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PRÓTESE TOTAL por: odontocommandi Prótese total 1. Conceito Geral • Prótese: Substituição de um tecido perdido ou não formado. • Na medicina, é a parte terapêutica cirúrgica voltada à reposição de órgãos ou segmentos perdidos. • Na odontologia, é a área mais "médica", pois reabilita funções e estética do sistema estomatognático. 2. Importância e Formação • Exige base teórica sólida + habilidades práticas. • O aprendizado é gradual e exige: o Cognitivo: teoria e leitura. o Sensorimotriz: destreza manual. o Estimativo: senso crítico para diferentes abordagens. • Necessidade urgente de formação técnica para protéticos, com conhecimento científico e biológico. 3. Classificação das Próteses 1. Unitária – restaura um dente. 2. Parcial Fixa – prende-se aos dentes remanescentes. 3. Parcial Removível – substitui parcialmente os dentes, pode ser removida. 4. Total – substitui todos os dentes e estruturas de suporte. 5. Ortodôntica – auxilia na correção das posições dentárias. 6. Bucomaxilofacial – repõe grandes perdas estruturais (lábios, língua, mandíbula, etc.). 4. História da Prótese • Usos antigos: ouro, marfim, dentes naturais. • Avanços técnicos no século XVIII e XIX: porcelana, borracha vulcanizada, godiva, celuloide. • Pierre Fouchard (1728): precursor da prótese total científica. • Evolução progressiva até os materiais e técnicas modernas. por: odontocommandi 5. Prótese Unitária • Finalidade: restaurar a porção coronária. • Tipos: o Intracoronárias: inlays, onlays metálicos ou cerâmicos. o Extracoronárias: coroas 3/4, 4/5, totais – metálicas, cerâmicas ou mistas. • Quando há apenas raiz: uso de núcleo de preenchimento para sustentação da coroa. 6. Prótese Parcial Fixa • Requer retentores: coroas, núcleos, restaurações metálicas. • Coroas e pônticos unidos (pontes fixas). • Base histórica desde civilizações antigas até a consolidação no século XIX. 7. Prótese Parcial Removível • Indicada quando prótese fixa não é viável. • Recompõe espaços dentários e fibromucosa. • História no Brasil: difundida no século XX (método de Roach). • Críticas: o Excessos históricos pela facilidade e baixo custo. o Riscos se mal indicadas ou mal planejadas. 8. Prótese Total • Substitui todos os dentes, rebordo ósseo e mucosa. • Reabilita: o Função mastigatória o Estética o Fala o Bem-estar psicossocial • Retenção: adesão + coesão + tensão superficial do fluido salivar. por: odontocommandi • Depende do conhecimento anatômico, equilíbrio oclusal e função articular. • Não se baseia apenas em materiais, mas na harmonia com o sistema estomatognático. 9. Sistema Estomatognático • Interação funcional entre: 1. Oclusão dentária 2. Periodonto 3. ATM 4. Sistema neuromuscular • Próteses devem respeitar essa harmonia para evitar desordens funcionais. 10. Ética e Responsabilidade Profissional • A execução correta da prótese exige: o Conhecimento técnico-científico. o Respeito aos tecidos remanescentes. o Educação e comunicação com o paciente. • O laboratório complementa o trabalho clínico, mas o diagnóstico e planejamento são do cirurgião-dentista. Resumo Final • A Prótese é mais que um recurso estético ou funcional. É uma intervenção terapêutica de impacto sistêmico e psicossocial. • Exige conhecimento profundo, visão crítica e integração com a saúde geral do paciente. • A busca por estética e reabilitação deve ser ponderada, ética e tecnicamente fundamentada. Forças que Atuam na Prótese Total 1. Forças Intrusivas • Direção vertical (de cima para baixo). • Atuam durante a mastigação comprimindo a prótese contra os tecidos. • Devem ser equilibradas por suporte adequado e oclusão balanceada. 2. Forças Extrusivas por: odontocommandi • Direção de dentro para fora. • Geradas por músculos da língua, bochecha e mastigação. • Tentam deslocar a prótese de sua posição. Elementos Essenciais para Contrabalancear as Forças RETENÇÃO – resistência às forças extrusivas • Adesão: atração molecular entre mucosa, saliva e base da prótese. • Coesão: atração entre moléculas da própria saliva. • Tensão superficial: menisco salivar que sela a borda da prótese. • Pressão atmosférica: depende do contato íntimo entre prótese e mucosa com vedamento salivar. SUPORTE – resistência às forças intrusivas • Depende da fibromucosa firme e do osso alveolar saudável para suportar pressão mastigatória. ESTABILIDADE – manutenção da posição durante a função • Capacidade da prótese de não se deslocar horizontalmente. • Fundamental para retenção: sem estabilidade, a prótese perde adesão e função. Anatomia Protética 1. Área Basal • Local onde a prótese total se apoia. • Composição: o Osso recoberto por mucosa e submucosa. o Submucosa: contém vasos sanguíneos e terminações nervosas → percepção de tato, calor, dor, pressão e frio (via córtex cerebral). 2. Suporte Ósseo Maxila • Formada pelos ossos maxilares e palatinos. • Formato triangular, com 4 processos: por: odontocommandi o Frontal, zigomático, palatino e alveolar. • Importância do palato duro: base estável para a prótese superior. • Após perda dentária → reabsorção óssea começa rapidamente, depois se torna lenta, mas contínua. • Rebordo residual tende a reduzir-se e afinar. Reabsorção Óssea Maxilar • Principalmente na tábua óssea externa. • Pode resultar em espículas ósseas e forames próximos à crista do rebordo, causando dor. 3. Zonas de Suporte – Maxila • 1- Zona Principal: rebordo residual posterior. • 2- Zona Secundária: abóbada palatina. • 3- Zona de Vedamento Periférico: borda da prótese (retenção). • 4- Zona de Alívio: região anterior, incluindo papila incisiva, rugas palatinas e torus palatino (não suporta oclusão). Mandíbula • Osso móvel e em formato de ferradura. • Possui camada cortical e esponjosa, com canal mandibular e forame mentoniano. • Reabsorção óssea ocorre em ambas as tábuas, tornando o rebordo estreito e sensível. • Área basal mandibular é menor, o que reduz a resistência às forças oclusais. Zonas de Suporte – Mandíbula • Principal: rebordo posterior (área mais compacta). por: odontocommandi • Secundária: rebordo anterior. • Vedamento Periférico: fossa retromolar e bordas ajustadas. • Zona de Alívio: crista do rebordo (evita compressão nervosa). 4. Músculos Relacionados à Prótese Total Função e Retenção • Músculos influenciam na retenção, função, estética e conforto da prótese total. • Superfícies polidas (vestibular e lingual) e a posição dos dentes afetam a interação muscular. Músculos Principais • Mastigatórios: o Masseter: atua no ângulo distobucal da prótese inferior. o Temporal: afeta a borda da prótese na região do trígono retromolar. o Pterigóideo medial: interfere na borda posterior interna. o Pterigóideo lateral: movimento lateral e de propulsão da mandíbula. • Supra e infra-hióideos: auxiliam na abertura da boca. • Língua: o Músculos extrínsecos (palatoglosso, genioglosso, hioglosso, estiloglosso) → influenciam borda lingual da prótese. • Bucinador: comprime bochechas → afeta retenção vestibular. • Músculos da face (mímica): elevadores do lábio, zigomáticos, mentual, platisma, etc. por: odontocommandi 5. Superfícies Polidas e Retenção Contornos Ideais • Maxila: o Vestibular: inclinada para dentro → força do bucinador gera componente vertical superior. o Palatina: côncava → língua ajuda na fixação. • Mandíbula: o Vestibular: côncava, para cima e fora. o Lingual: bem côncava → língua pressiona a prótese para baixo. Modíolo • Região entre lábios e bochechas (junção muscular). • Muito ativo → afeta prótesena área de pré-molares (evitar excesso de extensão). Resumo Final • A retenção das próteses totais não depende apenas da área basal, mas também da ação muscular coordenada, da posição dentária correta e dos contornos polidos bem planejados. • O conhecimento anatômico e funcional é essencial para o sucesso clínico e conforto do paciente. Limites da Área Chapeável na Prótese Total A área chapeável é a região dos tecidos bucais que será recoberta pela base da prótese total, respeitando os limites anatômicos que garantem retenção, estabilidade e conforto ao paciente. Maxila (Superior) Limite Estrutura Anatômica Anterior Freio labial Posterior Término posterior (transição entre palato duro e mole) Laterais anteriores Fundo de vestíbulo labial (direito e esquerdo) Laterais posteriores Fundo de vestíbulo bucal (direito e esquerdo) Posterolateral Espaço coronomaxilar (direito e esquerdo) por: odontocommandi Mandíbula (Inferior) Limite Estrutura Anatômica Anterior Fundo de vestíbulo labial Mediano Freio lingual e assoalho bucal Posterior Papilas retromolares (direita e esquerda) Pós-papilar Fossa retro-alveolar Lateral posterior Chanfradura do masséter Laterais Fundo de vestíbulo bucal (direito e esquerdo) Importância: Delimitar corretamente essas regiões evita interferências musculares, melhora o selamento periférico e assegura retenção e estabilidade da prótese total. Moldagem e Materiais em Prótese Total Objetivos das Moldagens 1. Garantir contato íntimo entre a base da prótese e os tecidos de suporte → mínima película salivar. 2. Obter selamento periférico eficaz, mesmo com os movimentos dos músculos paraprotéticos → impede entrada de ar e alimentos. "A prótese total em função deve manter posição, suportar esforços, manter estética e proporcionar conforto." — Aldrovandi, 1960 1. Conceito e Importância • “As moldagens não se tomam; edificam-se.” (Campbell) • Moldagem: etapa essencial da confecção da prótese total. • Importância: reproduzir fielmente a fibromucosa, área basal e inserções musculares. • Retenção da prótese depende de: por: odontocommandi o Pressão atmosférica o Adesão e coesão o Tensão superficial da saliva o Contato anatômico e estabilidade muscular 2. Fatores que Influenciam a Retenção (Hardy e Kapur + Lammie) 1. Físicos 2. Fisiológicos 3. Psíquicos 4. Mecânicos 5. Cirúrgicos 3. Evolução Histórica • Início: uso de cera de abelha (Pfaff) • Depois: gesso (Dunning, 1844) • Evolução: godiva (Greene, 1900), surgindo a técnica da moldagem sucessiva • Autores marcantes: Hall, Hight, Campbell, Pendlenton, Aldrovandi 4. Técnicas de Moldagem Pressão Positiva • Pressiona tecidos para simular a mastigação. • Problemas: deformação tecidual e perda de adaptação em repouso. Pressão Seletiva • Alívio em áreas delicadas (linha mediana, papila incisiva). • Exige mucosa firme e aderente. • Usa-se godiva + cera/gesso diluído. Mínima Pressão (Mucostática) • Preserva o tecido sem distorções. por: odontocommandi • Ideal para mucosa flácida. • Usa princípios da Lei de Pascal (mas com ressalvas). • Valoriza tensão superficial e estabilidade anatômica. Moldagem à Boca Fechada • Defensores: maior força da língua ao ocluir → boa moldagem lingual. • Relacionada à técnica de pressão positiva. Moldagem à Boca Aberta • Preferida por permitir controle visual dos movimentos musculares. • Melhora o contorno funcional das bordas. 5. Etapas da Moldagem 1. Moldagem Preliminar – anatômica, de estudo ou incial • Usa moldeira de estoque + material anelástico (ex: godiva, alginato, silicone de condensação lento). • Objetivo: estudo da área chapeável, plano de tratamento, confecção da moldeira individual É extremamente importante a individualização da moldeira com cera para promover o afastamento dos tecidos moles e também reter o material de moldagem na moldeira 2. Moldagem Secundária – funcional, de trabalho ou definitiva • Usa moldeira individual + material com menor pressão (ex: pasta zinco-eugenólica). • Objetivo: fidelidade anatômica e adaptação funcional; confecção da base de prova, registros e transferência para ASA, confecção da base definitiva 6. Moldes e Moldeiras Tipos de Moldeira • Estoque: alumínio/plástico, padrão comercial. • Individual: confeccionada em acrílico sobre o modelo de gesso. Anatomia da Moldeira • Bordas: com recortes para os freios labiais/laterais. • Sulco: representa negativamente o rebordo gengival. por: odontocommandi 7. Moldeiras individuais Toda e qualquer correção da moldeira individual devera ser executada antes de qualquer manobra de moldagem, utilizando para ajuste a caneta de baixa rotação, peça reta, disco de carburundum e brocas maxcut e minicut Ajustes necessários na moldeira individual, antes da moldagem funcional. Alivio de 1 a 2 mm aquém dos limites da área chapeável Na maxila: Alivio de 1 a 2 mm aquém do freio labial superior Alivio de 1 a 2 m aquém dos freios laterais superiores Alivio de 1 a 2 mm aquém do fundo de fornix (fundo de vestíbulo labial e bucal) Na região posterior superior a moldeira ficará no limite entre o palato duro e palato mole Na mandíbula: Alivio de 1 a 2 mm aquém do freio labial inferior Alívio de 1 a mm aquém dos freios laterais inferiores Alivio de 1 a 2 mm aquém do fundo de fornix Alivio de 1 a 2 mm aquém do assoalho bucal e freio lingual Na região posterior inferior a moldeira terminara atras da papila retromolar (papila piriforme) a envolvendo É importante que a moldagem das bordas (selamento periférico) seja sempre executada em função, em movimento dinâmico, nunca estática. A adaptação nessas áreas depende da exata reprodução das posições ocupadas pelos tecidos em sua dinâmica Moldagem Funcional (Duas Etapas) 1ª Etapa – Moldagem do Selado Periférico e Posterior Objetivo: formar o menisco salivar e impedir entrada de ar/partículas. Materiais: • Godiva de baixa fusão (bastão) • Silicone de condensação denso (ex: Zetalabor) Maxila: • 1ª região: vestíbulo bucal/labial e freio labial de um lado • 2ª região: o mesmo do lado oposto • 3ª região: término posterior (palato mole) Mandíbula: • 1ª região: vestíbulo labial/bucal e freios de um lado por: odontocommandi • 2ª região: o mesmo do lado oposto • 3ª região: assoalho bucal (sublingual), genioglosso, milo-hióideo e freio lingual Moldagem dinâmica: tracionar lábios, bochechas e pedir movimentação da língua. 2ª Etapa – Moldagem Funcional Propriamente Dita (Rebordo Alveolar) Materiais: • Pasta de óxido de zinco e eugenol (zincoenólica) • Elastômeros: silicones de condensação ou adição (fluídos/leves), poliéter, polissulfeto Técnica: • Aplicar o material em camada uniforme • Realizar moldagem dinâmica (músculos labiais, bucais, linguais) • Evitar pressão excessiva • Remover em único movimento (de trás para frente) • Avaliar retenção e estabilidade Cuidados: • Evitar compressão excessiva • Possível perfuração da moldeira em rebordos flácidos • Evitar movimentar moldeira antes da presa • Sempre tracionar a musculatura Características de uma Boa Moldagem Funcional • Boa extensão da área basal • Recortes musculares adequados • Adaptação perfeita à mucosa e aos tecidos de suporte • Selamento periférico eficaz • Sem bolhas ou áreas comprimidas Laboratório: Vazamento e Desmoldagem por: odontocommandi Vazamento: • Encaixotamento com cera • Uso de gesso pedra Desmoldagem: • Pasta zincoenólica → imersão em água quente (~5 min) • Elastômeros → tração simples Modelo resultante: • Modelo funcional / de trabalho / definitivo Objetivos:• Confecção da base de prova • Registros para o articulador semi-ajustável (ASA) • Montagem dos dentes e base definitiva da PT Base de Prova em Prótese Total Conceito A base de prova é uma estrutura provisória, confeccionada sobre o modelo da moldagem funcional, usada nas fases clínicas da prótese total para: • Registrar movimentos mandibulares; • Transportar registros ao articulador; • Montar dentes artificiais; • Realizar a prova estética e fonética no paciente. Segundo Silverman, a base de prova também possui valor diagnóstico. Objetivos • Construção dos arcos de oclusão; • Registro da distância vertical e da relação central; • Posicionamento dos modelos no articulador semi-ajustável (ASA); • Montagem dos dentes artificiais; • Testes de função estética e fonética no paciente. por: odontocommandi Características Ideais 1. Cobertura completa da área de suporte. 2. Boa adaptação para evitar deslocamentos causados pela cedência da fibromucosa. 3. Bordas recortadas com precisão, respeitando os limites definidos pela moldagem funcional. 4. Compatível com funções fisiológicas como: o Fonação o Respiração o Deglutição Por isso, seu acabamento deve ser cuidadoso e refinado. Plano de cera Muralha de cera adaptada a base de prova, onde registra as relações intermaxilares Orientação do plano de cera superior – retenção e estabilidade Região antero-posterior 1- contorno vestibular – suporte labial, obter um ângulo de aproximadamente 45º entre a superfície do lábio superior e a base do nariz 2- altura – 1 a 2 mm acima/abaixo ou ao nível do tubérculo labial em repouso, observar paralelismo do plano de cera com a linha Linha bi-pupilar – régua de fox Região porterior-superior Altura – observar paralelismo entre o plano de camper e o plano de cera Contorno vestibular – observar corredor bucal bilateralmente Plano de camper – linha imaginária que se estende desde o tragus até a asa do nariz Montagem do modelo superior no articulador 1- Fixar o garfo no plano de orientação superior 2- Verificar se a haste do garfo está centralizada coincidindo com a linha média 3- Introduzir o garfo a junta universal do arco facial 4- Adaptar o arco facial nos meatos auditivos externos 5- Adaptação do relacionador nasal por: odontocommandi Montagem do Modelo Inferior no Articulador em Prótese Total 1. Conceito de Registro Intermaxilar • Registro da relação entre maxila e mandíbula para posicionamento no articulador. • Compreende dois sentidos: o Vertical (Dimensão Vertical de Oclusão – DVO) o Horizontal (Relação Central – RC) 2. Sentido Vertical – Determinação da DVO Conceitos: • DVR: posição de repouso fisiológica da mandíbula. • EFL: diferença entre DVR e DVO. • DVO = DVR - EFL Métodos para Determinação da DVO: • Método Métrico (Willis): compara medidas do terço inferior e médio da face. • Técnica dos dois pontos (Pleasure): subtrai EFL da DVR. • Critérios auxiliares: o Estética do perfil facial o Fonética: sons como “f”, “v”, “s” o Deglutição o Fonação natural e repouso muscular 3. Sentido Horizontal – Registro da Relação Central (RC) Conceito: • Posição mais posterior, superior e média da mandíbula. • Repetível, estável e independente da dentição. Métodos para Registro da RC: por: odontocommandi 1. Manipulativo (Telles, 2003): operador manipula a mandíbula com dedos polegar e indicador. 2. Deglutição: paciente engole saliva e a mandíbula assume posição fisiológica. 3. Movimento de língua: ponta da língua toca o palato posterior. 4. Método de Dawson: oclusão guiada com pressão digital sobre o queixo com os dedos. 5. Método de Gysi: paciente realiza movimentos de abertura e fechamento, ao final da abertura guiada, fecha suavemente. 6. Método da bimanual de Peter Dawson: o operador sustenta com as duas mãos e leva a mandíbula à posição retrusiva fisiológica. 7. Método de lamina de cera (Long): paciente morde sobre uma lâmina de cera amolecida e endurecida. 8. Método de Alça de Gerber: dispositivo de registro específico para guiar a mandíbula. 9. Método com jig de Lucia: dispositivo que elimina a memória muscular e facilita o registro da RC. 10. Técnica de Prótese Total com Posição Guiada: paciente guiado com apoio de cera e dedos, sem interferência muscular. 4. Fixação no Articulador • Após obtenção da RC e DVO: o Bases de prova são fixadas em oclusão o Gesso comum usado para montar os modelos no ASA o Linhas de referência devem estar demarcadas: linha mediana, caninos e sorriso 5. Linhas de Referência para Montagem dos Dentes • Linha mediana • Linha dos caninos (comissuras) • Linha do sorriso (bordo incisal superior) Resumo Final A montagem do modelo inferior depende de: • Determinação precisa da DVO • Registro confiável da RC • Técnicas de manipulação seguras e confortáveis por: odontocommandi • Fixação correta no articulador • Planejamento estético com linhas guias Prova Estética e Funcional em Prótese Total A prova estética e funcional é uma etapa clínica determinante para o sucesso da reabilitação com próteses totais. Nessa fase, são avaliados aspectos mecânicos, funcionais, estéticos e fonéticos, sempre com foco no conforto, função e satisfação do paciente. 1. Requisitos Mecânicos • Adaptação da base de prova: deve ser levemente aliviada, mas com retenção mínima. Bases que se soltam exigem fixadores. • Contorno, volume e forma: sobrextensões ou subextensões comprometem conforto e estética. Observar movimentos ao sorrir e falar. • Espessura das bordas: devem ser arredondadas, lisas e com espessura adequada. • Dentes fixos na cera: os dentes não podem se deslocar durante a prova funcional. • Escultura em cera: além de estética, influencia a estabilidade, principalmente na mandíbula. • Espessura palatina: quanto mais fina, melhor para fala e deglutição, sem comprometer resistência. 2. Requisitos Funcionais • Evitar pressão: durante a prova, orientar o paciente a não apertar os dentes. • Oclusão central: deve reproduzir a oclusão montada no articulador, com linha média correta e sem contatos deflectivos. • Oclusões excêntricas: verificar guias laterais e protrusivas com equilíbrio bilateral. • Espaço Funcional Livre (EFL): o DVO aumentada: afeta fala e mastigação. o DVO diminuída: afeta estética e pode causar queilite angular e DTM. • Mobilidade labial: dentes anteriores não podem restringir o movimento dos lábios. 3. Requisitos Estéticos • Aspecto fisionômico: verificar se o posicionamento dos dentes está natural. por: odontocommandi • Cor dos dentes: deve harmonizar com a face (evitar aspecto artificial). • Fator SPI (Sexo, Personalidade, Idade): dentes devem refletir o perfil do paciente. • Suporte labial e altura morfológica da face: depende diretamente da DVO correta. • Altura dos dentes e gengiva: evitar sorriso gengival excessivo. • Curva do sorriso: deve seguir o lábio inferior. • Assimetrias: usadas quando se deseja reproduzir o sorriso natural do paciente. • Corredor bucal: evitar áreas escuras entre os dentes e bochechas. • Linha média: deve acompanhar a linha facial, evitando desvios perceptíveis. 4. Requisitos Fonéticos • A fala depende da interação entre língua, dentes, palato e lábios. • A prótese pode afetar: o Sons bilabiais: “p”, “b”, “m” o Dento-labiais: “f”, “v” o Palato-linguais: “s” • Técnica da palatografia: permite verificar se o palato interfere na articulação. • Testar "f" e "v": borda incisal deve tocar a zona molhado-seca do lábio inferior. Aprovação para Acrilização • Após a prova, a aprovação do paciente é essencial, preferencialmente por escrito. • Pequenas correções (ex: ajuste de dentes ou escultura) podem ser feitas pelo dentista. • Grandesalterações (RC, DVO ou linha média) exigem retorno ao laboratório com nova montagem no articulador. Considerações Finais • A prova estética e funcional é a última etapa para ajustes antes da prótese definitiva. • Deve ser realizada com atenção total a cada requisito. • O paciente deve se ver no espelho e, se desejar, com acompanhamento de um familiar. • A decisão final de aprovação é do paciente. por: odontocommandi