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Metodologia e Técnicas de Pesquisa

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SUMÁRIO
METODOLOGIA E TÉCNICAS DE PESQUISA
OBJETIVOS ...................................................................................................... MTPE 1
1. METODOLOGIA E TÉCNICA DE PESQUISA .............................................. MTPE 3
2. A CIÊNCIA ............................................................................................... MTPE 5
3. CIÊNCIA E CONHECIMENTO .................................................................... MTPE 9
4. MÉTODO E TÉCNICAS DE PESQUISA .................................................... MTPE 13
5. A FORMAÇÃO DO PESQUISADOR E ÉTICA NA PESQUISA .................... MTPE 19
6. A ORGANIZAÇÃO DOS ESTUDOS.......................................................... MTPE 23
7. A IMPORTÂNCIA DA LEITURA ............................................................... MTPE 27
8. PESQUISA BIBLIOGRÁFICA E AS BASES DE DADOS - INTERNET ......... MTPE 31
9. O TRABALHO ACADÊMICO I ................................................................. MTPE 35
10. O TRABALHO ACADÊMICO II ................................................................ MTPE 39
11. O PROJETO DE PESQUISA ................................................................... MTPE 43
12. A MONOGRAFIA.................................................................................... MTPE 47
13. O ARTIGO CIENTÍFICO .......................................................................... MTPE 53
14. REDAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS ............................................ MTPE 57
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
MTPE 1
OBJETIVOS
Ao final dos 14 módulos a disciplina contemplará os objetivos abaixo:
z Proporcionar condições adequadas para: leitura, análise de textos,
técnicas de elaboração de resumos, resenhas, seminários, organização
de referências bibliográficas, tipos de pesquisa, fichamentos, projetos de
pesquisa e relatórios.
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
MTPE 3
METODOLOGIA E TÉCNICA DE PESQUISA CAPÍTULO 1
Pesquisa é um “procedimento reflexivo sistemático,
controlado e crítico, que permite descobrir novos fatos ou
dados, relações ou leis, em qualquer campo do
conhecimento”
(ANDER-EGG, 1978, p. 28).
Na presente apostila, você encontrará material de apoio para suas aulas
de Metodologia e Técnicas de Pesquisa, disciplina do curso de Pedagogia do NEAD
(Núcleo de Ensino a Distância) da Universidade de Franca.
Os temas, aqui abordados, estarão baseados em obras de autores
renomados e apoiados nas normas editadas pela ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas), entidade que normatiza questões como referências bibliográficas,
citações, redação científica entre outras, em nosso país.
Esperamos poder contribuir, com o nosso trabalho, para o processo de
construção de seu conhecimento. Uma vez que você será o protagonista de seu
estudo, utilize essa apostila como um guia de orientações gerais, não deixando de ler
e consultar o material por nós recomendado (livros, artigos e publicações em geral),
pois os mesmos constituem uma fonte de conteúdos ainda mais completa e
aprofundada.
Sabemos que você deve ter muitos questionamentos em relação à
disciplina, assim, começaremos a elucidá-los a partir de agora.
Você sabe o que é pesquisa?
Realizar uma pesquisa é desenvolver estudos, é levantar dados para
responder a questionamentos feitos por cientistas e pesquisadores a fim de
desvendarem novos fatos em qualquer área do conhecimento humano. Desse modo,
todas as vezes que queremos saber algo e que vamos em busca desse conhecimento,
estamos fazendo pesquisa.
Quando chamamos uma pesquisa de científica, estamos dizendo que ela
se vale de um método próprio de pensamento reflexivo, utiliza-se de técnicas para
MTPE 4
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
CAPÍTULO 1
conhecer a realidade e de uma forma específica para apresentar os conhecimentos
adquiridos.
O que é Metodologia de Pesquisa?
Metodologia são os caminhos dos quais nos valemos para desenvolver
nossa pesquisa; é o conjunto de métodos ou procedimentos utilizados
por nós quando queremos adquirir um conhecimento específico.
O que são Técnicas de Pesquisa?
É um conjunto de processos e normas específicas que utilizamos para a
obtenção de dados e construção do conhecimento. É a parte prática por
meio da qual desenvolvemos a habilidade de desvendar os fatos da
realidade.
Qual a importância da disciplina Metodologia e Técnicas de Pesquisa
na vida acadêmica?
Ensinar a aprender: esse deve ser o principal objetivo da disciplina
Metodologia e Técnica de Pesquisa. Ela deve desenvolver no aluno a capacidade de
observar, refletir e organizar cientificamente os fatos da realidade que o cerca.
Para tanto, a disciplina irá lhe oferecer diretrizes e orientações para que
você possa criar hábitos de estudo e sistematizá-los a fim de facilitar sua vida
acadêmica, uma vez que você será o co-responsável pela sua própria situação de
aprendizagem.
Assim, temos como objetivos:
z discutir conceitos de ciência, conhecimento, metodologia, métodos e
técnicas de pesquisa;
z apresentar a você formas eficazes de aprendizagem pessoal e de
sistematização de suas atividades educacionais;
z levá-lo a aprender fazendo, por meio da leitura, reflexão, análise e
interpretação de textos e de dados;
z apresentar o estudo e a pesquisa como formas de produção de
conhecimento.
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
MTPE 5
A CIÊNCIA CAPÍTULO 2
Ciência é um “conjunto organizado de conhecimento relativo
a determinada área do saber, caracterizado por metodologia
específica [...] Conhecimento que se obtém através de
leitura, estudos, instrução, erudição.”
(ENCICLOPÉDIA LAROUSSE CULTURAL, 1989, p. 1414)
Você sabe definir o que é ciência?
Podemos relacionar ciência com fenômenos empíricos passíveis de
verificação, ou mesmo com os conhecimentos que os cientistas/pesquisadores
adquirem por meio de suas pesquisas.
A ciência constitui-se num estudo sistemático e objetivo da realidade
empírica, ou seja, a realidade que pode ser conhecida por meio da experiência. O
conhecimento adquirido pela ciência, considerado acervo resultante de pesquisas,
deve ser passível de demonstração, descrição e correção futura. A ciência, também,
deve ter uma finalidade teórica e prática, possuir um objeto formal de estudo, utilizar
um método, ser exata e cumprir um papel social determinado.
São várias as concepções e correntes que definem ciência e, todas elas,
de um modo geral, relacionam conhecimento, técnicas diversas, questões
metodológicas, filosóficas e até ideológicas. Se reunirmos as definições, poderemos
caracterizar ciência da seguinte maneira:
z racional;
z baseada em fatos;
z objetiva, certa e provável;
z utiliza-se de um método;
z analítica;
z requer investigação;
z verificável e comunicável;
z possui um objeto de estudo.
Seguindo essa linha de pensamento, podemos, então, concluir que
cientista é todo indivíduo que vai em busca de um conhecimento; é aquele que,
utilizando-se de um método e sistematizando seus estudos, baseia-se em fatos,
investiga, analisa, verifica e, ao adquirir um acervo de conhecimentos, comunica-os à
MTPE 6
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
sociedade.
Qual é o objetivo da ciência?
Podemos definir como objetivo principal da ciência desvendar, por meio
de investigação, o desconhecido, “[...] descobrir uma ordem invisível que transforme
fatos de enigma em conhecimento” (ALVES apud CORACINI, 1991, p. 25).
CLASSIFICAÇÃO E DIVISÃO DA CIÊNCIA
Várias são as tentativas existentes para se classificar as
ciências. Sociólogos como Auguste Comte e Herbert Spencer
são alguns exemplos de pessoas que tentaram fazer esta
divisão, no entanto, a mais aceita na atualidadeé a que segue:
1. Ciências lógico-matemáticas - estudam entes ideais e as
conexões que se estabelecem entre objetos ideais no plano do próprio
pensamento, sem uma relação necessária com a realidade: álgebra,
geometria, lógica, física pura, trigonometria, astronomia pura etc;
2. Ciências da natureza - estudam o mundo natural, independentemente
da ação e presença do homem e suas inter-relações: biologia, geologia,
química, física, astronomia etc;
3. Ciências do espírito - estudam o homem e sua ação sobre a
natureza e a sociedade: geografia, sociologia, antropologia, economia,
lingüística, psicologia, história etc.
Observe o quadro abaixo, que ilustra bem essa divisão:
Essa divisão e classificação da ciência devem-se à necessidade do
homem de estudar e explicar os diferentes fenômenos que se manifestam no universo.
CAPÍTULO 2
 Fonte: Adaptado de LAKATOS; MARCONI, 2001, p. 81
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
MTPE 7
ENCICLOPÉDIA Larousse Cultural. Círculo do Livro, v. 8, p. 1414, 1989.
CORACINI, M. J. Um fazer persuasivo: o discurso subjetivo da ciência. São Paulo: Educ,
1991.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos da metodologia científica. 4. ed.
São Paulo: Atlas, 2001.
KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e prática da
pesquisa. 16. ed. Petrópolis: Vozes, 1999.
REFLEXÃO
“O que impulsiona o homem em direção à ciência é a necessidade de
compreender a cadeia de relações que se esconde por trás das aparências
sensíveis dos objetos, fatos ou fenômenos, captadas pela percepção
sensorial e analisadas pelo senso comum. O homem quer ir além dessa
forma de ver a realidade imediatamente percebida e descobrir os princípios
explicativos que servem de base para a compreensão da organização,
classificação, ordenação da natureza em que está inserido.”
(KÖCHE, 1999, p. 29)
ANOTAÇÕES
CAPÍTULO 2REFERÊNCIAS
MTPE 8
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
ANOTAÇÕESCAPÍTULO 2
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
MTPE 9
CIÊNCIA E CONHECIMENTO
“[...] o conhecimento serve e só adquire sentido para a
humanidade à medida que contribui para melhorar sua
capacidade de fruir a vida e para diminuir o sofrimento
humano, fugindo de necessidades desagradáveis a que o
mundo obriga. Podemos, então, ver o conhecimento como
fator de liberdade, como elemento para a felicidade”
(MAGALHÃES, 2005, p. 17).
A fim de reagir ao meio e, também, para transformá-lo, o ser humano usa
o conhecimento. Assim, podemos dizer que o conhecimento é uma atividade social;
ele refere-se sempre a algo que, de alguma maneira, é do interesse dos homens.
Como o ser humano adquire conhecimento?
Adquirimos conhecimento estudando, perguntando, lendo, pesquisando
etc. Ao colocar em dúvida o que sabe ou ao questionar sobre algum assunto, o homem
faz pesquisa e, desse modo, adquire conhecimento. Portanto, a natureza do
conhecimento é pesquisar.
Podemos, então, traçar uma trajetória:
Conhecimento Ciência Pesquisa Cientista
Filósofos, sociólogos e estudiosos em geral das teorias do
conhecimento afirmam que existem quatro tipos de conhecimento:
CAPÍTULO 3
MTPE 10
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
z conhecimento popular ou senso comum: conhecimento que
resulta de uma experiência que não é capaz de justificar-se. Sabe-se que
certas coisas acontecem de determinadas maneiras, mas não se é
capaz de dizer o porquê de tais fenômenos. Não há observação
sistematizada, anotada e nem grupo de controle e a sua validade é
limitada. O senso comum é aquele conhecimento transmitido de pai para
filho; são as crenças e mitos populares; é o conhecimento comum a
todos. Segundo Köche (1999, p. 29), o senso comum “surge como
conseqüência da necessidade de resolver problemas imediatos, que
aparecem na vida prática e decorrem do contato direto com fatos e
fenômenos que vão acontecendo no dia-a-dia, percebidos
principalmente por meio da percepção sensorial.”
z conhecimento científico: conhecimento chamado de racional, tem
como objeto as questões mais universais. Ao contrário do senso comum,
o conhecimento científico é sistemático e metódico, ou seja, um
determinado conhecimento só é considerado científico se ele se constitui
num sistema, um todo lógico.
O conhecimento científico é aquele que pode ser comprovado, que
podemos explicar como chegamos a determinado resultado; é real
porque lida com fatos e é passível de ser verificado. De acordo com
Köche (1999, p. 29), o conhecimento científico “surge da necessidade de
o homem não assumir uma posição meramente passiva, de
testemunha dos fenômenos, sem poder de ação ou controle dos
mesmos. Cabe ao homem, otimizando o uso da sua racionalidade,
propor uma forma sistemática, metódica e crítica da sua função de
desvelar o mundo, compreendê-lo, explicá-lo, e dominá-lo”.
CAPÍTULO 3
MTPE 11
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
z Conhecimento filosófico: conhecimento valorativo, suas hipóteses
baseiam-se na experiência e não podem ser confirmadas ou refutadas,
portanto é um conhecimento não verificável, racional e sistemático.
Afirmam Lakatos e Marconi (2001, p. 78), que “o conhecimento filosófico
é caracterizado pelo esforço da razão pura para questionar os
problemas humanos e poder discernir entre o certo e o errado,
unicamente recorrendo às luzes da própria razão humana”
z Conhecimento religioso: conhecimento que se apóia
em doutrinas que contém proposições sagradas, suas
verdades são consideradas infalíveis e indiscutíveis pelo fato
de terem sido reveladas pelo sobrenatural; é um
conhecimento sistemático do mundo, mas suas evidências
não são verificadas. Ainda de acordo com Lakatos e Marconi
(2001, p. 79), “o conhecimento religioso ou teológico parte
do princípio de que as ‘verdades’ tratadas são infalíveis e indiscutíveis,
por consistirem em ‘revelações’ da divindade (sobrenatural)”.
Em nossos estudos, abordaremos questões que dizem respeito ao
conhecimento científico, que, como vimos acima, diferencia-se dos outros tipos de
conhecimento existentes. Mas é preciso deixarmos claro que, apesar dessa
separação metodológica entre os quatro tipos de conhecimento, durante o processo
de apreensão da realidade do objeto, o homem pode penetrar nas diversas áreas.
REFERÊNCIAS
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 4. ed.
São Paulo: Atlas, 2001.
MAGALHÃES, G. Introdução à metodologia da pesquisa. São Paulo: Ática, 2005.
KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e prática da
pesquisa. 16. ed. Petrópolis: Vozes, 1999.
CAPÍTULO 3
MTPE 12
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
CAPÍTULO 3
É possível afirmarmos que o conhecimento científico sempre parte do
senso comum?
ANOTAÇÕES
REFLEXÃO
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
MTPE 13
CAPÍTULO 4MÉTODO E TÉCNICAS DE PESQUISA
“[...] método é o conjunto das atividades sistemáticas e
racionais que, com maior segurança e economia, permite
alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros
– traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e
auxiliando as decisões do cientista”.
(LAKATOS; MARCONI, 2001, p. 83)
Você conhece a origem da palavra método?
Ela vem do grego methodos e significa “através, ao longo do caminho,
caminho para chegar a um fim, conjunto de etapas e processos a serem vencidos
ordenadamente na investigação dos fatos ou na procura da verdade”.
Assim método é o modo consciente de proceder para alcançar um fim
determinado. É por meio do método que ordenamos e dirigimos nosso pensamento e
nossa ação, para atingirmos plenamente os objetivos por nós previstos.
O método é o modo de atuar da mente e implica sempre duas idéias:
ordenaçãoe direção. Ele se propõe a conduzir e orientar, traçando o caminho a ser
seguido, de maneira sistemática, para determinado fim.
O método pode ser encarado como um conjunto de passos.
Ao falarmos em método, vêm à nossa mente pelo menos algumas
modalidades: o método indutivo, o método dedutivo, o método sintético e o método
analítico:
z Método Indutivo: é o método que parte dos fatos para a lei, isto é,
inicia-se daquilo que é concreto para o abstrato, do particular para o geral.
A indução caminha do registro de fatos singulares para chegar à conclusão
desdobrada ou ampliada em enunciado mais geral, como nestes exemplos:
MTPE 14
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
Este pedaço de fio de cobre conduz energia.
Este segundo e este terceiro pedaços de fios de cobre conduzem
energia.
Logo, fio de cobre (todo) conduz energia.
z Método Dedutivo: é o método inverso ao indutivo, pois inicia-se
daquilo que é abstrato para o concreto, do geral para o particular. O
pensamento é dedutivo quando, a partir de enunciados mais gerais
dispostos ordenadamente como premissas de um raciocínio, chega-se a
uma conclusão particular ou menos geral como nestes exemplos:
Todo homem é mortal. (premissa geral).
Pedro é homem.
Logo, Pedro é mortal. (conclusão particular).
z Método sintético: reúne os elementos simples numa unidade.A
síntese é essencialmente o processo de
unificação do múltiplo em único. Exemplo de
síntese: um resumo tem como função reunir
num todo os elementos considerados
essenciais.
Características do método sintético: clareza,
fidelidade e brevidade.
z Método analítico: é o método que decompõe os elementos do todo
em partes. No processo ensino-aprendizagem, há vantagens desse
método bem conduzido, partindo da divisão do conteúdo de saber para
firmar-se pouco a pouco, um hábito de análise.
Podemos concluir a noção de método com o pensamento do filósofo
Roland Corbisier [s/d]: “Seja qual forma ou modalidade que se apresente, o método é
sempre a lógica do trabalho, a racionalidade do pensamento e da atividade por meio
dos quais os homens procuram conhecer e transformar o mundo natural e o mundo
humano”.
De maneira geral, podemos dizer que todas as atividades podem ser
CAPÍTULO 4
MTPE 15
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
executadas de alguma forma mais segura, mais econômica, mais perfeita. O roteiro
desta ação mais perfeita é seu método peculiar. Assim, existem métodos para ler,
escrever, resumir etc.
Como, então, podemos definir técnicas de pesquisa?
Costumamos dizer que a palavra método significa o traçado das etapas
fundamentais da pesquisa, enquanto a palavra técnica significa os diversos
procedimentos ou a utilização de diversos recursos peculiares a cada objeto de
pesquisa, dentro das diversas etapas do método. Diríamos que a técnica é a
instrumentação específica da ação, e que o método é mais geral, mais amplo, menos
específico. Por isso, dentro das linhas gerais e estáveis do método, as técnicas variam
muito e se alteram e progridem de acordo com o progresso tecnológico, naturalmente.
A técnica se propõe a fazer e executar com habilidade aperfeiçoada e,
de maneira eficiente e correta, aquilo que o método organizou e sistematizou: portanto,
Método e Técnica se entrosam e se completam.
Podemos dizer que toda ciência utiliza-se de técnicas para atingir seus
propósitos, pois elas correspondem à parte prática de coleta de dados. Apresentam
duas grandes divisões: documentação indireta e documentação direta. Esta última
subdivide-se em:
z observação: utiliza os sentidos na obtenção de determinados
aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas,
também, em examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar;
z entrevista: é uma conversação efetuada face a face, de maneira
metódica; proporciona ao entrevistador, verbalmente, a informação
necessária;
z questionário: constituído por uma série de perguntas que devem ser
respondidas por escrito e sem a presença do pesquisador;
z formulário: roteiro de perguntas enunciadas pelo entrevistador e
preenchidas por ele com as respostas do pesquisado;
z pesquisa de campo: consiste na observação de fatos e fenômenos
tal como ocorrem. O primeiro passo para sua realização é a pesquisa
CAPÍTULO 4
MTPE 16
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
CAPÍTULO 4
bibliográfica, a seguir deve-se determinar as técnicas de pesquisa e
técnicas de registro para, então, poder ir a campo;
z pesquisa de laboratório: procedimento de pesquisa mais exato,
descreve e analisa dados por meio de instrumentos específicos em
ambientes adequados.
A documentação indireta subdivide-se em:
z pesquisa documental: a documentação que servirá como fonte de
dados encontra-se restrita a documentos, que podem estar escritos ou
não;
z pesquisa bibliográfica: quando a pesquisa se realiza por meio de
bibliografia já produzida (escrita, dita ou filmada) por outras pessoas. O
pesquisador pode utilizar livros, jornais, revistas, monografias etc.
Para facilitar, sintetizamos as técnicas no quadro que segue:
REFERÊNCIA
LAKATOS, E. M. ; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 4. ed.
São Paulo: Atlas, 2001.
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
MTPE 17
Ao planejar sua pesquisa, determine claramente o método
a ser utilizado e quais as técnicas de que fará uso, pois
essas etapas são muito importantes para a organização e
o bom andamento de seu trabalho.
E não se esqueça: a pesquisa bibliográfica deve se
constituir em uma reflexão aprofundada. Ela é fundamental
para o embasamento teórico de sua pesquisa, seja qual for
o método escolhido ou as técnicas determinadas.
ANOTAÇÕES
DICAS CAPÍTULO 4
MTPE 18
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
ANOTAÇÕESCAPÍTULO 4
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
MTPE 19
A FORMAÇÃO DO PESQUISADOR E ÉTICA
NA PESQUISA
CAPÍTULO 5
Ética significa: “estudo dos juízos de apreciação que se
referem à conduta humana suscetível de qualificação do
ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a
determinada sociedade, seja de modo absoluto.”
(DICIONÁRIO AURÉLIO)
Como já vimos, todos nós podemos ser pesquisadores, mas é preciso
que estejamos atentos a alguns requisitos que, segundo Beveridge (1981), são
necessários ao bom pesquisador:
z ter curiosidade intelectual: o que significa estar sempre fazendo
indagações e reflexões. É preciso sentir prazer na
aventura de descobrir coisas novas e preocupar-se
com as razões subjacentes que fazem as coisas
serem como são;
z ter entusiasmo: é necessário que o pesquisador
goste realmente do trabalho que realiza, que ele
tenha paixão pelo que faz. Do contrário, ele sempre
terá a sensação de insatisfação e achará que seus
esforços são infrutíferos;
z ser intelectualmente independente: significa confiar no próprio
julgamento e, portanto, não ser muito influenciável por outros. A novidade
exige contestação, irreverência, rebeldia, posturas ousadas;
z ser dedicado: a dedicação é imprescindível no desempenho de
qualquer pesquisador. Seu trabalho será sempre árduo e, provavelmente,
não lhe restará muito tempo livre para a família ou para o lazer;
z ter ambição: é bastante saudável que o pesquisador deseje fama e
crédito às suas reivindicações, pois ele valoriza bastante a publicação
de seus estudos e de suas descobertas.
Podemos, também, listar aquelas que, de acordo com Gil (1996, p. 20),
são as qualidades pessoais do pesquisador:
z conhecimento do assunto a ser pesquisado;
z curiosidade;
MTPE 20
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
z criatividade;
z integridade intelectual;
z atitude auto-corretiva;
z sensibilidade social;
z imaginação disciplinada;
z perseverança e paciência;
z confiança na experiência.ÉTICA NA PESQUISA
Todas as vezes que produzimos um texto, seja escrito ou oral, devemos
nos ater à questão da ética. Nós podemos (e devemos) consultar autores e suas
obras, utilizá-los como aparato teórico em nossos trabalhos, citando-os diretamente ou
mesmo parafraseando-os, mas não podemos deixar de citar a fonte de onde nossas
informações foram retiradas.
É preciso que, além de corteses, nós atribuamos o crédito do texto, que
consultamos e utilizamos, ao verdadeiro autor. Pois, do contrário, estaríamos
plagiando o autor, nos apropriando indevidamente de suas idéias pela ocultação de
dados e informações.
A Lei n. 9.610 de 19/2/1998 regula os direitos autorais no país,
aplicando-se, também, na autoria disponibilizada via meio eletrônico de comunicação -
Internet.
Há, ainda, uma outra questão à qual devemos estar atentos: se vamos
desenvolver uma pesquisa que envolva seres humanos e animais, deveremos
submetê-la ao Comitê de Ética da Universidade, para obtermos seu parecer e, assim,
prosseguirmos nosso estudo. O trabalho deve ser enviado ao Comitê de Ética ainda
em fase de projeto e deverá, posteriormente, ser acrescido dos termos de
consentimento, preenchidos e assinados pelas pessoas que participarão da pesquisa.
Portanto, realizar uma pesquisa exige ética e responsabilidade daqueles
que se propõem a executá-la.
CAPÍTULO 5
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
MTPE 21
CAPÍTULO 5
BEVERIDGE, W. I. B. Sementes da descoberta científica. São Paulo: Edusp, 1981.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991.
FIQUE BEM INFORMADO
A Lei n. 9.610/1998, que regula os direitos autorais no país,
aplica-se na atividade de publicação, transmissão, retransmissão,
distribuição, comunicação ao público e reprodução, e aplica-se às obras
intelectuais em geral. Mas, você sabe quais são as obras intelectuais
protegidas? São:
z textos – literários, artísticos ou científicos;
z conferências, sermões, alocuções;
z obras dramáticas;
z composições musicais;
z obras audiovisuais, desenhos, fotografias, traduções, ilustrações,
coletâneas.
Assim, fique sempre atento ao utilizar obras de outros autores em sua
pesquisa.
ANOTAÇÕES
REFERÊNCIAS
MTPE 22
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
ANOTAÇÕESCAPÍTULO 5
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
MTPE 23
A ORGANIZAÇÃO DOS ESTUDOS CAPÍTULO 6
O aprendizado pode ocorrer a todo instante, mas, para que
isso aconteça com sucesso, é preciso termos em mãos
alguns instrumentos para ajudar na organização dos
estudos e seguirmos alguns conselhos úteis.
Neste capítulo, mostraremos a você alguns instrumentos de trabalho que
serão muito proveitosos para o bom rendimento de seus estudos e, a seguir, daremos
algumas dicas que, também, consideramos fundamentais para o seu processo de
construção de conhecimento:
Alguns instrumentos:
1. No decorrer de seu curso, procure ir formando uma biblioteca particu-
lar. Você pode se valer de livros, capítulos, textos, documentos, revistas
etc, que possam sempre ser consultados em seus estudos, trabalhos e
pesquisas. Além de livros que lhe tragam um conhecimento geral, você
também deve adquirir livros, manuais e compêndios especializados na
sua área de estudo, assim como uma boa enciclopédia;
2. Adquira, também, alguns dicionários: além de dicionários de português
e de algumas outras línguas (como inglês e espanhol, fundamentais, hoje,
para qualquer área do conhecimento), escolha alguns de sua área de
especialização e de áreas gerais: há dicionários de filosofia, de
sociologia, de economia, de direito, técnicos etc.). A consulta ao
dicionário, muitas vezes, economiza nosso tempo;
MTPE 24
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
3. Assine (e leia) bons jornais e revistas
em geral. Em praticamente todas as áreas
do conhecimento, podemos encontrar
publicações de jornais e revistas
especializadas, portanto, procure a
entidade associativa, o departamento de
alguma universidade, o conselho regional, o
órgão sindical etc., de sua área de
especialização e faça a assinatura de pelo menos um jornal e de uma
revista.
DICAS
z Participe e procure interagir sempre que possível com
seus colegas de turma e com seu professor tutor. Não
guarde dúvidas, esclareça pontos nebulosos e divida seu
conhecimento com os outros;
z Faça de seu local de estudo um lugar agradável, organizando-o e
mantendo seus instrumentos de estudo sempre à mão;
z Planeje sempre seus estudos: divida seu tempo de forma que
consiga se dedicar a todas as disciplinas, mas não se esqueça de
computar um tempo para descanso e lazer;
z Participe, sempre que possível, de eventos de natureza científica e
acadêmica como: palestras, seminários, conferências, cursos extra-
curriculares, colóquios ou congressos. Esteja constantemente atualizado,
aprimore seus estudos e qualificação;
z Estudar ou pesquisar em grupo também é
importante, pois a troca de conhecimento enriquece
nosso trabalho, mas procure formar grupos de no
máximo cinco pessoas para que o estudo não seja
CAPÍTULO 6
MTPE 25
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
prejudicado pelo grande número de integrantes e pela difícil mobilização
de todos para os encontros. Além disso, o estudo só dará frutos se todos
do grupo participarem igualmente;
z Escrever é um exercício que deve ser praticado diariamente, pois,
assim, desenvolvemos o pensamento e o senso crítico:
escreva pequenos textos, faça resumos de livros,
escreva sobre temas que o obriguem a argumentar,
mande e-mails, faça críticas ao jornal e as envie,
escreva pequenas crônicas, mande opiniões para as
revistas etc;
z Seja amplo, generalista: ciências e áreas de saber
como a filosofia, a sociologia e a história devem ser estudadas sempre,
pois, além de auxiliarem na compreensão dos fatos e fenômenos sociais,
contribuem na formação do pensamento crítico e cidadão. Nossa vida
deve ser uma constante busca pelo conhecimento: aprenda a aprender;
z Não negligencie seus estudos; leve-os a sério sempre. Faça
todos os trabalhos e pesquisas que forem recomendados e
tenha, principalmente, curiosidade intelectual para buscar algo
mais além do que foi colocado;
z Por fim, pense sempre em continuar seus estudos, faça outros
cursos e especialize-se na pós-graduação.
CAPÍTULO 6
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Metodologia e Técnicas de Pesquisa
ANOTAÇÕESCAPÍTULO 6
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
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A IMPORTÂNCIA DA LEITURA CAPÍTULO 7
“Ler significa conhecer, interpretar, decifrar. A maior parte
dos conhecimentos é obtida através da leitura, que
possibilita não só a ampliação, como também o
aprofundamento do saber em determinado campo cultural
ou científico.”
(LAKATOS; MARCONI, 1995, p. 15)
Ler é uma atividade extremamente importante para a
construção do nosso conhecimento. Segundo Rojo (2004, p. 2),
“ler na vida e na cidadania é [...]
escapar da literalidade dos textos
e interpretá-los, colocando-os em relação com outros
textos e discursos, de maneira situada na realidade
social; é discutir com os textos, replicando e avaliando
posições e ideologias que constituem seus sentidos;
é, enfim, trazer o texto para a vida e colocá-lo em
relação com ela”.
Saber ler é, portanto, saber interpretar o mundo que nos cerca. A leitura
não só amplia nossos conhecimentos como, também, nos revela o mundo. Mas, é
preciso que ela seja assimilada e, para tanto, é necessário que tenhamos um objetivo
de leitura, o que, muitas vezes, é determinado pelo
próprio texto (quando, por exemplo, lemos uma receita
culinária temos como objetivo fazer um prato de comida).
Nosso objetivo de leitura determinará a
espécie de leitura que iremos empreender e, segundo
Lakatos e Marconi(1995), podemos decidir entre três
espécies de leitura:
1. Leitura de entretenimento: feita apenas para
distração, o leitor está preocupado em passar o tempo
ou ter momentos de lazer. Acredita-se que este tipo ajude a despertar o
hábito e gosto pela leitura;
2. Leitura de cultura geral ou informativa: sem muita profundidade, o
maior objetivo aqui é tomar conhecimento do que ocorre no mundo;
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Metodologia e Técnicas de Pesquisa
3.Leitura de aproveitamento ou formativa: o objetivo é aprofundar
conhecimentos ou aprender algo novo, é uma leitura realizada com
atenção e sobre ela são feitas reflexões.
Mas, como conseguir fazer uma leitura proveitosa?
Você pode seguir algumas estratégias de leitura para que a mesma seja
realmente proveitosa. Veja nossos conselhos:
1. Antes de mergulhar na leitura,
examine o material que tem em mãos, faça uma
varredura do texto e identifique elementos que possam
ajudar no seu entendimento. Observe:
z o título: ele pode conter a intenção do autor;
z o autor: sua linha de pensamento, suas ideologias,
suas tendências, sua linha de pesquisa ou área de estudo, sua obra, o
que falam outros autores sobre ele, o momento histórico, político e
econômico em que o autor viveu e o momento em que a obra foi
produzida;
z a data de publicação do livro: item importante por mostrar-nos sua
atualização e, conseqüentemente, dos dados que informa;
z a sinopse: pequeno resumo encontrado, geralmente na contra capa do
livro e que nos fornece pistas do que iremos encontrar durante a leitura;
z o sumário: nele você encontrará os títulos e subtítulos em que o livro
está dividido, assim, terá uma visão geral do que foi abordado;
z a introdução e as notas de reedição: trazem a visão do autor e um
resumo dos tópicos desenvolvidos;
z as referências bibliográficas: encontram-se no final da publicação e
nos mostram as obras consultadas pelo autor. Com esta lista podemos
consultar outros autores e obras.
2. Levante hipóteses de leitura: O que, provavelmente, encontrarei nesse
texto?
3. Faça uma leitura atenta: o que inclui reflexões e avaliações;
CAPÍTULO 7
MTPE 29
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
CAPÍTULO 7
4. Faça um levantamento semântico: procure no dicionário as palavras e
expressões que não sabe ou não compreendeu, mas desenvolva, também, estratégias
de inferência lexical:
z observe a pontuação: vírgulas, travessões, dois pontos etc, pois são
elementos utilizados com determinados objetivos. Por exemplo, o
travessão pode ter função explicativa;
z observe as partículas explicativas: isto é, por
exemplo, ou seja etc, que, como o próprio nome já
diz,também, têm função explicativa;
z observe palavras semelhantes ou contrárias e
estabeleça relações entre elas;
z palavras desconhecidas podem ter seu sentido
estabelecido pela relação com o próprio texto, ou
seja, você pode perceber o significado de um termo
inferindo no próprio texto.
5. Faça uma análise do que leu. Como você já fez a varredura do texto e
o levantamento do vocabulário e de expressões desconhecidas, faça, agora, uma
análise temática (SEVERINO, 1986), adentrando no mundo de idéias do autor:
z De que fala o texto? A resposta nos dará o tema ou assunto tratado
pelo autor;
z Como o autor problematizou o assunto?
z Qual a tese defendida pelo autor?, O que o autor fala sobre o tema?,
Como ele responde aos problemas e qual o posicionamento assumido
por ele?
z Como o autor comprova sua tese?, Qual o raciocínio adotado por
ele?
6. Faça uma análise interpretativa: leia nas entrelinhas, dialogue com o
autor; tente descobrir quais são suas intenções, relacione o texto com outros textos:
faça intertextualidade, tente detectar valores e ideologias no texto;
7. você estará apto, nesse momento, a elaborar uma síntese pessoal, um
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Metodologia e Técnicas de Pesquisa
CAPÍTULO 7
resumo (você vai encontrar dicas de como fazer esse resumo nos próximos capítulos):
elabore um texto pessoal que comente o texto lido: é a construção lógica de uma
redação.
Lembre-se:
z ao tentar extrair as idéias principais do texto, relacione-as ao seu
objetivo de leitura, isso facilitará sua interpretação;
z se você não entendeu o texto, não basta ficar relendo-o para tentar
entendê-lo, tente compreender, primeiro, os motivos de sua dificuldade e
procure ajuda sempre.
REFERÊNCIAS
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Metodologia do trabalho científico. 4. ed. São
Paulo: Atlas, 1995.
ROJO, R. H. R. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. São Paulo:
CENP, 2004.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 14. ed. São Paulo: Cortez, 1986.
REFLEXÃO
“[...] ler é importante para quem escreve. Não
porque se aprende a escrever lendo, mas porque
sem ler não se tem nada o que dizer, não se tem o
que citar”.
(POSSENTI)
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
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PESQUISA BIBLIOGRÁFICA E AS BASES DE
DADOS - INTERNET
CAPÍTULO 8
“Organizar uma bibliografia significa buscar aquilo cuja
existência ainda se ignora. O bom pesquisador é aquele
que é capaz de entrar numa biblioteca sem ter a mínima
idéia sobre um tema e sair dali sabendo um pouco mais
sobre ele”.
(ECO, 2001, p. 42)
Na unidade em que discutimos sobre técnicas de pesquisa, você
aprendeu que a pesquisa bibliográfica é uma técnica constituída de publicações em
geral, é quando a pesquisa se realiza por meio de bibliografia já produzida (escrita,
dita ou filmada) por outras pessoas, veiculada por qualquer meio. Assim, para
realizarmos uma pesquisa é necessário que lancemos mão de todos os recursos
disponíveis para nossa consulta: jornais, livros, revistas e bases de dados na internet.
Em primeiro lugar, é preciso conhecer o funcionamento da biblioteca a
ser usada: muitas bibliotecas dão ao pesquisador acesso às estantes, outras
requerem que seu pedido seja feito no balcão.
Em geral, as bibliotecas organizam seus acervos e os disponibilizam em
terminais de computadores para consulta e posterior pedido do pesquisador. A
consulta é feita em catálogos, que se dividem em: assunto/tema, autor e bibliográfico e
algumas bibliotecas disponibilizam, também, consulta por área de pesquisa e por
editoras.
Mas, segundo Eco (2001), é preciso saber fazer a consulta, assim, se
não encontramos o título que procuramos, devemos optar por fornecer ao computador
outras informações, que poderão nos levar ao que procuramos. Devemos, enfim,
esgotar as possibilidades e tentativas (inclusive a intuição) para encontrarmos aquilo
que desejamos.
A curiosidade intelectual, um dos requisitos para ser um bom
pesquisador, também nos ajudará nesse processo de descobrimento, pois ela nos
MTPE 32
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
impulsiona a fazer buscas por conta própria e, conseqüentemente, nos leva a encontrar
novos caminhos e novos saberes.
AS BASES DE DADOS E A INTERNET
Além de ir à biblioteca para consultar o acervo por ela disponibilizado,
você também pode fazer consultas pela internet, a qual se constitui em uma fonte de
rpesquisa muito eficiente e atualizada, inclusive por sua rapidez e agilidade em
divulgar informações.
Muitos pesquisadores acham que somente a consulta pela internet é
suficiente, mas, na verdade, é preciso que tenhamos cautela e nos certifiquemos da
confiabilidade das informações fornecidas.
Como nos certificarmos em relação à fidedignidade dos conteúdos
divulgados pela internet?
As próprias bibliotecas possuem
sistemas de consulta interbibliotecas para que
possamos fazer empréstimos em outras bibliotecas.
A Universidade de Franca mantém
convênio com algumas bases de dados, entre elas o
COMUT e o BIREME.
z COMUT: serviço de Comutação
Bibliográfica, que está vinculadoao
IBICT (Instituto de Informação em
Ciência e Tecnologia).
Site para consulta: http://www.ibict.br/
antares/based2.htm.
z BIREME: Centro Latino-Americano e
do Caribe de Informação em Ciência da Saúde é um centro
especializado da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) e da
OMS (Organização Mundial da Saúde).
Site para consulta: http:// www.bireme.br
As duas bases de dados acima podem ser consultadas por meio do
CAPÍTULO 8
MTPE 33
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
convênio mantido pela Universidade de Franca, e os pedidos de cópias de artigos
podem ser feitos via Biblioteca, que receberá pelo correio o material solicitado pelo
pesquisador.
Você também pode acessar outras fontes para sua pesquisa: bibliotecas
de outras universidades e órgãos ou entidades que se
constituem em ricos mananciais de informações.
Mas, não se esqueça:
z as bibliotecas, em geral, possuem, uma lista de
material novo e que ainda não foi catalogado. Você
pode tentar ter acesso a essa lista para sua pesquisa;
z peça sempre ao seu professor ou orientador para
lhe fornecer uma bibliografia, pois, assim, você não se
sentirá perdido ao entrar na biblioteca;
z o bibliotecário pode orientar você, ajudando-o a gastar menos tempo
em sua busca.
REFERÊNCIA
ECO, H. Como se faz uma tese. 16. ed. São Paulo: Perspectiva, 2001.
ANOTAÇÕES
CAPÍTULO 8
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Metodologia e Técnicas de Pesquisa
CAPÍTULO 8 ANOTAÇÕES
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
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O TRABALHO ACADÊMICO I CAPÍTULO 9
O trabalho acadêmico será requerido em todas as
disciplinas. Mostraremos, a seguir, dicas e meios que você
pode utilizar para elaborá-los e, posteriormente, apresentá-
los, de maneira escrita ou oral.
É muito comum, no meio acadêmico, os professores pedirem aos
alunos para elaborarem um resumo, uma resenha, um fichamento
de um livro ou de um capítulo, relatórios etc. Mas em que se
constitui cada uma dessas atividades? Quais as diferenças
existentes entre elas? Qual a função de cada uma na vida do
estudante?
Neste e no próximo capítulo, vamos abordar cada
uma dessas atividades, tentando elucidar todas as suas dúvidas, o
que facilitará a sua vida acadêmica.
O que é RESUMO? E, como se faz um resumo?
RESUMO: (do latim resumere: tornar a tomar), é a condensação das
idéias mais importantes de um texto; resumir um texto significa, então, condensar,
mantendo suas idéias principais. O resumo pode ser somente bibliográfico, descritivo
da obra em si, como pode ser de análise de conteúdo; ele facilita nossos estudos,
pois, por meio dele, entramos em contato somente com o que é mais relevante no
texto. Segundo Andrade e Henriques (1999, p.52), “há vários tipos de resumo, cada
qual indicado para uma finalidade específica”.
Veja, a seguir, os tipos de resumo apresentados pelos autores:
z resumo indicativo ou descritivo: faz referências às partes principais
do texto; mas não despreza a leitura integral do texto, uma vez que des-
creve apenas a natureza da obra e seus objetivos;
z resumo informativo ou analítico: redução do texto a um terço ou um
quarto, mantendo a estrutura e pontos essenciais, deve-se eliminar
gráficos, citações e exemplos muito grandes;
MTPE 36
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
z resumo crítico: permite julgamentos de valor e opiniões sem fazer
citações do original.
Qual a diferença entre RESUMO e RESENHA?
RESENHA: assim como o resumo crítico, a
resenha admite julgamentos, avaliações, comparações e
comentários pessoais, mas constitui-se num trabalho mais amplo
que o resumo crítico. A resenha implica necessariamente não só
dar detalhes da obra lida, de seu autor, como principalmente
comentar o seu conteúdo, dar uma opinião sobre a mesma.
Alguns autores admitem que a resenha é feita
basicamente por dois aspectos principais: para divulgar, de
maneira elogiosa, a obra, com a qual pode-se ter concordância ou para tecer críticas à
mesma. Muitas vezes, a resenha é utilizada para a divulgação de uma obra nova, para
o lançamento de um livro, uma revista científica, um jornal especializado etc.
SINOPSE: (do grego synopsis: vista de conjunto), é a apresentação
concisa, do conteúdo de um artigo ou de uma obra e deve ser redigida pelo próprio
autor, ou por um redator.
ESQUEMA: elaboração do plano do autor, é um resumo não redigido. É
como fazer um esqueleto do texto, tentando retomar o esquema original feito pelo autor
antes de escrevê-lo.
Como fazer um resumo, uma resenha ou um esquema?
Existem algumas técnicas que podem ser utilizadas na hora de elaborar
qualquer uma dessas atividades. Vamos descrever, como sugestão, a Técnica da
Sublinha.
Para utilizá-la, você poderá seguir os passos abaixo, elaborados por
Andrade e Henriques (1999, p. 50):
z leitura integral do texto, para tomada de contato;
z esclarecimento de dúvidas de vocabulário, termos técnicos e outras;
z releitura do texto, para identificar as idéias principais;
z sublinhar, em cada parágrafo, as palavras que contêm a idéia-núcleo e
os detalhes importantes;
z assinalar com uma linha vertical, à margem do texto, os tópicos mais
CAPÍTULO 9
MTPE 37
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
importantes;
z assinalar, à margem do texto, com um ponto de interrogação, os casos
de discordâncias, as passagens obscuras, os argumentos discutíveis;
z ler o que foi sublinhado para verificar se há sentido;
z reconstruir o texto, tomando as palavras sublinhadas como base.
Os procedimentos acima podem sofrer variações. Faça as adaptações
necessárias aos seus estudos, mas lembre-se: o mais importante é sublinhar o
estritamente necessário e ler o texto que você reconstruiu para eliminar o
desnecessário e facilitar seu trabalho.
REFERÊNCIA
ANDRADE, M. M.; HENRIQUES, A. Língua portuguesa: noções básicas para cursos
superiores. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
ANOTAÇÕES
CAPÍTULO 9
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Metodologia e Técnicas de Pesquisa
CAPÍTULO 9 ANOTAÇÕES
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
MTPE 39
O TRABALHO ACADÊMICO II CAPÍTULO 10
O trabalho acadêmico requer dedicação e pesquisa. Você
pode ter um estilo de redação próprio, mas o tipo de trabalho
será determinado pelo professor.
Bom trabalho!!!
No capítulo anterior, você aprendeu acerca de algumas atividades
requeridas pelos professores como trabalho acadêmico. Neste capítulo, vamos tratar
de outros tipos de atividades: Fichamento, Relatório e Seminário: você entenderá
cada um deles e receberá dicas de como elaborá-los.
 Muitas vezes, o professor pedirá para que você elabore um fichamento.
Mas o que é FICHAMENTO?
Fichamento é a transcrição de anotações
em fichas, ou folhas avulsas, para fins de estudo ou
pesquisa. O fichamento constitui-se, na verdade, em um
instrumento de estudo que permite ao pesquisador
identificar, analisar e conhecer o conteúdo de obras,
fazer citações e elaborar críticas. A palavra fichamento
vem de uma época em que ainda se usavam fichas de
cartão, compradas em livrarias, mas, hoje em dia, elas
podem ser elaboradas pelo computador.
Em relação ao seu conteúdo, as fichas podem ser:
z de indicação bibliográfica: deve aparecer, aqui, a referência
bibliográfica completa (segundo as normas da ABNT, que veremos no
último capítulo);
z de transcrição/citação: reprodução de trechos da obra (as citações,
também, serão tratadas no último capítulo);
z de idéias sugeridas pelas leituras: devem conter idéias para um
futuro aproveitamento, além das informações sobre o autor e a obra lida;
z de apreciação: além de conter a referência bibliográfica completa,
devem conter comentários, críticas ou opiniões sobre o que se leu;
z de resumo ou de conteúdo: contém uma síntese das idéias do
MTPE 40
Metodologiae Técnicas de Pesquisa
autor; deve-se evitar, ao máximo, as transcrições, assim, este tipo de
ficha deve apresentar uma redação pessoal.
Dicas para a elaboração do fichamento que contenha resumos:
z a Técnica da Sublinha, estudada no capítulo anterior, deve ser
empregada na elaboração desse tipo de ficha;
z o fichamento deve ser bem elaborado, para que você não precise
mais voltar à obra original;
z não se esqueça de colocar um cabeçalho (seu nome, nome do
professor e da instituição onde estuda, disciplina a que se refere o
trabalho, data e, se desejar, um título) e a referência bibliográfica
completa em qualquer tipo de fichamento.
O que é RELATÓRIO?
Muitas vezes, o professor pedirá que você elabore um relatório, que nada
mais é do que um relato de uma determinada
atividade vivida, experienciada ou, simplesmente,
observada. Há vários tipos de relatório, dependendo
da atividade realizada: um estágio, uma visita, uma
experiência ou apreciação sobre um fato/assunto.
Vamos tratar, aqui, de cinco tipos de relatórios e o
que deve conter em cada um deles:
z de viagem: data, destino, duração, participantes, objetivos da viagem
e as atividades que foram desenvolvidas;
z de estágio: local, duração, atividades desenvolvidas ou observações
feitas;
z de visita: local visitado, duração, observações/apreciações feitas e
atividades desenvolvidas;
z técnico-científico: utilizado para relatar informações de resultados
obtidos, descrever experiências, investigações, processos, métodos
utilizados e análises empreendidas.
z de conferências/palestras assistidas: nome do palestrante/
CAPÍTULO 10
MTPE 41
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
conferencista, local, data, duração, formação de mesa para debate,
anotações, observações e apreciações.
A apresentação do relatório deverá conter:
z Folha de rosto: contendo o seu nome, da instituição onde estuda e o da
entidade ou firma (para relatórios de estágio, por exemplo), título do relatório,
data;
z Introdução: apresentação na qual se justifica o trabalho e se dão as
diretrizes do mesmo;
z Desenvolvimento: é o corpo do trabalho e deverá conter as
atividades desenvolvidas, detalhadas com observações, problemas e
resultados de atividades e tarefas realizadas. Descrever
cuidadosamente o que desenvolveu, o que aprendeu, se participou e
como da atividade relatada e a aplicabilidade da teoria na prática. O
texto pode vir acompanhado de tabelas, gráficos etc;
z Conclusão: aqui, você poderá fazer apreciações pessoais, sugerir
providências posteriores e condutas para melhorar situações
encontradas, as quais deverão ser inferidas do corpo do trabalho.
Poderá, também, fazer uma avaliação de seu crescimento profissional,
descrevendo os benefícios que a atividade trouxe, abrindo seus
horizontes e desenvolvendo suas competências.
z Referências: indicando as fontes de onde foram retiradas as
citações (se houver) e informações utilizadas.
Dicas para a elaboração de relatórios:
z a linguagem do texto deve ser simples, precisa, clara,
objetiva e correta;
z faça mais uso de orações coordenadas;
z trechos muito longos podem deixar o texto obscuro;
Como realizar um SEMINÁRIO?
A prática de realização de seminários é bastante difundida no meio
acadêmico. É uma técnica utilizada no reforço do aprendizado em geral, contribuindo
CAPÍTULO 10
MTPE 42
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
para que o aluno aprenda a pesquisar e aprimore seu raciocínio e capacidade de
reflexão. Pode ser desenvolvido em grupo (de 5 a 12 pessoas) ou ser individual.
Etapas, sugeridas por Lakatos e Marconi (2001) para a elaboração de
um seminário:
1. indicação do tema e de uma bibliografia mínima pelo professor;
2. formação dos grupos, distribuição de tarefas, realização da pesquisa:
anotações, coleta de material, fichamentos de textos, entrevistas e
debates entre os membros do grupo;
3. após a conclusão dos estudos, passa-se à reunião com a classe, sob
a orientação do professor;
4. apresentação para a classe dos resultados da pesquisa, observando
sempre uma seqüência lógica: introdução, desenvolvimento, conclusão e
referências utilizadas;
5. críticas e comentários feitos por uma pessoa ou por um grupo
previamente eleitos;
6. debates e discussões: participação da classe como um todo;
7. intermediação do professor (síntese, avaliação e conclusão).
Dicas para a elaboração de um seminário:
z anote a fonte de todo material consultado;
z organize o assunto em tópicos antes da redação final do texto;
z faça um roteiro e entregue para a classe;
z utilize material de apoio: audiovisual e fichas para a orientação dos
apresentadores;
REFERÊNCIAS
ANDRADE, M. M.; HENRIQUES, A. Língua portuguesa: noções básicas para cursos
superiores. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Metodologia do trabalho científico. 4. ed. São
Paulo: Atlas, 1995.
CAPÍTULO 10
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
MTPE 43
CAPÍTULO 11
“O projeto é uma das etapas componentes do processo de
elaboração, execução e apresentação da pesquisa. Esta
necessita ser planejada com extremo rigor, caso contrário,
o investigador, em determinada altura, encontrar-se-á
perdido num emaranhado de dados colhidos, sem saber
como dispor dos mesmos ou até desconhecendo seu
significado e importância.”
(LAKATOS; MARCONI, 2001, p.215)
Pesquisar não se traduz no simples ato de abordar um problema através
da aplicação direta de questionários. Temos, segundo Magalhães (2005), que planejar
a pesquisa, definir como vamos elaborá-la, com o que detalharemos a metodologia
por nós escolhida. Sem um projeto de pesquisa, os pesquisadores lançam-se a um
trabalho inseguro, desorientado, redundando em desperdício de esforços e recursos.
Assim, um bom começo é estabelecer uma seqüência, mesmo que provisória, de
passos do que pretendemos experimentar ou um sumário do que vamos escrever. Do
planejamento de uma pesquisa resulta um projeto, que deve trazer elementos que
respondam a questões fundamentais:
z o que fazer?: definir o tema da pesquisa apresentando suas
delimitações e identificando claramente o problema. Tema é o assunto
que você deseja desenvolver ou provar. A sugestão do tema pode surgir
de sua reflexão sobre um assunto, de sua curiosidade científica ou de
desafios encontrados em leituras, mas o tema deve ser sempre um
assunto de que você goste, pois, do contrário, você não terá prazer em
pesquisar. Delimitar um tema significa limitá-lo geográfica e
espacialmente, é sempre preferível o aprofundamento na reflexão à
extensão. E, formular o problema de pesquisa
significa especificar a dificuldade sentida e que
você deseja resolver com sua pesquisa. O
problema deve vir em forma de pergunta;
z o que provavelmente será encontrado?:
levantar hipóteses a serem testadas. O
problema, sendo uma dificuldade sentida,
O PROJETO DE PESQUISA
MTPE 44
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
compreendida e definida, necessita de uma resposta provável, suposta
e provisória, isto é, uma hipótese básica. A pesquisa científica inicia-se
sempre com a colocação de um problema solucionável, sendo o passo
seguinte a apresentação de uma proposição (solução possível) que
possa ser declarada verdadeira ou falsa. Para chegar à hipótese, use
sua experiência (observação), sua intuição, a familiaridade com os
dados (isso requer uma pré-análise), sua interação com a teoria e os
resultados de outras pesquisas;
z por que fazer?: justificar a escolha do tema, ressaltando-se a sua
importância na área do ensino ou da ciência. A justificativa consiste na
apresentação, de forma sucinta, das razões de ordem teórica e /ou
prática que justificam a realização da pesquisa. Deve-se apontar as
contribuiçõesque a pesquisa pode trazer com vistas a proporcionar
respostas aos problemas propostos ou a ampliar as formulações
teóricas a esse respeito. Também é essencial a apresentação da
relevância social do problema a ser investigado;
z para que fazer?: objetivos: indicar o que é pretendido com o
desenvolvimento da pesquisa, quais os resultados que se procura
alcançar, quais os propósitos do estudo. Você pode apresentar o objetivo
geral, que está ligado a uma visão mais abrangente do tema e objetivos
específicos, que apresentam caráter mais concreto;
z como fazer?: metodologia: esclarecer qual o
método que você utilizará (método dedutivo?, indutivo?
sintético?, analítico?). Quanto às técnicas de pesquisa,
quais você irá usar? Qual será o seu universo de
pesquisa, a sua amostragem? Qual será o campo de pesquisa? Que
recursos serão necessários para o desenvolvimento de sua pesquisa?
Este também é o momento de você deixar claro qual será a
fundamentação teórica da pesquisa e a definição dos conceitos
empregados;
CAPÍTULO 11
MTPE 45
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
z quando fazer?: cronograma de execução: você deve fazer
a previsão do tempo que será necessário para o
desenvolvimento da pesquisa e, depois, dividi-la em partes e
determinar um tempo para cada uma delas;
z quem?: descreva os dados do pesquisador e do
orientador da pesquisa.
Como deve ser a entrega do projeto? Seguem algumas orientações.
Apresentação formal do projeto:
z página de rosto: nome do autor do projeto, o tema a ser trabalhado, a
entidade à qual se destina o projeto, a razão da realização do projeto,
nome completo do orientador, o local (cidade) e a data (ano);
z sumário: relação das partes do trabalho, fazendo-se a respectiva
indicação do número das páginas;
z tema e justificativa: apresentar de forma clara a relevância do tema
escolhido e possíveis contribuições que a pesquisa poderá trazer para a
sociedade. Apresentar, também, o problema a ser solucionado no
decorrer da pesquisa e as hipóteses levantadas;
z metodologia: descrever o método que será utilizado, delimitar o
universo do que vai ser pesquisado e quais técnicas de pesquisa serão
adotadas. Esclarecer os pressupostos teóricos sobre os quais
fundamentará sua pesquisa;
z objetivos: apresentar os resultados que se pretende alcançar com a
pesquisa (o objetivo geral e os específicos);
z plano provisório de pesquisa: é um sumário previsto para o
trabalho final. Trata-se de uma possível lista que relaciona os títulos das
CAPÍTULO 11
MTPE 46
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
diferentes partes do trabalho;
z cronograma: deve ser detalhado, a fim de que a pessoa que analisar
seu projeto possa ter uma idéia clara de quanto tempo você vai gastar na
realização da pesquisa, o que você fará em cada uma das etapas e
fases;
z bibliografia: relacionar os livros, artigos e outras publicações
consultadas, bem como todas as fontes bibliográficas de potencial
interesse para o desenvolvimento da pesquisa. A bibliografia deve ser
organizada em ordem alfabética pelo último nome do autor, de acordo
com as orientações da ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas).
Dicas para a elaboração de um projeto de pesquisa:
z tema não corresponde necessariamente ao título (este pode
ser provisório);
z escolha sempre um tema cujas fontes de pesquisa sejam
acessíveis e financeiramente compatíveis com suas condições
econômicas;
z seja realista nos prazos estabelecidos no cronograma, pois
não cumpri-los pode acarretar descrença na seriedade da
pesquisa;
z se a coleta de dados for por meio de questionários, formulários etc,
você deve anexar um modelo de cada um desses instrumentos que serão utilizados.
REFERÊNCIAS
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Metodologia do trabalho científico. 4. ed. São
Paulo: Atlas, 1995.
MAGALHÃES, G. Introdução à metodologia da pesquisa. São Paulo: Ática, 2005.
CAPÍTULO 11
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
MTPE 47
A MONOGRAFIA CAPÍTULO 12
Monografia: é a abordagem de um só tema, como tal se
opondo a uma história; estudo minucioso que se propõe
esgotar um tema determinado.
Você sabe definir cada uma dessas atividades:
MONOGRAFIA, DISSERTAÇÃO e TESE? Vamos começar por lhe
fornecer tais definições e, a seguir, focaremos nossos estudos na
Monografia e na sua realização.
Monografia: trabalho científico específico sobre um determinado tema
do saber, tem suficiente valor representativo e deve seguir normas e regras em sua
produção. A definição da American Library Association (apud LAKATOS; MARCONI,
2001, p. 235), sobre o conceito de monografia é a seguinte:
“Descrição ou tratado especial de determinada
parte de uma ciência qualquer, dissertação ou
trabalho escrito que trata especialmente de
determinado ponto da ciência, da arte, da história
etc, ou trabalho sistemático e completo sobre um
assunto particular, usualmente pormenorizado no
tratamento, mas não extenso em seu alcance.”
Dissertação: trabalho científico que deve ser
elaborado e apresentado/defendido pelo aluno dos cursos de pós-graduação (Stricto
Sensu – Nível de Mestrado), a fim de obter o título de mestre. É um estudo teórico,
reflexivo, que exige sistematização, ordenação e interpretação de dados. Deve
apresentar a metodologia de estudo. Seu trabalho constitui-se numa reflexão mais
aprofundada que a monografia, mas não chega a oferecer uma contribuição tão
significativa na solução de problemas relevantes como a tese. Segundo Salomon
(1999, p. 222), a dissertação é um “trabalho feito nos moldes da tese com a
peculiaridade de ser ainda uma tese inicial ou em miniatura”.
Tese: trabalho científico que deve ser elaborado e apresentado/
defendido pelo aluno dos cursos de pós-graduação (Stricto Sensu – Nível de
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Metodologia e Técnicas de Pesquisa
Doutorado ou de Livre-Docência). É considerada o mais alto nível de pesquisa, pois
além da análise e interpretação dos dados, como faz a dissertação, a tese levanta,
aponta e soluciona problemas, argumentando e apresentando razões baseadas na
evidência dos fatos. De acordo com Severino (2000, p.150-151), “a tese é uma
abordagem de um único tema, que exige pesquisa própria da área científica em que
se situa, com os instrumentos metodológicos específicos”.
Em nossos estudos, vamos aprofundar conhecimentos sobre a
monografia, que, apesar de ser um trabalho científico que versa especificamente sobre
um assunto determinado do saber, deve seguir uma espécie de padronização
metodológica.
A monografia científica tem sido muito requerida pelas Universidades. A
grande maioria dos cursos tem adotado a Monografia ou TCC (Trabalho de Conclusão
de Curso), como exigência parcial para o encerramento de suas atividades.
Conforme Lakatos e Marconi (2001), uma monografia tem pelo menos as
seguintes características:
z é um trabalho escrito e completo;
z trata de um tema específico da ciência ou de parte
dela;
z é um estudo pormenorizado, abordando cada caso
sob vários ângulos;
z é limitada quanto ao seu alcance, mas não
necessariamente em sua profundidade;
z adota uma metodologia específica;
z é uma contribuição original, importante e pessoal sobre um tema da
ciência.
Mas, como elaborar uma Monografia?
De acordo com Severino (2000), para a realização de um bom trabalho
monográfico, e com o projeto de pesquisa em mãos, você deve observar as etapas
que seguem:
1. Determinação do tema: como sugerido no capítulo anterior sobre
projeto de pesquisa, a escolha do tema pode surgir de sua reflexão
sobre um assunto, de sua curiosidade científica ou de desafios
encontrados durante seus estudos. Não esquecendo, nunca, de seus
CAPÍTULO 12
MTPE 49
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
interesses(gosto) e facilidade de acesso às fontes de pesquisa;
2. Levantamento bibliográfico: fase da pesquisa documental. Busque
todo material que possa contribuir para o estudo do tema em questão,
conforme já visto no capítulo sobre pesquisa bibliográfica (Cap. 8);
3. Leitura e documentação: leia todo o material coletado e faça o
fichamento de cada um. Elabore o seu plano provisório de trabalho e
comece a redigir sua monografia.
4. A construção lógica do trabalho: ainda segundo Severino, trata-se
da coordenação das idéias de forma inteligente e de acordo com as
exigências racionais da sistematização do seu trabalho. O texto
produzido ao final do trabalho deve ser inteligível, não importando se a
ordem lógica de quem escreve coincide com a ordem de descoberta e
de intuição do autor do texto. Enfim, a construção lógica do trabalho é o
arranjo encadeado dos raciocínios utilizados para a demonstração da(s)
hipótese(s) levantadas no início ou no próprio projeto de pesquisa.
Como deve ser a apresentação escrita da monografia?
A estrutura de apresentação do trabalho monográfico é composta dos
seguintes elementos:
z Capa: deverá conter o nome do autor do trabalho, o título do trabalho
(centralizado), a cidade onde foi realizado e o ano;
z Folha de rosto: além de trazer os mesmos elementos da capa, deve
conter, abaixo do título, a que se destina o trabalho, sua natureza, seu
objetivo, nome da instituição e do orientador;
z Ficha catalográfica: aparece no verso da folha de rosto e sua
execução é de responsabilidade da Biblioteca da Universidade;
z Página de aprovação: deverá conter o nome do autor e o título do
trabalho, o local e a data de aprovação, o nome da instituição e a
CAPÍTULO 12
MTPE 50
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
assinatura dos membros da banca examinadora;
z Dedicatória, agradecimentos e epígrafe: são elementos opcionais,
portanto, se não aparecerem não prejudicarão o autor do trabalho;
z Resumo em língua vernácula: texto apresentado de forma
resumida, apontando os pontos relevantes da pesquisa. Deverá conter o
objetivo, a metodologia, os principais resultados alcançados e a
conclusão. Não deve ultrapassar 500 palavras;
z Resumo em língua estrangeira: versão do resumo em língua
vernácula numa das seguintes línguas: inglês (Abstract), espanhol
(Resumen), francês (Résumé) ou italiano (Sunto);
z Sumário: relação das principais partes do trabalho, com a respectiva
indicação do número das páginas;
z Introdução: você deve mencionar, aqui, o que já foi escrito sobre o
tema do trabalho, vai manifestar suas intenções, seus objetivos,
anunciará a sua tese, seu problema de pesquisa, suas hipóteses e qual a
metodologia e os procedimentos que você adotará para o
desenvolvimento do trabalho. Você introduzirá o leitor em seu trabalho,
dando-lhe uma noção exata daquilo que encontrará;
z Desenvolvimento: corpo principal do trabalho o qual deverá ser
estruturado de acordo com a necessidade do plano definitivo da obra.
Você deve escrever, aqui, os capítulos com seus títulos, subtítulos e
intertítulos. Toda a fundamentação teórica deverá aparecer no
desenvolvimento, assim como, as demonstrações, discussões,
explicações, descrições, classificações e definições. Você deverá provar
a sua tese e verificar se as hipóteses se confirmam;
z Conclusão: síntese para a qual caminha todo o seu trabalho. Você
deve recapitular, de forma sintética, o resultado de sua pesquisa,
mostrando relações entre as hipóteses levantadas e os objetivos
CAPÍTULO 12
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Metodologia e Técnicas de Pesquisa
propostos. Nesta parte do trabalho monográfico, você deve manifestar as
suas opiniões sobre os resultados alcançados;
z Referências: indicar, aqui, todas as fontes mencionadas no corpo do
trabalho, seguindo as normas da ABNT;
z Anexos/Apêndices: se houver material a ser anexado no trabalho, o
mesmo deverá aparecer em um destes itens.
Em relação à apresentação gráfica da monografia, fazemos algumas
recomendações:
z use espaço duplo entrelinhas;
z abra uma nova página a cada novo título
ou capítulo;
z use sulfite branco A4;
z digite usando letra tamanho 12 para todo
o corpo do trabalho;
z em relação ao tipo de letra, use Times
New Roman ou Arial;
z siga rigorosamente as normas da ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas) para elaborar citações, referências, notas de rodapé e
numeração em geral;
DICAS
z Busque sempre a ajuda de seu professor/orientador;
z O trabalho monográfico é de natureza intelectual, portanto, você não
conseguirá elaborá-lo em poucos dias ou semanas, é um processo que
demanda meses. Não deixe para a última hora!!!
CAPÍTULO 12
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Metodologia e Técnicas de Pesquisa
CAPÍTULO 12 REFERÊNCIAS
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Metodologia do trabalho científico. 4. ed. São
Paulo: Atlas, 1995.
SALOMON, D. V. Como fazer uma monografia: elementos de metodologia do trabalho
científico. 2. ed. Belo Horizonte: Interlivros,1999.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico: diretrizes para o trabalho
científico-didático na universidade. 6. ed. São Paulo: Cortez& Moraes, 2000.
ANOTAÇÕES
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
MTPE 53
O ARTIGO CIENTÍFICO CAPÍTULO 13
“Artigos científicos: constituem-se de pequenos estudos,
que versam sobre questões científicas. É de reduzida
dimensão e conteúdo limitado. São publicados em revistas
ou periódicos especializados.”
(MEDEIROS, 2000, p. 292)
Ao término de sua pesquisa científica, você deve divulgá-la, para que
outras pessoas conheçam o seu trabalho e os resultados alcançados por meio dele. A
publicação é um dos melhores meios de se fazer tal comunicação.
Os artigos científicos constituem um bom exemplo de divulgação. Como
o próprio nome diz, eles tratam de questões científicas, mas possuem um tamanho
reduzido se comparados à monografia e não são publicados em livros, mas em
revistas ou periódicos na área de especialização.
Apesar de sua reduzida dimensão, os artigos científicos são completos,
apresentam, além da metodologia e dos procedimentos utilizados, o embasamento
teórico, a análise de dados e os resultados obtidos, proporcionando ao leitor uma
visão global do trabalho.
Como deve ser a apresentação formal dos artigos científicos?
A estrutura de apresentação segue basicamente as mesmas orientações
dadas para a monografia. As autoras Lakatos e Marconi (2000) sugerem que os
artigos científicos apresentem as partes que seguem:
z Cabeçalho: deve conter o título do trabalho, os nomes dos autores
com suas respectivas credenciais e o local onde foram desenvolvidas
suas atividades;
z Sinopse: ou resumo do trabalho;
z Corpo do artigo: deve conter a introdução, o desenvolvimento (com
suas respectivas partes) e a conclusão;
z Referências: de acordo com as normas da ABNT;
z Apêndices/Anexos: se houver;
z Agradecimentos: principalmente se a pesquisa contou com o apoio
financeiro de alguma entidade;
z Data.
MTPE 54
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
Vale lembrar que as revistas e periódicos especializados divulgam suas
normas para publicação, especificando nelas toda a parte estrutural, incluindo a formatação
e digitação do texto. Ao submeter o seu trabalho a apreciação para publicação, leia e
siga com atenção as normas colocadas pela revista ou periódico em questão. O não-
cumprimento das mesmas, geralmente, implica em recusa para publicação.
Além dos artigos científicos, há outros tipos de trabalhos científicos, por
meio dos quais você também poderá divulgar a sua pesquisa. Citaremos, brevemente,
alguns deles:
z Comunicação científica: realizada em congressos, reuniões,
academias, seminários, simpósios, semanas etc. O participante deve
comunicar informações referentes a sua pesquisa,com vistas à
publicação posterior em anais ou revistas. O trabalho, apesar de
apresentado oralmente, deve ser entregue por escrito e pode divulgar
idéias, teorias ou experiências novas ou constituir-se em uma revisão
crítica de estudos já realizados.
z Informe científico: é o mais breve dos trabalhos científicos, pois se
restringe à descrição dos resultados alcançados pela pesquisa. É um
relato escrito com a finalidade de divulgar os resultados parciais ou totais
de uma pesquisa.
z Ensaio: constitui-se num estudo não aprofundado, não acabado,
tendo como característica principal a originalidade. Após apurado exame
de um assunto, faz-se a exposição metódica das conclusões originais a
que se chegou. Nos ensaios, é permitido o uso de termos técnicos.
z Relatório de pesquisa: equivale ao projeto de pesquisa, compondo-
se de um texto redigido antes de se iniciar a redação de uma monografia
e entregue para um examinador ou orientador.
CAPÍTULO 13
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
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LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Metodologia do trabalho científico. 4. ed. São
Paulo: Atlas, 1995.
MEDEIROS, J. B. Português instrumental: para cursos de contabilidade, economia e
administração. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
DICA
Seja ousado em suas idéias e reflexões, tenha
orgulho de seu trabalho e divulgue os resultados que alcançou
para que outras pessoas, também, possam aprender com suas
pesquisas.
ANOTAÇÕES
CAPÍTULO 13REFERÊNCIAS
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Metodologia e Técnicas de Pesquisa
CAPÍTULO 13 ANOTAÇÕES
Metodologia e Técnicas de Pesquisa
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REDAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS CAPÍTULO 14
Escrever deve ser uma combinação daquilo que se lê e
pesquisa com a experiência pessoal e o pensamento crítico
do autor. A sabedoria consiste em aliar lógica e criação.
Não existem fórmulas prontas de como deve ser
escrito um texto. Portanto, este capítulo tratará de pressupostos
e sugestões para uma boa orientação textual, o que facilitará a
operacionalização por parte do autor. Algumas orientações:
z é preciso citar os autores das idéias utilizadas para que não se
caracterize o plágio;
z a preferência deve ser o uso de substantivos e de verbos na voz ativa,
evitar o uso abusivo de advérbios (principalmente os terminados em –
mente) e de adjetivos;
z usar a terceira pessoa do singular, evitando-se expressões como eu
acho..., eu penso... etc. na primeira pessoa do singular;
z os parágrafos não devem ser muito extensos; mais curtos, eles trazem
idéias mais claras e explícitas;
z o uso de tabelas, gráficos, equações etc., deve se restringir ao
necessário para melhor compreensão do texto;
z deve-se tomar cuidado com o uso figurado das palavras (metáforas e
metonímias, por exemplo), para que em lugar de se caracterizar como
uma associação de idéias, tornem-se verdadeiras incógnitas para o
leitor;
z em textos destinados à leitura oral, deve-se ter a preocupação com a
harmonia sonora, evitando-se as repetições, as dissonâncias, as
cacofonias, o eco etc.;
z evitar períodos com uso abusivo de orações subordinadas, eles se
tornam enfadonhos e prolixos; é preferível o uso de orações coordenadas
ou de apostos;
z é importante que o autor desenvolva um aspecto da sua idéia em cada
parágrafo, em conseqüência, a reunião dos parágrafos levará à
compreensão do texto todo;
z evitar o uso de abreviaturas, pois podem gerar ambigüidade e mal-
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Metodologia e Técnicas de Pesquisa
entendidos;
z evitar jargões e gírias profissionais, assim como chavões e lugares-
comuns;
z também devem ser evitadas expressões do tipo:
REFERÊNCIAS
Você pode (e deve) citar e referenciar outros autores, mas é necessário
que mencione as fontes de onde você retirou determinada frase ou texto. Se isto não
for feito, você estará plagiando, apropriando-se da produção intelectual de outro autor,
o que, além de ser um crime previsto em lei, é condenável moralmente.
Os dados de uma citação bibliográfica permitem que qualquer leitor ou
pesquisador que travar contato com a citação possa localizá-la com relativa facilidade.
O que quer dizer que a referência deve conter o maior número de dados e informações
possíveis.
Escrever um texto não significa ter de enchê-lo de citações e notas de
rodapé. No entanto, salvo os grandes escritores e intelectuais, que podem se dar a
esse luxo, a grande maioria dos pesquisadores apóia a sua tese, hipóteses e
premissas em referências de outros autores. Assim, é bastante saudável que o seu
trabalho esteja rico em referências, pois mostrará que você fez uma boa, séria e
extensa pesquisa sobre o tema que estiver abordando. A seguir, você verá as
principais regras para elaboração de referências (segundo a ABNT – NBR 6023/2000)
CAPÍTULO 14
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Metodologia e Técnicas de Pesquisa
z Livros
SOBRENOME DO AUTOR, Prenome. Título: subtítulo. Edição. Local de publicação
(cidade): Editora, ano. Número de volumes ou de páginas.
BARROS, D. L. P.; FIORIN, J. L. (Org.). Dialogismo, polifonia, intertextualidade: em
torno de Bakhtin. São Paulo: EDUSP, 1994. 230p.
z Capítulos de livros
SOBRENOME DO AUTOR DO CAPÍTULO, Prenome. Título do capítulo. In: Sobrenome
do autor do livro, Pré-nome. Título: subtítulo do livro. Edição. Local de publicação
(cidade): Editora, ano. Volume, página inicial-final do capítulo.
MARGARIDO, A. Negritude e humanismo. In: ______. Estudos sobre literaturas das
nações africanas de língua portuguesa. Lisboa: A Regra do Jogo, 1980. p.157-87.
z Artigos de publicações periódicas
SOBRENOME DO AUTOR DO ARTIGO, Prenome. Título do artigo. Título do periódico.
Local de publicação, número do volume e/ou ano, fascículo ou número, página inicial-
final, data de publicação.
HATTNHER, A. L. Presença de autores afro-americanos no Brasil: as traduções. Crop.,
São Paulo, v. 4, n. 5, p. 297-313, 1997-1998.
z Artigo de jornal
SOBRENOME DO AUTOR, Prenome. Título do artigo. Título do
Jornal, local, dia, mês, ano, número ou título do caderno, seção ou
suplemento, página inicial-final. (quando não houver seção,
caderno, parte ou suplemento, a paginação do artigo precede a
data).
CAPÍTULO 14
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Metodologia e Técnicas de Pesquisa
ALMINO, J. A guerra do “Cânone Ocidental”. Folha de S. Paulo, São Paulo, 13 ago.
1995. Mais!, p.3.
z Trabalhos apresentados em eventos científicos
(congressos, simpósios, jornadas etc)
SOBRENOME DO AUTOR, Prenome. Título: subtítulo. In: NOME DO EVENTO,
numeração do evento em arábico, ano, local de realização. Título da publicação. Local
de publicação: editora, data. Página inicial-final.
CUNHA, T. D. C. As obras de Mário de Andrade traduzidas na França: concepção,
recepção e crítica. In: CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE TRADUÇÃO E
INTERPRETAÇÃO, 1, 1998, São Paulo. Anais... São Paulo: Unibero, 1999. p. 279-81.
z Dissertações e teses
SOBRENOME DO AUTOR, Prenome. Título: subtítulo. Ano. Número de folhas.
Categoria (Grau e área de concentração) - Nome da Instituição/Universidade, local.
LEITE, A. M. P. C. A modalização deôntica no discurso jurídico. 2002.101f.
Dissertação (Mestrado em Estudos Lingüísticos – Área de concentração: Análise
Lingüística) - UNESP, São José do Rio Preto.
z Textos em meio eletrônico
SOBRENOME DO AUTOR/RESPONSÁVEL PELA PÁGINA, Prenome. Título.
Disponível em: <endereço eletrônico sem sublinhado>. Acesso em: dia mês
(abreviado) ano.
SLAWEK, T. Mourning for detail: cultural studies. Disponível em: < http//
wwwculturemachine.tees.ac.uk/frm.htm>. Acesso em: 18 jul. 2005.
Atenção:
z alinhar as referências à esquerda, não é necessário justificar o texto;
z arranje as referências em ordem alfabética pelo sobrenome dos
autores.
CAPÍTULO 14
Metodologia e Técnicas de Pesquisa

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