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Patologia Especial Choque F R E D E R I C O G U I L H E R M E F . L O B Ã O R . G O M E S M V M S C P H D D I R E T O R T É C N I C O D A A B P C A M E S T R E E M C I Ê N C I A S P E L A F M V Z / U S P D O U T O R E M C I Ê N C I A S D A F M R P / U S P O que é Choque? Condição em que a pressão arterial sistêmica é inadequada para fornecer oxigênio e nutrientes para sustentar os órgãos vitais e a função celular Fluxo adequado para os tecidos Bomba cardíaca adequada Sistema circulatório ou vasculatura efetiva Volume sanguíneo suficiente OXIGENAÇÃO FISIOLÓGICA HIPOVOLEMIA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA SEPTICEMIA Volume sanguíneo circulante Causa predominante do choque Estimulação simpática e sistema cardiovascular Débito cardíaco PA e perfusão tissular Barorreceptores estimulados FC e contratilidade Débito cardíaco PA Retorno venoso Constrição arteriolar Constrição venosa FISIOPATOLOGIA DO CHOQUE Estágios do choque COMPENSATÓRIO PROGRESSIVO IRREVERSÍVEL •PA normal •Aumento de FC e contratilidade •DC adequado •Desvio de sangue para órgãos vitais •Pele fria e pegajosa •Diminuição de peristalse e débito urinário •Alcalose respiratória compensatória •PAM abaixo dos limites normais (PAS 15 mm Hg) Choque Cardiogênico Etiologia: Infarto ou isquemia extensa do ventrículo direito e/ou esquerdo; Ruptura aguda do septo interventricular; Ruptura de papilares ou cordoalhas tendíneas com insuficiência mitral grave; Tamponamento cardíaco; Choque Cardiogênico Insuficiência cardíaca ◦ Infarto agudo do miocárdio ◦ Insuficiência cardíaca aguda ◦ Arritmia ◦ Miocardite e eletrocussão ◦ Insuficiência ventilatória ◦ Drogas anestésicas ou betabloqueadoras ◦ Distúrbios eletrolíticos (baixo sódio e potássio elevado) Choque Cardiogênico Fisiopatologia: Fator etiológico (ex: IAM) Necrose/Isquemia do miocárdio Hipotensão Diminuição do débito cardíaco Diminuição da perfusão tissular Comprome- timento de diversos órgãos Choque Cardiogênico - Diagnóstico 1) Sindrômico Volume urinário inferior a 20 ml/h Pele fria e enchimento capilar diminuído PAS 15 mmHg Índice cardíacoProgressão PULMONAR HEPÁTICA RENAL Choque Séptico – Manifestações Clínicas Estágios precoces = Paciente consciente e alerta; pele quente e ruborizada; pulsos amplos; hipotensão moderada; débito urinário diminuído; febre Podem ser referidos: cefaléia, prostração, mialgia, apreensão, agitação e anorexia Choque Séptico – Fase Inicial (choque quente) Extremidades aquecidas Diminuição da resistência periférica DC normal ou elevado Hiperventilação (alcalose respiratória) Débito urinário normal Febre Choque Séptico – Fase Avançada (choque frio) Extremidades frias DC reduzido Resistência periférica aumentada Hipotensão Acidose metabólica (metabolismo anaeróbio e acúmulo de ácido lático) Choque Séptico - Tratamento Reconhecimento do agente etiológico à ANTIBIOTICOTERAPIA Monitoração hemodinâmica Observar os seguintes parâmetros: nível de consciência, respiração, pulso, cor da pele, enchimento capilar, hidratação, PA, PVC, temperatura, diurese Reposição volêmica com soluções cristalóides Uso de vasoconstrictores, inotrópicos e vasodilatadores Choque Séptico – Tratamento/Monitoração Cuidados de Enfermagem Monitorar sítios de punção arterial e venosa, incisões cirúrgicas, sondas urinárias e feridas traumáticas ou Úlceras de pressão para os sinais de infecção Realizar todos os procedimentos invasivos com técnica asséptica, após cuidadosa higienização das mãos Comunicar alterações da temperatura corporal Administrar medicamentos com segurança Choques Por Obstáculo Circulatório Bloqueio do retorno do sangue ao coração ou ejeção sistólica Árvore arterial vazia e rede venosa cheia e estática ◦ Embolia pulmonar, tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo, obstrução de cavas Choques Mistos Associação de dois tipos de choque Hipovolêmico e distributivo ◦ Peritonite, empiema em pneumotórax traumático, infecção em queimaduras ou ferimentos extensos Classificar como distúrbio primordial MECANISMOS DE AGRESSÃO TECIDUAL NO CHOQUE Alteração no fluxo sanguíneo Toxinas Citocinas Moléculas de adesão Fator ativador plaquetário Metabólitos do ácido araquidônico Espécies reativas tóxicas do oxigênio Choque Anafilático Reação de hipersensibilidade imediata, em indivíduos previamente sensibilizados, após reexposição a antígenos. Choque Anafilático - Fisiopatologia Choque Anafilático – Manifestações Clínicas CUTÂNEAS RESPIRATÓRIAS VASCULARES ERITEMA, PRURIDO, URTICÁRIA, ANGIOEDEMA ASFIXIA APÓS OBSTRUÇÃO DAS VAS POR EDEMA E BRONCOESPASMO VASODILATAÇÃO GENERALIZADA Choque Anafilático - Tratamento Manter VAS permeáveis Suplementar Oxigênio Acesso venoso Monitorização hemodinâmica Administrar soluções cristalóides Uso de drogas vasoativas à ADRENALINA 0,3-0,5 ML A CADA 15 OU 20 MIN, SC 0,1 ML+10 ML DE SF 0,9% INFUNDIDA DURANTE 10-15 MIN, EV Choque Anafilático – Tratamento/Monitoração Cuidados de Enfermagem Avaliar e comunicar a existência de alergias ou reações prévias aos antígenos Orientar os pacientes quanto a “carteirinha de identificação de alergias” Avaliar risco para reação alérgica a contrastes administrados durante a realização de exames diagnósticos Choque Neurogênico Corresponde a um desequilíbrio do tônus vasomotor com predomínio de vasodilatação e hipotensão Choque Neurogênico Etiologia Lesões da medula espinhal Anestesias peridurais ou raquidianas Drogas bloqueadoras autônomas Manifestações clínicas Diminuição da PA Extremidades quentes acima da lesão, e frias, abaixo Tratamento Infusão de cristalóides para restauração do volume Tratar a causa primária Choque Neurogênico Cuidados de Enfermagem Imobilização Aplicar meias de compressão elástica Administrar heparina de baixo peso molecular, conforme prescrição, para evitar a formação de trombos Elevar e manter a cabeceira do leito em 30° para evitar o choque neurogênico quando o paciente está recebendo anestesia epidural Alterações Do Fluxo Sanguíneo Redução no oxigênio disponível (DO2) e demanda de oxigênio (dO2) insuficiente; Aumento no tempo para oxigenar tecidos e facilidade de deslocamento de oxigênio; Alguns órgãos tendem a promover vasodilatação arteriolar por mediadores locais; Alterações Do Fluxo Sanguíneo Quando há hipoxemia crítica, ocorre uma atividade adrenérgica sistêmica, privilegiando cérebro, miocárdio e adrenais; Crista mitocondrial torna-se menos rugosa e mais espessada até a fragmentação da mitocôndria; Citocinas Ligação dos lipopolissacarídeos bacterianos aos receptores de membrana dos leucócitos mononucleares Fator de necrose tumoral-alfa ◦ Mudança de temperatura, variações na resist6encia e permeabilidade vascular, redução na contratilidade do miocárdio Citocinas Interleucina-1 ◦ febre, anorexia, sonolência, neutrofilia e neutropenia, aumento dos fatores estimulantes de colônias e a interleucina-6, hipotensão arterial, redução dos níveis de catecolaminas e extravasamento de líquido intravascular. Moléculas de Adesão Regulam o trânsito de leucócitos através da barreira endotelial, modulando numerosos mecanismos de inflamação e de resposta imune; Integrinas, selectinas e imunoglobulinas; Marginação leucocitária pulmonar; SARA Fator Ativador Plaquetário Aumenta a adesão celular e ativa as células endoteliais e tem efeito auto- catalítico; Produção estimulada pelo fator de necrose tumoral; Liberação de tromboxane e leucotrienos = efeito sinérgico de lesão celular; Metabólitos do Ácido Araquidônico Presente na maioria das membranas celulares: Cicloxigenase ◦ prostaciclinas, tromboxanes, e prostaglandinas Lipoxigenase ◦ Lecotrienos e derivados do ácido hidroxieicosatetraenóico (HPETE) Citocromo P-450 ◦ Metabólitos oxigenados do ácido araquidônico Espécies Reativas Tóxicas de Oxigênio Radical superóxido, peróxido de hidrogênio e radical hidroxila; Produz uma reação em cadeia que altera a estrutura das membranas celulares; SÍNDROME DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA SISTÊMICA SIRS Diagnóstico Clínico Pressão arterial; Pressão venosa; Pulso; Respiração; Consciência;