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Gustavo Moreno T19 AULA 08: Choque Circulatório, Monitorização Hemodinâmica e Uso de Drogas Vasoativas: Definição: Sd caracterizada pela incapacidade do sistema circulatório de fornecer oxigênio aos tecidos Desbalanço entre oferta x consumo de O2 Choque é diferente de hipotensão Perfusão sistêmica Natureza circulatória Hipóxia tissular Síndrome de comprometimento da oxigenação e perfusão dos tecidos →Choque é a expressão clínica da hipóxia celular, tecidual e orgânica. →É causado pela incapacidade do sistema circulatório de suprir as demandas celulares de oxigênio, por oferta inadequada de oxigênio (DO2 ) e/ou por demanda tecidual aumentada de oxigênio (VO2 ). → Os efeitos da hipóxia tecidual são inicialmente reversíveis, mas rapidamente podem se tornar irreversíveis, resultando em falência orgânica, síndrome de disfunção de múltiplos órgãos e sistemas (SDMOS) e morte. →O diagnóstico sindrômico de choque implica não só no tratamento imediato da hipóxia tecidual, mas também na imediata investigação etiológica →Quatro mecanismos de choque são descritos: distributivo, cardiogênico, hipovolêmico e obstrutivo →Choque séptico, uma forma de choque distributivo, é a forma mais comum de choque em pacientes internados em UTI. Mecanismo: Diminuição absoluta e relativa no aporte de oxigênio Ineficaz perfusão dos tecidos Inadequada utilização do oxigênio distribuido Diagnóstico: Má perfusão periférica → hipotensão + taquicardia Hipoperfusão periférica → extremidades frias, cianose, oligúria, baixo débito no SNC Metabolismo celular alterado → hiperlactatemia →O choque deve ser suspeitado em pacientes com sinais de hipoperfusão tecidual: →Métodos de avaliação da perfusão tecidual: Pressão arterial média, débito urinário, nível de consciência, tempo de enchimento capilar, perfusão de pele/livedo, cianose de extremidades, lactato sérico, pH arterial, bicarbonato, saturação mista de oxigênio venoso (SmvO2 ou ScvO2), pCO2 venosa mista, oxigenação do tecido musculoesquelético (StO2) →Hipotensão arterial geralmente está presente no choque →Em adultos com quadro de choque, a pressão arterial sistólica tipicamente é menor que 90 mmHg ou a pressão arterial média é menor que 70 mmHg, com taquicardia associada. →A combinação de tempo de enchimento capilar > 2 segundos, livedo e diminuição da temperatura da pele pode predizer baixo índice cardíaco →Tempo de enchimento capilar > 3 segundos é associado com piora de perfusão tecidual (motting) e pior prognóstico. →A área de livedo reticular ao redor do joelho está diretamente relacionada à mortalidade Choque - Fisiopatologia: DO2 e VO2 variáveis (high-flow) → choque distributivo Diminuição de DO2 e normal/diminuição do VO2 (Low-flow) → choque hipovolêmico, cardiogênico e obstrutivo Tipos de choque: Distributivos: 66% Distributivo // 62% Séptico 16% Hipovolêmico // 16% Cardiogênico // 2% Obstrutivo Fisiopatologia: Independente do tipo do choque eu vou ter uma causa!! Insulto inicial: Hemorragia Desidratação TEP maciço Pneumotórax hipertensivo Tamponamento pericárdico IAM / IC descompensada Arritmias malignas Insulto inicial → queda do DC → mecanismo de compensação (do choque) → tônus simpático / adrenérgico, sistema renina angiotensina-aldosterona → vasoconstrição, ino/cronotropismo, aumento do retorno venoso → Aumento do DC / DO2 → manutenção pressão de perfusão → resolução ? → NAO → falência mecanismo de compensação → má perfusão → lesão órgãos alvo → óbito!! Pressão arterial: PA = DC x RVS Diminuição da perfusão → disfunção tecidual // Diminuição substratos (nutrientes) Sepse / SIRS → choque distributivo Hemorragia desidratação → choque hipovolêmico → tempo em má perfusão → choque distributivo IAM arritmias → choque cardiogênico → tempo em má perfusão → choque distributivo TEP pneumotórax → choque obstrutivo → tempo em má perfusão → choque distributivo Todos os mecanismos de choque convergem para o choque distributivo!! Choque misto!! Sistema → PAMs/DAMPs → citocinas inflamatórias → Vasodilatação e aumento da permeabilidade (Hipotensão + má perfusão) // Disfunção microcirculatório (microtrombo → hipotensão + má perfusão). Retorno venoso e DC: Depende da pré carga Gráfico** Lei de franking star Sistema de compensação: Hiperfusão – sistema cardiovascular – ativação do SRAA – metabólica e celular – neuroendócrina – inflamatória Objetivo: aumentar o DC, e aumentar a PA para reverter a hipotensão ⇒ melhorar a perfusão tecidual Mecanismo: Continente → vasoconstrição Volume → retenção hídrica Fluxo (DC) → inotropismo VS; cronotropismo FC (ambos vão aumentar o DC) Sistema adrenérgico + sistema vasopressina ADH + sistema Ren-ang-aldosterona DC → inotropismo; cronotropismo Vasos → vasoconstrição (aumento do RVS) volemia → leve aumenta o volume Sistema adrenérgico Extra: Stress / Dor ⇒ sistema simpático // Sistema parassimpático ⇒ vasoconstrição (aumento RVS) e cronotropismo (aumento FC) Importante: sinais de choque, taquicardia, pele fria e pegajosa, poliurio … Complicações: Arritmias cardíacas Redução do DC por aumento pós carga (“desgaste” miocárdico); →Critérios para estabelecimento de choque: (Diagnóstico: ≥ 4 critérios) Aparência ruim Alteração do estado mental Hipotensão > 30 minutos FC > 100 bpm FR > 20 irpm Débito urinário < 0,5 mL/kg/h Lactato > 4 mmol/L ou > 32 mg/dL Excesso de bases < –4 mEq/L Choque Distributivo: Mais comum SEPSE → de 60 a 70% dos casos Anafilaxia, intoxicação exógena, crise addisoniana, choque neurogênico Ativação imunológica e inflamatória → inflamação ativa a coagulação e coagulação ativa a inflamação Hipoxemia amplifica a inflamação e as vias pró-coagulação → lesão endotelial → aumento da permeabilidade vascular e síntese de óxido nítrico Fisiopatologia: Patógeno → infecção → resposta hospedeiro → inflamação / disfunção endotelial / coagulação e fibrinólise e outros fatores → perda da homeostase → disfunção órgãos → Morte Cascata → complexa → desregulação da resposta do hospedeiro Tratamento: choque séptico Coleta de exame, hemocultura, dosagem lactato sérico, antibioticoterapia, reposição volêmica na fase inicial do tratamento É igual ao tratamento da SEPSE →É caracterizado por vasodilatação periférica grave com queda da resistência vascular sistêmica. Choque séptico: -Sepse é definida como resposta desregulada do hospedeiro à infecção, resultando em disfunção orgânica com risco de morte -Choque séptico é sepse com necessidade de terapia vasopressora e presença de níveis elevados de lactato (> 2 mmol/L ou > 18 mg/dL), apesar da ressuscitação volêmica adequada - É o tipo mais comum de choque distributivo e tem mortalidade estimada em 40 a 50%. Tratamento: cristaloide preconizada na sepse, por exemplo, é de 30 mL/kg nas primeiras 3 horas (RL) Choque neurogênico: -Geralmente em vítimas de traumatismo cranioencefálico grave e lesão da medula espinhal, sobretudo se esta for acima de T6, levando à interrupção das vias autonômicas, com diminuição da resistência vascular e alteração do tônus vagal. Choque anafilático: -A anafilaxia está associada a mecanismos imunológicos (IgE mediado – alimento, inseto, látex – ou não IgE mediado – omalizumab, infliximab) e não imunológicos (exercício, frio, radiocontraste), todos levando à degranulação de mastócitos e/ou basófilos. -Acomete diversos sistemas (cardiovascular, respiratório, pele, trato gastrointestinal e sistema nervoso central), no entanto, o choque e a obstrução de via aérea são as principais causas de morte. Choque Neurogênico: Raro Sistema nervoso → central (encéfalo / medula espinal) e periférico (somático e autônomo**) Desregulação do sistema autônomo: Involuntário 2 neurônios Antagonismo Simpatico x parassimpatico ação de mediadores SNC → neurônio pré ganglionar → gânglio (Ach) → neurônio pós ganglionar → S (noradrenalina) ParaS (Ach) [Musculatura lisa + glândulas] Lesões medulares Cervical baixa / torácica alta são mais associadas a disautonomias! Território venoso também tem receptores alfa adrenérgicos que contribuem para vasoconstriçãoe retorno venoso - Coração → parassimpático (diminui a FC) simpático (aumenta FC e a força da contração) - Arteríolas → parassimpático (nd) e simpático (constrição) Principais causas associadas: Trauma medular Inflamatório → SGB, mielite transversa Infecciosa: HIV, bacteremia Neoplasia → TU medular ou SNC Cirurgias Drogas Disautonomias metabólicas: Congênitas, DM, Cirrose, Doenças degenerativas Quadro clínico: Vasodilatação sistêmica → choque com extremidades quentes Bradicardia frequente → mais parassimpático Grande variedade → mobilização e aspiração traqueal Gravidade proporcional ao grau de lesão Início em horas ou dias após a lesão Disautonomia → quadro grave! Manejo hemodinâmico: Evitar hipotensão: semelhante ao TCE, PAS >90 , PAM > 65 mmHg Expansão volêmica: cristalóides 1000 ml e resposta baixa Uso precoce de noradrenalina: resposta boa e rápida Lembrar de tratar outras causas de choque associada Manejo Bradicardia: Tolerar FC mais baixas: avaliar sintomas Cuidados com rolhas e aspirações: causa comum de bradicardia sintomática Atropina 0,5 mg EV Se persistente: avaliar MP temporário Choque Cardiogênico: Causado por uma disfunção do VE mas nem sempre Choque no IAM: perda de mais de 40% de massa muscular Síndrome coronariana aguda!! → infarto intenso (mais de 40%) Alta gravidade // Prognóstico ruim Causas: Disfunção sistólica: IAM (80%) Miopericardites, takotsubo, MCP crônicas agudizadas Disfunção diastólica: MCP hipertrófica ou restritiva Arritmogênicas Estruturais: valvopatias, complicações mecânicas do IAM Classificações do choque cardiogênico → SCAI (tabela) E → extremo ⇒ síndrome que não consegue recuperar o Débito cardíaco, recupera apenas com auxílio de algo D → fase final C → clássico B → começo A → risco Fisiopatologia: aumento da congestão venosa Diminuição de perfusão tecidual Tratamento: Suporte hemodinâmico // Assistência ventricular // Transplante cardíaco Tratamento definitivo: revascularização Dispositivos: impella, berlim heart, ecmo Resumindo: Choque cardiogênico: alta mortalidade, IAM e miocardites, ICO (reperfusão), suporte em refratários (BIA ?? ECMO), SIRS → Choque Cardiogênico: causado por patologias cardíacas que levem à falência da bomba e à redução do débito cardíaco (DC). Pode ser divididas em três categorias: 1. Cardiomiopatia: Incluem infarto do miocárdio envolvendo mais de 40% do miocárdio do ventrículo esquerdo, infarto do miocárdio de qualquer tamanho se for acompanhado por isquemia extensa e grave devido a doença coronariana multiarterial, infarto agudo do ventrículo direito, exacerbação da insuficiência cardíaca em pacientes com cardiomiopatia dilatada grave subjacente, miocárdio atordoado após parada cardíaca, isquemia prolongada ou circulação extracorpórea, depressão miocárdica por choque séptico ou neurogênico avançado e miocardite. 0. Arrítmica: Tanto as taquiarritmias atriais e ventriculares quanto as bradiarritmias podem induzir hipotensão (p. ex., taquicardia ventricular sustentada, bloqueio atrioventricular total) 0. Mecânica: Insuficiência valvar aórtica ou mitral grave, defeitos valvares agudos, como a ruptura de um músculo papilar ou de cordoalhas tendíneas, dissecção retrógrada da aorta ascendente, ruptura aguda do septo interventricular, mixomas atriais e ruptura do aneurisma da parede livre ventricular. Choque Hipovolêmico: Inadequado Débito cardíaco por perda de volume Hemorrágico Não hemorrágico: perdas GI, rins, 3 espaço, hipertermia … Grave perda sanguínea → oferta inadequada de O2 Causas: trauma, hemorragia puerperal, hemorragia digestiva, perioperatório, rotura de aneurisma Classificação do choque hipovolêmico: Casse I Classe II Classe III Classe IV Perda sanguínea (% volume sanguíneo) <15% 15-30% 31-40% > 40% Frequência de pulso (BPM) nl nl / ou aumentado aumentado aumentado ou muito aumentado PA nl nl ou aumentado aumentado aumentado ou muito aumentado Pressão de pulso nl diminuído diminuído diminuído FR irpm nl nl nl ou aumentado aumentado Diurese nl nl diminuído Muito diminuído Glasgow nl nl diminuído diminuído Déficit de base 0-2 -2 a -6 -6 a -10 -10 ou menos Reposição volêmica monitorizar possível sim protocolo de reposição maciça Choque hemorrágico relacionado ao trauma: Lesão tecidual, fratura, rabdomiólise ⇒ aumento da SIRS - choque distributivo associado Lesão pulmonar direta → piora da hipoxemia Contusão miocárdica → componente cardiogênico Obstrução ao fluxo sanguíneo → PNMTX ou tamponamento Reconhecimento precoce: Hemorragia evidente Hemorragia oculta: trauma (retroperitônio, coxa, tórax, abdome e pelve), rotura de aneurismas de aorta, gravidez ectópica rota FAST e E-FAST – ferramenta auxiliar Tríade Letal ⇒ Perda sanguínea maciça/ grave Aumento do ácido lático no sangue Coagulação diminuída Diminuição do desempenho cardíaco Tratamento:: Controle do foco hemorrágico: Estratégia mais rápida → REBOA / torniquete / lenços em torno da pelve Packing / embolização Cirurgia damage control Endoscopia Cuidado multidisciplinar Evitar coagulopatia dilucional: Evitar ressuscitação excessiva com cristaloides Diluição de fatores de coagulação e hematócrito ATLS: 1000 ml de RL Protocolo de transfusão maciça – PTM ICH: IPFC: 1CP Evitar Acidose: Dificulta interação do cálcio com fosfolipídios no início da cascata da coagulação pH <7,2 já impactada coagulação Evitar hipotermia: Temperatura < 35 C aumenta a mortalidade em choque hemorrágica Aquecimento ativo, Ruídos aquecidos Papel do Cálcio Hipocalcemia causa coagulopatia Citrato dos hemocomponentes quela o cálcio Alvo valor normal / alto Empírico ou preemptivo se PTM Papel do fibrinogênio Coagulopatia dilucional, CIVD Alvo: >150-200 mg/dL /// empírico ou preemptivo se PTM Crioprecipitado 10 UI → aumenta 75 mg/dL Papel do ácido tranexâmico: Antifibrinolítico Trauma e hemorragia obstétrica → hiperfibrinólise Uso precoce somente!! 1g EV ataque em 10 minutos + 1 grama EV em 8 horas Hipotensão Permissiva até controle do foco PAS 70-80 // PAM 50-60 mmHg (exceto no TCE) Menor mortalidade / consumo hemocomponente SARA / DMOS Resumindo: Acesso venoso adequado Evitar hipotermia Minimizar infusão de cristaloides TX proporção balanceadas Ác. tranexâmico no trauma e sangramento obstétrico Manejo agressivo da acidose e hipocalemia Hipotensão permissiva Controle do foco →Choque Hipovolêmico: -Acontece pela redução do volume intravascular (pré-carga reduzida) que reduz o DC.É dividido em 2 categorias: Hemorrágico e não hemorrágico; 1. Hemorrágico: Causas: trauma, seguido por hemorragia varicosa e úlcera péptica. Hemorragia perioperatória, aneurisma aórtico abdominal roto e iatrogênico (menos comum); Tratamento: iniciar a reposição volêmica com cristaloides, até que os hemocomponentes cheguem à sala de emergência. Recomenda a administração de 1 L de cristaloide inicialmente, seguida de hemocomponentes, caso o paciente mantenha-se hipotenso. Choques hemorrágicos graus III e IV já são indicações de ressuscitação com hemocomponentes no trauma 2. Não Hemorrágico: Volume intravascular reduzido por perda de fluidos que não sejam sangue. A depleção de volume pela perda de sódio e água pode ocorrer a partir de vários sítios anatômicos, como perdas gastrointestinais, perdas de pele e perdas renais. Tratamento: priorizar os cristaloides Choque Obstrutivo: Incapacidade do coração em gerar volume sistólico / débito cardíaco na ausência de hipovolemia e disfunção miocárdica de base Em sua maioria, decorrente de um fator externo ao coração Causas Vasculares: Trombo, gordura, aérea, séptica, amniótica, hipertensão pulmonar Doenças valvares // Obstrução via saída Causas mecânicas: Tamponamento cardíaco, pericardite constritiva, pneumotórax hipertensivo, hemotórax maciço Embolia Pulmonar = Menor pré carga de VE Logo sem VD grande: busque outra causa de choque Tratamento cardíaco: Tamponamento: **Ingurgitamento venoso – 76% sensibilidade **Hipotensão – 26% sensibilidade **Abafamento de bulhas– 28% sensibilidade Dispneia – 88% sensibilidade Taquicardia – 77% sensibilidade Pulso paradoxal > 10 mmHg – 82% sensibilidade Manifestações clínicas do choque: Achados clínicos: Tempo de enchimento capilar aumentado > 4,5 segundos Taquicardia; Taquipnéia Hipossaturação; Hipotensão Pele fria Oligúria Agitação ou rebaixamento do sensório Particularidades do Choque Anafilático: Desencadeante Prurido; Rash cutâneo Sibilos Rouquidão Dispnéia Particularidades do choque Cardiogênico: Sinais de ICC HP de IAM Congestão pulmonar Hepatomegalia dolorosa Ictus desviada B3 Sopros Particularidades do choque Hipovolêmico: Perda de líquido Trauma Sangramento ativo Particularidades do choque Distributivo: Sepse Particularidades do choque Obstrutivo: Tamponamento: abafamento de bulhas, pulso paradoxal, atrito pericárdico Pneumotórax hipertensivo: dispnéia súbita, assimetria da ausculta, hipertimpanismo Embolia pulmonar: taquicardia, hipotensão, fatores de risco e hipoxemia Choque Obstrutivo → Causado principalmente por causas extracardíacas que culminam em insuficiência cardíaca. Causas podem ser divididas em 2 categorias: 1. Vascular Pulmonar: A maioria dos casos de choque obstrutivo é devido a insuficiência ventricular direita decorrente de tromboembolismo pulmonar hemodinamicamente significativo (TEP) ou hipertensão pulmonar grave (HP). O ventrículo direito falha, porque é incapaz de gerar pressão suficiente para superar a alta resistência vascular pulmonar. 0. Mecânica: Similar ao choque hipovolêmico, pois o distúrbio fisiológico primário é uma diminuição da pré-carga. Causas mecânicas de obstrução de choque incluem: pneumotórax hipertensivo, tamponamento pericárdico, pericardite constritiva e cardiomiopatia restritiva. Mecanismos de choque, fisiopatologia e exemplos: Hipovolêmico Redução do volume intravascular: Hemorragia ou perda de fluidos (diarreia, necrólise epidérmica tóxica, diurese osmótica Cardiogênico Redução do débito cardíaco por falha da bomba cardíaca Infarto agudo do miocárdio, cardiopatia em estágio final, doença cardíaca valvular avançada, miocardite ou arritmias cardíacas Obstrutivo Redução do débito cardíaco por causas extracardíacas, geralmente associada a falência de ventrículo direito Embolia pulmonar, tamponamento cardíaco ou pneumotórax Distributivo Vasodilatação sistêmica Sepse, anafilaxia, crise adrenal aguda, pancreatite Monitorização Hemodinâmica: Hemodinâmica: Sangue // força As forças que determinam o fluxo sanguíneo na circulação Intenção de monitorizar: detectar alterações fisiológicas precocemente quando as intervenções são mais eficazes e avaliar os efeitos das estratégias terapêuticas O que monitorizar?? Função cardíaca → miocárdica, atividade elétrica Status vasomotor Volemia Microcirculação Perfusão tecidual → Macrohemodinâmica ← Avaliação inicial: Sinais vitais: PAS/PAM; FC; FR; Shock index Shock index → FC/PAS (normal 0,5 a 0,7) Exame Físico: As 3 janelas: Neurológica: confusão, sonolência, torpor, coma, agitação Renal: oligúria Cutânea: temperatura, turgor, tempo de enchimento capilar, mottling score Monitorização Hemodinâmica: Pressão arterial: Não invasiva: baixa acurácia em estados de choque FLuxos tecidual depende da pressão no leito vascular - PAM 60 - 65 mmHg Variações da pressão arterial com a respiração são preditores de fluido responsividade Alterações do retorno venoso pelas mudanças das pressões torácicas indicam hipovolemia relativa Ex – variação da pressão de pulso, leg raising Pré carga – carga dependente ou fluido responsividade Pressões vasculares: Pressão venosa central – PVC Pressão do átrio direito Depende do retorno venoso, complacência e contratilidade do VD, pressão pulmonar, esses fatores não são estáticos Pobre preditor de fluidoresponsividade Pressão de arterial pulmonar → cateter com balão guiado pelo fluxo sanguíneo. Reflete a pressão no AE. Possibilita avaliar o DC por termodilução e obter a saturação venosa mista. Formas de avaliação da perfusão tecidual – Macro Hemodinâmica: Pele, rins e cérebro Tempo de enchimento capilar Temperatura da pele Escore de Mottling – livedo Monitorização Lactato; Base excess BE A PCO3; Hiperglicemia Lembrar: não usar um marcador isolado para formulação de decisão // não usar amostra única // realizar a coleta de amostra do local adequado Monitorização do transporte de O2:: Oferta de O2 (DO2) ⇒ CaO2 x IC x 10 CaO2 = (1,34 x sat O2 x Hb) + (0,003 x PaO2) Consumo de O2 (VO2): CaO2 - CVO2 x IC x 10 VO2 = IC x 1,34 x Hb x (Sat O2 - SvO2) Saturação Venosa de O2 (SV e O2) 70 - 78% Monitorização Hemodinâmica Invasiva: Cateter de artéria pulmonar – Swan Ganz US na sala de emergência – Dx e monitorização Monitorização do paciente: Ponto chave: O que é mais importante Como medir também é importante O mais importante: o que fazer com essas informações?? Drogas vasoativas: Substâncias que apresentam efeitos vasculares periféricos, pulmonares ou cardíacos, sejam eles diretos ou indiretos, atuando em pequenas doses e com respostas dose dependente de efeito rápido e curto, por meio de receptores situados no endotélio vascular ou no próprio órgão. Em pacientes com hipotensão persistente após ressuscitação volêmica, a administração de vasopressores é indicada. Classificação: Inopressores: noradrenalina, dopamina e adrenalina Vasopressores puros: vasopressina e fenilefrina Inodilatadores: dobutamina, milrinone, levosimendan Utilização em acesso periférico: Estabilização hemodinâmica não deve aguardar um CVC Seguro em veias calibrosas, cateter 18-20G e por curto período de tempo Monitorização frequente – a cada 2 horas Se extravasar: fentolamina ou nitroglicerina SC Vasopressina não deve ser utilizada Dopamina: Dosagem variável Diluição → 5AMP (50MG/10ML) + 200ml SF5% Efeito adverso: taquiarritmias Indicações: choque com bradicardia BAVt Norepinefrina é o vasopressor de primeira escolha nos quadros de choque, exceto no anafilático, em que a epinefrina é superior. A administração geralmente resulta em um aumento clinicamente significativo na PAM Noradrenalina: Efeitos: potente estímulo alfa, pequeno efeito beta, pré carga e retorno venoso, perfusão renal e esplâncnica Diluição e dose: 4 amp (4 mg/4m) + 234 ml SG 5% → peso / 10 = 0,1 mcg/kg/min 0,01 a 3,3 mcg/kg/min Efeito adversos: arritmias, isquemia periférica, extravasamento Indicação: vasopressor de primeira linha Ação sobre alfa-1 e beta-1; 1ª escolha para o choque séptico EA: taquiarritmia Adrenalina: Efeitos: potente estimula alfa 1 e beta 1; hiperglicemia e hiperlactatemia Dose e diluição → 6 amp (1 mg / 1 ml) = 94 ml 5SG 5% → 1ml/h = 1 mcg/min Efeito adverso: arritmia, isquemia periférica, extravasamento Indicações: vasopressor de segunda linha, disfunção miocárdica no choque séptico, alternativa a nora = dobutamina no choque cardiogênico. Ação em receptores adrenérgicos; 1ª escolha no choque anafilático Pode ser útil se bradicardia + hipotensão ou no choque refratário EA: arritmia, redução do fluxo esplâncnico, aumento do lactato Dobutamina: Beta adrenérgico e vasodilatador Apresentação – ampola 250 mg / 20 ml Dose: 2,5 - 20 mg/kg/min Escolha: choque cardiogênico – confirma disfunção de VE Efeito colateral: arritmia, aumento do VO2 miocárdico Evitar: EAP, FA, IAM, Beta bloqueados Atua em receptores beta-1 e beta-2 Indicada no choque cardiogênico ou no choque séptico com disfunção miocárdica, mesmo com otimização volêmica e PAM > 65 mmHg EA: hipotensão, arritmia e aumento do MVO2 Milrinone: Inibidor da fosfodiesterase III Inotrópico e vasodilatador – arterial e pulmonar Evitar em coronariopatas e reduzir dose em DRC 0,375-0,75 mcg/kg/min – diluição 1 mg(20 ml) + 80 ml SG5% Indicações: disfunção de VD + HP; Beta bloqueados Levosimendan: Sensibilizador dos canais de cálcio Vasodilatação canais de K + ATP dependentes Diminuiu VO2 miocárdica Indicações: beta bloqueados e INTERMACS II Contra indicação: ClCR < 30 Vasodilatadores: Nitroglicerina: Vasodilatador → principalmente venoso Vasodilataçãocoronariana Indicação: SCA principalmente associada a congestão IC descompensada Dose e diluição: ampola 50 mg / 10 ml ou 25 mg/5 ml Dose: 5 a 200 mcg/min Ef indesejáveis: taquifilaxia, hipotensão, inibidores de fosfodiesterase, metemoglobinemia. Vasodilatação mediada por GMPc; Venodilatador, pouco arteriodilatador, aumenta a perfusão coronariana Indicado na IC descompensada, SCA e gestantes EA: taquifilaxia, cefaleia, rubor, TGI Nitroprussiato de sódio: Vasodilatador arterial e venoso Dose e diluição: ampola de 50mg/2ml – SG 5% 248 ml + 2 ml NPS Indicação: emergência hipertensiva Efeito colateral: intoxicação por cianeto e tiocianato Efeito mediado pelo NO; Vasodilatador arterial e venoso Indicado na IC descompensada e emergência hipertensiva EA: intoxicação por CN, TGI, dissociação CI: gestação, insuficiência renal e hepática (cautela) Vasopressina: ** Estimula para a liberação de: aumento da osmolaridade, hipotensão e hipovolemia Receptores V1 (V1a) → vasoconstrição Musculatura lisa vascular, tecidos periféricos Receptores V2 → retenção hídrica // Ductos coletores Receptores V3 (V1b) → secreção de corticotropina // SNC Atua em receptores V1; 1ª escolha no choque séptico refratário a nora EA: bradicardia, isquemia de órgãos e extremidades Outros análogos: Desmopressina DDAVP: Receptor V2 1/2 Vida mais longa Diabetes insipidus e sangramento VII e fator de VW Terlipressina Receptor V1 Hipertensão portal e HDA varicosa Selepressina Seletivo para receptores V1 Sem efeitos pró-coagulantes, retenção hidrossalina e liberação de CTC Tratamento específico do choque: Hipovolêmico ↓ DC (inicial) → ↑ FC ↑RVS Hemorrágico Não hemorrágico Controle do foco de sangramento Controle da diarreia, da cetoacidose diabética etc. Distributivo ↑ FC → tentativa de ↑ DC ↓ RVS (inicial) Séptico Adrenal Anafilático Neurogênico Antibiótico e controle do foco de infecção Corticóide Epinefrina e afastamento do alérgeno Suporte e estabilização cervical Cardiogênico ↓ DC (inicial) → ↑ FC ↑RVS Isquemia Arritmia Valvopatia Angioplastia Antiarrítmico Cirurgia Obstrutivo ↓ DC (final) → ↑FC ↑RVS TEP Tamponamento cardíaco Pneumotórax hipertensivo Anticoagulação e trombólise Pericardiocentese Toracocentese de alívio e drenagem de tórax