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MATERIAL COMPLEMENTAR -
ARTIGOS MENCIONADOS EM 
SALA DE AULA
Teoria Geral do Processo
• P. do Devido Processo Legal ou P. da
Legalidade: ART. 5º, LIV, CF/88 -
ninguém será privado da liberdade ou de
seus bens sem o devido processo legal;
• P. do acesso à justiça ou P. da
Inafastabilidade da Jurisdição: ART. 5º,
XXXV, CF/88 - a lei não excluirá da
apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito;
• P. do acesso à justiça ou P. da
Inafastabilidade da Jurisdição: ART 3º,
CAPUT, CPC: Não se excluirá da
apreciação jurisdicional ameaça ou lesão
a direito.
• P. do Contraditório e da Ampla Defesa:
ART. 5º, LV - aos litigantes, em processo
judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes;
Vou estudar
• P. do Contraditório e da Ampla Defesa: Art. 9º, CPC: Não se proferirá decisão
contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
• Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
• I - à tutela provisória de urgência;
• II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III ;
• III - à decisão prevista no art. 701 .
• P. da Não-Surpresa: Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição,
com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes
oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva
decidir de ofício.
• P. da Duração Razoável do processo: ART. 5º, LXXVIII, CF/88 - a todos, no âmbito
judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios
que garantam a celeridade de sua tramitação.
• P. da Duração Razoável do processo: Art. 4º, CPC: As partes têm o direito de obter
em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
• P. da Isonomia: ART. 5º, CAPUT, CF/88: Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
• I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição;
• P. da Isonomia: Art. 7º, CPC: É assegurada às partes paridade de tratamento em
relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos
ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar
pelo efetivo contraditório.
• P. do Juiz Natural: ART. 5º, LIII, CF/88 - ninguém será processado nem sentenciado
senão pela autoridade competente; e ART. 5º, XXXVII, CF/88 - não haverá juízo ou
tribunal de exceção;
• P. da Publicidade: ART. 5º, LX, CF/88 - a lei só poderá restringir a publicidade dos
atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
• P. da Motivação das Decisões Judiciais: ART. 90, X, CF/88:X as decisões
administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as
disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;
• P. da Publicidade: Art. 11, CPC: Todos os julgamentos dos órgãos do Poder
Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
• Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença
somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério
Público.
• P. da Publicidade: Art. 189, CPC. Os atos processuais são públicos, todavia
tramitam em segredo de justiça os processos:
• I - em que o exija o interesse público ou social;
• II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união
estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
• III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
• IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral,
desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o
juízo.
• P. da Motivação das decisões judiciais: ART. 489, § 1º, CPC: Não se considera
fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou
acórdão, que:
• I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem
explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
• II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de
sua incidência no caso;
• III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
• IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese,
infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
• V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta
àqueles fundamentos;
• VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado
pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a
superação do entendimento.
Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir
sentença ou acórdão. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
§ 1º A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública em
cartório e na rede mundial de computadores.
§ 2º Estão excluídos da regra do caput :
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido;
II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos;
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas;
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932 ;
V - o julgamento de embargos de declaração;
VI - o julgamento de agravo interno;
VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça;
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal;
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada.
§ 3º Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências legais.
§ 4º Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1º, o requerimento formulado pela parte não altera a ordem
cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em
diligência.
§ 5º Decidido o requerimento previsto no § 4º, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se
encontrava na lista.
§ 6º Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1º ou, conforme o caso, no § 3º, o processo que:
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de
complementação da instrução;
II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II .
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art485
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art932
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art1040
A JURISDIÇÃO E A COMPETÊNCIA
• Se a jurisdição é uma manifestação do poder do Estado, é evidente que ela assumirá objetivos
distintos conforme o tipo de Estado e sua finalidade essencial. Em outras palavras, a jurisdição
refletirá fins sociais, políticos e propriamente jurídicos, de acordo com a natureza do Estado cujo
poder ela expressa.
• Considerando que o Estado brasileiro está constitucionalmente comprometido com a construção de
uma sociedade livre, justa e solidária, com a erradicação da pobreza e da marginalização, a redução
das desigualdades sociais e regionais, bem como com a promoção do bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade ou qualquer outra forma de discriminação (art. 3.º
da Constituição Federal), os fins da jurisdiçãodevem necessariamente refletir tais princípios.
Assim, ao aplicar uma norma ou ao fazê-la produzir efeitos concretos, a jurisdição reafirma o
direito material, o qual, por sua vez, deve estar em consonância com as normas constitucionais que
revelam os fundamentos e preocupações básicas do Estado.
• Para exercer a função jurisdicional, o Estado precisa de uma estrutura composta por múltiplos
juízes, juízos e tribunais, especialmente em um país com a extensão territorial do Brasil. Para que
a justiça possa ser organizada e efetivamente exercida, torna-se necessário agrupar e classificar os
inúmeros litígios concretos, com base em elementos comuns – seja em razão da matéria, da
natureza dos processos ou das pessoas envolvidas. A função jurisdicional, portanto, é organizada
segundo esses critérios, que definem a distribuição das competências.
A JURISDIÇÃO E A COMPETÊNCIA
• No Brasil, a Constituição Federal estabelece as diversas "justiças", ou seja, os ramos
do Poder Judiciário compostos por órgãos responsáveis por determinados tipos de
litígios. Assim, fala-se em Justiça do Trabalho (arts. 111 a 116), Justiça Eleitoral
(arts. 118 a 121), Justiça Militar (arts. 122 a 124), Justiça Federal (arts. 106 a 110) e
Justiça Estadual (arts. 125 e 126). A competência de cada uma dessas justiças é, em
regra, delimitada por critérios constitucionais. Por exclusão, o que não se enquadra
nas competências das justiças especializadas – do Trabalho, Eleitoral e Militar – é
atribuído à Justiça Comum. E, ainda dentro da Justiça Comum, aquilo que não for da
competência da Justiça Federal (arts. 108 e 109) será da competência da Justiça
Estadual.
• A Constituição Federal, após tratar das justiças especializadas e da Justiça Federal,
determina em seu art. 125, caput, que “os Estados organizarão sua Justiça”,
observados os princípios nela estabelecidos. A partir disso, surgem outros conjuntos
normativos – as Constituições Estaduais e as leis de organização judiciária dos
Estados – que estruturam as Justiças Estaduais, definindo a distribuição interna de
competências e estabelecendo o desenho institucional desses órgãos.
A JURISDIÇÃO E A COMPETÊNCIA
• A Constituição também prevê a existência do Supremo Tribunal Federal (arts. 101 a 103) e do
Superior Tribunal de Justiça (arts. 104 e 105). As competências dessas Cortes estão
disciplinadas, respectivamente, nos artigos 102 e 105 da Constituição. Quando a Constituição
atribui a esses tribunais competências originárias, retira determinadas causas da apreciação
de todas as demais justiças. Por essa razão, tais tribunais são considerados órgãos de
superposição, pois não integram nenhuma das justiças especializadas ou comuns, assumindo
papel próprio e independente dentro da estrutura do Poder Judiciário.
• Competência e jurisdição não são a mesma coisa.
• A jurisdição é o poder do Estado de resolver conflitos. É como se o Estado dissesse: "eu posso
julgar e decidir esse problema". Esse poder é exercido pelos juízes, que representam o Estado
quando aplicam a lei em um caso concreto.
• A competência, por outro lado, é a parte da jurisdição que cada juiz ou tribunal pode exercer.
Em outras palavras, é a regra que diz qual juiz pode julgar qual tipo de caso. Por exemplo,
um juiz do trabalho só pode julgar causas trabalhistas, e não causas criminais ou de família.
Ele tem o poder de julgar (jurisdição), mas só pode usar esse poder nos casos que a lei diz que
ele pode (competência).
A JURISDIÇÃO E A COMPETÊNCIA
• Parte da doutrina processualista afirma que a competência é a “medida” da
jurisdição, mas, para outros autores, isso pode confundir. Não é como se o juiz
tivesse “mais ou menos” jurisdição, como se fosse uma quantidade. O que existe são
limites definidos pela lei, que dizem quem pode julgar o quê.
• Por isso, é melhor entender a competência como a autorização legal para o juiz usar
o poder de julgar em um caso específico. Se ele julga algo fora da sua competência, a
decisão pode ser anulada, porque ele não tinha permissão para atuar naquele caso.
QUADRO-RESUMO
• O artigo 92 da Constituição Federal de 1988 define quais são os órgãos que integram
o Poder Judiciário no Brasil. Ou seja, ele lista e organiza os componentes formais do
Judiciário, desde os tribunais superiores até os juízes de primeira instância.
• Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)
II - o Superior Tribunal de Justiça;
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 92, de 2016)
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios
OS ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO
OS ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO
 Sobre a independência e autonomia do Poder Judiciário: independência
política e jurídica dos juízes
• Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e
financeira.
§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos
limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de
diretrizes orçamentárias.
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais
interessados, compete:
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e
dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos
Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos
tribunais
 Sobre a independência e autonomia do Poder Judiciário:
• Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de
exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do
tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença
judicial transitada em julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art.
93, VIII;
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI,
39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de
magistério;
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas
físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em
lei; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de
decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou
exoneração.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art1
• Entendida a diferença entre jurisdição (o poder de julgar) e competência
(a autorização legal para julgar certos casos), e compreendida a
estrutura do Poder Judiciário, que é independente e autônomo, é
importante também saber diferenciar dois conceitos que costumam
causar confusão: foro e juízo.
• O foro é a divisão territorial da Justiça. Ele indica o lugar geográfico
onde a ação deve ser proposta. Por exemplo: quando se diz que o foro
competente é o da cidade de Belo Horizonte, isso quer dizer que o
processo deve tramitar na comarca de Belo Horizonte. O foro, portanto,
tem a ver com território.
FORO X JUÍZO
• Já o juízo é o órgão judicial específico que vai julgar aquele processo dentro do foro
indicado. É o cartório e a vara onde o processo será distribuído. Por exemplo: no
foro de Belo Horizonte, pode haver várias varas cíveis – Juízo da 1ª Vara Cível, da 2ª
Vara Cível, e assim por diante.
FORO X JUÍZO
A busca do “juízo competente” deve seguir os
seguintes passos, na perspectiva
constitucional:
(a) trata-se de caso a ser julgado pela justiçabrasileira?;
(b) se positiva a resposta, aquele caso é
reservado originariamente para algum Tribunal
Superior?;
(c) trata-se de caso afeto a um órgão
jurisdicional “especial”?;
(d) a competência é do Tribunal Regional
Federal?;
(e) a competência é da justiça federal?;
(f) com a resposta negativa à última
questão, ainda é o caso de verificar se
a Constituição do Estado prevê alguma
regra de competência diferenciada
para seu Tribunal de Justiça ou, em se
tratando de caso relacionado à justiça
do Distrito Federal e Territórios, se a
competência é originária do respectivo
Tribunal de Justiça; e
(g) não havendo nenhuma regra
constitucional, a competência é da
justiça estadual de primeira instância?
COMO SE DEFINE O JUÍZO COMPETENTE 
À LUZ DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL?
Logo, para apurar onde determinada
demanda deve ocorrer, será indispensável
consultar:
■ a Constituição Federal, para verificar se
não se trata de competência originária dos
Tribunais Superiores, bem como para
identificar se a competência é de alguma
das justiças especiais, da Justiça Federal
comum ou da Justiça Estadual comum;
■ a lei federal (em regra, o CPC ou
eventual legislação específica, para
determinadas ações), para apurar o foro
competente;
■ a lei estadual de organização judiciária,
quando for necessário, dentro de
determinado foro, apurar qual o juízo
competente.
A QUESTÃO DA JUSTIÇA BRASILEIRA
• Existem questões que podem ser examinadas pela Justiça brasileira – para as quais
ela possui jurisdição – e outras que, em regra, não podem, por não dizerem respeito
ao nosso ordenamento. Compete às leis estabelecer o que está no âmbito da nossa
jurisdição e o que está fora dela. Não há um organismo multinacional ou universal
que defina o que cada país pode ou não julgar. Assim, cabe à legislação de cada
Estado estabelecer os limites de sua jurisdição.
• Há questões que não convém serem julgadas aqui, seja por não apresentarem
relação com o Brasil, seja porque, ainda que o julgamento ocorresse, não haveria
meios de impor o cumprimento da decisão.
• O Código de Processo Civil enumera as causas que estão sob jurisdição nacional, ou
seja, que podem ser julgadas pela Justiça brasileira. Ao fazê-lo, permite-se, por
exclusão, identificar aquelas que não o estão.
A QUESTÃO DA JUSTIÇA BRASILEIRA
• São três os artigos do Código de Processo Civil que tratam da
jurisdição nacional e enumeram as ações que podem ser propostas no
Brasil: os artigos 21, 22 e 23. Os dois primeiros indicam as hipóteses
de jurisdição nacional concorrente, enquanto o terceiro trata da
jurisdição exclusiva.
• Jurisdição Concorrente – (Artigos 21 e 22 do CPC/2015)
Esses dispositivos elencam as hipóteses em que a lei atribui
competência à Justiça brasileira, sem excluir a possibilidade de que a
mesma matéria seja apreciada pela Justiça estrangeira. Ou seja, trata-
se de ações que, se propostas no Brasil, poderão ser conhecidas e
julgadas. Contudo, também se admite que a Justiça estrangeira profira
decisão sobre o mesmo assunto, a qual poderá produzir efeitos no
Brasil desde que seja homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.
A QUESTÃO DA JUSTIÇA BRASILEIRA
• Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar
as ações em que:
I. o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade,estiver
domiciliado no Brasil;
II. no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III. o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
• Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se
domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver
agência, filial ou sucursal.
A QUESTÃO DA JUSTIÇA BRASILEIRA
• O inciso I do art. 21 mencionado no slide anterior é autoexplicativo na
sua redação, mas é bom lembrar o seguinte: ainda que a ação tenha
vários réus, sendo um deles domiciliado no Brasil, pode a ação ser
proposta em território nacional.
• Na hipótese do inciso II do mesmo artigo, a jurisdição será da
autoridade brasileira, ainda que o réu seja estrangeiro e esteja
domiciliado no exterior. Trata-se de hipótese relevante para o direito
contratual, por exemplo.
• Quanto ao inciso III, observa-se que é uma hipótese de grande
relevância para as questões de responsabilidade civil. Se um
estrangeiro, que tem domicílio no exterior, vem passar alguns dias no
Brasil e aqui pratica um ato ilícito, do qual resultam danos, a ação
indenizatória poderá ser processada e julgada no Brasil.
A QUESTÃO DA JUSTIÇA BRASILEIRA
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e
julgar as ações:
I - de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou
propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios
econômicos;
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver
domicílio ou residência no Brasil;
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à
jurisdição nacional.
A QUESTÃO DA JUSTIÇA BRASILEIRA
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de
qualquer outra:
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de
testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no
Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira
ou tenha domicílio fora do território nacional;
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável,
proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja
de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território
nacional.
A QUESTÃO DA JUSTIÇA BRASILEIRA
Qual a diferença entre as hipóteses previstas no art. 23 do CPC e as dos
artigos 21 e 22, que tratam da jurisdição concorrente?
É que, vindo à homologação uma decisão estrangeira, o Superior
Tribunal de Justiça poderá concedê-la, preenchidos os requisitos, nas
hipóteses dos arts. 21 e 22. Mas jamais poderá fazê-lo em relação às do
art. 23, porque só a justiça brasileira está autorizada a julgar ações
sobre tais assuntos. Uma decisão estrangeira que verse sobre qualquer
deles estará fadada a ser permanentemente ineficaz no Brasil, já que
nunca poderá ser homologada.
COMPETÊNCIA 
CONCORRENTE 
X 
COMPETÊNCIA EXCLUSIVA
A QUESTÃO DA LITISPENDÊNCIA 
INTERNACIONAL
• Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não
obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe
são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e
acordos bilaterais em vigor no Brasil.
• Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a
homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos
no Brasil.
• O art. 24 do CPC (acima transcrito) trata de uma questão muito importante no
Direito Internacional Privado processual: a possibilidade de coexistência de
processos sobre a mesma causa em países diferentes, especialmente entre o Brasil e
tribunais estrangeiros.
• Em outras palavras...
A QUESTÃO DA LITISPENDÊNCIA 
INTERNACIONAL
• Caput do art. 24 – Processos simultâneos no Brasil e no exterior
“A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que 
a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas 
(...).”
Significado: Se uma ação já estiver tramitando no exterior, isso não impede que uma ação sobre
o mesmo assunto seja ajuizada no Brasil. Ou seja, não há litispendência internacional
automática no Brasil.
• 🔍 Litispendência, no processo civil brasileiro, ocorre quando há a mesma ação, com as
mesmas partes, causa de pedir e pedido tramitando em dois juízos – mas isso só vale entre
juízos brasileiros. O fato de haver uma ação igual no exterior não trava o andamento do
processo no Brasil.
Exceção:
• Tratados e acordos internacionais em vigor no Brasil podem prever o contrário. Ex: tratados
de cooperação judiciária entre países, que determinemsuspensão da ação no Brasil enquanto
tramita o processo no país estrangeiro.
A QUESTÃO DA LITISPENDÊNCIA 
INTERNACIONAL
• Parágrafo único do art. 24 – Homologação de sentença estrangeira
“A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de
sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.”
• Significado: mesmo que já exista um processo sobre o mesmo assunto tramitando no Brasil, a
sentença estrangeira pode ser homologada no STJ (Superior Tribunal de Justiça), se for
necessária para produzir efeitos aqui. Ou seja, o Brasil não exige exclusividade de jurisdição
para reconhecer uma sentença vinda de fora.
 Aplicação prática: Imagine que uma pessoa divorciada no exterior deseje que essa sentença
produza efeitos no Brasil (ex: para alterar o estado civil no registro civil brasileiro). Mesmo que
exista aqui uma ação de divórcio ainda tramitando, o STJ pode homologar a sentença
estrangeira para produzir seus efeitos.
ENTENDIDO ATÉ AQUI? 
NORMAS GERAIS SOBRE 
COMPETÊNCIA NO PROCESSO CIVIL
• O sistema jurídico brasileiro define a competência por meio de três fundamentos centrais:
juiz natural, perpetuação da competência e competência sobre a própria competência. Esses
pilares orientam toda a aplicação das regras específicas previstas no CPC.
• Regra da aplicação do Princípio do Juiz Natural
• Como já visto em princípios, o juiz natural é a garantia de imparcialidade e legalidade na
escolha do juízo competente. Isso significa que o juiz que julgar um caso deve ser
previamente definido por critérios abstratos, legais e anteriores ao conflito, conforme
previsto na Constituição (art. 5º, XXXVII e LIII).
• A lei deve fixar, de maneira geral e antecipada, os critérios de competência. Assim, é vedado
instituir juízos de exceção ou “escolher” o juiz após o surgimento da demanda. O art. 16 e o
art. 42 do CPC reforçam esse princípio ao estabelecer que a jurisdição será exercida pelos
juízes dentro dos limites legais.
• Embora a regra seja de rigidez e previsão legal, o CPC admite certa flexibilidade em nome da
eficiência e da isonomia, como nas hipóteses de cooperação judiciária (art. 69, §§ 2º e 3º -
matéria do 4º período) ou reunião de processos para evitar decisões contraditórias (art. 55, §
3º). No entanto, essa flexibilização nunca pode comprometer a imparcialidade do juiz.
NORMAS GERAIS SOBRE 
COMPETÊNCIA NO PROCESSO CIVIL
• Regra da Perpetuação da Competência – Perpetuatio Jurisdiciones
• Segundo essa regra, a competência do juízo é fixada no momento do ajuizamento da
ação, conforme disposto no art. 43 do CPC. Ou seja, uma vez proposta a demanda e
distribuída ao juízo competente, eventuais mudanças posteriores nos fatos ou na lei,
em regra, não alteram essa competência.
Exemplos de mudanças irrelevantes incluem:
 mudança de domicílio das partes,
 alteração no valor da causa,
 modificação dos limites territoriais.
• Contudo, há exceções:
 Quando o órgão jurisdicional for extinto, a causa deve ser redistribuída.
 Quando houver modificação de competência absoluta (geralmente de
matéria ou função), ocorre a chamada incompetência superveniente.
NORMAS GERAIS SOBRE 
COMPETÊNCIA NO PROCESSO CIVIL
• Nas hipóteses mencionadas nos slides anteriores, o juiz deve reconhecer de ofício a
nova competência e encaminhar os autos ao juízo competente. Os atos já praticados
continuam válidos, mas decisões posteriores à incompetência são nulas.
• Também são exceções (estas abaixo não são objeto dos nossos estudos):
 Federalização da causa por violação de direitos humanos (art. 109, § 5º,
CF),
 Atos concertados entre juízes cooperantes (art. 69, IV),
 Incidente de assunção de competência (art. 947) ou de resolução de
demandas repetitivas (art. 976 e seguintes).
NORMAS GERAIS SOBRE 
COMPETÊNCIA NO PROCESSO CIVIL
• Regra da Competência sobre a Própria Competência
• Essa regra estabelece que todo juiz tem o poder de decidir, em um primeiro
momento, se é ou não competente para julgar a causa – é o princípio conhecido
como Kompetenz-Kompetenz.
• Esse poder decorre do fato de que a competência é um dos pressupostos processuais
básicos. O juiz analisa essa questão preliminarmente, mas sua decisão não vincula
outros juízos que venham a apreciar a mesma matéria. Em caso de divergência entre
juízes sobre quem deve julgar a causa, recorre-se ao conflito de competência,
incidente processual específico para solucionar essa disputa.
CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO DE 
COMPETÊNCIA
• A competência define qual órgão jurisdicional é responsável por julgar determinada
causa. No processo civil brasileiro, a definição da competência ocorre a partir de
critérios legais, que podem ser absolutos ou relativos.
1. Critério Objetivo (Ratione Materiae)
Refere-se à natureza da causa, ou seja, o assunto tratado no
processo.
Exemplo: ações trabalhistas → Justiça do Trabalho.
Ações familiarista  Justiça Comum, Vara das Famílias
2. Valor da Causa (Ratione Valoris)
Leva em conta o montante econômico envolvido.
Exemplo: Juizado Especial Cível → causas até 40 salários
mínimos.
CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO DE 
COMPETÊNCIA
3. Critério Territorial (Ratione Loci)
Considera o local da demanda, geralmente o domicílio do réu ou o 
lugar do fato.
Exemplo: ação cível proposta no foro do réu.
4. Critério Funcional e abrange Pessoa
Refere-se à função exercida pelo órgão jurisdicional: julgamento em 1ª
instância, recurso, execução, etc. O critério em razão da pessoa,
considera quem estará vinculado na ação.
Exemplo: juiz de 1º grau julga a ação, tribunal julga a apelação.
COMPETÊNCIA ABSOLUTA E 
RELATIVA
• Como já vimos, competência é o limite dentro do qual cada órgão do Poder
Judiciário pode exercer a jurisdição. Define quem julga o quê, onde, e em que fase
do processo.
• No sistema processual brasileiro, a competência não se limita apenas aos critérios
que determinam quem julga o quê, mas também envolve dois regimes jurídicos
distintos: o da competência absoluta e o da competência relativa.
• Esses regimes definem o grau de rigidez das regras de competência, de acordo com
o interesse protegido — seja o da organização da justiça ou o das partes envolvidas
no litígio. O Código de Processo Civil admite quatro (cinco) critérios principais de
fixação da competência: matéria, função (e pessoa), valor da causa e território.
• No entanto, eles não se comportam todos da mesma forma. Dois desses critérios — o
material e o funcional (e pessoa) (FM)— geram competência absoluta. Os demais —
valor da causa e território (TV) —, via de regra, originam competência relativa.
COMPETÊNCIA ABSOLUTA E 
RELATIVA
• A competência absoluta é aquela fixada no interesse da administração da justiça, ou seja,
visa à correta estruturação e organização do Poder Judiciário. Por essa razão, ela é
considerada cogente, ou seja, não pode ser modificada pelas partes, nem mesmo por
convenção contratual.
• Ela decorre, principalmente: Da matéria (ex: ações trabalhistas → Justiça do Trabalho),
Da função jurisdicional (ex: juiz de 1º grau julga o mérito; tribunal julga o recurso) e Da
pessoa.
• Embora a regra seja de rigidez, o próprio CPC admite exceções.
• Há situações em que a competência territorial — geralmente relativa — torna-se
absoluta. É o caso das ações possessórias e outras que envolvam direitos reais sobre
imóveis, quando a lei exige que a ação seja ajuizada no foro da situação da coisa (art. 47,
§§ 1º e 2º do CPC). Nesses casos, a competência territorial se comporta como se fosse
funcional, exigindo que o juiz da situação do imóvel atue, dada a melhor eficiência que se
espera do julgamento no local do bem. Por fim, vale destacar que a incompetência
absoluta pode ser reconhecida a qualquer tempo e grau de jurisdição, inclusive na
preliminar de contestação ou de ofício pelo juiz, e que sua violação pode gerar nulidade
absoluta do processo.
• A sentença proferida por juiz absolutamente incompetente é considerada vício grave,
inclusive autorizando a ação rescisória, conforme art.966, II, do CPC.
COMPETÊNCIA ABSOLUTA E 
RELATIVA
• A competência relativa, por sua vez, é fixada em benefício das partes, com o objetivo
de facilitar o acesso à justiça.
• Por isso, pode ser modificada por convenção — é o que se chama de foro de eleição
— ou por falta de impugnação no momento processual adequado, caso em que ocorre
a chamada prorrogação da competência.
• São critérios que, em regra, geram competência relativa:
Valor da causa, que pode justificar, por exemplo, a escolha de um juizado
especial (embora esse caso específico represente uma exceção, pois a
competência do JEF é absoluta);
Território, normalmente definido pelo domicílio do réu ou pelo local do fato,
mas disponível às partes.
• O foro de eleição, contudo, deve obedecer a certos requisitos: deve constar de
instrumento escrito, relacionar-se com o negócio jurídico e ter pertinência com o
domicílio de uma das partes ou com o local da obrigação. Fora disso, a cláusula pode
ser considerada abusiva e, nesses casos, ser declarada nula de ofício pelo juiz,
principalmente em contratos de consumo (art. 63, §§ 3º a 5º).
COMPETÊNCIA ABSOLUTA E 
RELATIVA
• A diferença entre os regimes de competência também se revela no modo como a
incompetência deve ser alegada e nas consequências processuais da sua violação:
• A incompetência absoluta pode ser reconhecida a qualquer tempo, inclusive em
preliminar de contestação ou de ofício, e sua alegação não se sujeita à preclusão. Se
reconhecida, o processo deve ser remetido ao juízo competente, e os atos anteriores
podem ser validados ou não, conforme decisão do novo juízo (art. 64, § 4º).
• A incompetência relativa, ao contrário, deve ser alegada pela parte interessada, em
preliminar de contestação (art. 64), sob pena de preclusão. Caso não o faça, o juiz
inicialmente incompetente passa a ser considerado competente para o caso — o que
se chama de prorrogação da competência (art. 65).
• Essa prorrogação pode ocorrer de forma expressa (via acordo entre as partes) ou
tácita (por inércia do réu), e também se verifica em situações de vis attractiva, como
nos casos de falência e recuperação judicial, em que o juízo universal atrai outras
demandas conexas à massa falida.
COMPETÊNCIA ABSOLUTA E 
RELATIVA
• Como já mencionado, a violação à competência absoluta gera nulidade processual, e
os atos decisórios podem ser rescindidos por ação rescisória. Já a violação à
competência relativa não gera, por si só, nulidade. Se não houver alegação oportuna,
a decisão produzida pelo juiz relativamente incompetente é considerada válida e
eficaz.
• Em qualquer caso, reconhecida a incompetência, os autos devem ser encaminhados
ao juízo competente, mesmo que o processo tramite por meio digital. Se o novo juízo
não contar com sistema eletrônico, os autos devem ser impressos e encaminhados
fisicamente (art. 12, § 2º da Lei 11.419/2006).
COMPETÊNCIA ABSOLUTA E 
RELATIVA
DA INCOMPETÊNCIA E DO 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA
COMPETÊNCIA ABSOLUTA E 
RELATIVA
• Como já mencionado, a violação à competência absoluta gera nulidade processual, e
os atos decisórios podem ser rescindidos por ação rescisória. Já a violação à
competência relativa não gera, por si só, nulidade. Se não houver alegação oportuna,
a decisão produzida pelo juiz relativamente incompetente é considerada válida e
eficaz.
• Em qualquer caso, reconhecida a incompetência, os autos devem ser encaminhados
ao juízo competente, mesmo que o processo tramite por meio digital. Se o novo juízo
não contar com sistema eletrônico, os autos devem ser impressos e encaminhados
fisicamente (art. 12, § 2º da Lei 11.419/2006).
ENTENDIDO ATÉ AQUI? 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL
• Considerando tudo que vimos, vamos ao estudo das regras da competência em relação à
Justiça Federal. Como já visto, caso seja competência da justiça brasileira, mas não seja casos
de competência dos Tribunais Superiores e das Justiças Especiais, passa-se a pensar que a
competência deve ser da Justiça COMUM (Federal ou Estadual), lembram?
• Pois bem. Ao identificar que uma demanda deve ser proposta na Justiça Comum Federal,
analisa-se a competência originária do TRF e, não sendo, passa-se a justiça federal de
primeira instância.
JUSTIÇA FEDERAL DE SEGUNDA INSTÂNCIA:
• A competência dos Tribunais Regionais Federais (TRFs) está prevista no art. 108 da
Constituição Federal. Compete-lhes, originariamente, julgar: Ações rescisórias de seus
próprios julgados ou das decisões proferidas por juízes federais da respectiva região;
Mandados de segurança e habeas data impetrados contra atos do próprio tribunal ou de juiz
federal; Habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal da região; Conflitos de
competência entre juízes federais vinculados ao tribunal (art. 108, I, alíneas b, c, d e e da CF).
• Em grau recursal, cabe aos TRFs o julgamento das causas decididas por juízes federais e por
juízes estaduais no exercício da jurisdição federal, dentro da área de sua competência
territorial.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL
• Não sendo hipótese de competência originária da segunda instância, vejamos que o art. 109
da CF enumera, em onze incisos, quais as causas, de natureza civil e criminal, que devem ser
julgadas pela Justiça Federal em primeira instância. As hipóteses estão fundadas na
qualidade das pessoas que participam do processo ou na matéria nele discutida, razão
pela qual é sempre absoluta. No nosso caso, focaremos no art. 109, I da CF/88 por se tratar da
competência cível.
• São da competência da Justiça Federal as causas em que a União, entidade autárquica ou
empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou
oponentes. Conquanto o texto não o diga expressamente, as fundações públicas federais
também se incluem no rol, mas não as sociedades de economia mista federais.
• Por exemplo: as ações que envolvem o Banco do Brasil (Súmula 508 do STF) ou a Petrobras,
sociedades de economia mista, correm na Justiça Estadual.
• São de competência da Justiça Federal as ações ajuizadas em face do Banco Central
(autarquia), INPI (autarquia) e Caixa Econômica Federal (empresa pública). A participação de
qualquer dos entes indicados no art. 109, na condição de partes ou de intervenientes
(assistentes simples ou litisconsorciais, oponentes, denunciados ou chamados ao processo),
desloca a competência.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL
• Veja:
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública
federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou
oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à
Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
• O artigo acima fundamente a exposição feita no slide anterior, mas aborda algumas
exceções. Atentemo-nos a isso: afasta-se a competência da justiça federal nas causas
envolvendo recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente do trabalho,
bem como nas causas sujeitas à justiça eleitoral ou do trabalho.
• As ações envolvendo acidente de trabalho, a que alude o art. 109, são as ajuizadas
pela vítima em face do INSS, para postular os benefícios a que faz jus, segundo as
leis acidentárias. Não se trata, portanto, de ações indenizatórias ajuizadas pela
vítima em face de seu patrão, em caso de culpa ou dolo, porque essas, desde a edição
da Emenda Constitucional n. 45/2004, são de competência da justiça do trabalho.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL
• O Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) é uma autarquia federal. Nessas
circunstâncias, todas as ações que tivessem a sua participação, segundo a regra
geral do art. 109, I, da CF, seriam de competência da Justiça Federal. E efetivamente
o são, com exceção daquelas que têm por fundamento um acidente de trabalho.
Estas, chamadas acidentárias, devem ser processadas e julgadas pela justiça comum
estadual, apesar de terem, no polo passivo, autarquia federal.
• POSICIONAMENTO DO STF: Súmula 235: É competente para a ação deacidente de
trabalho a Justiça Cível comum, inclusive em segunda instância, ainda que seja parte
autarquia seguradora.
• As demais ações, que não as acidentárias, envolvendo o INSS são de competência da
Justiça Federal.
• Nem todas as comarcas têm Justiça Federal instalada. Como fica a situação do
segurado, que tem direito de propor a ação previdenciária no foro de seu domicílio,
se este não for provido de vara federal? De acordo com a CF, enquanto não instalada
na Comarca a Justiça Federal, tais ações serão processadas e julgadas pela Justiça
Estadual.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL
• A QUEM COMPETE DECIDIR SE HÁ OU NÃO INTERESSE DA UNIÃO E ENTIDADES
FEDERAIS?
• O Superior Tribunal de Justiça, examinando a questão, editou a Súmula 150: “Compete à
Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que justifique a presença, no
processo, da União, suas autarquias ou empresas públicas”. A súmula uniformizou o
entendimento de que cabe à Justiça Federal decidir se há ou não interesse da União e
demais entidades federais, quando solicitarem o seu ingresso em processo que corre pela
Justiça Estadual. Nada restará a esta senão determinar a remessa dos autos àquela, na
qual então se decidirá se a intervenção é legítima ou não. Caso o juiz federal decida que
não, os autos tornarão à Justiça Estadual.
• Contudo, na prática, o Superior Tribunal de Justiça, em várias decisões, tem entendido
que, apesar do teor da Súmula 150, o juiz estadual pode indeferir o ingresso da União, se
o seu pedido não vier acompanhado de uma fundamentação juridicamente razoável.
Nesse sentido, o acórdão publicado em STJ 103/285, que julgou o Recurso Especial
114.359/SP, Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar: “A Súmula 150/STJ não impede que o juiz
estadual afaste a alegação de interesse da União, quando sem fundamentação razoável, do
ponto de vista jurídico, ou por absoluta impossibilidade física, como tem sido reconhecido,
em casos tais, na instância ordinária”.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL
• Depois de verificarmos se a competência é das justiças especiais ou da justiça
comum federal, resta apurar, NA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL, qual é o foro
competente. Para tanto, é preciso consultar o CPC e eventuais leis especiais que
possam ter regras de competência específicas.
• As principais regras de competência de foro formuladas no CPC estão nos arts. 46 a
53.
• A regra geral é a prevista no art. 46, caput, do CPC. Os arts. 48, 49 e 50 constituem
apenas explicitações dessa norma geral, que institui o foro comum.
• Já os arts. 47, 51, parágrafo único, 52, parágrafo único, e 53 constituem exceções, os
chamados foros especiais.
• A seguir vamos ver os mapas mentais e quadros resumos sobre os artigos da Lei.
ENTENDIDO ATÉ AQUI? 
• Caput do art. 47: "Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de
situação da coisa."
• Regra geral: Sempre que a ação for fundada em um direito real sobre imóvel (ex:
propriedade, usufruto, uso, habitação, servidão etc.), o processo deve ser ajuizado no foro
onde o imóvel está localizado.
• § 1º – Exceção à regra do caput: "O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro
de eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e
demarcação de terras e de nunciação de obra nova."
O legislador flexibiliza a regra do caput para determinadas ações fundadas em direito real 
sobre imóveis, mas somente se a ação não envolver:
• Propriedade
• Vizinhança
• Servidão
• Divisão e demarcação de terras
• Nunciação de obra nova
O §1º do art. 47 do CPC permite ao autor escolher outro foro (domicílio do réu ou foro de
eleição) em certas ações reais sobre imóveis, desde que não envolvam aquelas cinco matérias
expressamente excluídas.
Considerações do art. 47 - CPC
• Exemplos de ações reais sobre imóveis que admitem a escolha de foro:
• 1. Ação de extinção de usufruto
• 2. Ação de cancelamento de cláusula de inalienabilidade
• 3. Ação de reconhecimento de direito de uso ou habitação
• 4. Ação para extinção de fideicomisso (em certas situações)
• 5. Ação de constituição ou cancelamento de hipoteca legal (discutida como real em alguns 
contextos)
• 6. Ação de instituição de superfície (direito real sobre o solo para construção
Essas ações são fundadas em direito real sobre imóvel, mas não se enquadram nas exceções do §1º. 
Por isso, é possível a escolha de foro, sendo a competência relativa.
• Art. 47, § 2º – Reforço para ações possessórias imobiliárias: "A ação possessória imobiliária será
proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta."
• Aqui, o legislador retoma a ideia do caput, mas agora tratando especificamente das ações 
possessórias sobre imóveis (ex: manutenção, reintegração, interdito proibitório).
Considerações do art. 47 - CPC
Ação Real sobre Imóvel Matéria tratada Aplica-se o §1º (possível escolha de foro)?
Ação de constituição ou extinção de usufruto Usufruto (direito real) ✅ Sim
Ação de reconhecimento/extinção de uso ou habitação Uso ou habitação (direitos reais) ✅ Sim
Ação de extinção de cláusula de inalienabilidade Direito real restritivo ✅ Sim
Ação de constituição de superfície Direito de superfície ✅ Sim
Ação de extinção de fideicomisso Direito sucessório com repercussão real ✅ Sim (em alguns casos)
Ação para cancelamento de hipoteca legal Garantia real ✅ Sim (quando não envolver discussão de propriedade)
Ação reivindicatória Propriedade ❌ Não
Ação de imissão na posse Propriedade (efetivação do domínio) ❌ Não
Ação de manutenção ou reintegração de posse Possessória Imobiliária ❌ Não (regra do §2º)
Ação de nunciação de obra nova Obra que ameaça direito real ❌ Não
Ação de demarcação ou divisão de terras Delimitação de propriedade ❌ Não
Ação de constituição ou extinção de servidão Servidão predial ❌ Não
Ação de obrigação de fazer ligada à construção em imóvel Pode depender da matéria ⚠️ Depende: se envolver obra nova, não se aplica
Ação para reconhecimento de concessão de uso especial 
urbano
Direito real originado por posse qualificada ✅ Sim (se não versar sobre propriedade ou posse)
Considerações do art. 47 - CPC
• A regra principal é que o foro competente para os procedimentos e ações
relacionados à sucessão (ex: inventário, partilha, anulação de partilha,
ações contra o espólio) é o domicílio do falecido no Brasil, mesmo que
ele tenha morrido no exterior.
• Quando o falecido não tinha domicílio certo no Brasil, a lei traz regras
subsidiárias de fixação da competência, em ordem de preferência:
Considerações do art. 48 - CPC
Situação Foro Competente Fundamento Legal
O falecido tinha domicílio no Brasil Foro do domicílio do falecido Art. 48, caput
O falecido não tinha domicílio certo, mas deixou bens 
imóveis
Foro da situação dos imóveis Art. 48, parágrafo único, I
O falecido deixou imóveis em comarcas diferentes Qualquer foro onde houver imóvel Art. 48, parágrafo único, II
Não há bens imóveis, apenas móveis Foro do local de qualquer bem Art. 48, parágrafo único, III
O artigo estabelece que, quando
uma pessoa está ausente (isto é,
desaparecida, sem deixar
notícias, e presumivelmente
viva), e for ré em uma ação, esta
deve ser proposta no foro de seu
último domicílio conhecido.
Além disso, esse mesmo foro será competente para os seguintes procedimentos:
•Arrecadação de bens do ausente (fase inicial da curadoria),
•Inventário e partilha (caso se presuma a morte do ausente),
•Cumprimento de disposições testamentárias, se houver testamento deixado pelo
ausente.
Considerações do art. 49 - CPC
Quando uma pessoa incapaz
(como um menor de idade ou
alguém interditado) for ré em
uma ação, esta deverá ser
proposta no foro de domicílio de
quem legalmente a representa ou
assiste.
Isso visa proteger o interesse do
incapaz, evitando que ele (ou sua
família) tenha que se defender em
lugar distante ou sem estrutura
adequada.
Considerações do art. 50 - CPC
Quem é o representante ou assistente?
• Para menores: os pais (se ambos têmo poder
familiar) ou o tutor.
• Para interditados: o curador nomeado
judicialmente.
• Para menores relativamente incapazes (ex:
entre 16 e 18 anos): os pais ou quem o assiste
judicialmente.
• Quando a União move uma ação contra alguém (ou seja, é autora), a regra é que a
causa deve ser proposta no domicílio do réu, como acontece com qualquer outro
autor.
• No parágrafo único do art. 51 do CPC, o legislador amplia as opções do autor
particular que pretende processar a União.
Considerações do art. 51 - CPC
• O autor pode escolher entre quatro foros: Domicílio do autor; Local do ato ou fato
que originou a demanda; Local da situação da coisa (se envolver bem imóvel, por
exemplo) ou Distrito Federal. Essa multiplicidade de opções busca facilitar o acesso à
justiça e evitar o desequilíbrio entre o cidadão e a União.
Considerações do art. 51 - CPC
Situação Foro Competente Base Legal
União é autora Domicílio do réu Art. 51, caput
União é ré
Qualquer dos seguintes:
✔ Domicílio do autor
✔ Local do ato/fato
✔ Local da coisa
✔ Distrito Federal
Art. 51, parágrafo único
• Se o Estado (como Minas Gerais, São Paulo, etc.) ou o Distrito Federal ajuizar uma
ação contra alguém, esta deve ser proposta no domicílio do réu, como acontece com
qualquer pessoa natural ou jurídica.
• Quando o particular move ação contra o Estado ou o DF, ele tem quatro opções de
foro para ajuizá-la: Domicílio do autor; Local do ato ou fato que gerou a ação (ex:
onde o ato administrativo ocorreu); Local da situação da coisa (se envolver imóvel,
por exemplo) Capital do Estado ou do Distrito Federal.
Considerações do art. 52 - CPC
Considerações do art. 52 - CPC
Situação Foro Competente Base Legal
Estado ou DF é autor Domicílio do réu Art. 52, caput
Estado ou DF é réu
Qualquer dos seguintes:
✔ Domicílio do autor
✔ Local do ato/fato
✔ Local da coisa
✔ Capital do Estado ou do 
DF
Art. 52, parágrafo único
OBS: O Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento da ADI 5492,
considerou essa regra inconstitucional, restringindo a competência territorial
aos limites do respectivo ente federativo. Isso significa que ações contra um
estado ou o Distrito Federal devem ser propostas dentro de seus próprios
territórios.
Para responder as questões de concurso, observe sempre o comando.
Considerações sobre a ADI 5494
• A decisão da ADI 5494 não afeta o art. 51 do CPC, porque a União é um ente da federação
com atuação nacional; ela atua em todo o território brasileiro, por meio de órgãos federais,
autarquias e repartições e não se aplica à União a mesma lógica do princípio da
territorialidade federativa invocado para os Estados e o DF. Portanto, o art. 51 permanece
válido e aplicável integralmente, permitindo que a União seja processada em qualquer
comarca do país, conforme o parágrafo único:
Ente Público Regra Atual
Pode ser processado fora de seu 
território?
União Art. 51, inteiramente válido ✅ Sim – Tem competência nacional
Estado/DF
Art. 52, inconstitucional (conforme ADI 
5494)
❌ Não – Somente dentro do território 
do ente federado
Considerações sobre o art. 53
• Ações de família (divórcio, separação, união estável, etc.)
Situação Foro Competente
Há filho incapaz Domicílio do guardião
Não há filho incapaz Último domicílio do casal
Nenhuma das partes mora no domicílio 
conjugal antigo
Domicílio do réu
Há violência doméstica Domicílio da vítima (Lei Maria da Penha –
art. 53, I, "d")
• Ação de alimentos
Quem está pedindo alimentos 
(alimentando)
Foro Competente
Qualquer situação Domicílio do alimentando (quem pede)
Considerações sobre o art. 53
• Do lugar:
Situação Foro Competente
Pessoa jurídica como ré Sede da empresa
Obrigação contraída por agência ou filial Local da agência ou sucursal
Ré é sociedade ou associação sem 
personalidade jurídica
Onde exerce suas atividades
Cumprimento de obrigação Onde a obrigação deve ser satisfeita
Ré é serventia extrajudicial (cartório) Sede da serventia
Ação envolvendo idoso Domicílio do idoso
Situação Foro Competente
Reparação de dano civil (em geral) Local do fato
Réu é gestor ou administrador de negócios 
alheios
Local do ato/fato
• Ação relacionada a ato ou fato jurídico:
Considerações sobre o art. 53
• De acidentes de veículos e delitos:
Situação Foro Competente
Consumidor propõe ação Foro do domicílio do autor
• Ação de direito do consumidor:
Situação Foro Competente
Dano por acidente de trânsito (carro, moto, 
avião etc.) ou delito
Domicílio do autor ou local do fato
Quadro-resumo de competência interna
Quadro-resumo de competência interna
ENTENDIDO ATÉ AQUI?

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