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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA Divisão de Agricultura Engenharia Hidráulica Agrícola e Água Rural Monografia científica AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO HIDRÁULICO DO CANAL DO REGADIO DO BAIXO LIMPOPO-MAGULA Monografia apresentada e defendido como requisito para obtenção do grau de Licenciatura em Engenharia Hidráulica Agrícola e Água Rural. Autor: Jessipaulo José Chone Tutor: Fernando Brazão Tembe, MEng Lionde, Setembro de 2024 i ii iii Índice DEDICATÓRIA ....................................................................................................................... xi AGRADECIMENTOS ............................................................................................................ xii Resumo .................................................................................................................................. xiii 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 14 1.1. Problema e justicicativa ................................................................................................ 15 1.2. Objectivos...................................................................................................................... 16 1.2.1.Geral ............................................................................................................................ 16 1.2.2.Específicos .................................................................................................................. 16 2.REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................ 17 2.1. Vida útil de uma estrutura ............................................................................................. 17 2.2. Canais de Irrigação ........................................................................................................ 17 2.2.1. Canais revestidos ........................................................................................................ 17 2.2.2. Elementos geométricos de um canal hidráulico ......................................................... 18 2.3. Solos .............................................................................................................................. 19 2.3.1. Formação de solos ...................................................................................................... 19 2.3.2. Processos de formação de solo ................................................................................... 20 2.3.3. Solos moles ................................................................................................................ 20 2.3.4. Capacidade de carga do solo ...................................................................................... 20 2.3.5. Deformações do solo .................................................................................................. 20 2.3.6. Tipos de recalque ....................................................................................................... 21 2.4. Amostras Indeformadas................................................................................................. 21 2.5. Amostras deformadas .................................................................................................... 21 2.6. Classificação granulométrica dos solos......................................................................... 21 2.7. Consistência do solo ...................................................................................................... 23 2.8. Limites de Atterberg...................................................................................................... 23 2.8.1. Limite de liquidez....................................................................................................... 24 iv 2.8.2. Limite de plasticidade ................................................................................................ 24 2.8.3. Limite de contracção .................................................................................................. 24 2.9.Compactação de solos .................................................................................................... 24 2.9.1.Ensaio de Proctor ........................................................................................................ 24 2.10.Ensaio CBR .................................................................................................................. 25 2.11. Estanquidade ............................................................................................................... 25 2.11.1.Caudal do projecto .................................................................................................... 25 2.12.2.Hidroreguladores de caudal ....................................................................................... 26 3.MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................. 27 3.1. Área de estudo ............................................................................................................... 27 3.2. Realização de ensaios .................................................................................................... 28 3.2.1. Recolha de amostras ................................................................................................... 28 3.2.2. Análise da granulometria e humidade do solo ........................................................... 29 3.2.3. Limites de consistência e Atterberg ........................................................................... 30 Índice de actividade da argila ........................................................................................... 32 3.2.4. Ensaio de Proctor ....................................................................................................... 32 3.2.5. Ensaio de CBR ........................................................................................................... 34 3.3. Análise da estanquidade ................................................................................................ 36 3.3.1. Velocidade e caudal do canal ..................................................................................... 37 3.3.2.Regime de escoamento ................................................................................................ 39 4.RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................... 40 4.1. Classificação do solo do aterro...................................................................................... 40 4.1.1. Humidade do Solo ...................................................................................................... 40 4.1.2. Granulometria dos solos ............................................................................................. 40 4.1.3. Limites de consistência .............................................................................................. 41 4.1.3.1. Índice de consistência.............................................................................................. 42 4.1.3.2. Índice de actividade da argila .................................................................................. 43 v 4.1.4. Compactação de solos ................................................................................................ 43 4.1.5. Ensaio de CBR ........................................................................................................... 45 4.2.Análise da estanqueidade ...............................................................................................a estanqueidade, o caudal de entrada corresponde ao caudal de saída, ou seja, o canal não perde água por infiltração ou vazamentos e com base nos limites de velocidade máxima aconselhável para canais de betão podemos afirmar que a velocidade de escoamento do canal de rega em estudo obedece os limites estabelecidos (4,00m/s- 6,00m/s). Desempenho dos órgãos acessórios O tipo e dimensões dos órgãos acessórios instalados no canal tem um bom desempenho no regulamento do caudal em garantir um fornecimento eficiente de água; 50 6.RECOMENDAÇÕES Para melhor desempenho no canal principal do bloco de rega de Magula considerando os resultados obtidos durante a realização do trabalho, recomenda-se a instituição responsável pela gestão: Garantir uma revisão constante do estado do aterro (erosão ou desabamento) de modo a prevenir o assentamento do canal durante a campanha agrícola; Manter o uso eficiente dos órgãos e acessórios do canal para garantir um fornecimento eficiente dos caudais dimensionados para as linhas de distribuição; Reforçar a segurança no canal de modo a prevenir queimadas descontroladas sucessíveis a causar erosão na talude assim como o roubo de acessórios (válvulas, uniões); Construção de encostos reforcados de betão (caixas de tomada de agua) e a aplicação de impermeabilizantes quentes com geomembranas. 51 7.REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS Camelo, A., 2011. Durabilidade e vida útil das estruturas hidráulicas de betão e de betão armado. 1as Jorn. Mater. Na Constr. Universidade Porto 149–169. Castanheira, J.P.F., 2021. Estudo dos mecanismos de desgaste em ferramentas revestidas e não revestidas na fresagem de AMPCOLOY® 83 (PhD Thesis). Costa, J.F., Dias, D.G., 2018. Implementação Numérica da Fórmula de Chézy-Manning para Diferentes Seções de Canais Hidráulicos. Proceeding Ser. Braz. Soc. Comput. Appl. Math. 6. De Almeida, G.C.P., 2005. Caracterização física e classificação dos solos. Universidade Fed. Juiz Fora 145. de Sousa Meneses Filho, A., da Cunha Teixeira, L.F., 2022. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE DISPOSITIVOS DE SAÍDA EM RESERVATÓRIO DE DETENÇÃO PARA CONTROLE DE CHEIAS. Rev. Int. Ciênc. 12, 175–193. Ferreira, E.E.P., da Silva, M.A., 2020. METODOLOGIAS CONSTRUTIVAS EM SOLOS MOLES. Episteme Transversalis 11. Ferreira, E.G.A., 2013. Avaliação da alteração das propriedades da pasta de cimento em ambiente de repositório (PhD Thesis). Universidade de São Paulo. Gonçalves, E., Alvarenga, L., Marques, S., Fernandes, F., Nascimento, R., 2022. Estudo de correlação entre os ensaios de laboratório PDL e CBR. Hercos, L.R.P., 2015. Projeto estrutural e parametrização de uma comporta deslizante utilizando o software inventor. Lehmkuhl, E., Abreu, S. dos S., 2021. Análise de estabilidade de talude: estudo de caso: talude da NSCTV–comunicação (Florianópolis/SC). Lino, F.R., Ecks, J., Sokacheski, J., 2015. LIMITES DE ATTERBERG NA CARACTERIZAÇÃO DE SOLOS PARA OBRAS DE ENGENHARIA. Enaproc 1. Marangon, M., 2018. Capítulo 7 – CAPACIDADE DE CARGA DOS SOLOS 18. Marinho, F., 2020. Amostragem de solo [WWW Document]. Guia Eng. URL https://www.guiadaengenharia.com/amostragem-solo/ (accessed 6.4.22). Moraes, A.C.C., 2019. Aterros sobre solos moles: revisão de literatura. Morgado, F., Lopes, J.G., de Brito, J., Feiteira, J., 2011. Canais de rega em Portugal: soluções, patologia e reabilitação 15. Pereira, M.G., dos Anjos, L.H.C., PINHEIRO JUNIOR, C., PINTO, L. da S., da Silva Neto, E.C., Fontana, A., 2019. Formação e caracterização de solos. Embrapa Solos-Capítulo Em Livro Científico ALICE. 52 Pérez, A.C., Ayala, R.J.L., de Freitas, J.E., Freitas, G.R., Moizinho, J.C., de Carvalho, J.C., 2019. Considerações sobre a Determinação do Teor de Umidade. Philippi, I.M., 2020. Aterros sobre solos moles: Análises de recalque e tempos de estabilização para duas seções características da BR-280. Ribeiro, K.D., Souza, L.K., 2018. Limites de Atterberg e sua correlação com a granulometria e matéria orgânica dos solos. Rev. Bras. Eng. Biossistemas 12, 185–196. Ruiz Rodríguez, J., 2013. Estudo da viabilidade geológica, geotécnica e geoquímica de solos argilosos como barreiras selantes-Vale do Ribeira (SP) (PhD Thesis). Universidade de São Paulo. Salas, F.B.F., de Araujo Gandra, M., Bertequini, A.B.T., 2018. Controle de compactação do solo. Rev. Eng. Em Ação UniToledo 3. SCHREINER, M.R., RODRIGUES, D.E., 2018. COMPARATIVO ENTRE OS MÉTODOS DE OBTENÇÃO DO TEOR DE UMIDADE UTILIZADOS NOS SERVIÇOS DE COMPACTAÇÃO DE SOLO CARATINGA 2018. Silva, R.W.G. da, 2022. Correlações para identificação prévia do teor de umidade ótimo de solos brasileiros (B.S. thesis). Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Teixeira, C.A., 2019. Conceito BIM como estratégia de incremento da vida útil de projeto em edificações em madeira. Teor de Umidade dos Solos - Método da Estufa e o Método Speedy - Ensaios Geotécnicos. - Suporte Sondagens e Ensaios Geotécnicos [WWW Document], n.d. 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× 0,5004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.24𝑚3/𝑠 𝑄4.4 = [ 𝑂, 0030 × 0,4004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.16𝑚3/𝑠 𝑄4.5 = [ 𝑂, 0032 × 0.4004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.17𝑚3/𝑠 𝑄4.6 = [ 𝑂, 0035 × 0,4004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.18𝑚3/𝑠 ∑ 𝐷𝑆4 = 1.02𝑚3/𝑠 DS5 𝑄5.1 = [ 𝑂, 0030 × 0.3154,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.09𝑚3/𝑠 𝑄5.2 = [ 𝑂, 0020 × 0.7004,87 × 1301,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.50𝑚3/𝑠 𝑄5.3 = [ 𝑂, 0020 × 0.7004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.50𝑚3/𝑠 𝑄5.4 = [ 𝑂, 0030 × 0.5004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.29𝑚3/𝑠 𝑄5.5 = [ 𝑂, 0027 × 0.5004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.28𝑚3/𝑠 55 𝑄5.6 = [ 𝑂, 0027 × 0.5004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.28𝑚3/𝑠 𝑄5.7 = [ 𝑂, 0035 × 0.5004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.32𝑚3/𝑠 𝑄5.8 = [ 𝑂, 0025 × 0.5004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.27𝑚3/𝑠 𝑄5.9 = [ 𝑂, 0020 × 0.4004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.13𝑚3/𝑠 𝑄5.10 = [ 𝑂, 0030 × 0.3154,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.09𝑚3/𝑠 ∑ 𝐷𝑆5 = 2.75𝑚3/𝑠 DS6 𝑄6.1 = [ 𝑂, 0020 × 0.7004,87 × 1301,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.50𝑚3/𝑠 𝑄6.2 = [ 𝑂, 0020 × 0.7004,87 × 1301,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.50𝑚3/𝑠 𝑄6.3 = [ 𝑂, 0037 × 0.7004,87 × 1301,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.69𝑚3/𝑠 𝑄6.4 = [ 𝑂, 0020 × 0.5004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.24𝑚3/𝑠 𝑄6.5 = [ 𝑂, 0020 × 0.7004,87 × 1301,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.50𝑚3/𝑠 𝑄6.6 = [ 𝑂, 0020 × 0.5004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.24𝑚3/𝑠 𝑄6.7 = [ 𝑂, 0020 × 0.5004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.24𝑚3/𝑠 56 𝑄6.8= [ 𝑂, 0020 × 0.5004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.24𝑚3/𝑠 𝑄6.9 = [ 𝑂, 0028 × 0.4004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.16𝑚3/𝑠 𝑄6.10 = [ 𝑂, 0047 × 0.3154,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.11𝑚3/𝑠 ∑ 𝐷𝑆6 = 3.4𝑚3/𝑠 DS7 𝑄7.1 = [ 𝑂, 0020 × 0.7004,87 × 1301,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.50𝑚3/𝑠 𝑄7.2 = [ 𝑂, 0020 × 0.7004,87 × 1301,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.50𝑚3/𝑠 𝑄7.3 = [ 𝑂, 0030 × 0.7004,87 × 1301,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.62𝑚3/𝑠 𝑄7.4 = [ 𝑂, 0029 × 0.7004,87 × 1301,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.61𝑚3/𝑠 𝑄7.5 = [ 𝑂, 0028 × 0.5004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.28𝑚3/𝑠 𝑄7.6 = [ 𝑂, 0037 × 0.5004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.33𝑚3/𝑠 𝑄7.8 = [ 𝑂, 0030 × 0.5004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.29𝑚3/𝑠 𝑄7.9 = [ 𝑂, 0032 × 0.5004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.30𝑚3/𝑠 𝑄7.10 = [ 𝑂, 0030 × 0.4004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.16𝑚3/𝑠 57 𝑄7.11 = [ 𝑂, 0030 × 0.4004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.16𝑚3/𝑠 𝑄7.12 = [ 𝑂, 0055 × 0.3154,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.12𝑚3/𝑠 ∑ 𝐷𝑆7 = 3.87𝑚3/𝑠 DS8 𝑄8.1 = [ 𝑂, 0048 × 0.7004,87 × 1301,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.79𝑚3/𝑠 𝑄8.2 = [ 𝑂, 0020 × 0.7004,87 × 1301,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.50𝑚3/𝑠 𝑄8.3 = [ 𝑂, 0030 × 0.7004,87 × 1301,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.62𝑚3/𝑠 𝑄8.4 = [ 𝑂, 0020 × 0.7004,87 × 1301,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.50𝑚3/𝑠 𝑄8.5 = [ 𝑂, 0020 × 0.7004,87 × 1301,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.50𝑚3/𝑠 𝑄8.6 = [ 𝑂, 0030 × 0.5004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.29𝑚3/𝑠 𝑄8.7 = [ 𝑂, 0020 × 0.5004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.24𝑚3/𝑠 𝑄8.8 = [ 𝑂, 0030 × 0.5004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.29𝑚3/𝑠 𝑄8.9 = [ 𝑂, 0022 × 0.4004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 014𝑚3/𝑠 𝑄8.10 = [ 𝑂, 0029 × 0.3154,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.086𝑚3/𝑠 58 ∑ 𝐷𝑆8 = 4.096𝑚3/𝑠 DS9 𝑄9.1 = [ 𝑂, 0030 × 0.7004,87 × 1301,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.62𝑚3/𝑠 𝑄9.2 = [ 𝑂, 0020 × 0.7004,87 × 1301,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.50𝑚3/𝑠 𝑄9.3 = [ 𝑂, 0040 × 0.7004,87 × 1301,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.72𝑚3/𝑠 𝑄9.4 = [ 𝑂, 0020 × 0.7004,87 × 1301,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.50𝑚3/𝑠 𝑄9.5 = [ 𝑂, 0020 × 0.7004,87 × 1301,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.50𝑚3/𝑠 𝑄9.6 = [ 𝑂, 0030 × 0.5004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.29𝑚3/𝑠 𝑄9.7 = [ 𝑂, 0030 × 0.5004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.29𝑚3/𝑠 𝑄9.8 = [ 𝑂, 0030 × 0.5004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.29𝑚3/𝑠 𝑄9.9 = [ 𝑂, 0030 × 0.4004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.16𝑚3/𝑠 𝑄9.10 = [ 𝑂, 0033 × 0.4004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.17𝑚3/𝑆 𝑄9.11 = [ 𝑂, 0033 × 0.4004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.17𝑚3/𝑠 𝑄9.12 = [ 𝑂, 0038 × 0.2004,87 × 1501,852 10,643 ] 1 1,852 = 0.030𝑚3/𝑠 59 ∑ 𝐷𝑆9 = 4.24𝑚3/𝑠 ANEXO B SOMATORIO DOS CAUDAIS DAS DESCARGAS PARA OS HIDRANTES ∑ 𝐷𝑆1 + 𝐷𝑆2 + 𝐷𝑆3 + 𝐷𝑆4 + 𝐷𝑆5 + 𝐷𝑆6 + 𝐷𝑆7 + 𝐷𝑆8 + 𝐷𝑆9 ∑ 0.070 + 0.20 + 0.13 + 1.02 + 2.75 + 3.4 + 3.87 + 4.096 + 4.24 = 19.776𝑚3/𝑠 ANEXO C CALCULO DAS SECÇÕES GEOMETRICAS DO CANAL Área 𝐴 = (𝑚ℎ + 𝑏) × ℎ 𝐴 = (1.5 × 1.25 + 1.5) × 1.5 𝐴 = 4.22𝑚2 Perímetro molhado 𝑃𝑚 = 2ℎ × √1 + 𝑚2 + 𝑏 𝑃𝑚 = 2 × 1.25 × √1 + 1.52 + 1.5 𝑃𝑚 = 6.00 𝑚 Raio Hidráulico 𝑅ℎ = [ (𝑚ℎ + 𝑏) × ℎ 𝑏 + (2ℎ√1 + 𝑚2) ] 2 3 𝑅ℎ = [ (1.5 × 1.25 + 1.5) × 1.25 1.5 + (2 × 1.25 × √1 + 1.52) ] 2 3 𝑅ℎ = 0.79 𝑚 ANEXO D 60 Caudal 𝑄 = 𝐾𝑠 × 𝐴 × 𝑅ℎ 2 3 × √𝑖 𝑄 = 75 × 4.22 × 0.79 × √0.01 𝑄 = 25 𝑚3/𝑠 ANEXO E Velocidade de escoamento V= Q/A V=25/ 4.22 V= 5.93m/s ANEXO F Número de Froude 𝐹𝑟 = 𝑉 √𝑔 × ℎ 𝐹𝑟 = 5.93 √9.81 × 1.25 = 1.70 ANEXO G 61 Figura 6: Comportas de Parede unidirecionais, Autor (2023) Figura 6: Vertedor simples de secção rectangular, Autor (2023). Figura 1- Vertedor simples de secção rectangular, Autor (2023) 62 Figura 8: Erosão na talude, Autor (2023). ANEXO H 63 Tabela 15: Sistema unificado de classificação de solos ANEXO I Tabela 16: Coeficientes da formula de Manning-Stricker47 4.2.1.Caudal de entrada e de saída ....................................................................................... 47 4.2.2. Velocidade de escoamento ......................................................................................... 47 4.2.3. Regime de escoamento ............................................................................................... 47 4.3. Desempenho dos órgãos acessórios .............................................................................. 48 5.CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 49 6.RECOMENDAÇÕES ........................................................................................................... 50 7.REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................. 51 8.ANEXOS .............................................................................................................................. 53 vi Índice de Tabelas Tabela 1: Secções transversais de canais ................................................................................. 19 Tabela 2: Classifição granulometrica segundo ASTM e a ABNT ........................................... 22 Tabela 3: Limite de liquidez .................................................................................................... 30 Tabela 4: limite de plasticidade ............................................................................................... 31 Tabela 5: Materiais usados na realização do ensaio de compactação ...................................... 32 Tabela 6: Especificação dos moldes e procedimentos do ensaio de compactação ................. 33 Tabela 7: Materiais usados para ensaio CBR .......................................................................... 34 Tabela 8: Determinação dos teores de humidade .................................................................... 34 Tabela 9: Determinação dos moldes de compactação ............................................................. 35 Tabela 10: Ensaio de Sedimentação ........................................................................................ 40 Tabela 11: Resumo dos resultados de solo consistência .......................................................... 42 Tabela 12: Resultados do ensaio de compactação ................................................................... 43 Tabela 13: Resultados da amostra da expansão do solo .......................................................... 45 Tabela 14: Resultados obtidos nos ensaios de penetração ....................................................... 46 Tabela 15: Sistema unificado de classificação de solos ........................................................... 63 Tabela 16: Coeficientes da formula de Manning-Stricker ....................................................... 63 Índice de figuras Figura 1: Erosão causada pelo transbordo de água no canal ................................................... 16 Figura 2: Estados característicos e limites de consistência de solo ......................................... 23 Figura 3: Componentes basicos de uma comporta .................................................................. 26 Figura 4: Recolha de amostras do solo .................................................................................... 29 Figura 5: Medição das secções geometricas do canal .............................................................. 39 Figura 6: Comportas de Parede unidirecionais ........................................................................ 61 Figura 7: Vertedor simples de secção rectangular ................................................................... 61 Figura 8: Ersoão na talude ....................................................................................................... 62 Índice de Gráficos Gráfico 1: Resultados granulometricos .................................................................................... 41 Gráfico 2: Resultados do ensaio do limite de liquidez pelo método gráfico ........................... 42 Gráfico 3: Curva óptima para compactação ............................................................................. 44 file:///E:/DELL/Desktop/TCC-%20Chone.docx%23_Toc144713624 file:///E:/DELL/Desktop/TCC-%20Chone.docx%23_Toc144712241 file:///E:/DELL/Desktop/TCC-%20Chone.docx%23_Toc144712242 file:///E:/DELL/Desktop/TCC-%20Chone.docx%23_Toc144712243 file:///E:/DELL/Desktop/TCC-%20Chone.docx%23_Toc144712244 file:///E:/DELL/Desktop/TCC-%20Chone.docx%23_Toc144712245 file:///E:/DELL/Desktop/TCC-%20Chone.docx%23_Toc144712247 file:///E:/DELL/Desktop/TCC-%20Chone.docx%23_Toc144712248 vii Gráfico 4: Curva de Deformação x penetração ........................................................................ 45 Índice de mapas Mapa 1: Mapa de Chongoene .................................................................................................. 27 Mapa 2: Vista de cima do canal captada no Google Earth ...................................................... 28 Índice de equação Equação 1 ................................................................................................................................. 17 Equação 2 ................................................................................................................................. 17 Equação 3 ................................................................................................................................. 31 Equação 4 ................................................................................................................................. 32 Equação 5 ................................................................................................................................. 32 Equação 6 ................................................................................................................................. 33 Equação 7 ................................................................................................................................. 35 Equação 8 ................................................................................................................................. 36 Equação 9 ................................................................................................................................. 36 Equação 10 ............................................................................................................................... 36 Equação 11 ............................................................................................................................... 37 Equação 12 ............................................................................................................................... 37 Equação 13 ............................................................................................................................... 38 Equação 14 ............................................................................................................................... 38 Equação 15 ............................................................................................................................... 38 Equação 16 ............................................................................................................................... 39 file:///E:/DELL/Desktop/TCC-%20Chone.docx%23_Toc144714778 file:///E:/DELL/Desktop/TCC-%20Chone.docx%23_Toc144714779 viii Índice de Abreviaturas ISPG – Instituto Superior Politecnico de Gaza RBL – Regadio de Baixo Limpopo, E.P. CL – Argila de baixa plasticidade ML – Silte de baixa plasticidade SUCS – Sistema unificado de classificação de solos h- Humidade KN – Quilonewton gr/g– Gramas Cm3- Centímetroscúbicos CBR – Califónia Bearing Ratio (índice de suporte Califónia) ISC-Indice de Suporte California mm – milimetros Q- caudal v- velocidade Rh- raio hidraulico n- Coeficiente de rugosidade de Manning i – Inclinação Longitudinal m- Inclinação de talude ks- Material de construção Pm- perimetro molhado A- área do canal DS- distribuição do sistema ix LL- Limite de liquidez LP- Limite de plasticidade LR-Limite de retração IC- Indice de consistência IA- Indice de argila ABNT- Associação brasileira de normas e tecnicas ABN- Associação brasileira de normas W- Teor de humidade P1/P2/P3/P4- Peso do soquete Kg- Quilograma ha- Hactar E- Energia de compactação hq- Altura de queda Ng- Número de golpes nc- Número de camadas V- volume do molde Bh- Baridade húmida Bs- Baridade seca M1/M2/M3/M4- peso do solo DNIT- Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes Fr- Número de froudes HA/HB- Diferença de altura ZA/ZB- Diferença de cota ic- Inclinação da conduta x ∆H- Perdas de cargas L- Cumprimento D- Diâmetro m- Metros C- Coeficiente de rugosidade xi DEDICATÓRIA Dedico este trabalho de pesquisa a toda minha família, especialmente a minha mãe Madalena Carlos Mutombene, sua grande força foi a mola propulsora que permitiu o meu avanço, mesmo durante os momentos mais difíceis. Agradeço do fundo do meu coração. xii AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar quero agradecer a Deus por ter me prorcionado saude e gara para superar todas dificuldades durante meu percurso escolar assim como na minha vida particular. Agradeço а minha mãe pelos ensinamentos que me tornaram no indivíduo que sou hoje. Vai agradecimento especial vai para meu supervisor Fernando Brazão Tembe assim como Técnico Carlos Teddy Malevo e engenheiro Oker Mateus Mahumane pelo suporte, apoio e acompanhamento incondicional em todos os momentos da realização deste trabalho. Agradeço a minha querida avo Salmina Mussavene (em memória) pelo apoio moral dado durante minha formação académica, minha tia Júlia Mutombene, irmão e primos especialmente a Salmina Mutombene, Alice Fumo, Charles Chone, Américo Mugabe, a minhas sobrinhas Emily, Raquel e "Bae" Justina Maguendo. Agradeço também as pessoas com quem convivi aо longo desses anos de curso, que me incentivaram e que certamente tiveram impacto na minha formação académica isso pela amizade, compreensão e companheirismo e por serem verdadeiros amigos em particular ao Anastácio Patrício, Denílson Checo, Vanessa Hairat, Abílio Matavel, Clesio Xerinda, Valter Vidgal, António Horácio, Declio Tsenane, Mussa Delivane, Rui António, Simione Mabunda, José Augusto, Ancha Invita, Sancho Owen, Lino Massingue, Walter Muchanga, e a tantos outros não menos importantes que não tive aoportunidade de mencionar, Obrigado sem Tamanho! xiii Resumo A construção de um aterro sobre um solo mole precisa de um conceito de solução para estabilização, por conta da sua baixa capacidade de resistência e maior compressibilidade, essas situações são motivo de preocupação nas obras de engenharia civil, diminuindo a área de instalação das mesmas estruturas(Teixeira, 2019). Esta pesquisa teve como objectivo avaliar o desempenho hidráulico do canal de rega revestido de betão na localidade de Magula no perimetro irrigado do Baixo Limpopo, poa tal procedeu-se a recolha de amostras deformadas para efeito de realização de ensaio de caracterização de solo, verificação da estanqueidade e o funcionamento dos órgãos acessórios do mesmo. Para alcançar esses objectivos foi feita recolha de amostras no campo com finalidade de realizar ensaios de caracterização física do solo no laboratório (humidade, granulometria, limites de consistência, compactação, CBR), usou-se também expressões analíticas para o cálculo das secções geométricas do canal (área, perímetro molhado, raio hidráulico), assim como para verificar a estanqueidade (i) Manning Strickler, (ii) Hazen William, (iii) Bernoulli e fez se avaliação do desempenho dos órgãos acessórios (hidroreguladores e vertedores) a fim de verificar a situação actual no funcionamento do canal. Em relação aos ensaios de caracterização analisou-se a granulometria e verificou-se que o material do aterro é classificado como CL-ML (argila siltosa de baixa plasticidade) e tem estabilidade boa na qualidade como aterro segundo o sistema unificado de classificação de solos (SUCS), são solos de baixa plasticidade porque seu índice de plasticidade é menor que 15, podem ser compactados a uma humidade óptima de 18.4% para um peso específico de 1.680 gr/cm3, a força máxima de ruptura é de 25.354KN numa superfície de deformação de 7.5mm segundo CBR. Segundo Coutinho (2019) é de extrema importância a definição do caudal ou velocidade média nas preliminares de projectos hidráulicos, esse caudal utilizado no dimensionamento do projecto muita das vezes é considerado caudal máximo, o canal de rega de Magula escoa um caudal de 25m3/s e fornece 19.776m3/s pelas 9 linhas dos hidrantes, com uma velocidade de escoamento de 5.93m/s, de acordo com o mesmo autor, pode-se confirmar que não araste de sedimentos e nem risco de erosão nas paredes porque a velocidade média esta nos limites estabelecidos para canais revestidos com betão. Palavras-chave:Canais de rega, desempenho estrutural, desempenho hidráulico. 14 1. INTRODUÇÃO Há uma preocupação no ramo da engenharia sobre o desempenho, estabilidade e durabilidade de aterros construídos sobre solos moles em todo mundo devido ao aumento percentual de estruturas degradadas. De acordo com (Ferreira, 2013) a degradação dessas estruturas na maioria das vezes é causada pela alteração de uma das propriedades físicas ou mecânicas na superfície e esses efeitos nem sempre se manifestam visualmente. (Camelo, 2011) sustenta também a ideia de que para além da alteração das propriedades e qualidade dos materiais usados na construção, as acções ambientais também são um factor que afectam o desempenho e durabilidade das estruturas. É notório o aumento de campanhas que visam sensibilizar o bom uso da água em geral, mas nos canais de rega o principal objectivo dessas campanhas é cumprir com os fins para que foi construído, garantindo boa eficiência no fornecimento da água para as sociedades que praticam agricultura na sua área de projecção, portanto, de acordo com (Amaral, 2014) é de extrema importância a definição do caudal de rega de acordo com as necessidades da população alvo para optimização do mesmo. Este trabalho centra se na avaliação do desempenho hidráulico do canal principal de rega do bloco de Magula, estudando as características mecânicas do material do aterro e se esta estável para operar sem comprometer a sua segurança durante seu tempo de vida útil e verificar a estanqueidade assim como o funcionamento dos órgãos acessórios a fim de avaliar a eficiência do mesmo na distribuição de água. Com este estudo espera-se dar impulso a realização de mais estudos sobre desempenho hidráulico de outras infra-estruturas construídas em vários locais do país. 15 1.1. Problema e justicicativa Canais de irrigação são considerados infra-estruturas hidráulicas primordiais no desenvolvimento agrícola, isso por conta das variações climáticas e para seu bom desempenho necessitam muito de uma boa eficiência assim como uma boa durabilidade em seus revestimentos (Morgado et al, 2011). O canal de rega do bloco de Magula foi construído com o mesmo objectivo que todos canais rega em geral, que é reduzir a dependência das actividades agrícolas com base no clima, ajudar o desenvolvimento económico assim como social de uma determinada região irrigando os campos agrícolas das comunidadesque praticam agricultura na localidade de Magula em particular, cinco anos depois da sua inauguração a infra-estrutura em estudo começou a ter problemas de infiltração em algumas caixas de tomada de água devido a separação entre a estrutura do canal com a caixa de tomada de água e transbordo de água em alguns pontos do canal devido a má gestão das estruturas de regulação de água e esses são aspectos muito critico que comprometem a estética, segurança e a utilização dessa estrutura colocando em risco a área abrangida pela estrutura e os utentes que se beneficiam do mesmo. Segundo Luna (2013), mesmo canais revestidos as perdas de água por infiltraçã[o são inevitaveis, um canal revestido de concreto em particular de boa qualidade ira apresentar uma taxa de infiltração aproximadamente 0,0213m³/m²/24h /, portanto levando em consideração o facto de o canal estar assente num aterro de 3 metros de altura importa estudar o desempenho das características mecânicas e material que suporta o canal de rega em função do tempo em que foi construído para verificar até que ponto a infiltração que ocorre no canal e nas tomadas de água esta afectar a estabilidade do aterro que suporta o canal, verificar até que nível o transbordo que ocorre no canal afecta os hidrates que se beneficiam da água do canal para produção agrícola. Com a realizaçãodeste estudo espera-se contribuir de uma maneira gerar com util informaçõao para manutenção e estratégias para a resolução dos problemas actuais na infra- estrutura de Magula afim de garantir um bom desempenho durante a campanha agricola. 16 1.2. Objectivos 1.2.1.Geral Avaliar o desempenho hidráulico do canal de rega do Regadio do Baixo Limpopo. 1.2.2.Específicos Realizar o ensaio de caracterização do aterro que suporta o canal. Verificara estanquidade do canal. Verificar o funcionamento dos órgãos acessórios do canal Figura 1: Erosão causada pelo transbordo de água no canal, Autor (2023). 17 2.REVISÃO DA LITERATURA 2.1. Vida útil de uma estrutura O conceito de vida útil de estruturas em geral encontra-se definido nas bases para projecto e estruturas como o período durante no qual se pretende que uma estrutura ou parte da mesma seja utilizada para as funções nas quais foi projectada, com a manutenção prevista mas sem necessidades de reparações, por sua vez é sobre o conceito de durabilidade, refere-se igualmente nas bases para projectos e estruturas que a degradação de uma estrutura não deve reduzir o seu desempenho ainda no seu período de vida útil, levando em consideração as acções ambientais e o nível de manutenção previsto, sendo que essas acções devem constar no projecto na fase inicial como forma de estimar a durabilidade e o grau de deterioração (Camelo, 2011). 2.2. Canais de Irrigação Canais de irrigação são infra-estruturas hidráulicas muito importantes no desenvolvimento agrário assim como na economia do país, e tem como principal objectivo transportar água de maior volume a longas distâncias com custos de operação e manutenção mais baixo possível. Em outras palavras pode se definir um canal de irrigação como um curso superficial feito ou melhorado pelo homem para transporte de água de uma fonte como um lago, rio ou riacho para uma sociedade agrícola (Morgado et al, 2011). 2.2.1. Canais revestidos Segundo Castanheira (2021), canais revestidos são aqueles que tem uma camada específica e impermeável de cima do solo. De uma maneira geral Costa e Dias (2018), consideram que canal hidráulico todo tipo de vala artificial, revestida (ou não) de um material que lhe garante um bom desempenho no transporte de água. Os canais hidráulicos podem ser projectados de quatro formas, nomeadamente: trapezoidal, rectangular, semicircular e triangular e escoam de uma maneira uniforme e livre, para calcular a sua vazão usa-se a (equação 2) de Chézy-Manning: V= 1 𝑛 ∗ 𝑅𝐻 2 3 ∗ 𝐼 1 2 Equação 1 e Q = 𝑉 ∗ 𝐴 Equação 2 18 Onde: V- velocidade de escoamento (m/s) Q-Vazão n– Coeficiente de rugosidade de Manning A –Área molhada do canal (m²) Rh- Raio hidráulico I- Declividade do fundo do canal (m/m) 2.2.2. Elementos geométricos de um canal hidráulico Os canais hidráulicos são caracterizados geometricamente por alguns elementos geométricos (tabela 1) e pelo seu perfil longitudinal. Área molhada – refere se a área da secção transversal ou seja a areia onde tem o escoamento. Altura da água – refere se a altura do escoamento medida desde o ponto mais baixo da secção até o topo. Raio Hidráulico – é a relação entre a área molhada com o perímetro molhado Largura de topo- refere se a largura da superfície do canal Perímetro molhado- refere se a toda a superfície do canal que esta em contacto com a água. 19 Tabela 1: Secções transversais de canais, Carvalho (2009). 2.3. Solos 2.3.1. Formação de solos Solo é um conjunto de partículas que surgem da deterioração da rocha através de um processo chamado intemperismo, e este processo esta dividido em dois grupos nomeadamente intemperismo mecânico e intemperismo químico. O intemperismo mecânico é caracterizado pelos seus agentes desagregadores que são água, vento e variação da temperatura e o intemperismo químico é aquele que acontece com a acção de vários químicos ou seja solubilizam e depositam minerais das rochas formando solos muito comuns em lugares quentes e húmidos. Os solos que permanecem próximos á rocha são chamados de residuais e os demais são conhecidos como sedimentares ou transportados (Ferreira and da Silva, 2020). 20 2.3.2. Processos de formação de solo Adição é o processo de entrada de matéria orgânica, água, carbono da atmosfera, entre tantas coisas externas entram no corpo do solo (Pereira et al, 2019). Remoção é o processo de saída de todas coisas internas do corpo do solo (erosão, queimadas, lixiviação) (Pereira et al, 2019). Translocação é o processo em que as substâncias se deslocam no corpo do solo (Ar iluviação, Bio turbação, Lixiviação incompleta, Salinização), mas a menores distancias comparada com a remoção (Pereira et al., 2019). Transformação é o processo de alteração químico ou físico dos constituintes do solo, ou seja, refere se a mudança que os minerais do material de origem sofrem (Pereira et al., 2019). 2.3.3. Solos moles É Considerado solo mole aquele que tem características desfavoráveis a construção como baixa capacidade de suporte, baixa resistência, permeabilidade e alta deformidade, estas características podem comprometer qualquer carga imposta aos mesmos (Ferreira and da Silva, 2020). 2.3.4. Capacidade de carga do solo Capacidade de carga é definida como a tensão que causa rotura no maciço do solo em que a fundação esta apoiada (Marangon, 2018) 2.3.5. Deformações do solo Recalque é definido sendo todas deformações que acontecem no solo quando submetido a cargas provocando movimentos que dependendo da intensidade podem causar danos graves a estrutura (Ferreira and da Silva, 2020). Segundo Ferreira e da silva (2020), as principais causas do recalque são as cargas estáticas, cargas dinâmicas, erosão no subsolo e rebaixamento do lençol freático ou alivio das pressões. Cargas estáticas são aquelas que resultam do peso próprio, pressão transmitida ao solo pela fundação, aterros, barragens, forcas capilares (Ferreira and da Silva, 2020). Cargas dinâmicas são aquelas que resultam de vibrações, tremores da terra e entre tantas coisas naturais (Ferreira and da Silva, 2020). 21 2.3.6. Tipos de recalque Segundo Phillippi (2020), são três os tipos de recalques que ocorrem em aterros sobre solos moles e eles podem ser divididos em recalque imediato ou elástico,recalque por adensamento primário e recalque por compressão secundaria. O recalque imediato prove da acção de um carregamento instantâneo, sem provocar variação de volume da argila, também é considerado recalque não drenado, elástico ou distorcional (Philippi, 2020). Recalque por adensamento primário resulta da alteração do volume em solos coesivos, causada pela expulsão da água que os vazios nas partículas (Philippi, 2020) Recalque por compressão secundária é aquele que se desenvolve ao longo do tempo, ou seja, ocorrem no fim do processo de adensamento primário quando as tensões efectivas já estão estáveis (Moraes, 2019). 2.4. Amostras Indeformadas Considera de amostra indeformada uma parte do solo que corta se e retirada com as mínimas alterações que possam acontecer para verificar no laboratório a densidade (peso unitário) e a resistência do solo indeformado, essas verificações podem ser feitas pelo ensaio de CBR ou pelo ensaio de compreensão não confinada (Marinho, 2020). 2.5. Amostras deformadas As amostras deformadas de solo são representações do solo desagregado, ou seja, é uma Porcão do solo que é retirada com a destruição ou modificação das suas características in situ. Essas amostras são usadas para fazer identificação táctil e visual do solo, ensaios de granulometria, limites de consistência (liquidez e plasticidade), ensaio de compactação do solo, para além disso pode ser utilizado para avaliar a permeabilidade de resistência a cisalhamento do solo (Marinho, 2020) 2.6. Classificação granulométrica dos solos Os solos quanto a sua granulométrica classificam se de acordo com as dimensões das partículas sólidas conforme mostra a tabela abaixo. 22 Segundo ABNT (NBR 6502:95) as partículas que compõem o solo resumem-se em: Pedregulhos: solos formados por minerais ou partículas de rocha, com diâmetro compreendido entre 2,0 e 60,0 mm, também podem ser subdivididos em pedregulhos médios, grossos ou finos. Areia: solo não coesivo e não plástico formado por minerais ou partículas de rochas com diâmetros compreendidos entre 0,06 mm e 2,0 mm. Também Podem ser subdivididos em fina, média e grossa. Silte: Solo que apresenta baixa ou nenhuma plasticidade, e que exibe baixa resistência quando seco o ar. Maior parte das suas propriedades principais é constituída pela fracção silte. É constituído por partículas com vários diâmetros que variam entre 0,002 mm e 0,06 mm. Tabela 2: Classifição granulometrica segundo ASTM e a ABNT, Marinho (2020). 23 2.7. Consistência do solo A consistência do solo reflecte o estado em que o mesmo se encontra por causa da presença da humidade, seus limites são os valores de teor de humidade que diferenciam um estado de consistência do outro, estes limites podem ser determinados de uma forma empírica e utilizados nos vários sistemas para classificação do solo, para além de mostrar varias e varias propriedades de solos finos como argilo-mineral, sua actividade, estrutura e sua superfície especifica (Silva, 2022). De acordo com a ideia do autor acima citado pode-se afirmar que para conhecer e definir com exactidão o comportamento geotécnico dos solos, é imperioso que haja conhecimento de consistência do mesmo, a figura abaixo mostra os estados caracteristicos do solo e seus limites de consistência. 2.8. Limites de Atterberg Os limites de Atterberg são também conhecidos como limites de consistência, são uma série de avaliações da natureza do solo que permitem definir o limite de liquidez, plasticidade e o limite de contracção do solo (Ribeiro and Souza, 2018). Figura 2: Estados característicos e limites de consistência de solo, (Silva, 2022). 24 De uma maneira geral a consistência esta directamente ligada com as propriedades da plasticidade, já que a consistência refere-se a facilidade com a qual o solo tem de ser deformado, e seus estados subdividem se em quatro grupos que são: liquido, plástico, semi- sólido, e sólido. Refere se que esta no estado liquido quando o solo não tem forma própria e não apresenta resistência ao cisalhamento. No estado plástico é quando o solo pode ser moldado variando sua forma isso num determinado teor de humidade, mas sem apresentar a variação de volume. Já no estado semi-sólido o solo aparenta ser um sólido, mas com variação do volume e da humidade e no estado sólido o solo aparenta ser sólido, mas não apresenta variação do volume de acordo com a variação da humidade (Silva, 2022). 2.8.1. Limite de liquidez A determinação do limite de liquidez é muito importante para analisar o comportamento dos maciços e estruturas de solo nas diversas obras geotécnicas da construção civil, e é definido como sendo a relação entre o peso da água do solo e o peso seco das partículas sólidas do solo, ou seja, considera se limite de liquidez é o teor de humidade com se unem com o estado plástico do solo. (Ribeiro and Souza, 2018). 2.8.2. Limite de plasticidade Limite de plasticidade é quando o solo perde a capacidade de ser moldado e passa a ficar quebradiço, consiste em determinar o estado plástico para o estado semi-plastico do solo, ele é definido como o teor de humidade abaixo em que o solo no estado plástico passa para o estado semi-sólido (Ribeiro and Souza, 2018). 2.8.3. Limite de contracção Limite de contracção refere se ao valor de humidade em que o solo passa do estado semi- sólido para o estado sólido, em outras palavras é o teor em que a diminuição da humidade não causa a diminuição do volume (Silva, 2022). 2.9.Compactação de solos 2.9.1.Ensaio de Proctor Proctor desevolveu um ensaio no fim da década de 1930 com finalidade de deteminar a baridade maxima seca e a humidade optima do solo para fins rodoviarios, dai que Ralph Proctor padronizou esse ensaio por volta do ano 1933. Esse ensaio resulta na curva de proctor, na qual mostra a massa especifica aparente seca em funcao do teor de humidade 25 Para (MASSAD, 2016) citado por (Salas et al., 2018), na engenharia civil em particular, a compactação de solos intervém como solução de varios problemas, portanto,para elaborar um projecto adequado assim como a implementação de uma obra segura e economica é importante o conhecer as classificações e caracteristicas do solo considerando o facto desse ser um dos materiais primordiais para a construção de varias estruturas como barragens de terra, aterros, assim como material natural para fundações de edificios, escavações de valas. De um modo geral Compactação de solo consiste em processos mecanicos ou manuais, realizados no solo com objectivo de diminuir o seu volume de vazios melhorando suas propriedades de resistência dando estabilidade ao mesmo. 2.10.Ensaio CBR O ensaio California Bearing Ratio (CBR) ou Índice de Suporte Califórnia (ISC) –é um método de ensaio que relaciona a pressão necessária para se penetrar um pistão padronizado em uma determinada amostra de solo . A realização desse ensaio é feita em três etapas nomeadamente: Compactação da amostra do solo (ABNT NBR 7182:2016 - ensaio de compactação); Imersão da amostra do solo para obter a curva de expanção; Medir a resistencia a penetração(Gonçalves et al., 2022); 2.11. Estanquidade Nos canais de irrigação considera-se o factor da estanqueidade sendo um dos mais complexos apesar de existirem varias tecnologias, materiais uteis pra esse fim como membranas plasticas, concreto, mistura asfaltica e solo cimento (Luna, 2013). Mas de uma maneira geral na engenharia de construção, estanquidade refere se a segurança e precisão de uma estrutura, em outras palavras, estanquidade é a propriedade que um elemento tem de bloquear a passagem ou penetração de fluidos. 2.11.1.Caudal do projecto O bom desempenho de qualquer obra hidraulica depende muito do bom dimensionamento do caudalde escoamento nas preliminares do projecto, podendo variar em função do projecto e das caracteristicas do local de construção (Carvalho, 2006). Portanto, nessas situações, para garantir a boa eficiência e segurança dessas estruturas o dimensionamento deve ser feito com a previsão do caudal máximo. 26 Caudal do projecto refere-se a quantidade de água que é bombeada para dentro do canal e distribuida para os hidrantes por unidadede tempo. (Luna,2013), há varias espressões analiticas uteis para o cálculo do caudal referido como mas sendo a mais comum a de manning baseada na equação de chezy e na equação de continuidade que permite conhecer o caudal de entrada para verificar se há correspondência com o caudal distribuido. 2.12.2.Hidroreguladores de caudal Considera-se hidroreculadores de caudal como sendo estruturas hidraulicas no qual seu objectivo principal é o controle de escoamento da agua ajustando seu nivel ou caudal com base nas necessidades de uso ou exporação. Segundo (Rijo, 2010) citado por (Amaral, 2014) nos canais de irrigação o nivel de agua geralmente é controlado por comportas (figura 3) e descarregadores isso para evitar erosão ou águas paradas caudas por galgamento no canal e para que as tomadas de agua sejam alimentadas em optimas condições. De uma maneira geral a principal causa da instalaãção dessas estruturas é a redução de perdas a má devido a gestão. De uma maneira resumida pode se dizer que tabuleiro é a base fundamental responsavel por impedir a passagem da agua, peças fixas são elementos instalados na estrutura que tem como objectivo dar suporte ao quadro da comporta e o mecanismo de manobra tem como principal função regular a abertura da comporta de acordo com as necessidades. Figura 3: Componentes basicos de uma comporta, Ramalho(2015). 27 3.MATERIAIS E MÉTODOS 3.1. Área de estudo A infra-estrutura em estudo esta localizada no distrito de Chongoene, posto administrativo de Chongoene, na localidade de Magula no perímetro irrigado do Baixo Limpopo, a qual é constituída por um canal revestido de betão. Essa infra-estrutura é um canal de rega com uma extenção de 7.4km, com capacidade de irrigar uma área de 1050ha e tem como sua fonte de abastecimento o rio Limpopo. Mapa 1: Mapa de Chongoene, (Autor, 2023). 28 3.2. Realização de ensaios Os ensaios serão realizados no laboratório da ANE em Xai-xai com base na metodologia recomendada pelas normas Brasileiras, que consistirão em: 3.2.1. Recolha de amostras A recolha das amostras será feita com objectivo de realizar os ensaios laboratoriais que vão permitir conhecer as características mecânicas do material que compõem o canal em estudo e essa será feita de acordo com especificações recomendadas pela NBR 6457. Serão retiradas amostras deformadas em locais diferentes do aterro, sendo que antes de iniciar com a retirada será feita uma limpeza da área usando enxada, em que essa limpeza vai consistir na retirada da vegetação superficial ou qualquer impureza que seja estranha ao solo. Mapa 2: Vista de cima do canal captada no Google Earth, Autor (2022). 29 3.2.2. Análise da granulometria e humidade do solo Análise granulométrica consiste em processos que visam estudar as dimensões e distribuição dos grãos do solo, ou seja, consiste em determinar as dimensões das partículas do solo e suas percentagens. Esse ensaio será realizado seguindo a metodologia recomendada pela NBR 7181:2016 que diz para correcta determinação da granulometria do solo deve se realizar dois ensaios, o de peneiramento para solos granulares (> 0.074mm), e o de sedimentação para os solos finos (siltes e argilas) (de sedimentação. Para o cálculo do índice da actividade da argila usar-se-a equação 4 e a equação 5 para determinar o índice de consistência. 𝐼𝐴 = 𝐼𝑃/(%𝑖 × 𝐿 = 10,643 × 𝐿 𝐷4,87 × 𝑄1,852 𝐶1,852 𝑄 = ⌊ (𝑖 × 𝐿) × 𝐷4,87 × 𝐶1,852 10,643 × 𝐿 ⌋ 𝑄 = [ 𝑖×𝐷4,87×𝐶1,852 10,643 ] 1 1,852 Equação 11 3.3.1. Velocidade e caudal do canal Para o cálculo da velocidade de escoamento (Equação 13) e caudal máximo admitido pelo canal usara-se o princípio de Manning Strickler (equação 12). Equação de Manning Strickler 𝑄 = 𝐾𝑠 × 𝐴 × 𝑅ℎ 2 3 × √𝑖 Equação 12 𝑉 = 𝑄 𝐴 Equação 13 Onde: 38 Q- Caudal Ks- Material de construção A – Areia do canal i – inclinação Longitudinal V- Velocidade de escoamento Para o cálculo da areia usara-se a equação 14: 𝐴 = (𝑚ℎ + 𝑏) × ℎ Equação 14 Onde: A- Areia Molhada m- Inclinação de talude h- altura da água b- Base Para o cálculo do perímetro molhado usara-se a equação 15: 𝑃𝑚 = 2ℎ + √1 + 𝑚2 + 𝑏 Equação 15 Onde: Pm- perímetro molhado h- altura da água m- inclinação de talude b- Base Para o cálculo do raio hidráulico usara-se a equação 16: 𝑅ℎ = [ 𝑚ℎ+𝑏×ℎ 2ℎ√1+𝑚2+𝑏 ] 2 3 Equação 16 Onde: 39 Rh- Raio Hidráulico m- inclinação de talude h- altura da água b- Base 3.3.2.Regime de escoamento Considerando o facto de se tratar de um conduto livre, o escoamento será classificado em função do numero de froude (equação 17), que relaciona a velocidade característica com a velocidade da onde gravitacional. 𝐹𝑟 = 𝑉 √𝑔×ℎ Equação 1 Onde: Fr- número de froude V - Velocidade característica (m/s); g - Aceleração gravidade (m/s2); h - Profundidade hidráulica (m). Figura 5: Medição das secções geometricas do canal, Autor (2023). 40 4.RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Classificação do solo do aterro É de extrema importância a caracterização e classificação geotécnica dos solos na área da engenharia para poder prever o comportamento mecânico, hidráulico, formas de ocorrência do mesmo, assim como a geometria das suas camadas (De Almeida, 2005). Sendo assim serão apresentados os resultados referentes aos parâmetros que se pretende analisar para avaliar o desempenho hidráulico do canal de regadio do baixo limpopo. 4.1.1. Humidade do Solo Depois da realização dos ensaios constatou-se que o solo que suporta o canal de rega do bloco de Magula tem uma humidade higroscópica de 36.73%. De acordo com (Pérez et al., 2019) solos com essa humidade apresentam uma permeabilidade baixa. 4.1.2. Granulometria dos solos A tabela abaixo mostra os resultados refentes ao ensaio de sedmentação. Ensaio de sedimentação SEDIMENTAÇÃO Densímetro Nr.32 Leitura Temperatura Correção Leitura Altura de % Que Passa Diâmetros Densímetro (Celsius) Corrigida Queda (cm) Amostra Total Partículas(mm) 30.0 26 -5.1 24.9 11.00 48.06 0.0562 28.8 26 -5.1 23.7 12.00 45.74 0.0415 28.3 26 -5.1 23.2 13.00 44.78 0.0306 27.5 26 -5.1 22.4 16.00 43.24 0.0240 27.0 26 -5.2 21.8 17.00 42.08 0.0175 26.4 26 -5.2 21.2 19.00 40.92 0.0135 25.8 25 -5.2 20.6 21.00 39.76 0.0100 25.4 25 -5.2 20.2 18.00 38.99 0.0066 24.3 26 -5.2 19.1 17.00 36.87 0.0032 22.9 26 -5.2 17.7 16.80 34.16 0.0013 Tabela 10: Ensaio de Sedimentação, Autor (2023). De acordo com os resultados obtidos no ensaio de sedimentação (tabela 10) constatou-se que maior percentagem do solo que suporta o canal em estudo é de argila e silte. Segundo o SUCS (sistema unificado de classificação de solos) (anexo K), estes solos recebem a 41 nomenclatura de CL-ML, que significa solos compostos por argila e silte de média a baixa plasticidade com limite de liquidez menor que 50%, com compressibilidade/expansão que varia de pequena a media e tem estabilidade boa na qualidade como aterro. Gráfico 1: Resultados granulometricos, Autor (2023) Em relação a uniformidade e graduação do solo, podemos observar com base no gráfico a cima a maioria dos grãos do solo possui aproximadamente o mesmo diâmetro e é composto por partículas finas de graduação uniforme (argila e silte ∅ ≤ 0.06). 4.1.3. Limites de consistência Segundo (Ruiz Rodríguez, 2013) os limites de Atterberg ou limites consistência do solo geralmente são utilizados para distinguir os estados de consistência de um solo fino ou seja a fracção fina de um solo mais grosso através de uma certa percentagem de teor de humidade que limita os dois estados. Foram obtidos os valores 43.8% para o limite de liquidez pelo método gráfico, 29% de consistência que corresponde ao limite de plasticidade, 14.8% para o índice de plasticidade que foi obtido pela diferença entre os limites de liquidez e plasticidade e 2% referente ao limite de retracção (tabela 11). Segundo (De Almeida, 2005)o solo que esta sobre o canal em estudoé classificado como de baixa plasticidade porque o valor do índice de plasticidade é menor que 15. De acordo com o mesmo autor estes solos são conhecidos também pela sua propriedade de serem coesivos, moldam-se com facilidade quando suficientemente húmidas e formam torrões muito difíceis de desagregar com os dedos quando secas. 42 Gráfico 2: Resultados do ensaio do limite de liquidez pelo método gráfico, Autor (2023). Limite de liquidez (LL) % 43.8 Limite de plasticidade (LP) % 29.0 Índice de plasticidade (IP) 14.8 Limite de retracção (LR) % 2.0 Tabela 11: Resumo dos resultados dos limites de consistência do solo (Autor, 2023). 4.1.3.1. Índice de consistência Considera se índice de consistência a capacidade de resistência que um solo tem quando submetido a esforços de compressão em função da humidade (Lino et al., 2015). O índice de consistência do solo que suporta o canal de rega do bloco de Magula é de 0.307 que foi obtido pela diferença entre o limite de liquidez e a humidade higroscópica divido pelo índice de plasticidade. Com base na classificação dos solos coesivos pode-se assumir que o solo que compõe o aterro do canal em estudo tem uma consistência mole porque seu valor de IC é maior que 0 e menor que 0.5 ou seja (03: Curva óptima para compactação, Autor (2023). Achar a humidade óptima de um solo onde em função do peso específico seco de um solo é um dos principais factores que deve ser considerado quando se pretende construir uma obra em solos moles porque o teor de humidade dita a resistência do solo ou seja vai prever o comportamento do mesmo ao receber a carga da estrutura antes assim como no seu período de vida útil. De acordo com os resultados da curva optima para compactação do solo em estudo (gráfico 3) o peso específico óptimo para compactação é de 1.680 gr/cm3 e a humidade óptima para compactação é de 18.4%. (SCHREINER and RODRIGUES, 2018), solos com humidade ajustada em função do peso específico seco geralmente são mais resistentes ao corte e quando sujeitas ao carregamento a variação da pressão é praticamente igual a zero. A resistência ao corte no solo depende fortemente do ajuste do teor de humidade em função do peso especifico seco ou seja quanto maior for o teor de humidade no solo menor será a resistência ao corte no solo ( Lehmkuhl and Abreu, 2021). Série1; 15,2; 1,592 Série1; 17,2; 1,668 Série1; 19,3; 1,677 Série1; 21,0; 1,637 Série1; 23,1; 1,534 y = -0,0074x2 + 0,2747x - 0,8785 R² = 0,9992 B A R ID A D E SE C A g r/ cm 3 TEOR HÚMIDADE % 45 4.1.5. Ensaio de CBR Nº de molde 10 6 2 Leitura inicial 10 10 10 Dia 1 10.2 10.5 10.3 Dia 2 10.6 10.9 10.5 Dia 3 10.7 10.9 10.5 Leitura final 10 10 10 Expansão (%) 0 0 0 Tabela 13:resultados da amostra da expansão do solo, Autor (2023). Feitas as leituras de expansão durante três dias (tabela 13), é possível observar com base na tabela acima que o valor de expansão é 0. De acordo com a norma DNIT- ES 138/2010 esse material obedece as especificações gerais para aplicação nas camadas de reforço do subleito e superiores também para camada de sub-base. Gráfico 4: Curva de Deformação x penetração, Autor (2023). 46 Após a realização do ensaio de CBR, constatou-se que a força máxima de ruptura solo é de 25.354KN numa superfície de deformação de 7.5mm (tabela 14), e a tensão máxima de compressão é dos 7.5mm foi de 3.38N/mm2. O índice de suporte do solo é de 0.0338% com uma deformação especifica de 3. Com base nos resultados do ensaio podemos afirmar a resistência do solo que constitui o aterro que suporta o canal em estudo é susceptível a variações com passar do tempo, principalmente em períodos chuvoso ou mesmo devido a infiltrações nas juntas do canal. Esse fato é explicado por Caputo (1998) que diz solos com diâmetro o mesmo diâmetro tem baixa resistência quando em contacto água e na sua ausência tornam-se rígidos. Tabela 14: Resultados obtidos nos ensaios de penetração, Autor (2023). É possível observar na tabela acima que os resultados de todas amostras ensaiadas apresentam o valor de CBR maior que 8%, segundo Rosestengel (2021) esse solo pode ser aplicado na construção de pisos, pavimento ou como aterro. Nº Molde 10 6 2 % Mod AASHTO 127,3 124,7 117,1 Penetração Leitura Corrig. Leitura Corrig. Leitura Corrig. 0,0 0 0 0 0,5 33 27 12 1,0 75 42 24 1,5 118 52 36 2,0 156 60 51 2.5* 194 194 68 68 65 65 3,0 227 76 71 3,5 260 85 79 4,0 292 94 83 4,5 322 103 90 5.0* 350 350 110 110 99 99 6,0 392 115 105 7,0 432 119 110 8,0 462 124 113 9,0 495 128 118 Factor do Anel 2.152KGF CBR 2.5mm=13.344KN 5.0mm=20.016KN 7.5mm=25.354KN 2,5mm * 30,7 10,8 10,3 5,0mm ** 36,9 11,6 10,4 % Compactação 100 98 95 CBR 2,5mm 10,7 10,6 10,4 CBR 5,0mm 10,8 10,7 10,5 47 4.2.Análise da estanqueidade 4.2.1.Caudal de entrada e de saída No cálculo do caudal no canal obteve-se um valor de 25m3/s (anexo F) que corresponde ao caudal de entrada ou seja ao caudal máximo, 19,776m3/s (anexo B) que corresponde ao somatório dos caudais nas 9 descargas para os hidrates e 5,224m3/s resultado da diferença entre os caudais de entrada e de saída. Segundo Coutinho (2019), o caudal máximo depende do tempo de retorno estimado e em função das necessidades do público-alvo em consonância com os riscos da obra, no caso do canal em estudo o caudal máximo foi definido considerando a área a irrigar, necessidades de rega dos hidrates, 4.2.2. Velocidade de escoamento No cálculo da velocidade de escoamento da água do canal de betão obteve-se 5,93m/s (anexo E). Segundo Coutinho (2019), Para garantir uma boa eficiência na distribuição assim como na manutenção nos canais de irrigação, a velocidade de escoamento deve estar entre mínimos e máximos estabelecidos de acordo com seu material de construção. De acordo com Carvalho (2009), uma velocidade de escoamento menor que o valor mínimo estabelecido pode causar a sedimentação do material dependendo da qualidade da água e um valor maior que o limite máximo estabelecido pode causar erosão nas paredes laterais assim como no fundo do canal, sendo assim, o valor da velocidade de escoamento deve estar acima do limite mínimo e abaixo do limite máximo estabelecido (Vmax> V> Vmin). 4.2.3. Regime de escoamento Após classificação do regime de escoamento obteve-se um valor de 1,70 (anexo G) que corresponde ao número de froude. Com base na classificação de escoamento para condutos livres, concluímos que a água do canal em estudo tem um regime supercrítico ou seja escoamento torrencial/rápido porque o número de froude é maior que 1 (Fr> 1). Segundo Bernardino (2005), uma declividade crítica menor que a declividade normal implica que a profundidade crítica do canal é maior que a profundidade normal e consequentemente a água terá um movimento torrencial, esse escoamento é caracterizado por ser rápido então partindo desse principio podemos afirmar que é bom para o canal em estudo porque não haverá araste de sedimentos e nem erosão nas paredes mas sim eficiência na distribuição de água. 48 4.3. Desempenho dos órgãos acessórios Os órgãos acessórios que canal de rega do bloco de Magula dispõe são as comportas de parede unidireccionais e vertedores simples de secção rectangular (anexo H). (de Sousa Meneses Filho and da Cunha Teixeira, 2022) definem vertedores como paredes ou aberturas onde o líquido escoa sobre elas com objectivo de controlar a vazão de escoamento do mesmo, essas paredes são construídas geralmente em canais de irrigação com forma geométrica definida. (Hercos, 2015) diz que as comportas de parede são aplicáveis para líquidos limpos ou carregados com sólidos e geralmente são utilizadas em estacões de tratamento de água, regadios, centrais hidroeléctricas e em condutas. No caso do canal em estudo as comportas foram instaladas em estruturas de betão através de ancoragem de expansão, tem uma dimensão de 1.10 x 1.10 e a função de regular o caudal no canal para garantir um fornecimento eficiente de água nas linhas de acordos com a calendarização de rega. 49 5.CONCLUSÃO Caracterização do aterro Maior percentagem do solo que suporta o canal em estudo é de argila e silte de média a baixa plasticidade com limite de liquidez menor que 50%, São solos que tem uma compressibilidade/expansão que varia de pequena a media e tem estabilidade boa ou regular na qualidade como aterro, moldam-se com facilidade quando suficientemente húmidas e formam torrões muito difíceis de desagregar com os dedos quando secas ou seja perdem facilmente sua propriedade de resistência quando tem contacto com água; Análise da estanqueidade Em relação