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CHUMBO E MERCURIO - CONTAMINAÇÃO, METABOLIZAÇÃO E EXCREÇÃO

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ALIANDRA PARREIRA 
ANA CLARA FERRAZ 
CLÉBER ISAC DE ALMEIDA 
GISELE CRISTINA ATAÍDE 
MARIA JOSÉ 
KELLIANE GLEICE 
 
 
 
 
 
 
 
 
CHUMBO E MERCÚRIO. ABSORÇAO, METABOLISMO E PREJUÍZOS À SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ipatinga 
2015 
FARMÁCIA – 5º PERÍODO 
 
2 
 
 
 
ALIANDRA PARREIRA 
ANA CLARA FERRAZ 
CLÉBER ISAC DE ALMEIDA 
GISELE CRISTINA ATAÍDE 
MARIA JOSÉ 
KELLIANE GLEICE 
 
 
 
 
 
 
 
CHUMBO E MERCÚRIO. ABSORÇAO, METABOLISMO E PREJUÍZOS À SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho interdisciplinar apresentado 
como exigência parcial para 
conclusão do 5° período do Curso de 
Farmácia da Faculdade Única de 
Ipatinga. 
Prof. Orientador: Arilton Januário 
Barcelar Júnior 
 
 
 
 
 
 
Ipatinga 
2015 
 
3 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Metal Usado na Produção de Utensílios __________________________ 9 
Figura 2 - Trabalhadores da produção de chumbo. _________________________ 10 
Figura 3 - Principais Sintomas da Contaminação Por Chumbo ________________ 11 
Figura 4 - Veia Porta Hepática e suas tributárias. __________________________ 11 
Figura 6 - Veias que formam a Cava Superior e o Sistema Porta-Hepático ______ 12 
Figura 6 - Veias que formam a Veia Porta (Sistema Porta Hepático) ___________ 12 
Figura 7 - Sistema Mesentérico ________________________________________ 12 
Figura 8 - Como o Chumbo Reage no Corpo Humano ______________________ 13 
Figura 9 - Tecido Hematopoiético ______________________________________ 14 
Figura 10 - Tecido Hematopoiético _____________________________________ 14 
Figura 11 - Fontes de Mercúrio: Industrial / Mineração ______________________ 15 
Figura 12 - Contaminação por Mercúrio __________________________________ 16 
Figura 13 - Mercúrio líquido ___________________________________________ 17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
a.C – Antes de Cristo 
CO2 – Gás carbônico 
DMT1 - Divalent Metal Transporter1. 
DNA – Ácido Desoxirribonucleico 
O2 – Oxigênio 
OMS – Organização Mundial de Saúde 
PbS - Galena 
PbCO3 - Cerussita 
PbSO4 – Anglesita 
UNIFIEO – Centro Universitário FIEO 
UNIG – Universidade Iguaçu 
UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas 
USP – Universidade São Paulo 
TGI – Trato Gastrointestinal 
SNC – Sistema Nervoso Central 
ZPP – Zinco porfirina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
Sumário 
1 INTRODUÇÃO ______________________________________________ 7 
1.1 Contextualização ________________________________________ 7 
1.2 Objetivo ________________________________________________ 8 
1.3 Metodologia ____________________________________________ 8 
1.4 Interdisciplinaridade _____________________________________ 8 
2 O CHUMBO ________________________________________________ 9 
2.1 Contaminação e seus efeitos _____________________________ 10 
2.2 O Chumbo e a Porta Hepática _____________________________ 11 
2.2.1 Efeitos do Chumbo na Metabolização _____________________ 13 
2.2.2 Efeitos Hematopoiéticos _______________________________ 14 
2.2.3 Efeitos Hepáticos _____________________________________ 15 
3 MERCURIO _______________________________________________ 15 
3.1 A CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO ______________________ 16 
3.2 A Toxicocinética do Mercúrio _____________________________ 18 
3.2 A Toxicodinâmica do Mercúrio ____________________________ 18 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ___________________________________ 20 
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ____________________________ 21 
 
 
6 
 
 
 
RESUMO 
A intoxicação por metais pesados, também chamado de envenenamento por metais 
pesados, ocorre pela acumulação do metal, em quantidades acima do suportado, nos 
tecidos moles do corpo, que são todos aqueles tecidos que interligam, apoiam ou 
protegem outras estruturas e órgãos do corpo humano, como músculos, tendões, 
gordura, vasos sanguíneos e nervos. O conjunto de sintomas oriundos da intoxicação 
por metais pesados depositados no corpo humano são decorrentes do tipo de metal 
a que se fica exposto. A maioria destes metais são essenciais para o funcionamento 
do corpo humano, entretanto se a quantidade destes metais excede o necessário, ele 
migra de necessidade para toxicidade, podendo causar sérias e graves lesões aos 
tecidos moles do corpo. O chumbo, mercúrio, arsênico e cádmio são os metais 
pesados mais comumente associados com intoxicação de seres humanos, sendo o 
chumbo e o mercúrio os objetos de estudo deste trabalho. A exposição industrial, água 
contaminada, alimentos contaminados, medicamentos, recipientes ou tintas à base de 
chumbo, são os principais vilões que aumentam os indicies epidemiológicos da 
intoxicação por metais pesados. 
Palavras-chave: Toxicidade, Metais Pesados, Tecidos Moles do Corpo. 
 
ABSTRACT 
The heavy metal poisoning, also called heavy metal poisoning occurs by metal 
accumulation in amounts above supported in the soft tissues of the body, which are all 
those tissues that connect, support or protect other structures and organs of the human 
body such as muscle, tendon, fat, blood vessels and nerves. The set of symptoms 
resulting from the poisoning by heavy metals are deposited in the human body due to 
the type of metal to which it is exposed. Most of these metals are essential to the 
functioning of the human body, however the amount of these metals exceeds 
necessary, it migrates need for toxic and can cause serious and severe injury to the 
soft tissues of the body. Lead, mercury, arsenic and cadmium are heavy metals most 
commonly associated with poisoning of humans, and lead and mercury the objects of 
study of this work. The industrial exposure, contaminated water, contaminated food, 
medicines, containers or lead-based paints are the main villains that increase the 
epidemiological indicies of heavy metal poisoning. 
Keywords: Toxicity, Heavy Metals, Soft Body Tissues. 
7 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
1.1 Contextualização 
Embora não haja uma definição clara do que é um metal pesado, a densidade 
é na maioria dos casos tomadas para ser o fator decisivo entre benefícios e malefícios. 
Os metais pesados geralmente são definidos como aqueles possuindo uma 
densidade específica de mais de 5 g/cm3. Estes metais têm sido extensivamente 
estudados e seus efeitos sobre a saúde humana regularmente revistas por 
organismos internacionais como a OMS (WEI.et al.2011). 
Classificados em elementos essenciais, micro-contaminantes ambientais, e 
elementos essenciais e micro-contaminantes, os metais pesados se tornam ameaça 
ao homem, dependendo da dose e da forma química deste metal, de onde depende 
também a toxicidade e seus efeitos. A humanidade tem se acostumado a conviver 
com estes metais a ponto de não discernir entre um e outro. Sódio, potássio, cálcio, 
ferro, zinco, cobre, níquel, magnésio, arsênico, chumbo, cádmio, mercúrio, alumínio, 
titânio, estanho e tungstênio, cromo, zinco, ferro, cobalto, manganês e níquel. Dentre 
estes, O chumbo e o mercúrio são os mais invasivos. Os efeitos tóxicos destes metais 
podem comprometer todo o organismo, afetando vários órgãos (NAKANO; AVILA-
CAMPOS.2012). 
Anualmente, milhões de toneladas de resíduos contaminantes são produzidos 
no Brasil, ao passo que apenas 22% de todas estas toneladas de resíduos recebem 
tratamentos necessário. Como agravante tem-se o constante crescimento da geração 
de resíduos, e que não tende a diminuir, pelo contrário, a tendência natural é a do 
crescimentoconstante dos lixões que continuam a contaminar o solo, as águas e o ar 
com metais como o zinco, o cádmio, o mercúrio e o chumbo principalmente, que 
continuam incidindo sobre a população males como tumores hepáticos, tumores da 
tireoide, alterações neurológicas, dermatoses, disfunções gastrointestinais e 
pulmonares, sendo tratadas como males naturais e não como contaminação do 
organismo por metais pesados dispensados na natureza (ABETRE.ORG.BR.2013). 
Embora os efeitos adversos para a saúde de metais pesados são conhecidos 
desde há muito tempo, a exposição a metais pesados continua e é mesmo um 
aumento em algumas áreas. Por exemplo, o mercúrio ainda é usado em mineração 
de ouro em muitas partes da América Latina. O arsênico é ainda comum em 
8 
 
 
 
conservantes de madeira e chumbo tetraetila continua a ser um aditivo à gasolina 
comum, embora esse uso tem diminuído nos países desenvolvidos (WEI.et al.2011). 
 
1.2 Objetivo 
O objetivo do trabalho, é apresentar os males e prejuízos à saúde oriundos 
da contaminação por estes metais pesados, chumbo e mercúrio, tanto na porta 
hepática como no ciclo celular respectivamente. 
 
1.3 Metodologia 
Um assunto pouco discutido em território pátrio, com poucas e raras 
informações atualizadas que dissertem o tema proposto. O presente trabalho 
fundamentou-se em pesquisas e novos estudos elaborados pela Universidade de 
Oxford, e nos estudos de algumas Universidades nacionais como USP, UNIFEO, 
UNIG e UNICAMP. Foram utilizados todos os métodos de pesquisas possíveis em 
livros e revistas científicas, artigos e literaturas monográficas existentes afim de 
apresentar uma revisão literária concernente ao tema proposto, bem atualizado. 
 
1.4 Interdisciplinaridade 
Buscando aplicar conhecimentos e aprimorar aquisição de dados relevantes 
sobre metais pesados, a Toxicologia se torna o carro-chefe na lista interdisciplinar 
deste conteúdo, aplicando seus princípios e norteando a direção a seguir com os 
estudos e pesquisas. 
A Fitoquímica com suas fórmulas e formas conceitua o assunto assinalando 
a toxicidade exposta de alguns elementos, apresentando função antagonista vindo 
das plantas e vegetais. 
Operações Unitárias traduz o loco de ação principalmente nos sítios de 
biotransformação que são os citocromos p450, como unidade de processamento e de 
transformação de matéria. 
O estudo seletivo de biotransformação e metabolização de metais pesados a 
luz da Toxicologia, da Fitoquímica e das Operações Unitárias facilita o entendimento 
e a compreensão acerca do conteúdo. 
9 
 
 
 
2 O CHUMBO 
Desde os primórdios o chumbo(Fig.1) tem sido utilizado pelo homem. Com 
data de 3.800 anos a.C, este metal está 
representado no Museu Britânico por uma 
peça que conta a história da extração deste 
mineral que já esteve presente na história, 
principalmente nos históricos dos generais 
romanos, cujos produtos consumiam cerca de 
100.000 toneladas do metal ao ano, que 
podem ser associados a outros elementos 
dando origem aos compostos do chumbo (Tabela1). A extração deste material se dá 
a partir da galena (PbS), da cerussita (PbCO3) e da anglesita (PbSO4), cujos maiores 
produtores são Austrália, China, EUA, Perú, Canadá e México que respondem por 
82% da produção mundial. (PRADA, OLIVEIRA.2010). 
O chumbo tetravalente é instável, sendo o íon Pb4+ inexistente em soluções, 
devido à hidrólise ao dióxido (Pb4+ + 2H2O PbO2 + 4H+). Os complexos de 
Pb2+ são estáveis. Dentre os compostos inorgânicos de Pb destacam-se: 
acetato de Pb bivalente Pb(CH3COO)2 (pode ser anidro, tri-hidratado ou 
decaidratado); cloreto de Pb (PbCl2) oucotumita; óxido de Pb bivalente (PbO) 
ou litárgio; sulfeto de Pb bivalente (PbS) ou galena; sulfato de Pb bivalente 
(PbSO4) ou anglesita; carbonato de Pb bivalente (PbCO3) ou cerusita; 
cromato de Pb(PbCrO4) ou crocoíta. 
Existem numerosos compostos orgânicos de chumbo, sendo os mais 
utilizados o chumbo tetraetila e tetrametila, líquidos incolores, oleosos e 
voláteis. Alguns microorganismos podemmetilar os compostos inorgânicos e 
orgânicos de chumbo, produzindo o chumbo tetrametila. (RIBEIRO.2012). 
Figura 1 - Metal Usado na Produção de Utensílios 
e Redução de Acidez do Vinho. Fonte: 
http://www.crq4.org.br/a_importancia_do_chum
bo_na_historia 
Tabela 1 - Compostos de chumbo e seus principais usos 
Fonte: http://www.crq4.org.br/a_importancia_do_chumbo_na_historia 
10 
 
 
 
2.1 Contaminação e seus efeitos 
Existem duas classes de compostos de chumbo: os inorgânicos, que são os 
formados por sais e óxidos de chumbo, e os orgânicos que são os chumbo 
tetraetila e o chumbo tetrametila. Uma vez absorvidos, todos os compostos 
inorgânicos atuam no organismo da mesma forma. Os compostos orgânicos 
são lipossolúveis e podem ser absorvidos pela pele sã e por via respiratória. 
Por serem lipossolúveis haverá um predomínio dos transtornos nervosos. A 
absorção do chumbo pelo corpo humano é lenta e depende não só da dose 
como também de fatores tais como a idade do indivíduo, condições 
fisiológicas e nutricionais e possivelmente fatores genéticos 
(MAVROPOULOS.1999). 
A contaminação se dá pela exposição ao metal, sem que o indivíduo tome as 
devidas precauções, vindo a desenvolver sintomas que variam de acordo com o grau 
da exposição. O indivíduo afetado geralmente tende a desenvolver estes sintomas em 
um espaço de três a seis semanas, podendo também ser assintomático. A gravidade 
neste caso é que quando os sintomas surgirem poderão ser os de lesões profundas e 
irreversíveis pelo auto grau e tempo de exposição ao metal contaminante. 
Trabalhadores da produção de 
chumbo(Figura2), soldadores, 
trabalhadores em fábricas de 
baterias são os indivíduos mais 
suscetíveis a desenvolver os 
sintomas provocados pela 
exposição ao chumbo; dentre 
eles cita-se: cefaleia, vômitos, 
dor na região abdominal, falta 
de apetite, obstipação, 
alucinação, insônia, perda de 
habilidades recém-adquiridas, disartria, alterações na função renal, hiperproteinemia 
(valores elevados de proteína no sangue), palidez devido ao nível muito baixo de ferro 
nas células vermelhas do sangue traduzindo o quadro de anemia. Sintomas 
neurológicos também estão associados à exposição excessiva de chumbo tais como 
a ataxia, lesão cerebral (encefalopatia), convulsões, inchaço do nervo óptico 
(papiledema) (ABC.MED.2013). 
Em se tratando de crianças, a superexposição infantil ao chumbo pode 
acarretar outros sintomas como ser menos brincalhão, desajeitado, irritável e 
letárgico, além dos supra citados. Em alguns casos a evolução dos sintomas podem 
Figura 2 - Trabalhadores da produção de chumbo. 
Fonte: www.revistaecologico.com.br/noticia.php?id=1995 
11 
 
 
 
incluir a diminuição da força 
muscular, gota de pulso, mudanças 
comportamentais, hostilidade, 
depressão e/ ou ansiedade. Em 
regra geral, o chumbo é excretado 
pela urina e fezes, podendo 
aparecer nos cabelos, unhas, suor, 
saliva e leite materno (KLAASSEN; 
WATKINS.2012). 
O chumbo é um metal que 
tem seus órgãos-alvo, cujos órgãos 
são extremamente determinantes 
pelos sintomas desenvolvidos (Fig. 3). São eles: o cérebro, os rins, o sistema 
hematopoiético (medula óssea, baço, linfonodos, timo, fígado, tubo digestivo e rins) e 
o sistema nervoso periférico (constituído por fibras (nervos), gânglios nervosos e 
órgãos terminais). Dentre eles o que atinge o estado mais crítico é o cérebro, mesmo 
em baixas concentrações, conforme a intensidade da exposição já é causa de 
cefaleia, perda de memória e concentração, alterações de humor, irritabilidade, 
depressão, sonolência e insônia (KOSNET.2014). 
A absorçãode chumbo pode induzir à redução do desenvolvimento cognitivo 
e do desempenho intelectual das crianças e aumentar a pressão sanguínea 
e as doenças cardiovasculares nos adultos. A população em geral é exposta 
ao chumbo a partir do ar e alimentos, em proporções aproximadamente 
iguais. Durante o último século, as emissões de chumbo no ar ambiente 
causaram poluição considerável, principalmente devido a emissões de 
chumbo da gasolina (NETO.2015). 
2.2 O Chumbo e a Porta Hepática 
O Sistema Porta Hepática, muitas vezes 
chamada apenas de veia porta, (Fig. 4) comporta 
todos os vasos capilares que drenam o sangue do 
tubo digestivo na parte abdominal, incluindo o baço, 
pâncreas e vesícula biliar que transportam o sangue 
para o fígado através da veia porta, excetuando a 
parte inferior do reto (Fig. 5). Quando chega no 
fígado, a veia porta se ramifica e dá origem aos 
Figura 3 - Principais Sintomas da Contaminação Por 
Chumbo 
Fonte: 
http://www.ecologiamedica.net/2012/10/exposicao-
ambiental-ao-chumbo-um.html 
Figura 4 - Veia Porta Hepática e suas 
tributárias. Fonte: 
http://www.bartleby.com/107/illus591.
html 
12 
 
 
 
vasos sinusóides que continuam o transporte venoso até a veia cava inferior. Este 
complexo começa pela anastomose da veia esplênica à mesentérica superior logo 
após se anastomosar com a mesentérica inferior, constituindo a veia porta com cerca 
de 8 cm de comprimento, formado ao nível da segunda vértebra lombar pela junção 
do mesentérica superior com a mesentérica inferior, cercado pelo plexo hepático de 
veias (Fig. 6), e acompanhada por numerosos vasos e algumas glândulas linfáticas. 
O ramo direito da veia porta entra no lobo direito do fígado. O ramo esquerdo, mais 
longo, mas de menor calibre do que a direita, entra no lobo esquerdo do fígado (Fig. 
5) (DANGELO, FATINI.2007). 
No fígado a veia porta se ramifica dando origem às vênulas e capilares que 
formam a rede capilar hepática que vai se reduzindo a tamanhos cada vez menores, 
para, posteriormente se reunirem e dar origem às 
veias hepáticas que desembocam na veia cava 
inferior, levando para todo o corpo o sangue ainda 
venoso, mas transportando metabólitos. Assim 
sendo, torna-se sabido que a principal função do 
sistema mesentérico é de drenar os órgãos que 
fazem parte da cavidade abdominal (Fig. 7) levando 
o sangue enriquecido nutricionalmente ao fígado para 
a metabolização dos nutrientes e, ou, fármacos. 
Fonte: 
upload.wikimedia.org/wikipedi
a/commons/6/62/Gray534.png 
Figura 7 - Sistema Mesentérico 
Figura 6 - Veias que formam a Cava Superior e o 
Sistema Porta-Hepático 
Fonte: NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia 
Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
 
Fonte: NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia 
Humana. 2ed. Porto Alegre:, 2000. 
 
Figura 6 - Veias que formam a Veia Porta 
(Sistema Porta Hepático) 
13 
 
 
 
Posteriormente, são levados cada um metabólito ao seu local de ação, para qual foi 
criado e preparado pela metabolização hepática (DANGELO, FATINI.2007). 
A veia mesentérica superior drena sangue do intestino delgado e partes do 
intestino grosso, estômago e pâncreas. A veia esplênica drena sangue do 
estômago, pâncreas e partes do intestino grosso. A veia mesentérica inferior, 
que deságua na veia esplênica, drena partes do intestino grosso. O fígado 
recebe sangue arterial (artéria hepática própria) e venoso (veia porta 
hepática) ao mesmo tempo. Por fim, todo o sangue sai do fígado pelas veias 
hepáticas que deságuam na veia cava inferior (SALES.2012). 
2.2.1 Efeitos do Chumbo na Metabolização 
Os efeitos derivados da contaminação 
por chumbo na circulação sanguínea mesmo em 
baixas concentrações, são conhecidos como 
efeitos hepáticos e efeitos hematopoiéticos, além 
dos neurológicos. Tais efeitos se divergem 
quanto à crianças e adultos, tanto na intensidade 
quanto nos tipos de efeitos a ocorrer (Tab. 2). 
Eles são oriundos de uma síndrome decorrente 
da exposição ao metal contaminante, que 
interferem diretamente nos processos de 
biotransformação, provocados exatamente pela 
presença do chumbo no sistema mesentérico, 
que também tem sua inferência no processo de eritropoiese, ou seja, o processo de 
formação de hemácias, um dos principais 
constituintes sanguíneos, levando o indivíduo a 
um quadro de anemia profunda (SRISUMA; 
LAVONAS; WANANNUKUL.2015). 
A contaminação por chumbo atinge os 
sistema nervoso central, os rins, o nervo ótico e 
auditivo, causando hipertensão, fraqueza e 
inibição da ação de cálcio e proteínas (Fig.8). A 
síndrome mais comum em casos de 
contaminação por chumbo é a síndrome 
neurológica que envolve uma polineuropatia, em 
que as fibras motoras ficam comprometidas, 
Tabela 2 - Resumo de concentrações mais 
baixas em que os efeitos à saúde relacionados ao 
chumbo são observados 
Fonte: KLAASSEN; WATKINS.2012 
Fonte: 
http://assets.cimm.com.br/noticias/imag
em/Image/chumbo(1).jpg 
Figura 8 - Como o Chumbo Reage no 
Corpo Humano 
14 
 
 
 
atingindo os nervos mais distais do corpo humano. Esta síndrome acarreta sérios 
problemas com os movimentos, principalmente os de pronação e supinação devido à 
neuropatia radial resultando na abertura do pulso (SRISUMA; LAVONAS; 
WANANNUKUL.2015). 
 
2.2.2 Efeitos Hematopoiéticos 
O sangue é basicamente formado por uma parte líquida e outra sólida. 
Formado por água (91%), proteínas e 
substancias como excretas, gases 
hormônios entre outros, o plasma, líquido 
de cor amarelada, é o responsável pelo 
transporte de todo nutriente, 
medicamento e outros produtos, até 
mesmo os tóxicos, para todo o corpo. 
(HEMOSC.ORG.BR.2011). 
Este sistema de formação de sangue é o Hematopoiético, com duas fontes de 
produção; os linfoides (no baço, timo e gânglios linfáticos) e mieloides (principalmente 
nos ossos longos) (Fig.10). Este é o processo responsável pela formação, 
desenvolvimento e maturação dos constituintes sanguíneos, os elementos figurados 
(Fig.9). A ação do chumbo sobre este sistema inibe principalmente a eritropoiese, a 
formação de hemácias, provocando anemias em seus vários graus de intensidade e 
importância. Este quadro depende de uma severa deficiência férrica; isto porque o 
chumbo compete com o ferro pela sua ligação à proteína transportadora, a DMT1, 
Divalent Metal Transporter1. Assim sendo, a intoxicação por chumbo se torna muito 
mais perigosa e severa pela 
interferência no transporte de O2 e CO2, 
comprometendo tanto o aparelho 
respiratório quanto o metabolismo 
celular. (LOCARNO.2010). 
 Outro fator importante na 
contaminação por chumbo é o fato 
deste metal agir nos eritroblastos, os 
precussores dos eritrócitos. A ação do 
Figura 9 - Tecido Hematopoiético 
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/ 
Figura 10 - Tecido Hematopoiético 
15 
 
 
 
chumbo nos eritroblastos inibe a hemessintetase, enzima responsável pela 
biossíntese do grupamento heme. Com sua inibição, o ferro da protoporfirina é 
substituído pelo zinco dos reticulócitos, dando origem à zinco porfirina que se liga à 
globina, e não à protoporfirina que se liga a hemoglobina para o transporte do 
oxigênio. O aumento de ZPP no organismo indica desde anemias, até infecções 
crônicas ou malignas (CAMARGO; MANHAS.2010). 
 
2.2.3 Efeitos Hepáticos 
Os efeitos hepáticos sãos os efeitos cuja síndrome tem origem no fígado. 
Após passar pela porta hepática, os elementos nutricionais ou fármacos, elementos 
citotóxicos ou não, são levados aos centros de operações unitárias do fígado, a saber, 
os citocromos p450; onde pela ação da biotransformação as substancias e moléculas 
são convertidos em metabólitose seguem o seu curso normal para que foi elaborado. 
A contaminação por chumbo promove uma redução drástica na concentração 
hepática de Citocromo p450 e consequentemente uma inibição da atividade da 
glutation-S-tranferase, fazendo com que se desenvolva uma hepatite 
caracteristicamente tóxica. Geralmente estes efeitos são observados nos casos de 
intoxicações mais severas. 
 
3 MERCURIO 
Um metal prateado e brilhante encontrado na crosta terrestre, principalmente 
na floresta Amazônica, o mercúrio 
(Hg) ocorre tanto no ar, quanto no solo 
e na água. Suas formas químicas se 
diferem em metálico, inorgânico, sais 
de mercúrio (HgCl2, HgS) e mercúrio 
orgânico. Os orgânicos, em regra 
geral está associado aos radicais de 
carbono metilmercúrio e etilmercúrio. 
Na sua forma elementar, o mercúrio 
pode permanecer estável na atmosfera por muitos meses e anos até. O seu vapor 
pode se converter na forma solúvel, e descer ao solo junto com as chuvas, provocando 
Figura 11 - Fontes de Mercúrio: Industrial / 
Mineração 
Fonte: http://www.clubedaquimica.com/ 
16 
 
 
 
outras reações químicas permitindo que o metal volte à forma elementar e retorne 
para a atmosfera (Fig.10), ou sofra metilação pela presença de microorganismos 
aquáticos dando formas ao metilmercúrio, a forma mais eficiente de contaminação do 
metal, exatamente pela sua afinidade com a água, que possibilita a contaminação de 
lençóis freáticos e pescados (MMA.GOV.BR.2014). 
A principal forma de exposição da população humana é a dieta, em particular 
o consumo de pescados contaminados por metilmercúrio. Também podem 
ser observados níveis elevados de mercúrio em atividades econômicas, como 
fábricas de cloro-soda, mineração de ouro, minas de mercúrio, fábricas e 
recicladoras de lâmpadas fluorescentes, fábricas de termômetros, refinarias, 
clínicas dentais e fábricas de pilhas, sendo estas as principais vias de 
exposição ocupacional (MMA.GOV.BR.2014). 
O mercúrio é um metal 
largamente utilizado na área da saúde, 
por profissionais como enfermeiros, 
médicos, dentistas e higienistas bucais, 
químicos; e, seus efeitos estão 
estampados no dia-a-dia da população. 
Sinais como disfunções do SNC, 
dormência nos braços e pernas, 
irritabilidade, letargia entre outros 
sintomas são tratados como sintomas de 
outras doenças, com o risco de evoluir para distúrbios motores, retardamento mental 
e até mesmo a paralisia geral, além do risco de falência multipla dos orgãos. Outro 
fator agravante; o mercúrio nas mulheres grávidas, interferem no desenvolvimento 
fetal, podendo acarretar má formação congênita (MMA.GOV.BR.2014). 
Minamata, cidade litorânea japonesa, foi palco da pior contaminação por 
mercúrio de toda uma população em 1950, pelo derramamento do metal pesado nas 
aguas do mar circundante, contaminando os peixes da região (Fig.11). O que para 
muitos era um tipo de doença infectocontagiosa, na verdade era a contaminação por 
mercúrio que estava assolando a cidade (SOUZA.2011). 
 
3.1 A CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO 
O mercúrio concentra-se nos rins, fígado, sangue, medula 
óssea, intestinos, aparelho respiratório, mucosa bucal, glândulas salivares, 
cérebro, ossos e pulmões. A intoxicação aguda, se inalatória, pode provocar 
Figura 12 - Contaminação por Mercúrio 
Tomoko Uemura, de 17 anos, repousa no 
colo da mãe. Fonte: 
www.brasilescola.com/upload/e/contaminacao%2
0por%20mercurio%20-%20B.E.jpg 
 
 
17 
 
 
 
alguns dos seguintes sintomas: bronquite, edema pulmonar, salivação 
excessiva, gosto metálico na boca, lesões renais, tremores, convulsões, 
sede, dor abdominal, vômito, diarreia, alucinações, irritabilidade, perda de 
memória, confusão mental, anormalidades nos reflexos, coma e morte. 
Na pele pode surgir irritação cutânea, edema epústula ulcerosa. Na 
exposição prolongada (crônica) pode ocorrer inflamação da gengiva, 
amolecimento dos dentes, inchação das glândulas salivares, excesso de 
saliva, tremores, vertigem, rubor, irritabilidade, perda de 
memória, alucinações, perda do controle muscular, insônia, depressão, 
pesadelos e lesões na pele. (ABC.MED.BR. 2013) 
O cinábrio, um sulfeto trigonal composto de mercúrio (HgS), muito usado nas 
pinturas da Grécia antiga, bem como na tentativa de curar a sífilis e ainda como 
diuréticos e enchimentos de amalgamas dentárias. Atualmente o mercúrio (Fig. 12) é 
largamente usado na medicina legal em aparelhos como termômetros, barómetros e 
instrumentos para medir a pressão arterial. Na indústria, no processo eletroquímico 
de fabricação de cloro, é usado como um eletrodo. Entretanto, o maior risco da saúde 
humana no contato com o mercúrio, são: as amalgamas dentárias e a intoxicação 
alimentar, principalmente através dos peixes e frutos do mar. Geralmente o mercúrio 
excretado pela urina são compostos inorgânicos de mercúrio, enquanto que o metil-
mercúrio, composto orgânico do metal é mais exposto na amostra sanguínea. O 
mercúrio relacionado à exposição crônica, é mais encontrado nos cabelos, porém 
pode ser encontrado nos tecidos, nas 
amostras sanguínea, urina e plasma 
sanguíneo. Este fator determina a 
dificuldade de estimar uma contaminação 
potencial por mercúrio a longo prazo 
(MASEREJIAN.et al.2012). 
A facilidade de se converter em 
orgânico confere a este metal a 
capacidade de se acumular na cadeia 
alimentar. Entretanto, não existe relação de envolvimento do mercúrio com o SNC; 
fato explicado pela existência da barreira hematoencefálica que o metal não consegue 
transpor. Enquanto isto a exposição aguda ao metal desencadeia danos como os 
pulmonares, neurológicos e psicológicos. Os efeitos mais comuns são tremores, 
agitação, distúrbios do sono, tratativas depressivas entre outros, podendo cessar a 
partir do momento em que cessar a exposição ao metal pesado. Sendo o mercúrio 
uma substância de características alérgenas, ela pode causar afecção caracterizada 
Figura 13 - Mercúrio líquido 
Fonte: http://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-
doencas/351414/intoxicacao+por+mercurio+causas+s
inais+e+sintomas+diagnostico+tratamento+prevenca
o.htm 
18 
 
 
 
por reação inflamatória com formação de escamas e prurido. Como o mercúrio ainda 
é usado na fabricação de amálgamas dentárias, o uso destas amálgamas pode 
desencadear no surgimento da líquen oral, uma doença inflamatória mucocutânea 
que, devido a contaminação por mercúrio, afeta a cavidade bucal com um incômodo 
de longa duração provocado pela ferida. Apesar de não ter respaldo científico para tal, 
acredita-se que cessando o uso de tais amálgamas, cessa-se também a infecção por 
ela provocada (JARUP.2003). 
O maior perigo de contaminação por este metal é a sua forma orgânica. O 
metilmercurio apresenta seus sintomas até um mês após a exposição aguda ao metal. 
Os primeiros sintomas desta contaminação atingem o SNC, apresentando um quadro 
de dormência nos membros superiores e inferiores e parestesias, uma sensação 
desagradável que acontece sobre a pele traduzindo formas de queimação, dormência, 
coceira. Os estudos concluídos em Minamata no Japão definiram que a população 
não está exposta a riscos significativos pela contaminação do metilmercúrio, ficando 
fora desta afirmativa aquele grupo populacional que tem sua alimentação baseada no 
produto da pesca (KEHRIG et al, 2011). 
 
3.2 A Toxicocinética do Mercúrio 
Sendo o mercúrio um elemento mais hidrossolúvel, ele é muito pouco 
absorvido tanto no TGI quanto pela pele, se concentram no plasma sanguíneo e 
excretado por via renal. Entretanto seus compostos são mais lipossolúveis, tendo 
afinidade de absorção no TGI, alvéolos e na pele. Estes compostos organomercuriais 
tem a facilidade de transpora barreira hematoencefálica, e se depositar no sistema 
nervoso. Porém, ambos, orgânico e inorgânico, tem o poder de atravessar a barreira 
placentária e se concentrar nos órgãos do bebê (ABC.MED.BR.2013) 
 
3.2 A Toxicodinâmica do Mercúrio 
A citotoxicidade mercurial interfere diretamente no padrão de função celular 
através da inativação das sulfidrilas das enzimas. Esta ação acarreta uma 
desintegração de tecido celular pela inibição das ações enzimáticas responsáveis pela 
oxidação. Isto é muito perigoso durante o período gestacional por afetar diretamente 
o feto, promovendo contaminação tóxica no córtex cerebral. Esta toxicidade do 
mercúrio é explicado pela afinidade que o metal tem com os grupos carboxílicos, 
19 
 
 
 
amida, amina e a fosforilação de enzimas. A estas alterações induzidas pelo mercúrio 
está correlacionados a permeabilidade da barreira hematoencefálica, a inibição da 
formação dos microtúbulos, a interferência na síntese de proteína e na replicação do 
DNA, desregulação do sistema imunitário e principalmente mudanças na homeostase 
do cálcio, interferência da DNA polimerase e no processo fosforilação-desfosforilação; 
podendo ocorrer de forma isolada ou em cadeias. Além destes fatores, o mercúrio 
promove a degradação de elementos essenciais (depleção) de algumas proteínas 
principalmente a glutationa-S-transferase, deixando a célula mais exposta ao stress 
oxidativo, recebendo orientação à apoptose. Além disto o mercúrio pode induzir a 
peroxidação lipídicas, alterando o metabolismo do grupo heme e a despolarização da 
membrana interna mitocondrial. Todas as mudanças bioquímicas ocorrem a partir do 
dano oxidativo renal, inclusive a porfirinúria (excreção em excesso de porfirinas na 
urina) resultante tanto do aumento da formação de radicais livres quanto da 
peroxidação lipídica causada pela presença do mercúrio na grande circulação 
(ABC.MED.BR.2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Chumbo e mercúrio são metais pesados que a humanidade se habituou em 
conviver com eles como parte de seu dia a dia. Estes metais pode ser 
responsabilizados por inúmeras complicações da saúde que ficam sem explicações 
plausíveis. Alguns alcançam a cura, outros navegam em águas de sofrimento por anos 
até desfalecerem, tratando os sintomas, mas ainda em convívio com a fonte 
contaminadora de sua saúde. 
O chumbo, dotado do poder de afetar a síntese do heme, o sistema 
hematopoiético e a homeostase do cálcio, se fixa nos tecidos mineralizados e ficam 
por muito tempo até que um processo bioquímico o torne à ação novamente, afetando 
adversamente sistemas e órgãos do corpo humano, produzindo seus efeitos, 
principalmente os hepáticos comprometendo a metabolização de substratos e 
nutrientes. A capacidade de ultrapassa a barreira placentária indica que ele pode 
causar sérios danos ao feto, podendo causar comprometimentos com a viabilidade 
fetal, até mesmo com seu desenvolvimento. Este fato leva a crer que este metal pode 
sim cooperar para o aumento do risco de nascimento prematuro de bebês, mesmo 
sob exposição a níveis baixos de chumbo. 
Por outro lado, o mercúrio, um metal altamente citotóxico, tem seu papel 
destruidor ligado às ações enzimáticas celular. Inibindo a função de certas proteínas, 
entre elas a glutationa-S-transferase, o mercúrio consegue expor ferozmente a célula 
ao stress oxidativo, convidando esta célula ao processo de apoptose. Toda esta 
toxicidade mercurial tem sua explicação na afinidade que o metal tem com grupos 
carboxílicos, amida, amina e a fosforilação de enzimas, que facilita a sua recaptação 
no lugar da excreção do metal. 
Diante da severidade do quadro e da importância das complicações imposta 
pela contaminação por estes metais, compete aos órgãos competentes o alerta sobre 
o processo de contaminação. Evitando o contato, ganha a população que não vai 
adoecer, e muito mais o sistema que não vai gastar para restaurar a saúde do 
contaminado. 
O que resta diante de tudo isto, é a esperança de que um dia nossas 
empresas e o sistema político se conscientizem de que poluindo o ar, os rios, o meio 
ambiente, estamos derramando sobre nossas cabeças as brasas que irão nos corroer 
pelo calor da contaminação, que muito bem poderia ser evitada. 
21 
 
 
 
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