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IFPR – INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ Movimento Retilíneo e Uniforme. Lucas M. Passos Foz do Iguaçu 2015 Lucas M. Passos. Movimento Retilíneo e Uniforme. Relatório do experimento “Movimento Retilíneo e Uniforme” com o trilho de ar; como parte dos requisitos para aprovação na disciplina Laboratório de Mecânica I, do curso de Licenciatura em Física do Instituto Federal do Paraná (IFPR), campus Foz do Iguaçu. Orientadora: Profª Tatiana Stroeymeyte. Foz do Iguaçu 2015 1. Resumo Um comportamento mais próximo da idealização teórica, em experiências de mecânica, pode ser conseguido, por exemplo, diminuindo-se o atrito existente entre os objetos em estudo. O polimento eficiente das superfícies de contato ou a utilização de uma camada de ar entre essas mesmas superfícies, são técnicas empregadas para isso. Com base nesse último princípio, desenvolveram-se varias classes de dispositivo, tais como os discos e as mesas de ar, para estudos bidimensionais - e o trilho de ar - para análises unidimensionais. Nesse experimento buscamos a comprovação teórica do MRU utilizando o trilho de ar. 2. INTRODUÇÃO Galileu Galilei (sec.XVI) foi o primeiro cientista que viu a necessidade de testar com experiências concretas as formulações teóricas sobre velocidade, distância e movimento, foi desta forma que descobriu as leis da queda livre, a lei que rege o movimento do pendulo, e enunciou o principio da composição dos movimentos. Aperfeiçoou alguns instrumentos como o relógio e o telescópio. Suas conclusões eram baseadas em observações e nos resultados dos experimentos. Com base em seus estudos vamos investigar os movimentos de uma partícula (carrinho – figura 1.0), utilizando o trilho de ar, equipamento que é projetado para minimizar as forças do atrito, onde um corpo se desloca sobre um jato de ar comprimido, eliminando assim o contato direto entre o corpo (carrinho) e a superfície do trilho. Ao longo do trilho existem pequenos orifícios por onde sai o ar comprimido fornecido por um gerador de fluxo de ar mantendo o carrinho flutuando minimizando o atrito. Figura 1.0 2.1 Movimento Retilíneo O movimento retilíneo é a forma mais simples de deslocamento, visto que os movimentos são ao longo de uma reta, quer seja horizontal, movimento de um carro, quer seja vertical, queda ou lançamento de um objeto. Como tudo ocorre em uma dimensão pode-se dispensar o tratamento vetorial mais rebuscado e tratarmos em termos de grandezas escalares, com o devido cuidado de analisar os sentidos de velocidades e as mudanças de sinais que são frequentes quando redefinimos o eixo de referência. Estudaremos o movimento uniforme, uniformemente variado, lançamento vertical e uma composição de movimento vertical com o horizontal chamado de lançamento de projétil. 2.2 Movimento Retilíneo e Uniforme O movimento retilíneo e uniforme tem as seguintes características: Velocidade constante, daí o termo uniforme; Distâncias iguais são percorridas para o mesmo intervalo de tempo; Aceleração nula. Equação no MRU Considere um móvel percorrendo uma trajetória retilínea com respeito a um referencial adotado, por exemplo, a origem dos eixos dos x. No instante de tempo t0 = 0, o móvel encontra-se em s0 (posição inicial) e no instante de tempo, t, o móvel está na posição s. Como a velocidade média para o movimento retilíneo e uniforme é idêntica a velocidade em qualquer tempo, vm = v, tem-se da definição de velocidade escalar média (2.8): Então se isolando s temos a equação horária do MRU dada pela equação A variação do espaço ∆s = s - s0 = vt é numericamente igual a área sob a curva do gráfico da velocidade contra o tempo (gráfico de v(t) x t). 3. OBJETIVO Observar, estudar e descrever o movimento de um móvel sobre um trilho de ar linear com embasamento teórico e experimental e assim comprovar através do experimento o modelo teórico do movimento retilíneo uniforme (MRU). Realização de cálculos e construção de gráfico. 4- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 4.1 – INSTRUMENTOS UTILIZADOS Trilho de ar linear; Gerador de fluxo de ar; Régua; Sensor óptico; Cronômetro digital; Móvel deslizante, 4.2 – MONTAGEM E PROCEDIMENTO Um planador é repetidamente acelerado pelo sistema iniciador mecânico a uma velocidade constante. Ao variar a distância do sistema iniciador, as respectivas velocidades médias e a instantânea serão determinadas. Iniciamos o programa “Timer” e ajustamos os parâmetros para as medidas de tempo. Carregamos o planador com um número fixo no gerador de fluxo de ar (valor 3). Manter o mesmo número é essencial para que o experimento seja realizado corretamente. Distribuímos as barreiras de luz sucessivamente em várias posições junto ao trilho de ar. Iniciamos o experimento acionando o dispositivo de lançamento, assim o eletroímã liberou o planador sobre o trilho. Executamos séries correspondentes de medidas com mesmo intervalo de distância do sensor, sendo que a distância d(X2-X1) = d(X3-X2) e assim sucessivamente. Coletamos os dados que estão representados na seguinte tabela: X(m) T(s) Δt(s) Vm(m/s) 0 0 0 0 0,02 0,959 0,959 0,0208 0,1133 2,368 1,409 0,0662 0,2066 3,130 0,762 0,1224 0,2999 4,656 1,526 0,0611 0,3932 5,865 1,209 0,0771 0,4865 6,214 0,349 0,2673 0,5798 7,382 1,168 0,0798 0,6731 7,934 0,552 0,1690 0,7664 8,714 0,780 0,1196 Tabela 1.0 Após a construção da tabela, montamos um gráfico de distância percorrida “X(m)” por tempo “T(s)” e obtemos o seguinte resultado: 0 2 4 6 8 10 12 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 X (m ) T(s) Manipulando o gráfico e com base na reta tendencial conseguimos através da formula: Encontramos o coeficiente angular que é o valor da velocidade média do móvel, e encontramos também o coeficiente linear que é o ponto de partida. COEFICIENTE VALOR Angular (Vm) 1,588 Linear (X0) 0 5- CONCLUSÂO Dados o coeficiente angular 1,588 e coeficiente linear 0, podemos montar a função da posição em relação ao tempo deste movimento: F(x) = a.x + b F(x) = 1,588.t + 0 F(x) = 1,588.t Chegamos à conclusão de que os valores de Δt da tabela dificilmente impõe uma constante, pois os valores variam de forma que a Δt chega a ser três vezes maior em alguns períodos sobre outros. Por consequência a Vm do móvel varia em relação às posições, o que descaracteriza o MRU. Provavelmente houve erro na aquisição dos dados no momento do manejo do trilho do ar o que não pode ter sido ocasionado pelo cronômetro nem pelo sensor, mas sim pelo próprio móvel que se percebia quando se movimentava mais vagamente em determinados momentos. Sendo assim, com base em observações posteriores, pudemos constatar que o sistema estava sujeito a uma leve inclinação, ou seja, o equipamento não estava sobre um plano totalmente uniforme horizontal. O que explicaria a característica da aceleração encontrada, uma vez em que mais forças atuam sobre o sistema.6. REFERÊNCIAS HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física 1: mecânica. Livros Técnicos e Científico. SANTOS, D. P. Física: dos experimentos à teoria São Paulo : IBRASA,1978 http://efisica.if.usp.br/mecanica/basico/
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