Prévia do material em texto
DATA: 08/06/2021 FISIOTERAPIA UNIFAL PROFESSOR: Marina BIOQUÍMICA Aminoácidos, peptídeos e proteínas PROTEÍNAS: -> A função da proteína está diretamente ligada a conformação da mesma ( arranjo dos átomos ) -> Os organismos evoluiram e mantiveram o material genético ( na forma de DNA ) que é o responsável pela síntese proteica -> Proteínas contém centenas de aminoácidos ( 20 diferentes ), cada um presente mais de uma vez -> As proteínas são polímeros de α–L-aminoácidos unidos por ligações peptídicas ° O aminoácido possui um grupo funcional ácido carboxílico e uma amina ° Os aminoácidos são classificados de acordo com a polaridade da cadeia lateral -> A presença de um carbono quiral no aminoácido, caracteriza-o como assimetrico ou estereoisômero ( configuração ) A absorção da luz UV por aminoácidos aromáticos: são mais intensas nas cadeias com anéis com duplas conjugadas Lei de Lambert-Beer: Ligação dissulfeto: da estabilidade para a proteína ° Os aminoácidos anfóteros: -> podem agir como ácidos e base -> a cadeia lateral está diretamente ligada ao ganho de H+ ou perda de H+ Titulação de aminoácido: Ponto isoelétrico (pl): valor de ph onde a carga líquida é igual a zero ( não migra nem para o polo positivo nem para o negativo ) LIGAÇÃO PEPTÍDICA: -> Formada por condensação Nomemclatura dos peptídeos: são nomeados a partir do residuo aminoterminal, que por convenção é colocado à esquerda Peptídeos podem ser diferenciados por seus comportamentos de ionização Proteínas conjugadas: podem estar ligadas a lipídeos – Lipoproteínas podem estar ligadas a carboidratos – Glicoproteína ESTRUTURA TRIDIMENSIONAL DAS PROTEÍNAS: É o arranjo de todos os átomos em uma proteína no espaço tridimensional ° Niveis de estrutura proteica: Estrutura primária: descreve a composição dos aminoácidos, a sequência deles e também a presença de Sulfetos (pontes dissulfeto) Estrutura secundária: descreve o arranjo dos átomos da cadeia principal em um determinado segmento da cadeia polipeptídica Estrutura terciária: descreve como a cadeia principal está interagindo com o restante da proteina Estrutura quaternária: posicionamento de todos os átomos no espaço - Milhares de interações fracas estabilizam a estrutura da proteína - A possibilidade de interações entre as cadeias laterais depende da sequência de aminoácidos Dobramento proteico: -se organiza de acordo com que se dobra Entropia diminui -se torna mais estável (mais ligações) Energia diminui obs: as estruturas mais funcionais são aquelas que permitem uma flexibilidade (não é a mais estável) -Estado de glóbulo fundido: estado onde as interações começam a se formar até chegar no estado mais estável - o ambiente aquoso influencia no dobramento proteico ao fazer as porções hidrofóbicas ficarem no inteiror da proteina e diminuirem a interação com a água ° Limitações do dobramento: -O limite mínimo para uma cadeia se dobrar de maneira estável e funcional é 40 resíduos -A presença de centenas de resíduos estão no limite de eficiência da síntese proteica -Algumas proteinas necessitam de dobramentos assistido por chaperones moleculares (proteinas presentes em eucariotos que auxiliam no dobramente proteico) - Espectrometria de massas: os peptídios sofrem ionização e se migram. É identificado a relação de carga/massa (permite identificar a sequência de aminoácidos) e também quantidade de íons liberados - Sequência de aminoácidos permite identificar: Classificação e possível função Possíveis sítios de glicolisação Índice de hidropatia Possibilidade de formação de pontes de dissulfeto Mostra os ancestrais mais próximos da proteína Predião de estruturas secundárias °Configuração trans das ligações peptídicas: Ângulos de torção do esqueleto polipeptídico: Diagrama de Ramachandran: - Para a cadeia assumir tal conformação, é necessário que as cadeias laterais sejam compatíveis com os ângulo (phi e psi) α-Helices: otimização da ligação de H -segmentos com aminoácidos que façam interações a cada 4 resíduos possuem maior possibilidade de fazerem α-Helices ° Restrições que influenciam a estabilidade da α-Hélice: a) Tendência maior de um resíduo de formar a α-Hélice b) Interações entre os grupos R c) Volumes de grupos R d) Ocorrência de resíduos PRO e GLY e) Aminoácidos com cadeia lateral carregada negativamente tem afinidade pela extremidade aminoterminal (+) e cadeias laterais carregadas positivamente tem afinidade pela extremidade carboxiterminal (-) Conformações β: -formato estendido, com cadeias laterais formando ângulos de 180° -cadeia interagem entre si formando ligações de hidrogênio ° Proteínas fibrosas: apresenta estruturas secundárias repetidas Ex: α-queratina do cabelo é uma α-Hélice (anti-horários) -ondulação e alisamento são resultados da modificação da estrutura da α-queratina Ex: tripla hélice do colágeno - Consequência da desestabilização da tripla hélice é o escorbuto Estrutura das fibrilas de colágeno: ->As cadeias α e as fibrilas das moléculas de colágeno são interligadas por tipos de ligações covalentes (permite certa flexibilidade) ->Acúmulo de ligações covalentes transversais nas fibrilas de colágeno dão características rígidas e quebradiças Ex: estrutura da seda (conformação β) -As interações transversais permite uma alta resistencia da seda combinada com flexibilidade ° Proteínas globulares: estruturas que ocupam espaços menores, por conta da cadeia se autointeragir e se dobrar -Interior da proteína é hidrofóbico e o exterior é hidrofílico (aminoácidos carregados realizam interações de hidrogênio com a água) -motivos estruturais: estão associados com a função proteica. A junção de vários motivos da origem ao domínio. -domínio: é um segmento da cadeia polipeptídica de dobramentos independentes Dobramento estável em proteínas: - acontece de forma gradual ou por colapso hidrofóbico (colapso espontâneo do polipeptídeo dirigido por interações hidrofóbicas, gerando um glóbulo fundido) -proteínas mal dobradas causam doenças neurodegenerativas. Ex: encefalopatia Desnaturação proteica: é a perda da estrutura tridimensional caracteristica e funcional por fatores externos (temperatura, pH, concentração de sal) Agentes químicos desnaturantes - agentes caotrópicos: levam a desnaturação proteica por interferir principalmente nas interações hidrofóbias no núcleo da proteína e nas interações eletrotáticas na superfície d aproteína. Ex: detergentes, uréi e etanol - agentes redutores: causam a redução das pontes dissulfeto desestabilziando estruturas que dependem das pontes dissulfeto para a estabilidade. Ex: beta-mercaptoetanol FUNÇÃO DE PROTEÍNAS Objetivos: -estudar como diferentes proteinas tem suas funções modeladas pela estrutura ° Proteínas motoras: -promovem ou estão relacionadas a movimentos na célula Ex: dineinas (promovem o transporte de vesículas dentro da célula), as que compem os flagelos e as que realizam a separação durante a divisão celular Contração muscular: As proteinas utilizam energia da hidrólise do ATP, para promover mudanças conformacionais que se acumulam com força unificada As interações fracas são responsáveis pela interação entre as proteínas e estabilização dos estados conformacionais cíclicos As interações fracas nas proteínas motoras alcaçam altos níveis de organização espacial e temporal (movimento coordenado no espaço e no tempo) Célula muscular é uma miofibra (união de várias células) - alto conteúdo de proteínas (actina e miosina) - sarcomero: entre discos - miofibras: conjunto de miofibrilas (1 miosina envolta de 6 actinas). Filamentos espessos (miosina, tinina) e filamentos finos (actina,troponinas) deslizam entre si para realizar a contração muscular MIOSINA: Formada por 6 subunidades ( duas cadeias pesadas-> tem estrutura secundária α-hélice) (quatro cadeias leves) S2 é flexível então permite as diferentes conformações - Características essenciais paraa contração muscular: a) As cabeças globulares da miosina possuem sítios de ligação para o ATP e os produtos de sua hidrólise b) As cabeças globulares da miosina possuem uma atividade ATPase dependente de Ca c) A miosina se liga reversivelmente à actina em função das concentrações de Ca, ATP e ADP+Pi d) A ligação de cálcio e a hidrólise de ATP conduzem a grandes alterações na confromação da molécula e em sua interação com a actina e) A atividade miosina-ATPase, as interações miosina-actina e as alterações conformacionais estão integradas no modelo do deslizamento de filamentos da contração musculas. Também explicam o desenvolvimento de rigor mortis, aumento de Ca no citoplasma e a diminuição de ATP após a morte levam a um forte ligação entre a miosina e actina, formando o tecido muscular rígido ACTINA: Várias subunidades interagem, formando uma fibra. Filamento fino (duas fibras de Actina F enroladas) Tromiosina -> regula a ligação do filamento fino com a miosina TROPOMIOSINA: Atua na estabilização da actina e regulação das alterações conformacionais em resposta ao Ca e regula a ligação do filamento fino (actina F) com a miosina. - A liberação de Ca no citoplasma faz com que altere a interação da tropomiosina com actina e libere o sítio de ligação de miosina à actina Se associa a 7 unidades de actina TROPONINA: Tn-T: liga as troponinas a tropomiosina Tn-I: impede a ligação da cabeça de miosina a actina em ausência de Ca Tn-C: liga-se ao Ca e induz mudanças conformacionais na Tn-I - Utilizada no diagnóstico de infarto do miocárdio: Após o ataque cardíaco a concentração de Tn-T no plasma aumenta. A troponina é utilizada como um algoritmo para diferenciar pacientes de alto risco dos de baixo risco se tratando na necessidade de intervenção imediata. TITINA: (maior proteína conhecida) Tem função de permitir elásticidade para a fibra muscular PROTEÍNAS DE LIGAÇÃO AO OXIGÊNIO: Importância do transporte do O2 pelas proteínas: -organismo multicelulares necessitam transportar O2 e CO2 em distâncias grandes -baixa solubilidade de O2, CO2 e NO e baixa difusão -alta reatividade de O2 -> oxidação de componentes celulares com formação de radicais livres ou espécies reativas de O2 (morte celular) GLOBINA: Metaloproteínas Características estruturais comuns: -são formadas por α -hélices -contém um grupo prostético porfirínico (possui um átomo de ferro, permitindo o transporte dos gases) -Função -> transporte de gases Mioglobina: -armazena o O2 nos tecidos periféricos de maneira a não permitir a oxidação (pelas altas taxas de O2) Estrutura: -formada por hélices e curvas o que explica a forma compacta e aproximadamente esférica -oito α-hélices -curvas (porções entre as hélices) são denominadas pela combinação de letras das hélices que unem -os resíduos são denominados por sua posição na sequência de aminoácidos ou por sua posição na hélice Grupo prostético heme: está presente na mioglobina. Ele consiste em uma estrutura orgânica com um átomo de Ferro (Fe2+) ligado a 4 Nitrogênios e uma Porfirina que pode realizar ligações de hidrogênio com alguns aminoácidos -grupo hidrofóbico, então tem a participação de aminoácidos com cadeia lateral apolares que fazem interações ° Interação proteína-ligante: Função -> envolve ligação e liberação Kd: constante de dissociação Ka e Kd são constantes de velocidade - Nesse ponto, diz que a proteína alcançou a metade da saturação com relação à interação com o ligante Para atingir 50% de proteína ligada é necessário ter concentração de ligante igual a Kd - Não atinge 100% de proteína ligada, porque no ambiente celular não é encontrado concentrações altíssimas de ligante ° Interação Mio-O2: Curvas de saturação da Mioglobina e Hemoglobina Curva da Mioglobina é hiperbólica, tem 100% de ligação ao O2 nos tecidos periféricos Curva da Hemoglobina é sigmoide, porque ocorre cooperatividade da ligação de oxigênio (provoca mudança na conformação da hemoglobina, para uma que tem mais afinidade ao O2) Estado T é estabilizado com ligações iônicas entre as subunidades A estrutura da proteína afeta a forma de interação com o ligante: O CO se liga ao heme livre com afinidade superior aquela do O2. Entretetando, quando o heme está ligado à proteína (Mio ou Hb) a afinidade do CO é reduzida, porém conitnua maior que a do O2 Hemoglobina: (é formada por 4 subunidades e 4 cadeias polipeptídicas que interagem entra si) -transporta o O2 no sangue, dos pulmões até os tecidos periféricos (onde é armazenado pela mioglobina) Estrutura: Duas subunidades α Duas subunidades β -cada subunidade tem um sítio de ligação ao O2 e elas fazem interações em si, dando a forma Tetamerica da proteína - tem resíduos de aminoácidos com cadeia lateral apolar fazendo interações hidrofóbicas entre as subunidades, diferente da mioglobina que tem ligações hidrofílicas Hemoglobinopatias: alterações na hemoglobina, da sua cooperativida do O2 a ela ° Modelos para explicar a cooperativida entre hemoglobina e O2: - Modelo coordenado -Modelo sequencial: Intoxicação por CO: -CO possui afinidade mais alta por Hb que o oxigênio -A ligação de CO a um sítio da Hb promove mudanças conformacionais no tetrâmero que aumentam a afinidade de Hb por O2 isso dificulta a liberação de oxigênio da hemoglobina no tecido periférico -em fumantes pode chegar a 15% (por isso fica ofegante com pouco exercício) Regulação alostérica: reguladores que se ligam a algum sítio na proteína para causar uma mudança conformacional que regula a atividade da proteína -Regulador homotrópico É um composto que é o próprio ligante Ex: Oxigênio -Regulador heterotrópico É um composto diferente do ligante Ex: íons H+, dióxido de carbono ° Fatores que interferem a ligação com o O2: Efeito de Bohr na hemoglobina (hemoglobina também transporta H+ e CO2, que são produtos da respiração, do tecido para os pulmões e rins) ->causado pelos íons H+ e o dióxido de carbono - a ligação do H+ e CO2 tem uma relação inversa com a ligação do oxigênio Protonação de resíduos dos aminoácidos estabiliza o estado T, por diminuir o pH A regulação da BPG em altitudes elevadas: A elevação dos níveis de BPG reduz a afinidade da hemoglobina pelo O2, permitindo que o O2 seja liberado no tecido periférico à uma concentração de oxigênio menor Temperatura: A afinidade da Hb pelo oxigênio diminui em temperaturas elevadas (durante exercícios físicos) Hemglobina fetal: - duas cadeias α e duas γ - redução da afinidade de BPG Hemoglobina anormais: Anemia falciforme – formação de fitas entre as interações das hemoglobinas, o que causa o rompimento das hemácias. Compromete o fluxo de sangue, obstrui pequenos capilares. - Na anemia falciforme ocorre a mutação na Valina permitindo a interação hidrofóbica com a Phenilalanina INTERAÇÕES COMPLEMENTARES ENTRE PROTEÍNAS E LIGANTES: ° Sistema imune e as Imunoglobulinas: - o sistema imune é composto por células de defesas e também por proteínas. Algumas células são os: a) Macrófagos -> realizam a fagocitose de células e particulas grandes. Ex: particulas virais b) Linfócitos B -> produzem e secretam anticorpos c) Linfócitos T -> citotóxicas (Tc) são aquelas que interagem com as células infectadas por meio de receptores na superfície da célula T. Já as auxiliares (Tb) interagem com macrófagos e secretam citoninas (interleucinas) que estimulam a proliferação das células Tc e B ° Antígeno x Imunógeno: Antígeno é toda molécula capaz de ser reconhecida por anticorpos, as porções reconhecidas pelo anticorpo são chamadas de antigênico ou epítopo obs: os antígenos podem ser usados para detecção de infecções -Determinantes antigênicos ou epítopo -> é a porção que determina se a molécula será um antígeno (diferenciando de algo do corpo) através da especificidade da ligação 1) Epítopo Linear: a sequência já é reconhecida pelo anticorpo 2) Epítopo Conformacional: a sequência está dobrada de maneira a ser completmentar ao sítio (que atua no reconhecimentodo antígeno) ° Predição in silico de epítopo imunogênicos 1) Saber a estrutura da proteína 2) Descartar o peptídeo-sinal, que é uma porção localizada no n-terminal da proteína que serve de sinalização para a proteína ser secretada 3) É descartado as Hélices transmembrana 4) Sítios glicosilados são estudados, porque tem grande potencial antigênicos, devido ao aumento da especificidade da reação 5) Sítios de fosforilação é estudado 6) Regiões hidrofóbicas são estudadas 7) Junta as infromações para especificar os sítios que levam a uma resposta imunológicas Imunógeno: molécula capaz de desencadear uma resposta imune quando reconhecida por anticorpo obs: o imunógeno pode ser utilizado em testes de vacinas - Todo imunógeno é um antígeno, mas nem todo antígeno é um imunógeno ° Ligação do anticorpo as moléculas “estranhas”: IgG A cadeia leve junto com a cadeia pesada da orgiem ao sítio de ligação ao antígeno. Porção Fc é mais estável então pode ser cristalizada Porção Fab é mais flexível (atua na identificação do antígeno) IgM É um pentâmero É anticorpo de atuação primária durante a resposta imunológica ° Mecanismos de proteção contra invasores conferidos por IgG (memória imunológica): ° Recombinação gênica permite gerar diversidade de anticorpos -Teoria da seleção clonal: Linfócito T e B de diferentes especificidades existem antes do contato com o agente Presença de receptores específicos Cada linfócito apresenta receptor contra uma molécula em específico Após a ligação com essa molécula, o linfócito entra num processo de ativação Linfócito auto-reativo são eliminados 4 image4.png image5.png image6.png image7.png image8.png image9.png image10.png image11.png image12.png image13.png image14.png image15.png image16.png image17.png image18.png image19.png image20.png image21.png image22.png image23.png image24.png image25.png image26.png image27.png image28.png image29.png image30.png image31.png image32.png image33.png image34.png image35.png image36.png image37.png image38.png image39.png image40.png image41.png image42.png image43.png image44.png image45.png image46.png image47.png image1.png image2.png image3.png