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Imunidade Anti-infecciosa Dayanne

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Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - CCBS
Curso de Graduação em Biologia Bacharel – 4° Período
Disciplina: Imunobiologia
Imunidade Anti-infecciosa
Mecanismos de evasão
Acadêmicos: Dayanne Alves Moreia
 Guilherme Silva
 Lauriane Fonseca
Montes Claros, 02 de novembro de 2015
Sabe-se que a infecção se refere a um tipo de invasão de organismos em hospedeiros através de agentes microscópicos que conseqüentemente se multiplicam no interior do mesmo. Dependendo do tipo de infecção, pode-se ou não causar alguma doença, cujos microrganismos que causam a doença, são denominados de patógenos.
Os microrganismos vão utilizar de diversas estratégias para escapar do sistema imune do hospedeiro e sobreviver no mesmo. Alguns desses mecanismos consistem em interferir nos sistemas efetores do hospedeiro, variar sua composição gênica, etc. 
Neste estudo entenderemos as principais características da imunidade contra os principais tipos de micro-organismos patogênicos, assim como os mecanismos que os micro-organismos utilizam para resistir às defesas do hospedeiro.
Imunidade Adaptativa a Bactérias
Imunidade Adaptativa às Bactérias Extracelulares
As respostas adaptativas no combate ás bactérias extracelulares envolvem principalmente a imunidade humoral. A função principal da imunidade humoral é defender contra as bactérias encapsuladas ricas em polissacarídeos. Esses polissacarídeos possuem inúmeros epítopos e atuam como antígenos T - independentes que iniciam a produção de anticorpos principalmente IgM, que é uma das principais responsáveis pela ativação do complemento pela via clássica. Outros mecanismos efetores usados pelos anticorpos no combate desses microrganismos infecciosos consistem na neutralização, opsonização e fagocitose. A neutralização é mediada por isotipos IgG e IgA de alta afinidade, a opsonização realizada por algumas subclasses de IgG. Os antígenos protéicos das bactérias extracelulares ativam também as células T CD4, que produzem citocinas que são capazes de estimular a formação de anticorpos, induzir inflamação local e acentuam as atividades fagocíticas e microbicidas dos macrófagos.
Evasão de Bactérias extracelulares
Alguns dos mecanismos utilizados por esses indivíduos para escaparem do sistema imune são: 
Inativação de produtos do complemento, o que causa a redução da atividade inflamatória das bactérias, além de impedir que o complemento se instale na membrana das mesmas, impedindo assim que sejam lisadas e mortas;
Formação de cápsulas ricas em polissacarídeos para resistir à fagocitose; Esta cápsula interfere na fagocitose inata ao tornar as bactérias escorregadias, reduzindo sua aderência aos fagócitos. Além de interferirem na cascata do complemento, visto que contêm resíduos de ácido siálico que provoca hidrólise e a inativação da C3b ligada;
Variação antigênica, que consiste na capacidade de alterar os antígenos, o que ajuda as bactérias a evadirem-se do ataque de anticorpos específicos;
Secreção de proteínas que clivam a região da dobradiça da IgA1, o que resulta em uma neutralização menos eficaz e diminui sua capacidade de se ligar as bactérias;
Varredura dos intermediários reativos do oxigênio, que consiste no escape feito em organismos que não conseguem eliminar determinados microrganismos na ausência de oxigênio.
E etc.
Imunidade Adaptativa às Bactérias Intracelulares
 Contra as bactérias intracelulares, a principal resposta imune protetora é mediada por células. A imunidade celular baseia-se em dois tipos de reações - ativação dos macrófagos pelos sinais do ligante CD40 e do INF- γ derivados das células T (CD4) e lise das células infectadas pelos linfócitos T citotóxicos (CD8).
Evasão de Bactérias intracelulares
 Os mecanismos utilizados por bactérias intracelulares para escapar ao sistema imunológico envolvem principalmente a interferência nos mecanismos fagocíticos e citotóxicos dos fagócitos. Assim atuam das seguintes formas:
Reagem e inativam as espécies de oxigênio reativo através de reações com glicolipídios fenólico presentes na superfície bacteriana;
Impedem a fusão entre fagossoma e lisossoma, através da secreção de cloreto de amônio;
Escapa dos fagossomas e cresce no citosol.
Imunidade Adaptativa aos Fungos
Pouco se conhece a respeito da imunidade adaptativa a fungos. Por isso, acredita-se que as respostas imunes a esses microrganismos são em sua maioria uma combinação das respostas às bactérias extra e intracelulares.
O mecanismo da imunidade adquirida contra a infecção fúngica é mediada por células. Um exemplo seria as células T CD4 e T CD8 que cooperam para eliminar os levedos do Cryptococcusneoformans, que tende a colonizar os pulmões e cérebro de hospedeiros imunodeficientes. Presume-se também que os linfócitos T liberam linfocinas que induzem a destruição dos fungos pelos macrófagos.
Evasão dos Fungos
Os mecanismos de evasão dos fungos ao sistema imunológico incluem:
Produção de cápsula que inibem a fagocitose;
Sobrevida do microrganismo no interior de fagócitos através da eliminação das espécies de oxigênio reativo;
 E a liberação de produtos e antígenos fúngicos no sangue, sendo que estes antígenos ligam-se a anticorpos específicos tornando- os inacessíveis para ligar-se aos fungos;
Imunidade Adaptativa aos Parasitas
As células responsáveis pelo controle da infecção podem mudar conforme o parasita e o estágio da infecção, também dependerá dos tipos de citocinas que serão produzidas.
Na resposta adaptativa aos protozoários, estão envolvidas tanto a imunidade humoral quanto a imunidade celular. O anticorpo é considerado a parte mais importante da resposta imune contra aqueles parasitas que vivem na circulação sanguínea. Os mecanismos pelos quais os anticorpos podem controlar as infecções parasitárias são as seguintes:
 O anticorpo pode agir diretamente sobre os protozoários, danificando-os por sua própria ação ou pela ativação do sistema do complemento;
 O anticorpo pode neutralizar o parasita diretamente, bloqueando sua fixação a uma nova célula hospedeira;
 O anticorpo pode potencializar a fagocitose mediada pelos macrófagos. A fagocitose pode ser mediada ainda pela adição do complemento.
 O anticorpo está também envolvido na citotoxidade anticorpo-dependente. As células citotóxicas, assim como macrófagos, neutrófilos e eosinófilos, aderem aos vermes revestidos com anticorpos através dos receptores para Fc e C3 e promovem uma exocitose em aposição aos parasitas.
A imunidade mediada por células é ativada contra aqueles parasitas que se fixam nos tecidos. Os peptídeos derivados desses protozoários, apresentados em acordo com as moléculas MHC de classe II pelas células fagocíticas, tendem a ativar predominantemente as células T CD4 do subgrupo Th1. As células Th1 produzem e secretam IFN- γ e TNF- α e TNF- β, que ativam os mecanismos de destruição dos fagócitos. Os fagócitos ativados são melhores na destruição de protozoários fagocitados. Em algumas infecções parasitárias, o sistema imune não consegue eliminar o parasita completamente e, para diminuir o dano, o organismo envolve o parasita em uma cápsula de células inflamatórias. O hospedeiro reage ao antígeno liberado localmente, que estimula a liberação de citocinas, que por sua vez recrutam as células de defesa para o local ativado.
As células T em juntamente com macrófagos, produzem citocinas que vão induzir a proliferação de células secretoras de mucina no epitélio intestinal, com consequente formação de muco. O muco recobre os vermes resulta em sua expulsão do intestino.
Evasão dos Parasitas
Os parasitas (protozoários e vermes) desenvolveram vários mecanismos de escape. Tais estratégias incluem:
Encobrimento, que consiste na ocultação desse parasita no interior dos eritrócitos do hospedeiro para sobreviverem e multiplicarem-se. Certos parasitas sobrevivem nos fagolisossomas dos macrófagos, em virtude
de apresentar um revestimento de lipofosfoglicano que os protegem da digestão por proteases e que elimina os produtos da explosão oxidativa; 
Mascaramento doa antígenos, ou seja, alguns parasitas ficam recobertos por glicolipídios e glicoproteínas do hospedeiro não sendo, portanto, reconhecidos como estranhos pelo sistema imunológico;
Produção de componentes de superfície que limitam a ação da cascata do complemento;
Secreção de proteases que clivam moléculas de anticorpos ligados, escapando de todas as funções efetoras mediadas por anticorpos;
Variação dos antígenos da superfície de suas membranas, mudando assim os seus receptores, dificultando seu reconhecimento pelo sistema imunológico;
Emissão de antígenos de superfície que se ligam a anticorpos específicos, desviando a ligação dos anticorpos aos parasitas;
Imunossupressão que consiste na redução das funções imunológicas, interferindo na produção de citocinas ou produzindo citocinas imunossupressoras. Além disso, a emissão de grandes quantidades de antígenos de superfície pelos parasitas pode sobrecarregar os fagócitos, comprometendo a resposta imunológica contra outros antígenos.
Imunidade Adaptativa aos Vírus
A resposta adaptativa aos vírus envolve tanto a imunidade humoral quanto a imunidade celular. A imunidade humoral predomina no início das infecções virais até que o vírus penetre nas células do hospedeiro. A imunidade Celular forma a principal defesa contra vírus que já infectaram células do hospedeiro.
No inicio das infecções virais, os anticorpos se ligam a receptores de fixação virais ou a componentes virais importantes para a fusão do envelope viral com a membrana celular do hospedeiro, neutralizando o vírus, impedindo sua entrada e infecção das células. A ativação da via clássica do complemento, a partir do anticorpo ligado ao antígeno viral, também é um potente meio para lisar o vírus.
Depois de os vírus terem entrado no interior das células do hospedeiro, as células T CD8 se ligam a peptídeos virais apresentados associados a moléculas de MHC de classe 1 sobre as células infectadas, matando-as. As células T CD4 também participam na resposta imunológica contra vírus, proporcionando um auxílio de contato e um auxílio de citocinas para as células B vírus-específicos e as células T CD8.
A ADCC por células NK e por macrófagos também ajuda a eliminar as células do hospedeiro infectadas por vírus, particularmente no caso dos vírus envelopados que exigem antígenos virais intactos sobre a superfície da célula hospedeira durante o processo de brotamento. 
Evasão dos Vírus
Os mecanismos utilizados pelos vírus para escaparem das defesas imunológicas consistem em:
Produção de substâncias que interferem no estado antiviral induzidos por interferons;
Produção de proteínas que interferem na ação da cascata do complemento através de sua ligação aos fragmentos C3b ou C4b do complemento;
Infecção direta de fagócitos ou linfócitos, resultando em imunossupressão por lise das células infectadas do hospedeiro ou alteração de suas funções;
Produção de proteínas semelhantes a citocinas (denominadas vírocinas), que interferem na produção de citocinas pelas células T auxiliares;
Regulação negativa da expressão do MHC de classe 1, sobre a superfície das células do hospedeiro;
Estabelecimento de latência, que consiste em passar despercebido e poder ficar ali por muito tempo sem ser percebido.
Referências Bibliograficas
Abul K. Abbas, Andrew H. Lichtman. Imunologia Celular e Molecular. Sexta Edição. Rio de Janeiro. Elsevier.2008
Charles A. Janeway, Jr., Paul Travers, Mark Walport, Mark J. Imunobiologia. Sexta Edição. 2006
ROITT, Ivan Maurice. BROSTOFF, Jonathan. MALE, David. Imonulogia.5ª ed. 1999.

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