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Roteiro distúrbios ácido-basicos e gasometria

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FACEX - UNIFACEX 
CURSO DE ENFERMAGEM 
UP: BIOQUÍMICA APLICADA A ENFERMAGEM 
ROTEIRO PARA ESTUDO 
Profª. Esp. Andressa Fernandes 
 
 
Disturbios ácido-básicos: Ph 
• A concentração dos íons hidrogênio nos líquidos do organismo é medida pela unidade 
denominada pH. 
• A redução do pH é denominada acidose e o seu aumento constitui a alcalose. 
• Ambos, acidose e alcalose, podem diminuir acentuadamente a eficiência das reações 
químicas celulares; o metabolismo celular exige um estreito limite para a concentração 
do íon hidrogênio. 
• O pH plasmático: 7,35 – 7,45; 
• O pH compatível com a vida: 6,8 – 7,8 
• Regulação do pH  sistema tampão (rins e pulmão, ácido cabônico-bicarbonato, 
absorção e liberação de Hidrogênio); 
 IMPORTANTE!!! 
• Concentração aumentada de H+  ácido  pH diminui 
• Concentração baixa de H+  básico  pH aumenta 
 
Sistemas – tampão: ácido carbônico-bicarbonato 
• Regula o pH através de liberação ou retenção de H+ no corpo; 
 Responsável pela manutenção do pH, evitando oscilação. 
 pH = HCO3/CO2 
Sistemas – tampão: RINS 
• Capacidade de regular o nível de bicarbonato do corpo; 
• Excretam os íons hidrogênios e conservam os íons bicarbonato: acidose metabólica; 
• Excretam bicarbonato e conservam hidrogênio: alcalose metabólica; 
*A compensação renal para o desequilíbrio é lenta (horas ou dias) 
Sistemas – tampão: PULMÃO 
• Maior concentração de CO2 no sangue – aumento da respiração; 
 
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• Maior concentração de O2 no sangue – diminui a respiração; 
• Acidose metabólica: aumento da respiração – eliminação de CO2; 
• Alcalose metabólica: diminuição da respiração – retenção de CO2. 
 
 
GASOMETRIA 
1 - Conceito: 
 
• Técnica que consiste na leitura do pH e das pressões parciais de O2 e CO2 em uma 
amostra de sangue; 
• A leitura é obtida a partir da comparação desses parâmetros na amostra com os padrões 
internos do gasômetro; 
• Essa amostra pode ser de sangue arterial ou venoso, porém é importante saber qual a 
natureza da amostra para uma interpretação correta dos resultados; 
• Amostra sangue arterial: performance pulmonar, hematose, cálculo de oxigênio 
oferecido aos tecidos; 
• Amostra sangue venoso: avaliar apenas a parte metabólica; 
• Há diferença entre os valores arterial e venoso: 
• pH => Avaliar o pH para determinar se está presente uma acidose ou uma alcalose; 
 
• Um pH normal não indica necessariamente a ausência de um distúrbio ácido-básico, 
dependendo do grau de compensação; 
 
• O desequilíbrio ácido-básico é atribuído a distúrbios ou do sistema respiratório (PaCO2) 
ou metabólico. 
• PaCO2 => A pressão parcial de CO2 do sangue arterial . 
• Seus valores normais oscilam entre 35 a 45 mmHg. 
• Se a PaCO2 estiver menor que 35 mmHg, o paciente está hiperventilando, e se o pH 
estiver maior que 7,45, ele está em Alcalose Respiratória. 
• Se a PCO2 estiver maior que 45 mmHg, o paciente está hipoventilando, e se o pH 
estiver menor que 7,35, ele está em Acidose Respiratória. 
• HCO3- => As alterações na concentração de bicarbonato no plasma podem 
desencadear desequilíbrios ácido-básicos por distúrbios metabólicos. 
• Se o HCO3- estiver maior que 28 mEq/L com desvio do pH > 7,45, o paciente está em 
Alcalose Metabólica. 
• Se o HCO3- estiver menor que 22 mEq/L com desvio do pH < 7,35, o paciente está em 
Acidose Metabólica. 
• BE: excesso ou déficit de bases 
• SaO2: saturação de oxigênio. 
 
2- Acidose Respiratória: 
 
 
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• Qualquer fator que reduza a ventilação pulmonar, aumenta a concentração de CO2 
(aumenta H+ e diminui pH) resultando em acidose respiratória. 
Hipoventilação – Hipercapnia – (pCO2 > 45mmhg) – Acidose respiratória 
pH = 7.30 
PaO2 = 140 
PaCO2 = 50 
HCO3 = 24 
BE = -6 
SatO2 = 99% 
 
Causas: 
 
 Lesão no Centro Respiratório (AVE, TCE, tumor); 
• Depressão no Centro Respiratório (intoxicações, anestésicos, sedativos, lesões, narcóticos); 
• Obstrução de Vias Aéreas (Asma, DPOC, secreção, corpo estranho); 
• Infecções agudas (Pneumonias); 
• Edema Pulmonar; 
• SDRA, Atelectasias, Pneumotórax, Fibrose Pulmonar; 
• Trauma torácico, deformidades torácicas severas; 
• P.O cirurgia abdominal alta, toracotomias; 
• Distensão abdominal severa; 
• Doenças Neuromusculares (Poliomelite, Polirradiculoneurites); 
• Tromboembolia Pulmonar; 
• Fadiga e falência da musculatura respiratória 
 
3- Alcalose respiratória: 
 
Quando a ventilação alveolar está aumentada a PCO2 alveolar diminui, consequentemente, 
haverá diminuição da PCO2 arterial menor que 35mmHg, caracterizando uma alcalose 
respiratória (diminuição de H+, aumento do pH) 
Hiperventilação - hipocapnia (pCO2 < 35 mmHg) – Alcalose respiratória 
pH = 7.58 
PaO2 = 50 
PaCO2 = 23 
HCO3 = 22 
BE = +5 
SatO2 = 87% 
 
Causas: 
 
• Hiperventilação por ansiedade, dor, hipertermia, hipóxia, grandes altitudes; 
• Hiperventilação por VM; 
• Lesões do SNC, tumores, encefalites, hipertensão intracraniana; 
• Salicilatos e sulfonamidas; 
• Alcalose pós acidose. 
 
4- Acidose e Alcalose Metabólica 
 
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São anormalidades na concentração de HCO3- que podem alterar o pH do sangue. 
- HCO3- = 22-28 mEq/L 
- BE = +2 à –2 mEq/L (Excesso de Base) 
 
• Acidose metabólica 
• pH = 7.32 
• PaO2 = 89 
• PaCO2 = 38 
• HCO3 = 15 
• BE = -7 
• SatO2 = 97% 
 
Causas 
 
• Insuficiência Renal; 
• Cetoacidose diabética; 
• Ingestão excessiva de ácidos; 
• Perdas excessivas de bases (diarréias); 
• Elevação de ácido láctico na glicogenólise muscular (aumento do trabalho respiratório); 
• Hipóxia (insuficiência respiratória, choque circulatório); 
• Hipertermia, doenças infecciosas, anorexia. 
 
Sinais e sintomas 
 
• Cardiovasculares, gastrointestinais, respiratórios, SNC. 
 
• Alcalose Metabólica 
 
• pH = 7.50 
• PaO2 = 93 
• PaCO2 = 43 
• HCO3 = 31 
• BE = +3 
• SatO2 = 96% 
Causas 
 
• Oferta excessiva de bicarbonato; 
• Perda de suco gástrico por vômitos ou aspirações de sondas gástricas; 
• Uso abusivo de diuréticos e corticosteróides; 
• Insuficiência respiratória crônica (). 
 
SINAIS E SINTOMAS 
 
Falência renal, irritabilidade, hiperexcitabilidade, confusão mental 
 
5- Mecanismo conpensatório 
 
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• Na acidose respiratória, a persistente elevação da pressão parcial de CO2, repercute em 
nível renal e após um período de 12 a 48 horas já se consegue detectar diminuição da 
eliminação renal de HCO3- com maior eliminação de H+ na urina; 
• O aumento da reabsorção renal de HCO3- constitui o principal mecanismo de 
compensação renal à acidose hipercápnica. O HCO3- elevando-se no sangue, tenderá a 
normalizar o pH; 
• Alcalose Respiratória: na hipocapnia de longa duração, a eliminação renal de 
bicarbonato está aumentada, levando a correção do pH do sangue 
• Na acidose metabólica, a compensação ocorrerá pela hiperventilação alveolar 
secundária ao aumento de H+ no plasma e no líquor, levando a uma diminuição da 
PCO2. Essa hiperventilação tenderá a corrigir o pH dosangue; 
• Na alcalose metabólica, o mecanismo de compensação não é tão eficiente. Embora o 
aumento de HCO3- no líquor deprima a respiração, sua passagem pela barreira liquórica 
é muito lenta. Daí o fato de que a depressão respiratória não ser observada com 
freqüência na clínica. 
 
6 – Importante! 
 
• Importante buscar o diagnóstico etiológico no intuito de uma abordagem terapêutica direcionada 
à causa. 
1 - História e exame físico; 
2 - Dados gasométricos (pH, PaCO2 e HCO3-); 
3 - Medição de outros eletrólitos; 
4 - Verificação do gradiente alvéolo-arterial de oxigênio; 
5 - Verificação da concentração de sódio em amostra única de urina, que serve para avaliar, 
indiretamente, a volemia do paciente e os processos de reabsorção tubular renal. 
 
7 - Técnica: 
Material: 
• Luvas de procedimento. 
• Algodão embebido em álcool a 70%. 
• Seringa de 3 ou 5 ml heparinizada. 
• Agulha 25x7. 
Técnica: 
1. - Explicar ao paciente sobre o procedimento a ser realizado, informando-o todos os 
passos; 
2. 2 - Colocar o paciente em posição decúbito dorsal, de modo que a região a ser 
inspecionada para a provável punção fique em uma superfície plana e firme, deixando a 
musculatura relaxada; 
3. Separar o material numa bandeja ou cuba rim, previamente limpa com álcool á 70%; 
4. Realizar a lavagem das mãos de forma rigorosa; 
5. Colocar o braço do paciente em uma superfície plana com a palma da mão voltada para 
cima e o punho discretamente estendido. Ter o cuidado para não estender demais o 
punho nem palpar muito forte e obstruir o pulso; 
6. Abrir o pacote de luva estéril; 
7. Colocar na cuba: seringa e agulha escolhida para fazer a punção, agulha para aspiração, 
um pacote de gaze estéril e o frasco de heparina; 
 
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8. Calçar a luva estéril na mão dominante e com esta segurar a seringa estéril, com a mão 
não dominante, segurar o frasco de heparina e aspirar 1 mL, para banhar toda a luz da 
seringa; 
9. Trocar a agulha de aspiração pela agulha da punção 13x4,5 ou 25x7, dependendo do 
paciente; 
10. Desprezar a heparina que foi aspirada; 
11. Calçar a outra luva na mão não dominante; 
12. Fazer a anti-sepsia do local e esperar secar; 
13. Palpar a artéria com o dedo indicador e médio juntos, sentindo o percurso da artéria por 
baixo do tecido subcutâneo, atentando também para a sua linearidade; 
14. Puncionar com um ângulo de 30° ou 45° e direcionar para o vaso, até observar o refluxo 
de coloração vermelho (encarnado/rutilante) com pressão no interior da seringa e de 
aspecto pulsátil; 
15. Caso não se consiga o sangue após punção, retirar lentamente a agulha até a região 
subcutânea, não saindo para evitar uma nova punção, e reintroduzir corrigindo a 
angulação, trajetória e profundidade; 
16. Após êxito, retirar a seringa lentamente e, caso haja a presença de ar, este deve ser 
removido; 
17. Pressionar o local por 5 minutos. Se após 5 minutos ainda houver a presença de 
sangramento, continuar pressionando por mais cinco minutos ou até parar o 
sangramento. Quando não houver mais sangramento, colocar um curativo compressivo 
no local de punção; 
18. Vedar totalmente a agulha do material; 
19. Levar o material colhido, imediatamente, para realização do exame, acondicionado em 
uma caixa térmica com gelo; 
20. Registrar a técnica realizada no prontuário do paciente; 
21. No impresso da solicitação deste tipo de exame deve conter: temperatura, e, se o 
paciente estiver fazendo uso de oxigenioterapia, quantos litros de 02 ou FIO2; 
 
8 - Precauções 
 
Aguardar pelo menos 20 minutos antes de coletar uma amostra de sangue arterial antes de 
iniciar, modificar ou suspender a oxigenação, depois de iniciar ou modificar programação da 
ventilação mecânica ou depois de extubação. 
Avaliar possibilidade de distúrbios de coagulação → sangramento e hematoma extenso. 
Riscos: formação de trombos, diminuição da perfusão periférica do membro coletado, 
endurecimento da artéria decorrente de muitas punções no local, hematoma, sangramento. 
 
9 – Orientações de Enfermagem 
 
Antes do exame: 
- Confirmar a Identidade do paciente; 
- Explicar o procedimento e para que serve; 
- Explicar que não há necessidade de restringir o consumo de alimentos e líquidos; 
- Instruir para respirar normalmente; 
- Registrar a temperatura do paciente; 
Durante o exame: 
- Realizar a punção arterial ou coletar o exame do acesso arterial; 
 
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- usar uma seringa heparinizada para coletar a amostra; 
Após o exame: 
- Após o procedimento aplicar pressão no local da punção, por no mínimo 5 minutos; 
- Monitorar os sinais vitais, observando formação de edema, cianose, dor, dormência ou 
formigamento; 
- Inspecionar o local da punção; 
- Se o paciente estava sob ventilação mecânica , registrar os parâmentros. 
 
10 – Fatores de interferência 
 
 Exposição da amostra de sangue no ar (pode ter aumento ou diminuição da PaO2 e 
PaCO2); 
 Existência de sangue venoso na amostra; 
 Febre 
 Hiperventilação induzida pelo temor ao próprio procedimento (pcts conscientes). 
 A heparina é ácida e pode influenciar os valores do pH, pCO2 e pO2 em amostras 
pequenas. 
 Leucocitose e grande número de plaquetas reduzirá o valor do pO2, dando a falsa 
impressão de hipoxemia. Esta queda na pO2 é negligenciável se a amostra é 
armazenada em gelo e analisada dentro de 1hora; presumivelmente o metabolismo em 
andamento dos elementos celulares do sangue pode consumir O2 e reduzir a pO2. 
 O resfriamento aumenta o pH e a saturação de oxigênio, e diminui a pO2. 
 Bolhas na amostra. 
 Demora na análise da amostra. 
 Falta de calibração adequada do aparelho. 
 Falta de dados importantes na execução dos resultados. 
 
 
Exemplos: 
 ph: 7,11; PCO2: 35 mmHg; HCO3: 10mEq/L 
 
Exemplo: 
 Ph: 7,18; PCO2: 80 mmHg; HCO3: 24 mEq/L 
 
Exemplo: 
 Ph: 7,47; PCO2: 19 mmHg; HCO3: 26 mEq/l 
 
Exemplo: 
 Ph: 7,50; PCO2: 40mmHg; HCO3: 30 mEq/L 
 
Exemplo: 
 Ph: 7,15; PCO2: 50 mmHg; HCO3: 30 mEq/L 
 
Exemplo: 
 Ph: 7,55; PCO2: 50 mmHg; HCO3: 32 mEq/L 
 
Exemplo: 
 
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 Ph: 7,20; PCO2: 30 mmHg, HCO3: 17 mEq/l 
 
Exemplo: 
 Ph: 7,25; PCO2: 55 mmHg; HCO3: 32 mEq/l 
 
Exemplo: 
 Ph: 7,48; PCO2: 20 mmHg; HCO3: 20 mEq/l 
 
 
Referência 
 
SMELTZER, S. C.; BARE, B. G. Brunner & Suddarth - Tratado de Enfermagem 
Médico-Cirúrgica . 11 ed. v. 02. Rio De Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A., 
2009. 
FISCHBACH, Frances; DUNNING III, Marshall B. Manual de Enfermagem: exames 
laboratoriais e diagnósticos. Guanabara Koogan. 8 ed. 2010. 
 
 
OBS: ESTE ROTEIRO NÃO SUBSTITUI O ESTUDO DAS TÉCNICAS NOS 
LIVROS .

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