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1 AULA TEÓRICA 06 – PAG. 1 MECANICA DOS SOLOS 1 AULA 04: COMPACTAÇÃO DOS SOLOS ACADEMIA MILITAR “MARECHAL SAMORA MACHEL” Engenharia Militar Docente: Eng. Abílio Bringo AULA TEÓRICA 06 – PAG. 2 INTRODUÇÃO - COMPACTAÇÃO Os solos, para que possam ser utilizados nos aterros das obras de terraplenagem, devem preencher certos requisitos, ou seja, certas propriedades que melhoram o seu comportamento, sob o aspecto técnico, transformando-os em verdadeiro material de construção. Esse objetivo é atingido de maneira rápida e econômica através das operações de compactação. 2 AULA TEÓRICA 06 – PAG. 3 INTRODUÇÃO - COMPACTAÇÃO AULA TEÓRICA 06 – PAG. 4 CONSEQUÊNCIAS DE UMA COMPACTAÇÃO DEFICIENTE 3 AULA TEÓRICA 06 – PAG. 5 INTRODUÇÃO - COMPACTAÇÃO Essas propriedades visam principalmente: Aumento da resistência da ruptura dos solos, sob acção de cargas externas; Redução de possíveis variações volumétricas, quer pela acção de cargas, quer pela acção da água que, eventualmente, percola pela sua massa; Impermeabilização dos solos, pela redução do coeficiente de permeabilidade, resultante do menor índice de vazios. AULA TEÓRICA 06 – PAG. 6 COMPACTAÇÃO Define-se compactação de um solo aos processos manuais ou mecânicos que visem principalmente à redução do índice de vazios. Resulta daí o aumento da resistência à ruptura, pela elevação do atrito interno entre as partículas e a diminuição das variações de volume, através do melhor arranjos entre elas. 4 AULA TEÓRICA 06 – PAG. 7 COMPACTAÇÃO Da compactação de um solo resulta: Maior aproximação e arranjo das partículas, ocasionando um aumento da coesão e do atrito interno e, consequentemente, da resistência ao cisalhamento/corte; Através do aumento da resistência ao cisalhamento/corte, obter-se-á maior capacidade de suporte; Com redução do índice de vazios, a capacidade de absorção de água e a possibilidade de haver percolação diminuem substancialmente, tornando mais estável. AULA TEÓRICA 06 – PAG. 8 COMPACTAÇÃO Dois (2) fatores são fundamentais na compactação: O teor de humidade do solo (w); A energia empregada na aproximação dos grãos e que se denomina energia de compactação. 5 AULA TEÓRICA 06 – PAG. 9 ENSAIO DE COMPACTAÇÃO Ralph Proctor (1933), estabeleceu a correlação entre os parâmetros que influem decisivamente na relação índice de vazios, ou seja, o aumento do peso específico. Isto é, “a densidade com que um solo é compactado, sob uma determinada energia de compactação, depende da humidade do solo no momento da compactação” . AULA TEÓRICA 06 – PAG. 10 ENSAIO DE COMPACTAÇÃO O ensaio de compactação desenvolvido por Proctor foi normalizado, pela AASHO (American Association of State Highway Officials) e é conhecido como ensaio de Proctor Normal ou como AASHO Standard. O ensaio normal de compactação utiliza um cilindro metálico de volume igual a 1000 cm3, onde compacta-se uma amostra de solo em três camadas, cada uma delas por meio de 26 golpes de um soquete/pilao com peso de 2,5 kg, caindo de uma altura de 30,5 cm. 6 AULA TEÓRICA 06 – PAG. 11 ENSAIO DE COMPACTAÇÃO Equipamentos do ensaio de compactação AULA TEÓRICA 06 – PAG. 12 CURVA DE COMPACTAÇÃO Ao realizar-se a compactação de um solo, sob diferentes condições de humidade e para uma determinada energia de compactação, obtém-se uma curva de variação dos pesos específicos aparentes secos (γd) em função do teor de humidade (w). 7 AULA TEÓRICA 06 – PAG. 13 CURVA DE COMPACTAÇÃO Esta curva é chamada de curva de compactação. AULA TEÓRICA 06 – PAG. 14 CURVA DE COMPACTAÇÃO Com os valores, do peso específico do solo e teor de umidade, pode-se calcular o peso específico aparente seco mediante a fórmula de correlação: Com grau de saturação 8 AULA TEÓRICA 06 – PAG. 15 TIPOS DE ENSAIOS DE COMPACTAÇÃO Ensaio de compactação: Proctor Normal, e; Proctor Modificado. AULA TEÓRICA 06 – PAG. 16 TIPOS DE ENSAIOS DE COMPACTAÇÃO Equipamentos para o ensaio de compactação: Molde, Pilão e rasoira. 9 AULA TEÓRICA 06 – PAG. 17 ENERGIA DE COMPACTAÇÃO Com o desenvolvimento da engenharia, foram lançados no mercado equipamentos de compactação capazes de fornecer maior energia de uma forma econômica, gerando a necessidade de se normalizar ensaios com diferentes energias (intermediária e modificada). AULA TEÓRICA 06 – PAG. 18 ENERGIA DE COMPACTAÇÃO A energia de compactação por unidade de volume pode ser calculada, através da fórmula: 10 AULA TEÓRICA 06 – PAG. 19 ENERGIA DE COMPACTAÇÃO Energias de compactação utilizados nos ensaios: AULA TEÓRICA 06 – PAG. 20 COMPORTAMENTO DO SOLO Um mesmo solo, quando compactado com energias diferentes, apresentará valores de peso específico aparente seco máximo maiores e teor de umidades ótimas menores, para valores crescentes dessa energia, o ponto se deslocará para cima e para a esquerda, conforme mostra a figura a seguir. 11 AULA TEÓRICA 06 – PAG. 21 COMPORTAMENTO DO SOLO Curvas de compactação de um solo com diferentes energias: AULA TEÓRICA 06 – PAG. 22 COMPORTAMENTO DO SOLO A natureza do solo, influência nos valores do peso específico aparente seco máximo e do teor de humidade ótima. Ao tentar-se compactar um solo, o esforço de compactação será mais ou menos efetivo conforme a granulometria e plasticidade. Em geral, para o mesmo esforço de compactação (E) atinge-se nos solos arenosos (ou materiais granulares bem graduados) maiores valores de peso específico aparente seco máximo sob menores teores de humidade ótima, do que solos argilosos finos (uniformes) 12 AULA TEÓRICA 06 – PAG. 23 COMPORTAMENTO DO SOLO Curvas de compactação normal de alguns solos AULA TEÓRICA 06 – PAG. 24 TÉCNICAS E EQUIPAMENTOS DE COMPACTAÇÃO Os solos são compactados pelo efeito de um dos seguintes esforços: pressão (compressão), amassamento, impacto e vibração; ou pela combinação de dois ou mais esforços. A compressão consiste na aplicação de uma força (pressão) vertical, oriunda do elevado peso próprio do equipamento, obtendo-se a compactação pelos esforços de compressão gerados na massa superficial do solo. 13 AULA TEÓRICA 06 – PAG. 25 TÉCNICAS E EQUIPAMENTOS DE COMPACTAÇÃO O amassamento é o processo que combina a força vertical com uma componente horizontal, oriunda de efeitos dinâmicos de movimento do equipamento ou eixos oscilantes. A resultante das duas forças conjugadas provoca uma compactação mais rápida, com menor número de passadas. AULA TEÓRICA 06 – PAG. 26 TÉCNICAS E EQUIPAMENTOS DE COMPACTAÇÃO A vibração consiste numa força vertical aplicada de maneira repetida, com frequências elevadas, superiores a 500 golpes por minuto. Isto significa que à força vertical se soma uma aceleração produzida por uma massa excêntrica que gira com determinada freqüência. O impacto resulta de uma ação semelhante à da vibração, diferenciando-se, apenas, pela baixa freqüência da aplicação dos golpes. 14 AULA TEÓRICA 06 – PAG. 27 TÉCNICAS E EQUIPAMENTOS DE COMPACTAÇÃO A cada processo correspondem equipamentos apropriados à compactação, utilizando-se as diversas formas de transferência de energia. A compressão é obtida pelos rolos compressores de rodas metálicas, dotadas de grande peso próprio, e cuja superfície de contato é bastante pequena, gerando-se, por consequência, pressões de contato elevadas que produzem consolidação. AULA TEÓRICA 06 – PAG. 28 TÉCNICAS E EQUIPAMENTOS DE COMPACTAÇÃO Cilindro de rasto liso Solos granulares; Espessuras de camadas Solos finos (argilosos); Espessura de camadas entre 15cm a 30cm 15 AULA TEÓRICA 06 – PAG. 29 TÉCNICAS E EQUIPAMENTOS DE COMPACTAÇÃO Cilindro de pneus Para diferentes tipos de solos excepto areias uniformes AULA TEÓRICA 06 – PAG. 30 FACTORES QUE INFLUENCIAM A COMPACTAÇÃO Os factores que influenciam a compactação no campo de um determinado tipo de solo são: Teor em agua; O numero de passagem do cilindro; A espessura da camada compactada; As características do equipamento: a pressão, área de contacto, vibração. 16 AULA TEÓRICA 06 – PAG. 31 CONTROLO DE COMPACTAÇÃO Deve ser feito a dois (2) níveis: 1: Durante a fase de execução – o controlo deve incidir sobre a granulometria do material, o equipamento utilizado, o numero de passagem, a espessura da camada, a quantidade de agua adicionada. 2: Após a compactação – o controlo é feito comparando os resultados obtidos em campo com os determinados em ensaios de referencia realizados em laboratórios. AULA TEÓRICA 06 – PAG. 32 CONTROLO DE COMPACTAÇÃO Define-se grau de compactação como a relação entre o peso especifico seco obtido no campo e o obtido no laboratório. Os cadernos de encargos das obras de terraplenagem especificam, o intervalo de teores em agua de compactação e um determinado grau de compactação. , ,max % 100 d campo d GC x 17 AULA TEÓRICA 06 – PAG. 33 CONTROLO DE COMPACTAÇÃO São frequentes, as especificações que se referem ao grau de compactação em relação aos ensaios Proctor Normal e Proctor Modificado, estabelecendo-se os valores de GC a 95% ou 100% do peso específico aparente seco máximo obtido naquele ensaio. AULA TEÓRICA 06 – PAG. 34 DETERMINAÇÃO DO PESO ESPECIFICO SECO NO CAMPO A determinação do grau de compactação, obtido no campo, requere a determinação do peso específico seco “in situ”. Vários métodos foram desenvolvidos: Método de frasco de areia; Método do balão de borracha; Método Nuclear. 18 AULA TEÓRICA 06 – PAG. 35 DETERMINAÇÃO DO PESO ESPECIFICO SECO NO CAMPO Método de frasco de areia: Permite determinar volume de cavidades abertas no terreno, através da medição do peso do solo retirado e da determinação do teor em agua, permitindo calcular o peso especifico seco. 1h d W w V AULA TEÓRICA 06 – PAG. 36 DETERMINAÇÃO DO PESO ESPECIFICO SECO NO CAMPO Equipamentos usados no método de frasco de areia: Válvula 19 AULA TEÓRICA 06 – PAG. 37 DETERMINAÇÃO DO PESO ESPECIFICO SECO NO CAMPO Método de balão de borracha O procedimento adoptado é similar ao método de frasco de areia. Um furo de teste é aberto, e determina-se o peso húmido e o teor em agua do solo removido no solo. Um balão de borracha é introduzido no furo para obtenção do volume. O balão é enchido de ar de um receptáculo, calibrado no qual o volume pode ser lido de forma direta. AULA TEÓRICA 06 – PAG. 38 DETERMINAÇÃO DO PESO ESPECIFICO SECO NO CAMPO O peso especifico seco do solo compactado pode ser determinado pela equação abaixo: . .sec . . . . s d W Peso solo o do furo V Volume do furo 20 AULA TEÓRICA 06 – PAG. 39 DETERMINAÇÃO DO PESO ESPECIFICO SECO NO CAMPO Método Nuclear Os densímetros nucleares são utilizados para a determinação do peso especifico seco do solo compactado. Funciona em furos escavados ou na superfície e mede o peso do solo húmido por unidade de volume e o peso de agua existente em uma unidade de solo. O peso especifico seco do solo compactado pode ser conhecido subtraindo-se o peso da agua do peso especifico húmido do solo. AULA TEÓRICA 06 – PAG. 40 DETERMINAÇÃO DO PESO ESPECIFICO SECO NO CAMPO Equipamento do método nuclear: 21 AULA TEÓRICA 06 – PAG. 41 EXEMPLO DE APLICAÇÃO Exemplo 1: A tabela abaixo mostra os resultados de um ensaio Proctor Normal. a) Calcule o peso especifico seco máximo de compactação e o teor óptimo de humidade; b) Determine o teor de humidade necessário para a obtenção de 95% de ,maxd AULA TEÓRICA 06 – PAG. 42 EXEMPLO DE APLICAÇÃO Volume do molde (cm3) Massa do solo humido no molde (Kg) Teor de humidade w (%) 1000 1.47 10.0 1000 1.83 12.5 1000 2.02 15.0 1000 1.95 17.5 1000 1.73 20.0 1000 1.69 22.5 22 AULA TEÓRICA 06 – PAG. 43 EXEMPLO DE APLICAÇÃO Exemplo 2: Calcule e trace o gráfico da variação da massa especifica seca de um solo em Kg/m3, Gs=2.65 com w=5%, 10%, 15%, e 20% para grau de saturação, S=80%, 90% e 100%. Exemplo 3: Os resultados abaixo foram obtidos num ensaio Proctor Normal. Gs=2.67; volume do molde V=1000cm3 Massa (g) 2010 2092 2114 2100 2055 w (%) 12.8 14.5 15.6 16.8 19.2 AULA TEÓRICA 06 – PAG. 44 EXEMPLO DE APLICAÇÃO a) Trace a curva de compactação e determine a massa especifica seca máxima e o teor em agua óptimo; b) Trace as curvas para o grau de aeração correspondente a 0%, 5% e 10 %.