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Direito do Trabalho I – Aula IV

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Direito do Trabalho I – Aula IV
Sujeitos do contrato de trabalho: Empregador
Professor: Hector Luiz
Conceito de empregador
Art. 2º da CLT:
Empregador por equiparão - §1º:
Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
  § 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.
Conceito de empresa
Empresa é “a atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços.” – Art. 966, CC
Sendo assim, a doutrina moderna entende que empregador é a pessoa física ou jurídica, ou mesmo o ente despersonificado (ex. massa falida), que contrata pessoa física para prestar serviço.
Poderes do empregador
Características do empregador
1. Despersonalização: o empregado se vincula ao empreendimento, e não a pessoa do empregador, permitindo afirmar que qualquer mudança na empresa (mudança de sócios, por exemplo) não afetará os contratos de trabalho vigentes.
IMPESSOALIDADE - (empregador)
CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO – (empregado)
PRINCÍPIOS
2. Assume o risco do negócio
O empregador deve dirigir a prestação do serviço, assumir integralmente o risco do negócio e também o risco do próprio contrato estabelecido com seus empregados. Ex. pagamento de salários em dia.
EXCEÇÕES
DESCONTOS POSSÍVEIS:
Art. 462, CLT descontos possíveis
 Art. 503, CLT - norma em conflito com o art. 7º , VI da CF
Grupo econômico
É o instituto trabalhista que prevê a solidariedade das empresas integrantes de um conglomerado empresarial.
Existe entre eles, laços de direção ou coordenação das atividades econômicas. Art. 2º, §2º, CLT
§ 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.
Solidariedade passiva
Empresa A
Atividade Bancária
Empresa B
Adm. de consórcios
Empresa C
Corretora de Seguros
Empregado
O empregador tem vínculo direto com empresa B, mas tratando-se de créditos trabalhistas poderá cobrá-los indistintamente de qualquer uma das empresas do grupo.
 Não é necessário que as empresas integrantes do grupo exerçam mesma atividade econômica.
Solidariedade ativa
Empresa A
Atividade Bancária
Empresa B
Adm. de consórcios
Empresa C
Corretora de Seguros
Empregado
Súmula 129 do TST: A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário.
Caracterização do Grupo econômico
Inicialmente vale ressaltar que o conceito de grupo econômico para o direito do trabalho é diferente do direito empresarial. Pois o §2º do Art. 2º da CLT destaca que as empresas devem estar coligadas “sob a direção, controle ou administração de outra.” Pressupondo a subordinação entre elas. Assim temos:
1. GRUPO VERTICAL 
OU POR SUBORDINAÇÃO
2. GRUPO HORIZONTAL
OU POR COORDENAÇÃO
1. Grupo por subordinação
Neste grupo a estrutura é piramidal, sendo que uma empresa (principal) subordina as demais (subsidiárias).
Pressupõe uma empresa controladora e outras controladas, relação vertical.
B C
A
§2º “ ...estiverem sob a direção, controle ou administração da outra...”
2. Grupo por coordenação
Se apresentam quando houver reunião de interesses para execução de determinado empreendimento, tendo ou não o controle e administração comum. As empresas são interligadas entre si, apesar de autônomas. relação horizontal.
§2º “...grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica...”
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Sucessão de empregadores
O instituto consiste na substituição de empregadores com a consequente transferência do passivo trabalhista ao sucessor.
> TRANSFERE-SE PARA O NOVO EMPREGADOR TODOS OS DÉBITOS TRABALHISTAS DO EMPREENDIMENTO!!
TEM-SE A ALTERAÇÃO SUBJETIVA DO CONTRATO
Fundamento legal na CLT 
   Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados.
Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.
Requisitos para caracterização da sucessão trabalhista
1. transferência da empresa;
2. forma provisória ou definitiva;
3. a título público ou privado;
4. graciosa ou onerosa;
5. desde que o sucessor continue explorando a mesma atividade econômica;
6. o antigo dono não responde pelas dívidas trabalhistas após a sucessão.
Parece sucessão, mas não é:
Quando está sendo exercido no novo lugar atividade empresária igual, e não a mesma, não há sucessão, pois não houve transferência de um titular para o outro.
Exemplo: lojas de shoppings ou restaurantes de rua que se revezam no mesmo endereço com atividade idênticas, só que não as mesmas. A cada semestre um loja fecha e outra abre com atividade igual ou similar.
Lei 11.101/05 – Recuperação Judicial
A sucessão trabalhista não se caracteriza quando há a venda dos bens da empresa falida, visto que o artigo 141, II, Lei 11.101/05 estabelece tal impossibilidade. 
II. o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, as derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes de acidente de trabalho.
1. Transferência da empresa
Sucessão é a transferência da titularidade de toda ou parte da empresa. Com a alteração na estrutura jurídica da empresa que pode se dar a qualquer título. 
Exemplos:
Alteração da modalidade societária (de Soc. Anônima para Limitada). 
Pode haver incorporação, fusão ou cisão.
Substituição do antigo empregador por outra pessoa física ou jurídica.
2. Continuidade da atividade empresarial
É necessário que o novo titular da empresa continue explorando a mesma atividade empresarial.
Todavia, há jurisprudência entendendo que essa exploração não precisa ser necessariamente de atividade idêntica, podendo ser de atividade similar ou conexa àquela desenvolvida. Tema divergente!
OJ 261 da SDI - 1
OJ 261 SDI1 TST - BANCOS. SUCESSÃO TRABALHISTA. Inserida em 27.09.2002
As obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para o banco sucedido, são de responsabilidade do sucessor, uma vez que a este foram transferidos os ativos, as agências, os direitos e deveres contratuais, caracterizando típica sucessão trabalhista.
3. Novo dono responde pelas dívidas
O novo empresário responderá pela totalidade da dívida trabalhista, desonerando o antigo desta responsabilidade. 
Exceções 
O art. 1146 do CC mantém a responsabilidade do devedor primitivo de forma solidária, por 1 ano a partir da data da publicação (créditos vencidos) e da data de vencimento ( quanto aos demais créditos), mas apenas quando os débitos estejam contabilizados.
Poderá, haver solidariedade, excepcionalmente, por fraude, simulação, ou pacto de responsabilidade assumido pelo novo dono.
Efeitos da sucessão trabalhista
Pode o empregado opor-se a sucessão trabalhista? 
Em regra não. Mas em casos específicos de contrato que leve em conta o ideal da empresa e a figura do empregador, pode rescindir o contrato. Ex. Jornalista.
Posição do empregado frente a sucessão trabalhista
Em regra, o velho dono não teria qualquer responsabilidade sobre os créditos trabalhistas constituídos em período anterior à transferência. 
Mas, a jurisprudência tem reconhecido a responsabilidade subsidiária do
sucedido nos casos em que a transferência tenha por efeito a redução de garantias dos créditos trabalhistas.
Posição do empregador sucedido frente à sucessão trabalhista
O sucessor responde por todos os créditos trabalhistas decorrentes dos contratos de trabalho que lhe foram transferidos.
Posição do sucessor frente à sucessão trabalhista
Todavia, é inválida a estipulação no contrato de transferência de CLÁUSULA DE NÃO RESPONSABILIZAÇÃO, pela qual o sucessor ressalva sua responsabilidade somente para fatos posteriores à transferência. Tal cláusula não gera nenhum efeito no âmbito trabalhista. 
Consórcio de empregadores
É a reunião de empregadores para a contratação de empregados, a fim de que estes prestem serviços a todos os integrantes do consórcio, na medida de sua necessidades.
A figura surgiu no meio rural como solução para a questão da informalidade. Art. 25 da Lei nº 8.212/1991
A partir do consórcio vários empregadores se reúnem para dividir os custos decorrentes da contratação formal de empregados.
Principais características
A) os integrantes do consórcio são solidariamente responsáveis pelas obrigações de seus empregados;
B) os empregados são empregados de todos os integrantes do consórcio;
C) a CTPS do empregado deve ser anotada por uma das pessoas físicas integrantes do consórcio;
D) o consórcio deve ser obrigatoriamente formalizado por documento registrado em cartório.

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