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Resumo de monitoria DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS METABÓLICAS Por: Ana Paula Paixão Introdução ao laboratório clínico • Finalidade do Laboratório Clínico: O principal objetivo é auxiliar: No diagnóstico de doenças; No acompanhamento da saúde dos pacientes. •Etapas do Processo Laboratorial O exame passa por três fases: -Fase Pré-analítica (mais propensa a erros - até 70% deles ocorrem aqui!) -Pedido do exame, preparo do paciente e coleta da amostra. -Muitos fatores interferem nessa etapa: jejum, dieta, estresse, medicamentos, exercício físico, posição corporal, ciclo menstrual, etc. -Fase Analítica -É onde o exame é, de fato, realizado com os equipamentos de laboratório. -Menor índice de erro (~7 a 13%). -Fase Pós-analítica Interpretação e liberação dos resultados. Também há risco de erros (~19 a 40%). •Cuidados na Fase Pré-analítica Diversos fatores interferem no resultado dos exames: •Jejum: de 8 a 12 horas é o ideal. • Dieta rica em gorduras: aumenta triglicérides. • Cafeína e álcool: alteram glicose, enzimas hepáticas e renais. • Fumo, estresse, atividade física: também modificam parâmetros laboratoriais. • Medicamentos e drogas de abuso: podem interferir in vivo (no organismo) e in vitro (no exame em si). Gênero, idade, cronobiologia (horário): também influenciam resultados. •Coleta de Sangue – Cuidados Gerais Confirmar jejum e identidade do paciente. Uso de EPI e assepsia correta. Garrote por no máx. 1 minuto. Evitar hemólise (ex: não movimentar agulha). Coletar de manhã, com paciente em repouso. •Tipos de Coleta e Anticoagulantes Soro: sem anticoagulante (sem fibrinogênio). Plasma: com anticoagulante (contém fibrinogênio). Principais Anticoagulantes: • EDTA: contagem de células. • Heparina: bioquímica. • Citrato de sódio: coagulação. • Fluoreto: evita glicólise (usado em glicemia). •Alterações e Rejeição de Amostras Hemólise: ruptura das hemácias – altera exames. Lipemia: soro leitoso – interfere em testes. Critérios de rejeição: -Hemólise, lipemia, icterícia; -Tubo inadequado ou mal rotulado; -Tempo, transporte ou conservação ruins. •Biossegurança e Descarte Nunca reencapar agulhas; Usar caixa de descarte para perfurocortantes; Desinfectar bancadas e seguir normas de EPI. •Perspectivas Futuras Equipamentos modernos; Técnicas novas (química seca); Profissionais atualizados e capacitados. Metabolismo glicídico •Carboidratos e glicemia -Carboidratos devem fornecer 50 a 60% das calorias diárias. -1g de carboidrato = 4 kcal (glicose: 3,41 kcal). O controle da glicemia envolve: Captação de glicose pelos tecidos; Ação da insulina; Inibição do glucagon; Atuação do fígado (70% da remoção da glicose). •Principais Vias Metabólicas da Glicose Glicogênese: síntese de glicogênio (armazenamento), ativada pela insulina. Glicogenólise: quebra do glicogênio para liberar glicose – ativada no jejum. Gliconeogênese: produção de glicose a partir de aminoácidos, lactato e piruvato. Glicólise: quebra da glicose para gerar energia. •Hormônios que Participam do controle da glicose Insulina: reduz glicemia; estimula captação de glicose e armazenamento. Glucagon: aumenta glicemia; estimula glicogenólise, lipólise e gliconeogênese. Adrenalina: inibe insulina e aumenta glicogenólise. Cortisol: estimula gliconeogênese e absorção intestinal. GH (hormônio do crescimento): ativa gliconeogênese e inibe ação da insulina. Somatostatina: inibe GH, insulina e glucagon. Tiroxina (T4): acelera metabolismo, ativa glicogenólise e absorção de glicose. •Regulação da glicemia Jejum: 80 a 90 mg/dL. Pós-refeição: 120 a 140 mg/dL (volta ao normal em até 2h). Controle feito por feedback hormonal (principalmente insulina e glucagon). •Diabetes Mellitus (DM) DM Tipo 1 (DMID) – 10-20% dos casos Falta total de insulina (autoimune ou viral). Surge em jovens. Causa: hiperglicemia, glicosúria, desidratação, cetose, perda de peso. DM Tipo 2 (DMNID) – 80-90% dos casos • Resistência à insulina. • Relacionado à obesidade, sedentarismo e genética. • Produção de insulina ainda existe, mas com baixa eficácia. •Sintomas Clássicos Poliúria (urinar muito) Polidipsia (sede excessiva) Polifagia (fome excessiva, mais rara no tipo 2) •Diagnóstico de DM Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL Glicemia casual ≥ 200 mg/dL com sintomas Teste oral de tolerância à glicose (TOTG): ≥ 200 mg/dL (2h após ingestão de 75g de glicose) Hemoglobina glicada (HbA1c) Anticorpos (DM1): anti-insulina, anti-GAD65, anti-IA2 •Fatores de Risco para DM2 Idade > 45 anos Histórico familiar Obesidade Sedentarismo Dislipidemia (HDL 250 mg/dL) Hipertensão DM gestacional anterior Uso de medicamentos hiperglicemiantes •Diabetes Gestacional (DMG) Ocorre na gravidez (geralmente em mulheres >25 anos com obesidade ou histórico familiar). Diagnóstico: TOTG Risco de evoluir para DM tipo 2 após o parto. •Complicações do Diabetes Cetoacidose diabética (CAD): glicemia > 250 mg/dL, pH 50 mg/dL Abaixo disso → investigação necessária. Não relacionada à alimentação: GlicemiaNão farmacológico Exercícios aeróbicos, resistência e flexibilidade. Mínimo de 150 min/semana com intensidade moderada. Cuidado com hipoglicemia: Verificar glicemia antes do exercício (ideal: 100–200 mg/dL). Boa hidratação e adaptação do tratamento •HEMOGLOBINA GLICADA (HbA1c) • Representa a média da glicemia nos últimos 2–3 meses. • Formada quando a glicose se liga à hemoglobina nos glóbulos vermelhos. Indicações • Diagnóstico e monitoramento de longo prazo do controle glicêmico. •FRUTOSAMINA Avalia o controle da glicemia nos últimos 15 a 21 dias. Útil para: Gestantes Casos de variações rápidas da glicose Situações em que o A1C é impreciso (ex: anemia)