiores ao limite de
resistência à ruptura do material;
• Processos de conformação por usinagem:
tensões aplicadas superiores ao limite de
resistência à ruptura do material com
geração de cavaco.
Introdução
IntroduçãoCLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO PLASTICA 
Fonte: BRESCIANI, 1991
Introdução
PROCESSOS DE 
FABRICAÇÃO POR 
CONFORMAÇÃO 
PLASTICA 
Fonte: BRESCIANI, 1991
Que processos de fabricação foram utilizados para o produto abaixo?
Introdução
Usualmente 15 000 peças compõe um automóvel
Metalurgia da
Conformação Plástica
ASPECTOS GERAIS 
Metalurgia da conformação plástica
 Aspectos Gerais
 Importância da metalurgia para os processos de
fabricação.
 O estudo da metalurgia aplicada para os processos de
conformação plástica será dividido em quatro principais
tópicos:
• conceitos fundamentais da estrutura cristalina; 
• deformação plástica do metal; 
• encruamento e recozimento; 
• textura e anisotropia.
Metalurgia da conformação plástica
ESTRUTURAS
CRISTALINAS
A maioria dos materiais de
interesse para o engenheiro
tem arranjos atômicos que
são repetições, nas três
dimensões, de uma unidade
básica. Tais estruturas são
denominadas cristais.
Reticulado cristalino
07 Sistemas e 14 arranjos (Redes Bravais) 
Metalurgia da conformação plástica
Sistema cristalino Parâmetro de rede e ângulo entre os eixos Estrutura cristalina
Cúbico Três eixos iguais em ângulo reto Cúbica simples
a=b=c, ===90 Cúbica de corpo centrado
Cúbica de faces centradas
Tetragonal Três eixos em ângulo reto, dois iguais Tetragonal simples
a=bc, ===90 Tetragonal de corpo centrado
Ortorrômbico Três eixos desiguais em ângulo reto Ortorrômbico simples
abc, ===90 Ortorrômbico de corpo centrado
Ortorrômbico de bases centradas
Ortorrômbico de faces centradas
Romboédrico Três eixos iguais, ângulos iguais Romboédrico simples
a=b=c, ==90
Hexagonal Dois eixos iguais a 120, terceiro eixo a 90 Hexagonal simples
a=bc, ==90, =90
Monoclínico Três eixos desiguais, um ângulo diferente Monoclínico simples
abc, ==90, 90 Monoclínico de bases centradas
Triclínico Três eixos desiguais, ângulos desiguais Triclínico simples
abc, 90
 Conceitos fundamentais da estrutura cristalina
 A maioria dos cristais metálicos se cristaliza nos sistemas
denominados de cúbico de face centrada (CFC), cúbico
de corpo centrado (CCC) e hexagonal compacto (HC).
Metalurgia da conformação plástica
 Tipo de estrutura de alguns materiais na temperatura
ambiente:
• Fe, o Cr, o Mo e o Nb são CCC
• Al, o Cu, o Ni e a Ag, são CFC
• Co, o Mg, o Ti e o Zn são HC. 
 Sistema cúbico de corpo centrado - CCC
Metalurgia da conformação plástica
 Na estrutura CCC cada átomo dos vértices do cubo é dividido com 8 
células unitárias;
 Cada átomo de uma estrutura CCC é cercado por 8 átomos adjacentes
 Há 2 átomos por célula unitária na estrutura CCC.
 Sistema cúbico de corpo centrado - CCC
Metalurgia da conformação plástica
No sistema CCC os átomos se 
tocam ao longo da diagonal do 
cubo: (3) 1/2.a=4r
accc= 4r/ (3)
1/2
RELAÇÃO ENTRE O RAIO ATÔMICO (R) e o PARÂMETRO DE 
REDE (a) PARA O SISTEMA CCC
Fator de empacotamento atômico (FEA) = Número de átomos x Volume dos átomos
Volume da célula unitária
FEA representa a fração do volume da célula unitária ocupado pelos átomos
a2
 Sistema cúbico de corpo centrado - CCC
Metalurgia da conformação plástica
1/8 de átomo
1 átomo inteiro
Número de coordenação: corresponde ao número de átomos que 
cercam o átomo de referência
Para a estrutura CCC o número de coordenação é 8
 Sistema cúbico de face centrada - CFC
Metalurgia da conformação plástica
 Na estrutura CFC cada átomo dos vértices do cubo é dividido com 8 
células unitárias;
 Já os átomos das faces pertencem somente a duas células unitárias;
 Há 4 átomos por célula unitária na estrutura CFC.
 Sistema cúbico de face centrada - CFC
Metalurgia da conformação plástica
RELAÇÃO ENTRE O RAIO ATÔMICO (R) E O PARÂMETRO DE 
REDE (a) PARA O SISTEMA CFC
acfc = 4 R/(2)1/2
 Sistema cúbico de face centrada - CFC
Metalurgia da conformação plástica
Para a estrutura CFC o número de coordenação é 12
Número de coordenação: corresponde ao número de átomos que 
cercam o átomo de referência
Metalurgia da conformação plástica
 Sistema Hexagonal compacto - HC
O número de coordenação para a estrutura HC é 12 e, portanto, o fator 
de empacotamento é o mesmo da cfc, ou seja, 0,74.
Metalurgia da conformação plástica
 Sistema Hexagonal compacto - HC
Cada átomo tangencia 3 átomos da camada de cima, 6 átomos no seu 
próprio plano e 3 na camada de baixo do seu plano
Relação entre R e a:
a= 2R
Metalurgia da conformação plástica
Metalurgia da conformação plástica
ALOTROPIA (OU POLIMORFISMO) DO FERRO
 A 1394°C o ferro passa novamente para
CCC.
 A 910°C, o Ferro passa para estrutura
CFC, número de coordenação 12, fator de
empacotamento de 0,74 e um raio atômico
de 1,292Å.
 Na temperatura ambiente, o Ferro tem
estrutura CCC, número de coordenação 8,
fator de empacotamento de 0,68 e um raio
atômico de 1,241Å.
CCC
CFC
CCC
Até 910°C
De 910-1394°C
De 1394°C-PF
Metalurgia da conformação plástica
POLIMORFISMO DO FERRO POLIMORFISMO DO CARBONO
Fonte: Prof. Rubens Caram –
UNICAMP)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alotropia
 Defeitos Cristalinos – Cristal Perfeito x Cristal Real
São imperfeições do reticulado cristalino
 Os defeitos têm grande influência nas propriedades do
cristal, particularmente as que estão associadas à
deformação plástica.
 Os defeitos podem ser classificados como:
• defeitos de ponto;
• defeitos de linha;
• defeitos de plano;
• defeitos volumétricos.
Metalurgia da conformação plástica
 Defeitos Cristalinos – Cristal Perfeito x Cristal Real
 Os defeitos de ponto são:
• Vacância (lacuna);
• átomo de impureza intersticial;
• átomo de impureza substitucional;
• átomo deslocado de sua posição no reticulado.
Metalurgia da conformação plástica
 Defeitos Cristalinos
 Defeitos de ponto
Metalurgia da conformação plástica
 Defeitos Cristalinos
 Defeitos de ponto
Metalurgia da conformação plástica
 Defeitos Cristalinos
 Defeitos de ponto
Metalurgia da conformação plástica
É impossível existir um metal consistindo de um só tipo de átomo (metal 
puro).
• As técnicas de refino atualmente disponíveis permitem obter metais com 
um grau de pureza no máximo de 99,9999%.
 Defeitos Cristalinos
 Os defeitos de linha são:
• discordâncias de cunha (aresta);
• discordâncias helicoidais;
• discordâncias mistas.
Metalurgia da conformação plástica
 Defeitos Cristalinos
Defeitos de linha
 Os defeitos de linha - discordâncias
CUNHA (ARESTA) HÉLICE
Metalurgia da conformação plástica
 Defeitos Cristalinos
 Os defeitos de plano são:
• contornos de grão;
• contornos de sub-grão;
• contornos de macla
Metalurgia da conformação plástica
 Defeitos Cristalinos
 Os defeitos volumétricos (tridimensionais) são:
• Vazios (poros);
• fissuras;
• incrustações.
Metalurgia da conformação plástica
 Defeitos Cristalinos
 Defeitos volumétricos (tridimensionais)
Metalurgia da conformação plástica
COMPACTADO DE PÓ DE FERRO APÓS SINTERIZAÇÃO A 1150oC, POR 120min EM ATMOSFERA DE HIDROGÊNIO 
 Deformação plástica do cristal
 Um corpo metálico que é solicitado por uma tensão
superior à tensão limite de escoamento sofre uma
deformação plástica.
 Dois mecanismos estruturais que podem estar
presentes durante o processo de deformação plástica:
• Escorregamento
• Maclação.
Metalurgia da conformação plástica
 Deformação plástica do cristal
 No escorregamento, uma partedo cristal move-se em relação à
outra parte, segundo determinados planos e direções
cristalográficas, conhecidos como planos e direções de
escorregamento.
 Na maclação uma parte do cristal se inclina em relação à outra a
partir de um plano limite das duas partes, denominado plano de
maclação.
Metalurgia da conformação plástica
 Deformação plástica do cristal
ESCORREGAMENTO
MACLAÇÃO
Metalurgia da conformação plástica
 Deformação plástica do cristal
 O escorregamento ocorre de acordo com critérios básicos
estabelecidos:
• a direção e o plano de escorregamento coincide
preferencialmente com as direções e os planos de maior
densidade atômica;
• o escorregamento ocorre segundo um sistema de
escorregamento (planos e direções), onde é maior a tensão de
cisalhamento decomposta.
Metalurgia da conformação plástica
 Deformação plástica do cristal
 No CFC o número total de sistemas de escorregamento
é 12
 No HC o número total de sistemas de escorregamento é
3.
 No CCC o número de sistemas de escorregamento pode
ser 12 ou 24, o que irá depender da combinação entre
planos e direções.
Metalurgia da conformação plástica
 Deformação plástica do cristal
 Sistemas de escorregamento
Metalurgia da conformação plástica
 Deformação Plástica e Discordâncias
 A tensão limite de escoamento de um cristal real é bem
menor que a do cristal teórico perfeito, principalmente
devido à presença de discordâncias.
• Decorre da facilidade apresentada pela discordância em se
movimentar.
• Ocorre geração de mais discordância no decorrer do processo
de deformação.
Metalurgia da conformação plástica
 Deformação Plástica e Discordâncias
Tensão de escoamento.
Metalurgia da conformação plástica
 Discordâncias
 Facilidade das discordâncias em se movimentar.
CUNHA (ARESTA)
Metalurgia da conformação plástica
Discordâncias em cunha movem-se devido à 
aplicação de uma tensão de cisalhamento 
perpendicular à linha de discordância
 Discordâncias
O resultado da movimentação da discordância através de um
cristal corresponde à deformação plástica desse cristal, numa
magnitude igual a uma distância interatômica.
•Ocorre geração de mais discordância no decorrer do processo de
deformação.
O RESULTADO É O ENCRUAMENTO DO MATERIAL
Metalurgia da conformação plástica
 Discordâncias
 A tensão crítica que provoca a deformação plástica não
depende somente da geração e movimentação de
discordâncias, mas também das forças opostas a essa
movimentação. Exemplos:
• Presença de outros defeitos cristalinos.
• Interação das discordâncias entre si durante a movimentação.
• Presença de impurezas ou de elementos de ligas nos metais em
solução sólida ou formando outras fase.
Metalurgia da conformação plástica
 Encruamento
É Fenômeno no qual um material endurece devido à deformação
plástica (realizado pelo trabalho à frio).
Esse endurecimento dá-se devido ao aumento de discordâncias e
imperfeições promovidas pela deformação, que impedem o
escorregamento dos planos atômicos
 Um metal encruado apresenta
• maiores limites de escoamento e de resistência;
• maior dureza;
• menor alongamento e estricção.
Metalurgia da conformação plástica
 Encruamento
A microestrutura também se altera com o trabalho a frio.
Os grãos deformados se tornam alongados e adquirem uma
orientação cristalográfica preferencial de acordo com a direção do
processo de conformação.
Metalurgia da conformação plástica
Antes da deformação Depois da deformação
 Encruamento
 A energia armazenada pelo cristal deformado pode se
dar nas formas de vacâncias e de maclas.
 Entretanto, a maior parte desta energia está relacionada
à geração e interação de discordâncias, de maneira que
o número destas aumenta com a elevação da
intensidade de deformação plástica.
Metalurgia da conformação plástica
 Encruamento
 A resistência a corrosão do metal deformado plasticamente
a frio também é alterada.
• A energia interna acumulada pelo encruamento eleva a
reatividade química do metal, reduzindo sua resistência a
corrosão.
Metalurgia da conformação plástica
 Encruamento
ALTERAÇÃO TÍPICAS 
DAS PROPRIEDADES
Metalurgia da conformação plástica
 Encruamento X Energia Interna
 O estado de trabalho a frio é uma condição de maior
energia interna do que o material não deformado.
 Embora a estrutura celular de discordâncias do material
trabalhado a frio seja mecanicamente estável, ela não é
termodinamicamente estável.
Metalurgia da conformação plástica
 Recozimento
 O tratamento térmico que conduz o metal encruado a
condição inicial.
• O Recozimento consiste num aquecimento a uma determinada
temperatura (temperatura de recristalização) durante um certo
tempo.
Metalurgia da conformação plástica
 Recozimento
 A temperatura que define o limite superior para o
trabalho a frio é a temperatura de recristalização.
 Essa temperatura não pode ser expressa com exatidão,
pois depende da:
• composição química do material metálico;
• da intensidade e velocidade de deformação.
Metalurgia da conformação plástica
 Recozimento
 Para condições práticas, a temperatura de
recristalização pode ser definida como:
A temperatura na qual uma dada liga, num estado
altamente trabalhado a frio, recristaliza-se
completamente em uma hora.
Metalurgia da conformação plástica
 Recozimento
 Temperatura de recristalização em diferentes materiais
Metalurgia da conformação plástica
 Recozimento
 No processo de alívio de energia interna, pode-se
distinguir três estágios:
• recuperação;
• recristalização;
• crescimento dos grãos.
Metalurgia da conformação plástica
 Recozimento
Metalurgia da conformação plástica
 Recozimento
Metalurgia da conformação plástica
Prof. C. Brunetti demec.ufpr
 Encruamento x Recozimento
Metalurgia da conformação plástica
(a) Variação nas propriedades mecânicas reveladas por um ensaio de tração do níquel com quantidades cada vez maiores de
deformação por laminação.
(b) Recuperação das propriedades mecânicas de acordo com ciclos de recozimento de 1 hora nas temperaturas indicadas Fonte:
Meyers & Chawla (1999).
 Encruamento x Temperatura de recristalização
Metalurgia da conformação plástica
É essa temperatura de recristalização 
mínima, ou limite, que é normalmente 
especificada na literatura.
 Recozimento
Metalurgia da conformação plástica
Influência da temperatura 
de recozimento nas 
propriedades de uma liga 
de latão
 Recozimento
Efeito do crescimento de grão sobre a superfície do material 
“Casca de laranja”
Metalurgia da conformação plástica
“orange-peel efect”
Causado por maior ou menor tamanho de grão?
 Textura e Anisotropia
 A forma da orientação dos cristais constituintes do
material metálico é denominada de textura.
 Considera-se um metal com ausência de textura,
quando a distribuição das orientações dos cristais no
agregado policristalino é aleatória.
 Pode ser resultante de tratamento térmico ou
deformação plastica.
Metalurgia da conformação plástica
 Textura e Anisotropia
Metalurgia da conformação plástica
 Textura e Anisotropia
Metalurgia da conformação plástica
Textura chapa de aço 
inoxidável laminada
 Textura e Anisotropia
Metalurgia da conformação plástica
 Textura e Anisotropia
 A formação de textura pode ser benéfica:
• aproveitamento das propriedades elásticas em molas
metálicas.
• a textura preferencial para melhorar a estampabilidade dos
materiais.
• aproveitamento da propriedade de resistênciamecânica
maior numa direção específica;
• redução das perdas elétricas e magnéticas em chapas de
transformadores e máquinas elétricas.
Metalurgia da conformação plástica
 Textura e Anisotropia
 Pode-se citar como exemplos de processos de
deformação plástica que podem condicionar o material a
possuir determinada textura:
• Laminação;
• Trefilação
Metalurgia da conformação plástica
 Atividade extra-classe
Quais os materiais e propriedades específicas que definem seu uso
nesses equipamentos/objetos?
• Bateria de celular • Células fotovoltaicas • Turbinas para propulsão à
jato • Pistão de motor de combustão interna • Blocos de motores
automotivos • capacete balístico • Parafusos para implantes
dentários • Válvulas cardíacas • Prancha de surf • agulha de sutura
cirúrgica • disco de freio • microondas • fios de sutura cirúrgica •
capo de um veículo • vara para salto • lâmpada de vapor de sódio •
Broca de metal duro • Taco de golfeara para salto
Metalurgia da conformação plástica

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