Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Anatomia do túnel do carpo: SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO Túnel do carpo é um canal formado por pequenos ossos situados no punho, que lhe servem de base, e um ligamento transverso, que compõe o teto do túnel. Por esse canal, passam o nervo mediano e nove tendões responsáveis pela flexão dos dedos. O nervo mediano que vem do antebraço e passa para a mão através desse canal estreito, enerva o polegar, as duas faces do indicador e do dedo médio e a face interna do quarto dedo. A sensibilidade e a motricidade de parte doquarto dedo e o quinto dedo são supridas pelo nervo ulnar. Na imagem 2 , um corte transverso deixa ver a região do carpo, os ossículos e o ligamento transverso. A síndrome do túnel do carpo (STC) é uma neuropatia resultante da compressão do nervo mediano no canal do carpo. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS A imagem 3 mostra a região do carpo desprovida da pele que a recobre. O canal do carpo tem, em média, 3cm de largura e continua proximalmente com a fáscia antebraquial, um tecido fibroso no qual se fixam alguns músculos. O ligamento anular do carpo delimita o túnel na região ventral e os ossos o delimitam na região dorsal. Essas características anatômicas fazem dele um túnel rígido e qualquer aumento de pressão em seu interior comprime o nervo mediano contra o ligamento transverso, gerando a síndrome do túnel do carpo. Se o nervo passasse sozinho pelo túnel do carpo dificilmente sofreria compressão. O problema é que passa junto com os tendões flexores da mão. A imagem 4 traz uma representação gráfica do túnel do carpo. Seu assoalho e paredes laterais são constituídos por pequenos ossos e o teto, por um ligamento forte e inelástico. Dentro desse túnel rígido, passam os tendões flexores e o nervo mediano. Todas as situações que provocam aumento do tecido sinovial, que reveste os tendões e serve para nutri-los, sejam elas traumáticas, inflamatórias, tumorais ou medicamentosas, aumentam também a pressão dentro desse canal, o que gera compressão do nervo e o aparecimento de diversos sintomas. SINTOMAS O principal sintoma é a parestesia que ocorre fundamentalmente na região da enervação do nervo mediano, ou seja, no polegar, no indicador, no dedo médio e na face interna do dedo anular. É uma sensação de formigamento que se manifesta mais à noite por causa da retenção de líquido comum nesse período. Depois disso, a deterioração da sensibilidade dificulta manipular estruturas pequenas e executar tarefas simples como pregar um botão, enfiar uma agulha ou pegar uma xícara. A dor pode ocorrer no início da síndrome e ser provocada pela compressão abrupta do nervo mediano no túnel do carpo. CAUSAS O primeiro motivo pode estar relacionado com as doenças ocupacionais que são, genericamente, chamadas de L.E.R (Lesão do Esforço Repetitivo), geradas por movimentos repetitivos, tais como escrever à maquina ou no computador ou tocar instrumentos musicais, por exemplo. Fundamentalmente, são os movimentos de flexo-extensão. Isto é, a flexão e a extensão do punho geram situações de atrito dos tendões. Como o tecido sinovial que os recobre é muito sensível, a pressão dentro do canal aumenta e o nervo mediano é comprimido contra o ligamento transverso. Existem causas traumáticas, como quedas e fraturas, que provocam compressão aguda do nervo mediano, e causas inflamatórias. Por exemplo, o aumento do tecido sinovial que ocorre em algumas doenças, entre elas a artrite reumatóide, também pode comprimir esse nervo. Existem, ainda, causas hormonais. Daí a razão de as mulheres estarem mais sujeitas à síndrome no período do climatério. Acredita-se que no tecido sinovial existam receptores para o estrógeno. Nível normal desse hormônio impede que o esse tecido prolifere. No entanto, à medida que a produção do hormônio vai caindo, os receptores ficam livres, o tecido sinovial começa a crescer e, consequentemente, a aumentar a pressão dentro do túnel do carpo. É importante dizer que não é só a alteração do hormônio sexual feminino que produz a compressão no nervo mediano. Alterações dos hormônios da tireoide e de doenças como diabetes também produzem uma neuropatia compressiva. Os diabéticos são mais suscetíveis a desenvolver a sindrome não só por causa da alteração do tecido sinovial, mas porque o nervo mediano apresenta alterações secundárias decorrentes da glicemia elevada. Os profissionais mais sujeitos a desenvolver a síndrome do túnel do carpo são os bancários que trabalham com o computador e os profissionais que utilizam máquinas de calcular para fazer contas. ANATOMIA DOS OSSOS DO CARPO: A mão se divide em carpo, metacarpo e falanges. Os Ossos do carpo : São oito ossos distribuídos em duas fileiras: proximal e distal. Fileira Proximal: Escáfoide, Semilunar, Piramidal e Pisiforme Fileira Distal: Trapézio, Trapezóide, Capitato e Hamato Ossos do Metacarpo É contituído por 5 ossos metacarpianos que são numerados no sentido látero-medial em I, II, III, IV e V e correspondem aos dedos da mão. Considerados ossos longos, apresentam uma epífise proximal que é a base, uma diáfise (corpo) e uma epífise distal que é a cabeça. Ossos dos Dedos da Mão Apresentam 14 falanges: Do 2º ao 5º dedos: 1ª falange (Proximal) 2ª falange (Média) 3ª falange (Distal) Polegar: 1ª falange (Proximal) 2ª falange (Distal) Ossos do Carpo: Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Compartilhar