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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CURSO DE HISTÓRIA HISTÓRIA E INTERDISCIPLINARIDADE - GEOGRAFIA PROFESSOR: GIRLAN CÂNDIDO DA SILVA ALUNO: MATHEUS PHELIPE MAMEDE LOPES DA LUZ O TERRITÓRIO: SOBRE ESPAÇO E PODER, AUTONOMIA E DESENVOLVIMENTO Recife 2013 Matheus Phelipe Mamede Lopes da Luz O TERRITÓRIO: SOBRE ESPAÇO E PODER, AUTONOMIA E DESENVOLVIMENTO Resenha crítica apresentada como atividade complementar Para a disciplina de Geografia, pelo Curso de História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ministrada, Pelo professor Girlan Cândido da Silva. Recife 2013 O TERRITÓRIO: SOBRE ESPAÇO E PODER, AUTONOMIA E DESENVOLVIMENTO SOUZA, Marcelo Lopes José de. O Território: Sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento. 2ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000 352p. Este capítulo, que tem por autor um dos maiores geógrafos e professor doutor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Marcelo Lopes José e Souza, busca compreender toda a importância do território, e de todos os meios que levam o capital a se apossar do espaço, o autor traz algumas dessas relações e poder que compreendem boa parte do mundo atual e dos problemas e temáticas que envolvem o território. O capítulo O território: Sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento, embasa seus ensinamentos na ideia de que o poder traz as mudanças no território, e todo o conjunto social está a mercê das decisões desse poder, que em suma maioria decorrem da influência dos personagens que constituem o cenário do grande capital no mundo moderno, o capítulo recorre a algumas citações e elementos exemplificadores para demonstrar todo um real significado e prática de suas ideias. Todas as ideias acerca do tema do capítulo são encontradas ao longo de suas quarenta páginas, que são dividas na introdução e em dois temas principais: Dos Grandes territórios hipostasiados pela ideologia às territorialidades complexas do quotidiano metropolitano; Da autonomia à territorialidade autônoma: revendo e “territorializando” o conceito de desenvolvimento; A título de conclusão. O estudo de território se constitui por inicio do embasamento entre exemplos que relacionam a atualidade e suas posses e respectivas pretensões territoriais, o autor propõe uma inicial abordagem com os conhecimentos que se interligam a analise do território, podemos citar entre esses estudos a ciência política, a geopolítica, entre outros, e um fato que abrange todos esses estudos é a utilização dos dados no plano cotidiano da sociedade estudada. O conceito de território vem à tona com a clássica geografia política, o território seria o espaço por ele mesmo, com todas as atribuições naturais, e todas as modificações causadas diretamente e indiretamente pelo homem, um ponto de extrema importância e enfoque, é o uso do território como um espaço mutável, e esse espaço quando imutável consegue transmitir a formação de uma identidade nacional, um dos mais influentes autores da geografia política, Friedrich Ratzel, afirmava que o estado se forma como um conjunto, um conjunto que varia e assume diversas formas (quando se é comparado no âmbito das classes, e dos órgãos internos) neste ponto o autor consegue exemplificar as diversas complexidades dos territórios ao redor do globo, mesmo em locais onde o capital presente é grande, são presenciados locais onde todo o espaço é o oposto dessa grande quantidade de capital, como são vistos pontos pequenos concentrados de extrema riqueza em locais onde a maioria da população não possui o necessário para sua sobrevivência, essa é uma das provas da grande diversidade territorial, que também é composta pela distinção de seus integrantes/formadores. Marcelo de Souza ilustra essa diversidade territorial como uma exemplificação de territórios que são rodeados pela prostituição, e de uma forma muito interessante ele demonstra todos os grupos sociais (de certa forma extremamente distinta e com os mais diversos interesses) e o que diferencia a utilização do espaço por esses grupos no mesmo território, é o horário, e é esse mesmo horário que define a entrada social nos campos públicos dos grupos, e nesse ponto de análise do território que surgem diversos elementos que causam segregação dentro do próprio território. O autor continua sua explanação com o conceito acerca da territorialidade, e ele exemplifica tal com os atos direcionados ao tráfico de drogas na cidade do Rio de Janeiro, o ponto de interesse do autor se equivale na formação da grande teia de relações interpessoais que se formam e caracterizam esse território, é um tipo de dicotomia entre as ligações de território e da rede do tráfico de drogas, o território se constituiria pelo espaço físico das ações, enquanto a rede não possuiria fronteiras nesse âmbito, outra forma de análise que demonstra muita usualidade nesse estudo, é a análise de dados estatísticos que conseguem trazer novas indagações e fatos ao estudo em geral. É inimaginável o ponto de complexidade das relações que abrangem o território, todas as superposições que são causadas pelos grupos sociais que dominam e interagem com o espaço, e é nesse ponto que entra em foco o espaço, que entra em um ponto citado por muitos estudiosos do território, “o espaço vem antes do território” (Marcelo de Souza usa o geógrafo e teórico Claude Raffestin) com o uso do pensamento de Raffestin, o espaço seria reduzido apenas ao espaço natural, é um pensamento que chega a romper em certa parte com a lógica clássica usada pela geográfica política. Ao que parece, a falha crucial de Claude Raffestin se dá pela falta de aprofundamento e argumentação de alguns de seus estudos acerca exclusivamente do território, com esses pontos se conclui a primeira abordagem do texto, onde o enfoque é dado para descrições e conclusões sobre o conceito de território. No próximo ponto crucial do texto, o autor adentra na discussão sobre a objetividade do conceito e das ideias que permeiam o campo do desenvolvimento, esse contexto traz a união entre os conceitos de território e de desenvolvimento, e a relação entre esses dois conceitos tomou diversas fachadas ao longo da história do homem, havendo novas formas de ligação, novas roupagens para a dicotomia território-rede. No cenário nacional podemos citar algumas ideias de desenvolvimento acelerado que usaram essa dicotomia, como foi o caso do governo de Juscelino Kubistchek e no milagre econômico situado no governo de Emílio Médici, e dessas características de desenvolvimento vem o acesso da população aos serviços básicos, o uso do território para a sobrevivência do homem, é o outro enfoque dado ao território, à base da sobrevivência do homem. Este é um capitulo primordial para o meio acadêmico, os conceitos dados para o “território” demonstram a realidade em que se insere o homem e sua sociedade, e mostra o quão complexo se torna a rede que liga todos esses grupos distintos que compõem o povo que territorializa diversos espaços ao redor do globo. Graduando do curso de História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) 1º Período.
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