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AULA 10 COMERCIO EXTERIOR

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AULA 10 - COMERCIO EXTERIOR
ROTEIRO DE EXPORTAÇÕES
Ao final desta aula, você será capaz de:
Conhecer as práticas de importação, bem como as fases desse processo. 
Introdução
Esta aula se propõe a apresentar ao aluno as práticas de importação no Brasil.
Uma importação, em sua etapa operacional, segue algumas fases que precisam ser conhecidas:
Fase Administrativa
A fase administrativa inicia-se com o registro da LI (Licenciamento de Importação) que, na maioria dos casos, é dispensado. O deferimento do LI encerra a fase administrativa das importações.
Fase fiscal/tributária
A fase fiscal/ tributária das importações inicia-se com o registro da DI (Declaração de Importação), que irá se encerrar com o respectivo desembaraço aduaneiro.
Tratamento administrativo à importação
Atualmente o tratamento administrativo às importações está disciplinado pela Portaria SECEX nº 23/2011.
Classificação “doutrinária” das importações
Para efeito de aplicações das normas regulamentares e de tramitação administrativa, as importações brasileiras, em termos de classificação, estão assim agrupadas:
Não permitida: Por País e Por Mercadoria
Permitida: Dispensadas de Licenciamento, Licenciamento Automático de Importação e Licenciamento Não Automático de Importação.
Importações não permitidas
Por País: Para alguns países, por razões de ordem econômica, política, ou social, e em função de recomendações de organismos internacionais, restringe-se o desenvolvimento de operações comerciais, resultando no impedimento de importações.
Por Mercadoria: Com o objetivo de preservar o meio ambiente, a saúde pública ou por diversos outros fatores, vários produtos são identificados, pela classificação fiscal no tratamento administrativo do Siscomex, como impedidas, o que representa proibição de importação.
Exemplos:
Produtos de perfumaria ou de toucador preparados e preparações cosméticas apresentadas sob a forma de aerossol e que utilize como propelente substâncias constantes no Protocolo de Montreal; tricale, quando originários / procedentes da América do Norte, Ásia, África ou Oceania; e zipeprol e seus sais.
Importações Permitidas
O sistema administrativo das importações brasileiras compreende as seguintes modalidades:
Importações dispensadas de Licenciamento, Importações sujeitas a Licenciamento Automático e Importações sujeitas a Licenciamento não Automático.
Como regra geral, as importações brasileiras estão dispensadas de licenciamento, devendo os importadores tão somente providenciar o registro da Declaração de Importação – DI.
Processamento do Licenciamento de Importação.
Nas importações sujeitas aos licenciamentos automático e não-automático, o importador deverá prestar, no Siscomex, as informações necessárias para registro, previamente ao embarque da mercadoria no exterior.
Nas situações abaixo indicadas, o licenciamento poderá ser efetuado após o embarque da mercadoria no exterior, mas anteriormente ao despacho aduaneiro, exceto para os produtos sujeitos a controles previstos no Tratamento Administrativo no Siscomex:
Importações ao amparo do regime aduaneiro especial de “drawback”;
Importações ao amparo dos benefícios da Zona Franca de Manaus e das Áreas de Livre Comércio, exceto para os produtos sujeitos a licenciamento;
Sujeitas à anuência do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. Os órgãos anuentes poderão autorizar diretamente no Siscomex o licenciamento anteriormente ao despacho aduaneiro quando previsto em legislação específica, mantidas as atribuições de cada anuente.
Tratamento tributário – Imposto de Importação I.I
Incidência: O imposto incide sobre a mercadoria estrangeira.
Fato Gerador: O fato gerador do imposto é a entrada da mercadoria estrangeira no território aduaneiro. Para efeitos fiscais, será considerada como entrada no território aduaneiro a mercadoria constante de manifesto ou documento equivalente.
Para efeito de cálculo do imposto, considera-se ocorrido o fato gerador:
• Na data do registro da Declaração de Importação de mercadoria despachada para consumo, inclusive a ingressada no país em regime suspensivo de tributação e a contida em remessa postal internacional ou conduzida por viajante, se aplicado ao caso o regime de importação comum;
• No dia do lançamento respectivo, quando se tratar de mercadoria contida em remessa postal internacional não compreendida na hipótese acima, bens compreendidos no conceito de bagagem, acompanhada ou não, e mercadoria constante de manifesto ou documento equivalente, cuja falta ou avaria for apurada pela autoridade aduaneira.
Base de Cálculo: Valor aduaneiro apurado pela aplicação do Código de Valoração Aduaneira, acrescidos do valor do frete internacional e seguro.
Taxa de Câmbio: Os valores expressos em moeda estrangeira deverão ser convertidos em moeda nacional à taxa de câmbio vigente na data em que se considerar ocorrido o fato gerador. 
De acordo com o disposto na Portaria MF n.º 6 de 26.01.99, esta taxa será fixada com base na cotação diária para a venda da respectiva moeda e produzirá efeitos no dia subsequente, sendo divulgada por intermédio da tabela específica “Taxa de Conversão de Câmbio” do Sistema Integrado de Comércio Exterior - SISCOMEX.
Imposto sobre produtos industrializados – I.P.I
Incidência: O imposto incide sobre produtos industrializados, nacionais e estrangeiros.
Fato Gerador: O desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira.
A legislação do I.P.I. apresenta as mesmas hipóteses do I.I., que não constituem fato gerador (exceto exportação temporária).
Base de Cálculo: O imposto será calculado mediante a aplicação da alíquota do produto constante da TIPI sobre o respectivo valor tributável. Constitui o valor tributável dos produtos de procedência estrangeira o valor que servir ou serviria de base de cálculo dos tributos aduaneiros, por ocasião do despacho de importação, acrescido do montante desses tributos efetivamente pagos pelo importador.
PIS/PASEP – Importação e Cofins – instituidos pela Lei nº 10.865 de 30/04/2004
Incidência: Sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços.
Fato Gerador: A entrada de bens estrangeiros no território nacional, para efeito do cálculo das contribuições, considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro da declaração de importação de bens, submetidos a despacho para consumo.
Base de Cálculo: O valor aduaneiro, assim entendido, para os efeitos desta Lei, o valor que servir ou que serviria de base para o cálculo do imposto de importação, acrescido do valor do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS incidente no desembaraço aduaneiro e do valor das próprias contribuições.
Fórmula para Cálculo (Instrução Normativa SRF 572 – DOU de 24/11/2005)
Na importação de bens:
Cofins importação = d x (VA x X)
PIS Importação = c x ( VA x X) 
Onde:
• VA = Valor Aduaneiro
• a = alíquota do Imposto de Importação (II)
• b = alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
• c = alíquota da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação
• d = alíquota da Cofins-Importação
• e = alíquota do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS)
Imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços – I.C.M.S/ RJ
Incidência: Imposto incide sobre a entrada de mercadoria importada do exterior, ainda que se trate de bem destinado ao consumo ou ao ativo fixo do estabelecimento, assim como o serviço prestado no exterior.
Fato Gerador: De acordo com o Art. 3º, inciso V, da Lei nº 2.657/96, ocorre o fato gerador no desembaraço aduaneiro de mercadoria ou bem importados do exterior.
Base de Cálculo: A base de cálculo do ICMS é composta das parcelas abaixo descritas, segundo o Art. 4º, inciso V, da Lei nº 2.657/96:
O valor da mercadoria ou bem constante dos documentos de importação, tais como: frete, seguros
e valor da mercadoria.
Imposto de importação.
Imposto sobre produtos industrializados.
Imposto sobre operações de câmbio.
Quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras, assim entendidos os valores pagos ou devidos à repartição alfandegária até o momento do desembaraço da mercadoria, tais como taxas e os decorrentes de diferenças de peso, erro na classificação fiscal ou multa por infração.
Os Direitos Antidumping, se exigidos pelo Fisco federal, também farão parte da base de cálculo do ICMS. Entende-se também que a taxa de serviços cobrada pela Secretaria da Receita Federal para acessar o SISCOMEX é parte integrante da base de cálculo do ICMS.
VA + I.I. + I.P.I. + PIS + COFINS + DESPESAS ADUANEIRAS+ ICMS
Alíquota: 
De acordo com o Art. 14, incisos IV, da Lei nº 2.657/96 alterada pela Lei 4.383 de 30/08/2004, são respectivamente 15% (quinze por cento) e 13% (treze por cento) quando a operação de importação for realizada através do Aeroporto Internacional Tom Jobim.
Em cumprimento ao disposto na Emenda Constitucional n. 31, de 14/12/2000, os Estados têm regulamentado a cobrança de um ponto percentual adicional sobre o I.C.M.S. devido nas importações, para composição do Fundo de Combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais.
ICMS IMPORTAÇÃO: 15 %
ICMS FECP: 1 %
Adicional ao frete para renovação da marinha mercante – AFRMM
Incidência: O AFRMM incide sobre o frete, que é a remuneração do transporte aquaviário da carga de qualquer natureza descarregada em porto brasileiro.
Fato Gerador: É o início efetivo da operação de descarregamento da embarcação em porto brasileiro.
Base de Cálculo: Remuneração do transporte aquaviário - Frete Internacional (constante no B/L).
O AFRMM deverá ser pago no prazo de até 30 (trinta) dias, contados da data do início efetivo da operação de descarregamento da embarcação.
Fato Gerador: 25 % sobre o frete.
O pagamento do AFRMM, acrescido das taxas de utilização do Sistema Eletrônico de Controle de Arrecadação do Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante – MERCANTE – R$ 1,20, será efetuado pelo contribuinte antes da liberação da mercadoria pela Secretaria da Receita Federal.
O Decreto 5324 de 29/12/2004, que dispõe sobre Taxa de Utilização do Sistema Eletrônico de Controle da Arrecadação do Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante, o MERCANTE, estabelece que a partir de 01 de janeiro de 2005 deverá ser recolhido, juntamente com o pagamento do AFRMM  (Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante), o valor de R$ 20,00 por emissão de CE-Mercante.
Armazenagem aeroportuária
Definição: Compreende a fiel guarda de mercadoria recebida em depósito.
1º período: 1% sobre o CIP - primeiros 5 dias úteis.
2º período: 1,5% de 06 a 10 dias úteis.
3º período: 3,0% de 11 a 20 dias úteis.
Para cada 10 dias úteis ou fração, além do 3º período até a retirada da mercadoria + 1,5%.
Armazenagem aeroportuária
Capatazia – Aeroportuária
Definição: Serviço de movimentação de mercadorias, realizado pela administração aeroportuária, em função do peso bruto. US$ 0,015 por Kg bruto - taxa mínima US$ 5,00
Adicional de tarifas aeroportuárias – A.T.A.
Incidência: Sobre o somatório das tarifas aeroportuárias (armazenagem + capatazia)
Taxa: 50 %
TAXA DE UTILIZAÇÃO DO SISCOMEX
Portaria MF n. 257/11 de 20/05/2011 D.O.U 23/05/2011
Ementa
Dispõe sobre o reajuste da Taxa de Utilização do Sistema Integrado de Comércio Exterior, administrada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.
O Ministro da Fazenda, no uso das atribuições que lhe conferem o artigo 87, parágrafo único, incisos I e II, da Constituição Federal, considerando o disposto no artigo 6º, do Decreto-Lei n. 1.437, de 17 de dezembro de 1975, ratificado pelo Decreto Legislativo n. 22, de 27 de agosto de 1990, e no parágrafo 2º do artigo 3º da Lei n. 9.716, de 26 de novembro de 1998, resolve:
Artigo 1° Reajustar a Taxa de Utilização do Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX), devida no Registro da Declaração de Importação (DI), de que trata o parágrafo 1º do artigo 3º da Lei n. 9.716, de 1998, nos seguintes valores:
I – R$ 185,00 (cento e oitenta e cinco reais) por DI;
II – R$ 29,50 (vinte e nove reais e cinquenta centavos) para cada adição de mercadorias à DI, observados os limites fixados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB).
Artigo 2° Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
OBS.: A Taxa é devida independentemente da ocorrência de tributo a recolher.
Despacho Aduaneiro
Conceito: Despacho de importação é o procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo importador em relação à mercadoria importada, aos documentos apresentados e à legislação específica, com vistas ao seu desembaraço aduaneiro.
Declaração de imposto de renda: A Declaração de Importação (DI) será formulada pelo importador no Siscomex e consistirá na prestação das informações constantes do anexo único da instrução normativa SRF 680/06, de acordo com o tipo de declaração e a modalidade de despacho aduaneiro.
Documentos de declaração da DI
A DI será instruída com os seguintes documentos:
I - via original do conhecimento de carga ou documento equivalente;
II - via original da fatura comercial, assinada pelo exportador;
III - romaneio de carga (packing list), quando aplicável; e
IV - outros, exigidos exclusivamente em decorrência de Acordos Internacionais ou de legislação específica.
Os documentos de instrução da DI devem ser entregues à SRFB quando sua apresentação for solicitada, devendo ser mantidos em poder do importador pelo prazo previsto na legislação.
Fatura comercial
 Contrato de compra/venda internacional.
O artigo 557 do Regulamento Aduaneiro (Decreto 6750/2009) informa o que deverá conter na fatura comercial.
Conhecimento de embarque
O conhecimento de carga original, ou documento de efeito equivalente, constitui prova de posse ou de propriedade da mercadoria.
Packing List
Romaneio de carga (packing list) – Lei nº 10.833/2003 – Artigo 77 altera o artigo 104 do Decreto Lei n..º  37/66 e estabelece multa de R$ 500,00 pela não apresentação.
O inciso III do Artigo 18 da Instrução Normativa SRF nº 680/2007 estabelece que o Packing List deverá ser instruído junto com a DI (Declaração de Importação), quando aplicável.
Outros
No caso de mercadoria que goze de tratamento tributário favorecido em razão de sua origem, a comprovação constará de certificado de origem, emitido por entidade competente, de acordo com modelo aprovado.
Além dos documentos anteriormente indicados, necessários ao despacho de importação, outros poderão ser exigidos, por força de lei, regulamento ou ato normativo.
Conferência Aduaneira
Parametrização
Após o registro, a DI será submetida à análise fiscal, e selecionada para um dos seguintes canais de conferência aduaneira:
verde: pelo qual o sistema registrará o desembaraço automático da mercadoria, dispensados o exame documental e a verificação da mercadoria.
Amarelo: pelo qual será realizado o exame documental, e, não sendo constatada irregularidade, efetuado o desembaraço aduaneiro, dispensada a verificação da mercadoria.
Vermelho: pelo qual a mercadoria somente será desembaraçada após a realização do exame documental e da verificação da mercadoria.
Cinza, pelo qual será realizado o exame documental, a verificação da mercadoria e a aplicação de procedimento especial de controle aduaneiro, para verificar elementos indiciários de fraude, inclusive no que se refere ao preço declarado da mercadoria, conforme estabelecido em norma específica .
Verificação da Mercadoria/Verificação Física
Procedimento fiscal destinado a identificar e quantificar a mercadoria submetida a despacho aduaneiro, a obter elementos para confirmar sua classificação fiscal, origem e seu estado de novo ou usado, bem como para verificar sua adequação às normas técnicas aplicáveis.
O importador prestará à fiscalização aduaneira as informações e a assistência necessárias à identificação da mercadoria.
OBS.: A conferência física da carga dependerá do canal de parametrização como já vimos acima e, assim que a parametrização revelar a necessidade da conferência qualitativa e quantitativa da carga, o importador deverá promover a entrega dos documentos que instruem o despacho ao servidor da receita federal competente para distribuir o processo ao fiscal que conduzirá o processo do despacho aduaneiro rumo ao desembaraço. Essas etapas são conhecidas por recepção de documentos e distribuição.
Desembaraço Aduaneiro
Concluída a conferência aduaneira, a mercadoria será imediatamente desembaraçada.
A mercadoria objeto de exigência fiscal de qualquer natureza, formulada no curso do despacho aduaneiro, somente será desembaraçada após o respectivo cumprimento ou, quando for o caso, mediante a apresentação de garantia, conforme estabelecido na Portaria MF nº 389, de 13 de outubro de 1976.
Revisão Aduaneira
Revisão Aduaneira é o ato pelo qual é apurada, após o desembaraço aduaneiro, a regularidade do pagamento dos impostos e dos demais gravames devidos à Fazenda Nacional, da aplicação de benefício fiscal e da exatidão das informações prestadas pelo importador na declaração de importação. A revisão aduaneira deverá estar concluída no prazo de cinco anos, contado da data do registro da declaração de importação correspondente.
AULA 10: Roteiro de importação
 
Decreto 6750/2009 - Regulamento Aduaneiro.
Portaria SECEX nº 23/2011 – Normas Administrativas na Importação.
Bizelli, João dos Santos – Noções Básicas de Importação – Edições Aduaneiras.
 
Nesta aula, você aprendeu sobre:
Fase administrativa das importações; e
Fase fiscal e tributária.

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