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DESENVOLVIMENTO LOCAL E TERRITORIAL

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Universidade Anhanguera- Uniderp
Centro de Educação a Distância
Curso: Serviço Social 
Disciplina: Desenvolvimento Local e Territorialização
Semestre: 8º 
Otubro-2014
INTRODUÇÃO
	A teoria do desenvolvimento econômico local pode ser apresentada como o resultado da falência dos modelos tradicionais de desenvolvimento fundados seja na compreensão do Estado nacional como principal agente promotor do desenvolvimento, seja nas funções alocativas do mercado como facilitador do ótimo econômico.
	A dicotomia entre o Estado e o mercado, que prevaleceu durante boa parte do século XX como fonte de inspiraração para a formulação das teorias tradicionais do crescimento, vai progressivamente abrindo espaço para a introdução de novos fatores explicativos do crescimento, cuja mobilização encontra-se numa zona intermediaria entre o Estado e mercado. 
	Veremos como vai se desenhando uma abordagem do desenvolvimento econômico local que integra as variáveis institucionais como fatores explicativos, ao lado de fatores econômicos tradicionais como o capital e o trabalho. Veremos como essas variáveis institucionais estão articuladas ao território, constituindo-se num conjunto de redes de relações sociais e econômicas. 
DESENVOLVIMENTO
		
Desenvolvimento Local e sua importância	
	O desenvolvimento local vem sendo, nos últimos anos, objeto de intensos debates entre especialistas. Uma definição aceita para este conceito é aquela segundo a qual o desenvolvimento local representa uma estratégia que deve assegurar para o território em questão –seja comunidade, município ou microrregião - uma melhoria das condições socioeconômicas, a médio e longo prazo. A lógica deste conceito é de caráter fundamentalmente endógeno, pois necessita do surgimento e fortalecimento dos atores locais, com capacidade de incentivo e proposta socioeconômica para catalisar as potencialidades locais, apostando em uma melhora integral da qualidade de vida da população.
				Queremos um desenvolvimento local com inclusão social, em que haja 				cooperação, criação e alargamento de esferas públicas, em que diferentes 				atores políticos, econômicos, sociais dialoguem de maneira transparente a 				partir de seus próprios interesses em conflito, buscando construir um novo 				desenvolvimento local em conjunto (Daniel, 2002, p. 33)
	A evidência das duas últimas décadas mostra, amplamente que não é o maior crescimento econômico, que determina o aumento do bem-estar, mas sim a qualidade deste crescimento, portanto, o aumento do PIB não significa melhor qualidade de vida, em termos de saúde, educação e mais liberdade de opções. Para Sen (1981), o desenvolvimento seria o procedimento de ampliação da capacidade de realizar atividades livremente escolhidas e valorizadas, o que não é consequência automática do crescimento econômico. 
	Nos últimos anos, o tema sobre desenvolvimento local vem sendo, intensamente debatido entre especialistas, militantes de movimentos e organizações sociais e entre responsáveis pelas políticas públicas dirigidas à agricultura e ao meio rural (Wanderley, 2000). 	Para alguns especialistas o termo “local” se insere no novo discurso das agências de desenvolvimento, públicas e privadas, com objetivo de captar recursos financeiros. 
	Enquanto, para outros, representa uma eficaz alternativa de melhoramento das condições de vida das comunidades, através de processos que buscam dota-las de maior capacidade de gestão e de administração e seus próprios recursos e potencialidades. O conceito de desenvolvimento local representa uma estratégia que deve garantir para o território em questão – seja comunidade, município ou microrregião – uma melhoria das condições socioeconômicas a médio e longo prazo (Abramovay,1998). 
	De caráter, fundamentalmente endógeno, este conceito busca um processo sustentável de aproveitamento das oportunidades e capacidades locais, pressupondo a participação de todos os atores sociais e econômicos, públicos e privados. De acordo com INCRA/PNUD(1995) este processo deve representar não a aplicação de pacotes tecnológicos ou empresariais, mas um processo dinamizador e catalisador das oportunidades existentes naquele território. 
	As cidades brasileiras estão sofrendo com os efeitos do crescimento desordenado como também com a falta de regras organizacionais para proporcionar, às suas respectivas populações, um serviço de transporte público de qualidade e um trânsito bem constituído. Locomover-se nos centros urbanos deste país tornou-se um sacrifício. Com o passar do tempo, os administradores públicos da maioria dos municípios, independentemente de tamanho ou de capacidade econômica, aniquilaram de vez a qualidade de vida dos seus concidadãos. 
	A ausência de planejamento e também de autoridade permitiram que pessoas e empresas construíssem de maneira irregular, provocando uma ocupação errada do solo urbano. Esse fato, além de comprometer o desenvolvimento sistemático das cidades, impossibilitou a ampliação ou a correção das vias públicas que hoje são acanhadas e impedem o bom fluxo dos veículos. Por outro lado, ao fazerem vistas grossas para as leis vigorantes, consentiram a realização de serviços de transporte público que não correspondem às expectativas dos usuários.
	No bojo de tudo isso, a sensação de que a cidade cresceu demais e de maneira desorganizada, com impactos negativos sobre o acesso aos bens e serviços, à infraestrutura, à qualidade de vida e ao exercício da cidadania. É característica das cidades que se desenvolvem urbanamente sem planejamento a presença de fatores que contribuem para a formação de uma imagens deturpada e de caos na zona urbana. 
	EIXOS NORTEADORES DO SUAS
1 - Remete ao Estado a universalização da cobertura e garantia de direitos e do acesso aos serviços, programas, projetos e benefícios; 
2 - Reafirma o direito das pessoas em situação de vulnerabilidade pessoal e/ou social ao acesso às demais políticas setoriais; 
3 - Prioriza a matricialidade sociofamiliar - reconhecimento da importância da família como unidade/referência, no âmbito da Política de Assistência Social, considerando, para implantação das ações socioassisetnciais, a idade e renda, relações de gênero, classe social, aspectos raciais e culturais dos usuários.
4 - Estabelece a descentralização político-administrativa e a territorialização dos serviços (art. 8º da LOAS), com a autonomia administrativa dos Estados, Municípios e Distrito Federal. 
5 - Estabelece o financiamento partilhado entre as instâncias de governo, com base nas informações socioterritoriais apontadas pelo Sistema Nacional de Informações de Assistência Social, a Rede SUAS.
6 - Fortalece a democracia nas relações entre Estado e sociedade civil. 
7 - Valoriza o controle social como instrumento de participação popular (em conferências e conselhos) na gestão administrativa, financeira e operativa da Política de Assistência Social. 
8 - Recomenda a qualificação dos recursos humanos, a formação e a dimensão mínima das equipes interdisciplinares, nas unidades de execução dos serviços.
9 - Estabelece a informação, monitoramento, avaliação e sistematização de resultados como instrumentos de análise da qualidade, eficácia e efetividade das ações.
	
Remete ao Estado a universalização da cobertura e garantia de direitos e do acesso aos serviços, programas, projetos e benefícios
	Assim, como política pública, a Assistência Social inicia seu trânsito para o campo dos direitos sociais e da proteção social. Deve, portanto, assegurar condições dignas de vida aos cidadãos, reconhecendo a legitimidade de suas demandas. Deve também garantir segurança, como de acolhida, de rendimento, de convívio familiar, comunitário e social; de desenvolvimento da autonomia individual, familiar e social; e de sobrevivência a riscos circunstanciais, fundamentadas pelo caráter civilizatório presente na consagração dos direitos. Considerando que o reconhecimento das demandas e a garantia dos direitos para a proteção social dos indivíduos.
	Podemos perceber
que o Direito inscrito nas legislações, seja através da Constituição Federal, Leis Orgânicas, Estatutos, Resoluções, em sua amplitude, encontra dificuldade em se libertar do papel, ficando restrito ao grau da legalidade. Falar de Direito remete à discussão da cidadania que, na sociedade capitalista, de acordo com a concepção de Marshall (1967 apud Vasconcelos, 2003), diz respeito às formas de compreender a questão da igualdade e da desigualdade nesta sociedade e a luta de grupos e classes por participação no poder político e na riqueza social. 
“[...] a territorialidade assume valor bem particular, pois reflete o multidimensionamento do “vivido” territorial pelos membros de uma coletividade, pela sociedade geral. Os homens vivem ao mesmo tempo o processo territorial por intermédio de um sistema de relações existenciais e/ou produtivas.” (RAFFESTIN, 1980, pg.158). 
	Tem-se presente que a perspectiva da participação igualitária dos diferentes segmentos da sociedade organizada territorialmente é um desafio ainda não superado, com diferenças significativas nos diferentes âmbitos espaciais. Assim, os processos de concertação social, dentre outros desafios, precisam contemplar formas de empoderamento social dos atores mais frágeis. 	De qualquer forma, realizar a gestão do processo de desenvolvimento territorial na perspectiva da concertação social implica numa revalorização da sociedade civil, assumindo o papel de protagonista, com postura propositiva, geradora de novas propostas, ou reativa, fazendo a crítica e/ou reagindo às diferentes formas de intervenção externa que por ventura desrespeitem as expectativas locais.
Índice de Gini
	O coeficiente de Gini (ou índice de Gini) é um cálculo usado para medir a desigualdade social, desenvolvido pelo estatístico italiano Corrado Gini, em 1912. Apresenta dados entre o número 0 e o número 1, onde zero corresponde a uma completa igualdade na renda (onde todos detêm a mesma renda per capta) e um que corresponde a uma completa desigualdade entre as rendas (onde um indivíduo, ou uma pequena parcela de uma população, detêm toda a renda e os demais nada têm).
	O gráfico acima representa a fórmula utilizada para se obter o coeficiente de Gini, cuja linha horizontal representa a porcentagem total de pessoas e a linha vertical, a porcentagem total da renda da região a ser calculada. A linha diagonal representa uma igualdade perfeita entre pessoas e renda, vem representada pela linha curva. Logo, segundo o gráfico a fórmula de Gini é: a / (a+b).
	A desigualdade social e a pobreza são problemas sociais que afetam a maioria dos países na atualidade, existe em todos os países, pobres ou ricos, mas a desigualdade social é um fenômeno que ocorre principalmente em países não desenvolvidos.
	 No Brasil, a desigualdade social tem sido um cartão de visita para o mundo, pois é um dos países mais desiguais. Segundo dados da ONU, em 2005 o Brasil era a 8º nação mais desigual do mundo. O índice Gini, que mede a desigualdade de renda, divulgou em 2009 que a do Brasil caiu de 0,58 para 0,52 (quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade), porém esta ainda é gritante.
	Desigualdade Social na concepção de Karl Marx – Para ele, a desigualdade social era um fenômeno causado pela divisão de classes e que por haverem, nessas divisões, classes dominantes, estas se utilizavam da miséria gerada pela desigualdade social como instrumento de manter o domínio estabelecido sobre as classes dominadas, numa espécie de ciclo.
	A desigualdade era sempre ditada por aqueles que detinham os meios de produção, chamados, no conceito de Marx, de burguesia, sobre os que detinham apenas a sua força de trabalho, também conhecidos na obra de Marx, por proletariado. Marx, apontava, ainda, uma solução para o problema, que seria a implantação do socialismo na sociedade como forma de luta contra as desigualdades, visto que o tipo de regime socialista adotava a igualdade na distribuição de todos os recursos. E era essa distribuição, controlada pelo Estado, e a população contribuindo, por sua vez, com a sua força de trabalho; porém, sem o acúmulo de capital, que geravam desigualdades.
	Os dados do Mapa da Exclusão/Inclusão Social são aqui mostrados em seis telas, em que a primeira representa o índice-síntese de exclusão/inclusão, a segunda contém os quatro mapas que sintetizam as dimensões autonomia, qualidade de vida, desenvolvimento humano e equidade e as demais mostram a distribuição territorial de algumas das variáveis que compõem cada uma das quatro dimensões citadas.
IEX Autonomia de Renda
IEX Qualidade de Vida
IEX Desenvolvimento Humano
IEX Equidade
	O mapa da Exclusão/Inclusão Social parte da releitura e inter-relação desses dados censitários e de mais outros dados produzidos por órgãos municipais sobre toda a cidade. Portanto, não há um prévio modelo de variáveis a adotar para o mapa, mas um estudo a partir das variáveis ofertadas de forma censitária sobre todo o território de uma cidade.
Medir a exclusão social
Alguns consideram que, o conceito de exclusão, marcado pela discriminação e apartação social, torna-se uma situação não mensurável pela fluidez e dinâmica de seus componentes. O primeiro desafio metodológico foi o de tornar a exclusão mensurável e isto só foi possível através de três decisões metodológicas:
1 - A construção do índice de discrepância de cada variável, o IDI
	O IDI consiste na medição da distância entre a pior e a melhor variável em cada uma das áreas intra-urbanas. Trata-se de uma medida do GAP da desigualdade.
2 - A construção referencial da utopia da inclusão social
	O que se constatou é que a relação exclusão/inclusão social é indissolúvel ao contrário das metodologias que realizam a medição da riqueza ou da pobreza como unidades autônomas com variáveis autoexplicativas. A exclusão e inclusão social são necessariamente interdependentes. Alguém é excluído de uma dada situação de inclusão. O desafio foi, portanto, o de resolver essa questão através da construção metodológica. O referencial da utopia de inclusão social é uma construção qualitativa que, no caso do Mapa, supõe sete campos, nem todos mensuráveis:
3 - A definição do padrão básico de inclusão social
	O padrão básico de inclusão é o ponto de mutação de uma dada situação de exclusão ou de inclusão. Isto exige construir e objetivar o conhecimento que se tem sobre padrões básicos de vida humana, dignidade, cidadania na condição de inclusão em contraponto a medidas de pobreza ou de indigência que estão aquém da não pobreza e seguramente da inclusão.
	Este padrão é o ponto de inflexão para análise de uma variável e não sua média. A fixação do padrão é também campo de linguagem qualitativa e participativa, pois ela supõe em primeiro lugar, uma convenção do que se entende como condição desejável para todos em uma dada sociedade.
	A seguir é examinada a distância negativa (a menos) ou positiva (a mais) de cada variável desse padrão. Os limites dessa escala estão no IDI, isto é, no maior "gap" detectado para cada variável em uma cidade. O segundo suposto da construção do índice de exclusão/inclusão social consiste na agregação da incidência das variáveis em intervalos de classes percentuais através de quartis negativos e positivos. O terceiro suposto consiste na conversão das incidências negativas e positivas em notas na escala de -1 a +1 mediadas pelo 0 (zero) que é o padrão de inclusão.
	Por fim, o índice será a soma entre negativo e positivo de forma que em uma mesma região a presença da exclusão diminui a condição de inclusão pois o objetivo é a aproximação do padrão e não sua distância para positivo ou negativo. A soma final dessas notas é o IEX. Ele permite o ranking das regiões de uma cidade de diversas formas: por variável; por campo de utopia de inclusão; por índice final.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	A econômica coloca o Brasil entre os dez países mais importantes do planeta, os graves desequilíbrios da estrutura social fazem dele um dos campeões mundiais
em desigualdade. 
	O crescimento económico não é solução para a pobreza e a desigualdade no mundo, segundo as Nações Unidas, a diferença entre ricos e pobres tornou-se ainda maior no mundo nos últimos 10 anos.
	Enquanto os trabalhadores qualificados recebem salários cada dia mais altos, os trabalhadores sem qualificações são obrigados cada vez mais a entrarem no mercado informal, com baixa remuneração e sem direitos sociais como o acesso a saúde, educação e as oportunidades de participação social, política e económica.
	A modernização brasileira é incompleta. Pois ela gerou, uma espécie de ideologia provinciana que identifica o moderno com o equipamento técnico de última geração. Essa operação ideológica serviu para impedir a visão do que seria uma modernização integral da sociedade. 
	Uma desigualdade social não é uma simples diferença individual, algumas das diferenças que podemos encontrar entre os indivíduos que compõem uma sociedade são sociologicamente irrelevantes: a estatura física, alguns gostos artísticos, por exemplo, podem em nada influenciar as oportunidades de vida concretas, ou nada nos dizer sobre as posições sociais de cada um.
	No bojo de tudo isso, a sensação de que a cidade cresceu demais e de maneira desorganizada, com impactos negativos sobre o acesso aos bens e serviços, à infraestrutura, à qualidade de vida e ao exercício da cidadania. É característica das cidades que se desenvolvem urbanamente sem planejamento a presença de fatores que contribuem para a formação de uma imagens deturpada e de caos na zona urbana. 
BIBLIOGRAFIA
http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/43821/Crescimento-desordenado-das-cidades.htm
Acessado em 07/11/2014
http://www2.portoalegre.rs.gov.br/smgl/default.php?reg=2&p_secao=72
Acessado em 07/11/2014
http://tcc.bu.ufsc.br/Ssocial290993.pdf
Acessado em 07/11/2014
http://200.16.30.67/~valeria/xxseminario/datos/1/1brSilvaFernandesSorrentino_stamp.pdf
Acessado em 06/11/2014
http://www.comciencia.br/reportagens/ppublicas/pp11.htm
Acessado em 03/11/2014

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