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Radiologia do Aparelho Urinário

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DISCIPLINA DE RADIOLOGIA 
APARELHO URINÁRIO 
 
Revisão de anatomia: 
 
Os rins estão situados no retroperitônio, na chamada loja renal, que, além do rim, é 
composto pelo o espaço perirrenal, contendo gordura e as glândulas suprarrenais e 
delimitada pela fáscia renal (fáscia de Gerota). Alias, todo o retroperitônio é subdividido por 
fáscias, que limitam a disseminação de doenças, com inflamações, infecções e mesmo 
tumores. 
Aderida ao rim encontramos uma cápsula fibro-elástica, conectada à fáscia renal 
através de trabéculas fibrosas, que atravessam a gordura perirrenal. No bordo lateral de 
cada um dos rins, as camadas anterior e posterior da fáscia renal se fundem, o mesmo 
ocorrendo na porção superior. 
Na porção inferior do espaço perirrenal não se observa esta fusão das camadas da fáscia 
renal, o que permite a possibilidade de comunicação entre o espaço perirrenal anterior e 
posterior. Este aspecto anatômico permite que processos infecciosos e neoplásicos 
disseminem-se para outros compartimentos do retroperitoneo. 
Na porção medial dos rins está o hilo renal, formado por vasos, nervos e a pélvis 
renal/ureter. O hilo renal se conecta a um espaço maior, intra-renal, chamado seio renal, que 
contem os cálices, os vasos (arteriais, venosos e linfáticos) e gordura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O parênquima renal apresenta uma camada externa – a córtex que contem 
glomérulos e túbulos – e uma camada interna que contem as pirâmides. A córtex envolve as 
pirâmides e se estende entre elas em direção ao seio renal, formando as colunas de Bertin. 
O ápice das pirâmides converge para o seio renal e se projeta no interior dos cálices renais 
formando as papilas. 
Na fase embrionária, o broto reno-ureteral, que formará o aparelho urinário, está 
situado na cavidade pélvica e com o crescimento do pólo caudal, os rins ”migram” para a 
região lombar. Cerca de 10% da população nasce com malformações/anomalias do trato 
urinário, na maioria das vezes relacionadas a alterações na posição e na forma, havendo, 
mais raramente, á efeito de massa ou alterações no número dos rins e dos ureteres. 
A parede da bexiga é composta por uma camada adventícia, três camadas de 
musculatura não estriada (detrussor), uma camada submucosa e uma camada mucosa e 
mede de 2 a 8 mm de espessura dependendo do grau de repleção. A região do trígono 
possui características funcionais especiais quando comparada ao restante da bexiga. O 
óstio ureteral está póstero-lateral em cada ângulo do trígono e o orifício uretral interno ocupa 
o ápice, sendo esta a porção mais caudal da bexiga. 
O desenvolvimento de novas tecnologias de imagem e o refinamento dos métodos de 
imagem uro-radiológicos já estabelecidos está acontecendo rapidamente. 
Avanços importantes foram acrescentados à rotina de avaliação gênito-urinária, 
especialmente na avaliação da doença litiásica (tomografia computadorizada helicoidal), nos 
pacientes pediátricos (urografia por ressonância magnética) e nos pacientes portadores de 
neoplasias (ressonância magnética com imagens de espectroscopia que aliam informações 
sobre a forma e a função). 
Atualmente, os métodos de medicina nuclear, ultra-som, tomografia computadorizada 
(TC) e ressonância magnética (RM), especialmente na uro-radiologia pediátrica, tem sido 
mais usados para a identificação e manejo das doenças das vias urinárias, fornecendo 
informações sobre o parênquima e a função renais, com técnicas que podem identificar a 
diferenciação tecidual das lesões, demonstrar a dilatação pielo-calicial, determinar as 
margens dos rins e dos espaços peri-renais. 
Assim, a urografia excretora intravenosa convencional (UIV) perdeu a posição de exame de 
referência no diagnóstico urológico, sendo ainda usada para identificar doenças dos 
ureteres. 
 
 
Aspecto normal do rim direito:Ultra-Som. EcoDoppler mostrando os vasos renais. 
 
Os exames de imagem também fornecem importantes informações sobre a 
morfologia e a hemoperfusão (eco Doppler) dos rins, sendo imprescindível o conhecimento 
prévio tanto dos aspectos anatômicos normais e das variações anatômicas, quanto das 
anomalias congênitas, dos diversos transtornos do trânsito da urina (tipo cálculos, 
compressões extrínsecas), das massas / tumores renais e de outras condições sistêmicas 
que comprometem os rins (infecções, traumatismos, alterações relacionadas ao 
envelhecimento e/ou decorrentes de doenças sistêmicas). 
 
 
 
 
 
Variações Anatômicas e Anomalias Congênitas dos Rins e dos Ureteres 
 
 
Um grande número de anomalias congênitas, de tamanho, forma, número, posição e 
estrutura dos rins, dos ureteres, da bexiga e da uretra, podem ser encontrados em exames 
de imagem. Muitas delas são raras, a maioria não tem grande importância clínica, 
especialmente quando são achados de exame ou são diagnosticadas na vida adulta. 
 
Coluna de Bertin proeminente, é uma variação anatômica que, pela maior 
quantidade de parênquima presente naquela localização, pode simular massa intra-renal, às 
vezes sendo necessárias mais de uma modalidade de imagem para distinguir esta 
“hipertrofia focal do parênquima”, de uma massa renal verdadeira. 
 
 
 
Contornos lobulados do parênquima na porção intra-renal. (Ecografia). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A persistência da lobulação fetal se apresenta como uma “ondulação” dos 
contornos externos do rim, com espessura 
de parênquima preservada, o que exclui a presença de sequelas de infecção. 
 
 
 
 
 
 
 
Aspecto externo de irregularidade do contorno renal em urografia excretora e no ultra-som de rim. 
 . 
Distúrbios de rotação são as anomalias congênitas mais freqüentes dos rins e 
dentre elas, a mais comum, é a orientação anterior da pelve renal. 
 
 
Observe o defeito de rotação, bilateral; Em A e B, defeito de rotação dos rins, com hipoplasia do rim dir. 
pelve do rim dir. em posição lateral e pelve renal esq. em posição anterior. 
Ectopia renal significa ausência de rim na loja renal e pode ser uni ou bilateral. O rim 
ectópico, em geral, é normal e está situado em algum ponto entre a loja renal e a cavidade 
pélvica. A ectopia ocorre devido à migração defeituosa ou à ausência de migração do broto 
Reno-ureteral durante a vida intra-uterina. 
Quando a ectopia renal é bilateral, observa-se o deslocamento dos ângulos hepático e 
esplênico do cólon para a respectiva loja renal. 
 
 
Ectopia renal bilateral. Radiografia simples de abdômen mostra o deslocamento dos ângulos hepático e esplênico do colon 
para a região para-vertebral, na topografia da respectiva loja renal. Na urografia excretora os rins ectópicos estão situados 
na região lombar à direita e em posição anterior, na transição lombo-sacra, à esquerda. 
 
 
Rim direito ectópico na região lombo-sacra, situado anterior aos corpos vertebrais de L3, L4, L5 e S1. 
 
 
Rim direito ectópico, situado na pequena pelve à direita. 
 
O rim em ferradura é um defeito de fusão, posição e rotação dos rins, os quais se 
encontram unidos pelo pólo inferior, que se situa na linha média em posição anterior aos 
corpos vertebrais. O deslocamento lateral e anterior dos ureteres indica o defeito de rotação 
e, frequentemente, há algum grau de uropatia obstrutiva, que pode predispor à pielonefrite. 
 
 
Rim em ferradura (Urografia excretora): observar a inversão do eixo renal e o distúrbio de rotação da pelve dos rins. 
 
 
Rim em ferradura: (TC) cortes axiais mostrando fusão do pólo inferior dos rins(seta). 
 
 
 
Rim em ferradura. Tomografia computadorizada: cortes tardios, pós-contraste, reconstruídos nos planos axial (A), coronal 
(B) e 3D (C). 
 
A estenose da junção uretero-piélica(JUP) pode ser um achado isolado e 
assintomático, ou pode estar associada a graus variáveis de uropatia obstrutiva que, pela 
estase urinária, predispõem à infecção e à formação de cálculos, que ficam retidos na pelve 
renal. Em geral, a causa da obstrução é um estreitamento congênito, mas também pode ser 
devida à compressão por vaso anômalo ou por bandas fibrosas que cruzam a junção 
uretero-piélica. 
 
 
 
 
Observar o retardo de excreção do contraste pelo rim esquerdo e a imagem tardia com acentuada dilatação pielo-calicial à 
esquerda, ambos os achados demonstrados em urografia excretora. 
 
 
Urografia excretora: cálculos retidos na pelve renal à direita, conseqüentes à estenose de JUP. 
 
 
Estudo por angiotomografia em paciente com estenose da JUP: 
(A) dilatação da pelve renal; (B) presença de artéria renal acessória (seta) e sua relação com a pelve renal deste lado. 
(C) e (D) reconstruções tridimensionais, notar a presença de artérias renais polares no rim oposto. 
A duplicação pielo-calicial e ureteral pode ser completa ou incompleta, uni ou 
bilateral. Não é rara, podendo variar de uma simples pelve bífida até duplicação completa do 
ureter, sendo que o ureter duplicado drena a pelve da porção superior (duplicada), e pode 
ser tópico ou ectópico. 
 
 
 
 
Urografia excretora mostra: Duplicidade pielo-calicial e ureteral completa à direita (figura C) e Duplicidade pielo-calicial e 
ureteral incompleta à esquerda, nas duas outras figuras. 
 
 
 
 
A ureterocele é uma dilatação cística da porção inferior do ureter, na sua porção 
intra-mural. Pode ser congênita ou adquirida, uni ou bilateral e o diagnóstico é facilmente 
feito tanto na ecografia de bexiga quanto na urografia excretora ou TC com contraste 
venoso. Pode ser assintomática, mas, não raro, causa algum grau de retardo no 
esvaziamento do ureter correspondente. 
 
 
 
 
 
 
Ecografia vesical mostra o aspecto dinâmico da ureterocele, num corte se apresenta cheia de urina, em outro está vazia. 
Na figura da direita observam-se duas falhas de enchimento intra vesicais, sendo o aspecto característico da ureterocele. 
 
Os divertículos congênitos da bexiga são herniações da mucosa em áreas de 
menor resistência da camada muscular, ocorrem mais frequentemente nos homens, em 
geral se situam na base da bexiga e quando se originam no meato ureteral (divertículos de 
Hutch) podem estar relacionados com obstrução e / ou compressão do ureter. 
Os divertículos de bexiga podem, ainda, estar associados à estase urinária que predispõe à 
formação de cálculos, à infecção, à inflamação, às displasias e às neoplasias, benignas e 
malignas. 
 
 
 
Ecografia mostra comportamento inverso do divertículoem relação à bexiga, nas fases pré e pós miccional. 
 
Uretrocistografia na fase miccional mostra:opacificação da uretra, refluxo vésico-ureteral e divertículo para-ureteral (Hutch) 
à direita. 
. 
. A válvula de uretra posterior é a causa congênita mais freqüente de obstrução do 
trato urinário inferior em crianças e sua demonstração requer exames dinâmicos, que 
avaliam o fluxo urinário miccional. Nos casos em que o diagnóstico não é feito 
precocemente pode haver comprometimento do parênquima renal devido à atrofia pós-
hidronefrótica. 
 
 
Uretrocistografia miccional normal (A) e com válvula de uretra posterior (B e C). 
 
 
Uretrocistografia miccional normal e com válvula de uretra posterior. 
 
 
 
 
 
Uretero-hidronefrose com atrofia do parênquima renal, bilateral, por válvula de uretra posterior associada a hipospádia. 
 
Nefrocalcinose - Litíase Renal 
 
Nefrocalcinose é a presença de depósitos de cálcio difusamente distribuídos no 
parênquima renal em decorrência de uma variedade de doenças sistêmicas. Em geral as 
calcificações da nefrocalcinose são do tipo distróficas, tendo como causas mais comuns o 
hiperparatireoidismo, a acidose tubular renal. 
Podem ser causa de nefrocalcinose, ainda, glomerulonefrite crônica, necrose cortical, 
nefropatia relacionada à AIDS (glomeruloesclerose, calcificação punctata, micobacteriose) 
além de outras: rejeição ao transplante renal, hipercalcemia crônica, oxalose, Síndrome de 
Alport. A nefrocalcinose não deve ser confundida com Nefrolitíase ou mais geralmente 
falando com Urolitíase. 
 
 
 
TC sem contraste mostrando nefrocalcinose (setas) cortical (A) e medular (B). 
 
 
 
 
Radiografia convencional mostra deposição de cálcio tanto na porção cortical quanto medular dos rins. 
 
 
 
 
Urolitíase é definida como a presença de cálculos ou pedras no interior dos cálices 
ou da pelve renais. 
A definição clássica de cólica renal é uma dor severa e fixa em flanco, de inicio 
abrupto e crescente, podendo também ser uma sensação de aumento de volume na região 
lombar ou um desconforto constante que se irradia para o abdome inferior e para a pelve. 
A dor começa quando o cálculo situado no cálice ou na pelve renal começa a descer para o 
ureter, e aumenta à medida que o cálculo se desloca distalmente no trato urinário. 
O exame de urina mostra hematúria microscópica em 95% dos casos quando o exame é 
feito no dia 1 da dor, mas a ausência de hematúria não exclui o diagnóstico de litíase, pois 
apenas 65 a 68% dos pacientes com cálculos urinários documentados apresentam 
hematúria no dia 3 e 4 do início da dor. 
A incidência de uro-litíase na população é estimada em 12%, e destes, 2,3% irão apresentar 
cólica renal. Os pacientes em geral são jovens, o inicio da doença mais frequentemente se 
dá entre os 20 e 30 anos de idade, e os homens são afetados duas vezes mais 
frequentemente que as mulheres. 
Na radiografia de abdome geralmente, embora cerca de 90% dos cálculos urinários 
sejam radio-opacos, apenas cerca de 50% deles podem ser vistos na radiografia simples de 
abdome. 
Os cálculos mistos e os cálculos compostos puramente de ácido úrico (10%) não são radio-
opacos e também não são vistos radiografias simples de abdome. 
Os flebolitos podem ser indistinguíveis dos cálculos ureterais na radiografia de abdome, 
embora apresentem uma transparência central e posição anatômica característica. 
Na urografia excretora, os cálculos radiotransparentes aparecem como falhas de 
enchimento na pelve renal, no sistema coletor ou nos ureteres. 
 
Radiografia simples de abdômen (planigrafia) mostra cálculo radio-opaco: em topografia de pelve renal à direita e cálculo 
coraliforme no rim esquerdo. 
 
Urografia excretora: exclusão funcional do rim esquerdo na fase precoce do exame. 
 
Urografia excretora: fase tardia mostra nefrograma persistente e tênue opacificação do ureter à montante do cálculo. 
 
Urografia excretora: filmes tardios mostram a dilatação ureteral e a repercussão para o sistema pielo-calicial. 
 
 
 
Radiografia simples de abdômen com close up na pelve renal mostra cálculos radio-opacos impactados no ureter 
 terminal à direta. Na figura ao lado, observar o aspecto de cálculo na ecografia. 
 
 
Urografia excretora: cálculo em terço distal do ureter (seta) e na ecografia, dilatação do ureter à montante do cálculo. 
 
A Ultrassonografia (USG) pode identificar cálculos tão pequenos quanto 0,5 mm em 
condições ótimas, isto é, quando os cálculos estão situados na porção proximal ou na 
porção distal dos ureteres. Porém para cálculos renais não obstrutivosmenores que 5mm a 
sensibilidade da USG é baixa devido a alta ecogenicidade do seio renal que pode 
obscurecer ou até simular pequenos cálculos. Já para os cálculos maiores que 5 mm a USG 
tem sensibilidade de 96% e especificidade próxima de 100%, lembrando, sempre, que a 
USG é um método operador e aparelho dependente. 
Ainda, a identificação do jato urinário na luz da bexiga é útil na avaliação da presença 
ou não de obstrução. Um estudo mostrou ausência de jato ureteral em 11 de 12 pacientes 
que apresentavam alto grau de obstrução, e em 3 de 11 pacientes que tinham obstrução de 
baixo grau. 
 Na USG de abdômen, a demonstração de litíase reno-ureteral não depende da 
composição do cálculo, mas sim da localização do mesmo. Os cálculos aparecem como 
imagens altamente ecogênicas que promovem sombra acústica. A USG também é um 
importante método para a avaliação de hidronefrose associada. 
A maior limitação da USG é a avaliação dos ureteres, pois, ao longo do trajeto 
retroperitoneal, a sobreposição das alças intestinais impede a passagem do feixe sonoro, 
sendo os ureteres, em seu terço médio, praticamente inacessíveis ao ultra-som, 
apresentando menor sensibilidade (24% a 96%) que a TC (~100%). 
 
 
US:cálculo com sombra acústica no pólo inferior rim na figura da esquerda e em (A) e no ureter terminal (B). 
 
A USG é frequentemente usada como primeiro método de imagem nos pacientes que 
apresentem quadro clínico de uropatia obstrutiva, especialmente naqueles que devem evitar 
radiação, como gestantes e crianças. 
 
O exame de melhor custo-benefício nos pacientes que se apresentam com cólica 
renal é a TC helicoidal sem contraste, que tem especificidade de 94% a 96% e sensibilidade 
próximo de 100%. A TC pode, também, detectar outras causas de dor no flanco como 
hidronefrose, edema peri-renal ou peri-ureteral, os quais podem ser vistos em 69%, 65% e 
31,4% dos pacientes, respectivamente. Estes achados não são vistos em apenas 3,7% dos 
casos de pacientes portadores de cálculos ureterais. Além disto, é importante a correlação 
dos achados de imagem com a história clínica, pois achados como aumento de volume e 
perda da mobilidade renal também podem ser vistos nos casos de pielonefrite sem 
obstrução urinária associada. 
 
Tomografia computadorizada: obstrução por cálculo no terço médio do ureter esquerdo. 
O rim esquerdo está discretamente aumentado e há dilatação do ureter à montante do cálculo. 
 
TC sem contraste em paciente masculino, 40 anos, com dor no flanco esquerdo causada por cálculos: o menor no interior 
da pelve renal e o maior na transição pelve/ureter proximal à esquerda. 
As críticas ao uso da TC helicoidal na investigação dos pacientes com dor abdominal 
aguda são relacionadas ao aumento da dose de radiação, quando comparada às 
radiografias de abdome da urografia excretora. Existem técnicas para a TC helicoidal que 
reduzem o mAs e permitem ver os cálculos com uma menor dose de radiação, mas estas 
técnicas não servem para pacientes obesos. A dose de pele para uma TC helicoidal sem 
contraste é de aproximadamente de 3,5 rad, enquanto a dose de pele para cada radiografia 
da UIV é de 0,25 a 0,30 rad. 
Argumentos de ordem financeira também são determinantes para o uso criterioso das 
modalidades de imagem disponíveis. A TC helicoidal é mais cara que a UIV, embora se 
deva considerar que na TC, para pesquisa de litíase, não há injeção de contraste iodado, o 
exame é mais rápido, sem necessidade de preparo intestinal, com menor morbidade para o 
paciente, se comparado à UIV. Além disso a TC é um método muito mais preciso e que 
permite também a avaliação de outras causas de dor abdominal que possam simular uma 
cólica renal. Por esses motivos a UIV tem caído em desuso como método de imagem para 
avaliação de urolitíase. 
A obstrução ureteral por cálculo pode simular uma variedade de condições 
abdominais e pélvicas. Assim, é importante que a avaliação por imagem não se limite 
apenas à demonstração do cálculo. O diagnóstico alternativo pode variar desde outra 
doença do trato urinário, mais frequentemente pielonefrite e massa renal ou vesical, até 
condições extras urinárias anormais, como patologia anexial e doenças gastro-intestinais 
como apendicite ou diverticulite. 
A incidência de doenças extra-urinárias nos pacientes que se apresentam com cólica 
renal é variável nos diversos relatos. A incidência de litíase urinária em estudos mais 
recentes, usando TC sem contraste para investigar a dor aguda no flanco, é de 62% a 69% 
dos exames, enquanto a taxa de diagnósticos alternativos é de 10% a 45%. O diagnóstico 
da doença alternativa requer a injeção intravenosa de contraste iodado embora, na maioria 
das vezes, o diagnóstico de pielonefrite possa ser feito com a história clínica e exame físico 
adequados, sem necessidade de imagens. 
O aumento da frequência com que a TC tem sido usada nos últimos anos tem feito 
com que o diagnóstico precoce do tumor renal seja mais comum. 
No exame de TC sem contraste, o tumor de rim pode ser visto como uma discreta 
anormalidade do contorno renal, como massa complexa ou por um sangramento 
subcapsular ou peri-renal espontâneos (que poderiam causar a dor no flanco). As 
neoplasias de urotélio podem demonstrar espessamento focal de partes moles, no seio 
renal, nos ureteres ou na bexiga. 
 
TC: imagem da bexiga urinária mostra, como achado de exame, um pequeno carcinoma. 
Alguns autores, ainda, recomendam que os radiologistas se familiarizem com os 
achados da apendicite aguda nos exames de TC sem contraste, devido à similaridade dos 
achados clínicos com os casos de cólica renal. Em 80% dos casos, nos quais não há 
apendicite aguda e, portanto, o apêndice cecal é normal, este pode ser demonstrado no 
exame de TC sem contraste. 
Os pacientes com trombose aguda da veia renal, em geral são assintomáticos ou não 
apresentam sintomas relacionados aos rins, e podem, mais raramente, se queixar de dor no 
flanco simulando cólica renal. Os pacientes portadores de síndrome nefrótico têm uma 
maior incidência de trombose, tanto da artéria quanto da veia renal, devido ao estado de 
hipercoagulabilidade. 
Condições ginecológicas também simulam, clinicamente, cólica renal. Cisto ovariano 
hemorrágico, doença inflamatória pélvica, endometriomas, torção ovariana e neoplasias de 
ovário também podem se apresentar com dor aguda no flanco. O exame de ultra-som tem 
grande valor na avaliação das doenças pélvicas femininas, com melhor sensitividade e 
especificidade para a detecção destas alterações que a TC com ou sem contraste. 
Outras alterações ginecológicas também podem se apresentar com dor aguda no 
flanco, como os cistos de corpo lúteo - que são propensos à hemorragia durante a fase lútea 
do ciclo – e a TC pode mostrar hemoperitoneo e massa anexial cística que se impregna pelo 
contraste iodado. Os endometriomas não têm uma apresentação característica, podem 
variar de um aspecto cístico simples até uma massa cística complexa. A multiplicidade das 
lesões pode melhorar a especificidade do diagnóstico, e a TC é útil para estadiar e 
demonstrar locais incomuns de implantes de endométrio. 
A TC também pode ser usada para diagnosticar a doença inflamatória pélvica, se os 
achados clínicos e ecográficos forem inconclusivos, sendo útil no estadiamento, quando não 
há boa resposta ao tratamento com antibióticos. Na salpingite se pode observar 
espessamento e dilatação da trompa de Fallópio. A aparência tubular ajuda a reconhecero 
abscesso tubo ovariano. Ainda, a TC pode ser útil para detectar complicações como 
abscessos e trombofleflebites. Os achados, frequentemente, são bilaterais e podem ser 
assimétricos, um lado estando mais afetado que o outro. 
DOENÇAS DO PARÊNQUIMA RENAL, 
DO SISTEMA COLETOR E DA BEXIGA 
 
Uma grande variedade de lesões pode comprometer o parênquima renal, produzindo 
alterações localizadas ou difusas dos rins. As neoplasias que comprometem os rins podem 
ser benignas ou malignas, sendo os cistos as alterações benignas mais comuns, os quais 
formam um grupo heterogêneo de lesões, que abrange desde condições hereditárias até 
lesões adquiridas. 
As lesões císticas têm relevância clinica porque são muito freqüentes e algumas 
vezes representam importantes causas de insuficiência renal crônica, além de poderem ser 
confundidas com neoplasias malignas. 
 
A) US mostrando características típicas do cisto simples (Bosniak I). B) TC axial pós-contraste (setas) : 
Imagem arredondada, exofítica, contendo septos espessos e que apresentam realce pelo meio de contraste, localizada no 
terço médio do rim direito, compatível com cisto complexo. No rim esquerdo, cisto exofítico, de conteúdo hipodenso 
homogêneo, sem realce pelo meio de contraste, compatível com cisto simples (Bosniak I). 
 
Os cistos renais simples são as lesões mais comuns nos adultos, podem ser únicos 
ou múltiplos, uni ou bilaterais, geralmente situados na camada cortical do parênquima, 
apresentam-se como um efeito de massa avascular, que desloca, mas não invade, as 
estruturas adjacentes, possui formato redondo ou ovalado, paredes lisas, contornos 
regulares e conteúdo liquido límpido de composição semelhante à da urina. 
Os cistos que apresentam estas características são classificados como categoria I de 
Bosniak (classificação introduzida em 1986 e utilizada na avaliação de cistos renais visando 
a auxiliar na tomada de decisões clínicas, sobretudo quanto à conduta conservadora ou 
cirúrgica destas lesões). 
Todos os outros cistos são chamados de complexos e devem ser classificados 
segundo Bosniak, para definir o risco de malignidade e a necessidade ou não de 
acompanhamento. Os cistos são considerados complexos quando contêm hemorragia, 
septações ou calcificações parietais. 
 
Planigrafia simples e Urografia excretora: Imagem de contornos calcificados (setas), que não se impregna pelo contraste, 
situada no pólo inferior do rim esquerdo (cisto complexo). 
 
 
Planigrafia simples e Urografia excretora: Lesão que não se impregna pelo contraste (avascular), situada na metade 
inferior do rim esquerdo, a qual comprime e desloca os cálices (cisto complexo). 
 
Cistos para piélicos são formações pseudocísticas situadas no seio renal, mas que 
não se comunicam com o sistema coletor. Podem ser únicos, porém, mais frequentemente, 
são múltiplos e bilaterais, causando algum grau de compressão sobre a pelve e cálices 
renais adjacentes. Em geral são de etiologia desconhecida, mais comuns em idosos, 
podendo resultar de trauma renal fechado ou de procedimentos cirúrgicos onde houve lesão 
de cálice ou pelve renal e conseqüente extravasamento de urina para o espaço peri-piélico. 
Estes cistos também podem simular hidronefrose nos métodos de imagem seccionais como 
US, TC e RM. 
As lesões renais císticas hereditárias podem ser do tipo dominante ou recessivo, uni ou 
bilaterais, e constituem capítulo à parte no estudo das doenças císticas dos rins. 
 
Os tumores benignos do parênquima renal, em geral, carecem de significado clinico, 
são pequenos e constituem achados de autópsia. Os que podem ser clinicamente 
sintomáticos são os adenomas grandes, os papilomas e os hemangiomas (que podem 
causar hemorragia e dor) e os hamartomas (angiomiolipoma). 
 
 
 
 
Urografia excretora: Falha de enchimento em grupo calicial superior e pelve renal; após o esvaziamento da via excretora a 
imagem muda de forma, preenchendo toda a pelve renal e cálices do grupo médio, decorrente de coágulo em paciente 
portador de adenoma no pólo superior do rim esquerdo. 
 
Os tumores malignos mais freqüentes no rim são aqueles primários do parênquima 
renal (carcinoma de células renais/hipernefromas) ou das vias excretoras (carcinoma de 
urotélio) e apresentam dois picos distintos de incidência. Na idade adulta a neoplasia mais 
freqüente é o carcinoma de células renais e na infância (entre 2 e 5 anos) o tumor mais 
freqüente é o Tumor de Wilm´s. 
 
 
Massa exofítica, bem delimitada, com intensidade de sinal heterogênea em T2; 
intenso realce pelo meio de contraste, localizada no terço médio do rim direito. 
RM: A) axial T1 3D pré-contraste; B) pós-contraste; C) coronal T2 "HASTE". 
 
A ecografia muitas vezes é o exame inicial na investigação por imagem das massas 
abdominais, mas o aumento da frequência com que a TC vem sendo usada nos últimos 
anos possibilita que o diagnóstico precoce do tumor renal seja mais comum. 
A US é um método muito utilizado na identificação e caracterização dos nódulos, 
especialmente para as lesões císticas, que são facilmente demonstradas, havendo alto grau 
de confiabilidade na caracterização do cisto simples. 
Todavia, para os cistos complexos, para as lesões muito pequenas ou muito grandes, 
para os casos de hematúria cujo exame ecográfico seja normal ou inconclusivo, há 
indicação de investigação adicional com TC ou RM. 
Os exames de imagem em tumores de células renais podem mostrar aumento assimétrico 
do rim, com graus variáveis de deslocamento, distorção e/ou destruição dos cálices, 
podendo também haver obliteração de parte do sistema coletor e invasão dos vasos hilares. 
As neoplasias primitivas da pelve e dos cálices são menos freqüentes que os hipernefromas, 
em geral produzem falha de enchimento radio-transparente e são propensas a sangramento 
precocemente, podendo ser diagnosticadas nos estadios iniciais. 
Os tumores de ureter são raros, geralmente do tipo carcinomas, apresentam-se como 
falhas de enchimento que simulam cálculos radiotransparentes, sendo a dilatação do ureter 
à montante da lesão (sem sinais clínicos de cólica renal), o achado mais suspeito. 
A neoplasia mais freqüente do aparelho urinário é o tumor de bexiga, que é três 
vezes mais comum em homens que mulheres, entre a 6ª e 7ª décadas; a frequência 
aumentando com a idade. 
A lesão séssil é mais invasiva e de mais alto grau histopatológico que o tipo exofítico. 
 
 
US: lesão vegetante no assoalho vesical com extensão submucosa da neoplasia pela parede posterior. 
 
 
 . 
 
Urografia excretora: invasão do óstio ureteral à dir. Tumor avançado de bexiga(invasão do ureter dir.). 
 
O carcinoma invasivo de urotélio inicialmente se dissemina radialmente por via 
submucosa e só depois compromete a camada muscular da parede, progredindo com a 
invasão das estruturas adjacentes, de acordo com a localização. Assim, quando o tumor se 
origina próximo do óstio ureteral ou da uretra, é comum que estas estruturas sejam 
invadidas, sendo também freqüente a invasão da próstata e das vesículas seminais. 
Nas mulheres, raramente, se observa invasão do corpo e do colo uterinos pelo tumor de 
bexiga, porém o inverso não é verdadeiro. 
A maioria (70% a 80%) dos tumores de bexiga é diagnosticada na fase inicial e a taxa 
de sobrevida a 5 anos também é alta (81%). 
Na urografia excretora, o tumor promove falhas de enchimento na luz vesical, que 
correspondem às lesões vegetantes, sólidas, de ecogenicidade variável, vistas na ecografia, 
nas quais o estudo com powerDoppler mostra fluxo sanguíneo anômalo. 
A TC e RM demonstram áreas de espessamento da parede ou lesões vegetantes 
vesicais, com importante realce pelo meio de contraste. A ressonância magnética oferece 
vantagens em relação à tomografia computadorizada para o estadiamentodo tumor de 
bexiga, devido à maior resolução de contraste e por possibilitar imagens multiplanares da 
bexiga e dos órgãos e tecidos adjacentes. Em relação ao estadiamento das metástases em 
linfonodos, ambas são comparáveis. A ultrassonografia não é um método que permite 
estadiamento das lesões vesicais, o que deve ser feito através de TC ou RM.

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