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O estudo da fonética e fonologia

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– FONÉTICA
	A fonética é dedicada a estudo da produção da fala do ponto de vista fisiológico e articulatório.
	A fonética é a ciência que apresenta os métodos para descrição, classificação e transcrição dos sons da fala, principalmente aqueles sons utilizados na linguagem humana. 
	As principais áreas de interesse da fonética são:
Fonética articulatória – compreende o estudo da produção da fala do ponto de vista fisiológico e articulatório.
Fonética auditiva – compreende o estudo da percepção da fala.
Fonética acústica – compreende o estudo das propriedades físicas dos sons da fala a partir de sua transmissão do falante ao ouvinte.
Fonética instrumental – compreende o estudo das propriedades físicas da fala, levando em consideração o apoio de instrumentos laboratoriais.
	A fonética articulatória só se aprende tomando consciência dos mecanismos de produção dos sons e, mais do que isso, tentando reproduzi-los e identifica-los, usando para tal os parâmetros de descrição que será visto a seguir.
Fone X Fonema
Fone (grego – som): Unidade concreta, realidade sonora, física do som da fala. É o menor segmento perceptível do som na corrente da fala. Sendo unidade concreta, o fone é a realidade física dos fonemas, estas unidades de outro nível, abstratas. O fone pertence à fala.
Fonema: Representação mental dos sons, unidade mínima, absytrata. È a unidade abstrata da representação mental, psíquica do som da fala. Por ser unidade abstrata, o fonema pertence à língua. É a menor unidade do significante, ou, em outras palavras do sistema fonológico segmental de uma língua.
1 – Fone: unidade mínima do nível fonético. Produção física dos sons da fala.
2 – Fonema: Localização no plano fonológico. Representação mental do som da fala.
3 – Alofones: Produções diferenciadas do mesmo fonema. É a variação de um fonema, que aparece em um contexto determinado, e sua substituição por outra variante da mesma unidade fônica não modifica o sentido do signo.
4 – Arquifonema: Ocorre quando há neutralização do contraste. O arquifonema ocorre em algum contexto fonológico específico (S, R)
 O aparelho fonador e os mecanismos de produção dos sons
	Os sons utilizados no exercício da linguagem humana são vibrações com freqüências, intensidades e durações características, produzidas por uma coluna de ar em movimento, que tendo início nos pulmões na fase expiratória do processo de respiração, percorre o chamado aparelho fonador.
	O sistema respiratório consiste dos pulmões, dos músculos pulmonares, dos tubos brônquios e da traquéia. O sistema respiratório encontra-se na parte inferior à glote, que é denominada cavidade infraglotal. A função primária do sistema respiratório é obviamente a produção da respiração.
	O sistema fonatório é constituído pela laringe. Na laringe localizam-se músculos estriados que podem obstruir a passagem da corrente de ar e serão denominadas pregas vocais. O espaço c decorrente da não obstrução destes músculos laríngeos é chamado de glote. A função primária da laringe é atuar como uma válvula que obstrui a entrada de comida nos pulmões por meio do abaixamento da epiglote.
	O sistema articulatório consiste da faringe, da língua, do nariz, dos dentes e dos lábios. Ou seja, das estruturas que se encontram na parte superior à glote São várias as funções primárias desempenhadas pelos órgãos do sistema articulatório, são elas: morder, mastigar, sentir o paladar, cheirar, sugar, engolir.
 	Para a produção dos sons com função distintiva utiliza-se a corrente de ar egressiva, resultante da expulsão do ar dos pulmões, devido ao levantamento do diafragma pela ação dos músculos intercostais.
	É na laringe, anel cartilaginoso situado na parte superior da traquéia, que se encontra o órgão que desempenha papel bastante complexo na produção dos sons na linguagem humana: as pregas vocais.
	Na respiração em repouso e na produção dos chamados sons surdos ou desvozeados, as pregas vocais estão separadas e a glote está aberta. O ar originado nos pulmões pode passar livremente sem que haja vibrações. Estando a glote fechada e as pregas vocais unidas, o ar tem de forçar sua passagem fazendo-as vibrar. Os sons resultantes são chamados sonoros ou vozeados.
A descrição dos segmentos consonantais
	Todas as línguas naturais possuem consoantes e vogais. Entenderemos por segmento consonantal um som que seja produzido com algum tipo de obstrução nas cavidades supraglóticas de maneira que haja obstrução total ou parcial da passagem da corrente de ar podendo ou não haver fricção. Por outro lado, na produção de um segmento vocálico a passagem da corrente de ar não é interrompida na linha central e, portanto não há obstrução ou fricção. Certos segmentos têm características fonéticas não tão precisas, seja de consoante ou de vogal. Estes segmentos são denominados na literatura de semivogais, semicontóides ou glides.
	Os articuladores ativos têm propriedade de movimentar-se (em direção ao articulador passivo) modificando a configuração do trato vocal. Os articuladores ativos são: o lábio inferior (que modifica a cavidade oral), a língua (que modifica a cavidade oral), o véu palatino (que modifica a cavidade nasal) e as pregas vocais (que modificam a cavidade faringeal). Eles são denominados articuladores ativos devido ao seu papel ativo (no sentido do movimento) na articulação consonantal (em oposição aos articuladores passivos).
	A língua é dividida em ápice, lâmina, parte anterior, parte medial e parte posterior. O palato é dividido em alvéolos, palato duro, véu palatino e úvula.
	Os articuladores passivos localizam-se na maxila superior, exceto o véu palatino que está localizado na parte posterior do palato. Os articuladores passivos são o lábio superior, os dentes superiores e o palato ósseo. (alvéolos dentários, palato duro, véu palatino que pode atuar como articulador ativo (na produção de segmentos nasais) ou como articulador passivo (na articulação de segmento velares).
	A partir da posição do articulador ativo em relação ao articulador passivo podemos definir o lugar de articulação dos segmentos consonantais de acordo com as categorias listadas abaixo.
Lugar de articulação
Bilabial: o articulador ativo é o lábio inferior e como articulador passivo temos o lábio superior. Ex: pá, boa, má.
Labiodental: o articulador ativo é o lábio inferior e como articulador passivo temos os dentes incisivos superiores. Ex: faca, vá.
Dental: o articulador ativo é ou o ápice ou lâmina da língua e como articulador passivo temos os dentes incisivos superiores. Ex: data, nada, lata.
Alveolar: O articulador ativo é o ápice ou lâmina da língua e como articulador passivo temos os alvéolos. Consoantes alveolares diferem das consoantes dentais apenas quanto ao articulador passivo. Ex: sapa, ziguezague.
Alveopalatal (ou pós-alveolares): o articulador ativo é a parte anterior da língua e o articulador passivo é a parte medial do palato duro. Ex: tia, dia (no dialeto carioca), chá, já.
Palatal: O articulador ativo é a parte média da língua e o articulador passivo é a parte final do palato duro. Ex: banha, palha.
Velar: o articulador ativo é a parte posterior da língua e o articulador passivo é o véu palatino. Ex: casa, gato, rato (varia consideravelmente dependendo do dialeto em questão).
Glotal: Os músculos ligamentais da glote comportam-se como articuladores. Ex: rato (na pronúncia do dialeto de BH).
	
	Além de identificarmos o lugar de articulação de um segmento, devemos caracterizar a sua maneira ou modo de articulação, que está relacionada ao tipo de obstrução da corrente de ar pelos articuladores durante a produção de um segmento.
Modo ou maneira de articulação
Oclusiva – os articuladores produzem uma obstrução completa da passagem da corrente de ar através da boca. O véu palatino está levantado e o ar que vem dos pulmões encaminha-se para a cavidade oral. Oclusivas são portanto consoantes orais.
Nasal – os articuladores produzem uma obstrução completa da passagem da corrente de ar através da boca. O véu palatino encontra-seabaixado e o ar que vem dos pulmões dirige-se às cavidades nasal e oral. Nasais são consoantes idênticas às oclusivas diferenciando-se apenas quanto ao abaixamento do véu palatino para as nasais.
Fricativa – Os articuladores se aproximam produzindo fricção quando ocorre a passagem central da corrente de ar. A aproximação dos articuladores, entretanto não chega a causar obstrução completa e sim parcial que causa fricção. As consoantes fricativas que ocorrem no Português são: [ f, v, s, z, ch, j,r] (o r fricativo ocorre tipicamente no português do RJ e BH, por exemplo).
Africada – Na fase inicial da produção de uma africada os articuladores produzem uma obstrução completa na passagem da corrente de ar através da boca e o véu palatino encontra-se levantado (como nas oclusivas). Nba fase final dessa obstrução (quando se dá a soltura da oclusão) ocorre uma fricção decorrente da passagem central da corrente de ar (como nas fricativas). A oclusiva e a fricativa que formam a consoante africada devem ter o mesmo lugar de articulação, ou seja, são homorgânicas. O véu palatino continua levantado durante a produção de uma africada. Africadas são, portanto consoantes orais.
Tepe (ou vibrante simples): o articulador ativo toca rapidamente o articulador passivo ocorrendo uma rápida obstrução da passagem da corrente de ar através da boca. O tepe ocorre em português nos seguintes exemplos: cara, brava.
Vibrante (múltipla) - O articulador ativo toca algumas vezes o articulador passivo causando vibração. Em alguns dialetos do português ocorre variante.
Retroflexa – O palato duro é o articulador passivo e a ponta da língua é o articulador ativo. A produção de uma retroflexa geralmente se dá com o levantamento e encurvamento da ponta da língua em direção ao palato duro. Ocorre no dialeto “caipira” e no sotaque de norte-americanos falando português como nas palavras: mar, carta. 
Laterais – O articulador ativo toca o articulador passivo e a corrente de ar é obstruída na linha central do trato vocal. O ar será então expelido por ambos os lados desta obstrução tendo, portanto saída lateral.
Classificamos os segmentos consonantais quanto ao mecanismo da corrente de ar (egressiva); ao vozeamento ou desvozeamento; a oralidade / nasalidade; ao lugar e modo de articulação. A notação dos segmentos consonantais segue a seguinte ordem:
[ n ] – nasal alveolar vozeada – [´nada]
[ v ] – fricativa labiodental vozeada – [ ‘vaka]
Segmentos vocálicos:
Os segmentos vocálicos são os sons articulados com a passagem livre da corrente de ar pelo trato vocal, de maneira que não haja fricção nem obstrução.
Nas vogais a Língua é o articulador ativo e não há articulador passivo.
Descrição dos segmentos vocálicos:
– Altura da língua – a altura representa a dimensão vertical ocupada pela língua dentro da cavidade oral. No português podemos considerar 4 níveis de altura: alta / i, u /; média-alta / e, o / ; média-baixa / é, ó / e baixa / a /. Alguns autores referem-se à altura em termos de abertura e fechamento da boca. Neste caso, os quatro níveis são: fechada; meio-fechada; meio-aberta e aberta.
- Anterioridade/posterioridade da língua: Este parâmetro refere-se à posição do corpo da língua na dimensão horizontal durante a articulação do segmento vocálico. Divide-se a cavidade bucal em 3 partes: anterior 
	 / i, e, é /, central / a / e posterior / u, o, ó /.
– Arredondamento dos lábios: durante a articulação dos segmentos vocálicos os lábios podem estar estendidos (não-arredondados) / a, e, i, é / ou arredondados / u, o , ó /.
Vogais Nasais:
1 – São produzidas com o abaixamento do véu palatino permitindo que o ar penetre na cavidade nasal.
2 – As vogais ocorrem em final de palavra e, m posição tônica (ex: lã); ou entre posição postônica (ex: ímã). Podem também ocorrer em meio de palavra em posição tônica (ex: santo) ou em posição pretonica (ex/; cantora). Nestes casos uma vogal nasal ocorre obrigatoriamente em qualquer dialeto do português.
Desvio Fonológico X Desvio Fonético 
Desvio Fonológico: Prejuízo na aquisição e no domínio dos traços fonêmicos da língua.
Desvio Fonético: Comprometimento das estruturas envolvidas na produção da fala, vias e terminações nervosas, músculos e ossos.
(Podem existir Desvios Fonológicos que apresentem também alterações fonéticas.
Desvio Fonológico
“É uma desordem lingüística que se manifesta pelo uso de padrões anormais no meio falado da linguagem. Esta definição enfatiza que o transtorno afeta o nível fonológico da organização lingüística e não a mecânica da produção articulatória”. (GRUNWELL, 1981)
Alterações Fonéticas
“Decorrente de distúrbios de origem músculo esquelética, uma vez que dizem respeito a comprometimentos nas estruturas envolvidas na produção da fala propriamente dita”. (ZORZI, 1988)
Desvio Fonético
As alterações mais comuns do sistema estomatognático que podem levar a um desvio fonético são:
(Mordida aberta anterior – distorção dos fonemas / s, z /. Alteração nos fonemas / r, l, t, d, p, b, m /
(Classe II de Angle – alteração nos fonemas / p, b, m /
(Mordida aberta posterior – ceceio lateral
( Classe III de Angle - alteração nos sons bilabiais e fricativos. A progenia vai interferir na produção dos sons / f,v,p,b,m /
(Apertamento e ranger dos dentes / hábito de colcocar objetos na boca – levam a desgaste dentário e a redução da diminuição vertical da oclusão, prejudicando os fonemas / s,f,v,p,b /
(Palato em ogiva – imprecisão na articulação dos fonemas / k, g / 
Desvio fonético 
(Prótese dentária mal adaptada
(Alterações, principalmente, nos fonemas / s, r /
(Pode ocorrer o ceceio lateral ( se a prótese for espessa demais gera uma falta de estabilidade limitando os movimentos de língua e mandíbula, comprometendo os fonemas / p, b, f, v, t, d / 
( A dimensão vertical de oclusão (DVO) pode estar aumentada e promove alterações nos bilabiais e estalos durante a fala; pode estar diminuída levando a perda da tonicidade facial, do volume dos lábios e interposição da língua durante a fala.

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