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Art 136 - Maus Tratos - Apresentação

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CURSO: DIREITO BACHARELADO
TURMA: DI04NA
DISCIPLINA: DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
DOSCENTE: PROF. MSC. DANIEL AZEVEDO
DISCENTES: BRUNO FIGUEIREDO COSTA
 IGOR MACEDO MARQUES
 DAVID MENDES
	
ARTIGO 136, CP
CRIME DE MAUS-TRATOS
NOVEMBRO/2015
ART. 136 – MAUS TRATOS
Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina:
Pena – detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano, ou multa.
§ 1.º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 2.º Se resulta a morte:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
§ 3.º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço), se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) anos.
CONTEXTO HISTÓRICO
O Código de Menores de 1927, tratou do crime de maus tratos, precisamente dos artigos 137 ao 141, os quais foram adotados na Consolidação das Leis Penais de 1932, art. 292, incisos VI ao X - castigos imoderados, maus tratos habituais, privação de alimentos ou de cuidados, fadiga física ou intelectual por excesso de trabalho, “por espírito de lucro, ou por egoísmo ou por desumanidade... de maneira que a saúde do fatigado seja afetada ou gravemente comprometida”.
CONTEXTO HISTÓRICO
 
O Código Penal de 1940, no Capítulo III, do Título I, da Parte Especial, utilizando a rubrica “maus tratos” englobou aqueles crimes individualizados na legislação anterior e os ampliou; 
 Alcançou além dos menores de dezoito anos, sem limite etário, todos aqueles que se encontrem sob a autoridade, guarda ou vigilância de outrem, para fins de educação, ensino, tratamento ou custódia. A idade, de até 14 anos, servirá apenas para maior apenação, consoante § 3º acrescentado pela Lei n. 8.069/90...
CONCEITOS
AUTORIDADE: Vínculo de poder de uma pessoa sobre outra, derivado de direito público ou privado. Ex: diretores de escola/alunos; carcereiros/presos, pais/filhos;
GUARDA: Assistência permanente e, não apenas ocasional, prestada ao incapaz de zelar por si próprio e cuidar de sua defesa e incolumidade. Ex: pais, tutores e curadores, em relação a filhos, tutelados e curatelados;
VIGILÂNCIA: Assistência acautelatória, com vistas a resguardar a integridade pessoal alheia. Ex: guias alpinos/alpinistas; salva-vidas/banhistas.
CONCEITOS
EDUCAÇÃO: atividade docente que tenha por escopo aperfeiçoar, sob o aspecto intelectual, moral, físico, técnico ou profissionalizante, a capacidade individual;
ENSINO: são os conhecimentos transmitidos com vistas à formação de um fundo comum de cultura; ensino primário, secundário;
TRATAMENTO: reúne os processos e meios curativos, de caráter médico-cirúrgico e, também a administração de cuidados periódicos, destinados a prover a subsistência alheia;
CONCEITOS
CUSTÓDIA: é a detenção de uma pessoa para fim autorizado legalmente.
OBS: Da delimitação do sujeito passivo do crime de maus tratos, exclui-se, por evidente, a esposa e filho maior de vinte e um anos, ante à absoluta ausência de relação de subordinação com o marido e pais, respectivamente.
CONCEITOS
PRIVAÇÃO DE ALIMENTOS: pode ser relativa(parcial) ou absoluta(total); no caso da privação absoluta, somente existirá “maus-tratos” se o agente deixar de alimentar a vítima apenas por um certo tempo, expondo-a a situação de perigo, já que se houver intenção homicida, o crime será o de “homicídio”, tentado ou consumado;
CUIDADOS INDISPENSÁVEIS: são aqueles necessários à preservação da vida e da saúde (tratamento médico, agasalho etc.);
CONCEITOS
TRABALHO EXCESSIVO: é aquele que produz fadiga acima do normal em face do grande volume; essa análise deve ser feita em confronto com o tipo físico da vítima, ou seja, caso a caso.
TRABALHO INADEQUADO: é aquele impróprio ou inconveniente às condições de idade, sexo, desenvolvimento físico da vítima; ex: obrigar uma criança a trabalhar à noite, no frio, em local aberto, ou seja, em situações que podem lhe trazer problemas para a saúde.
CONCEITOS
ABUSO DOS MEIOS DE DISCIPLINA OU CORREÇÃO:
aplicação de castigos corporais imoderados;
castigos excessivos que resultem perigo para a vida ou saúde da pessoa;
quando se desferem violentos socos ou chutes na vítima ou, ainda, na aplicação de chineladas no rosto de uma criança;
O CRIME DE MAUS-TRATOS
Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina:
Pena – detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano, ou multa.
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COMPOSIÇÃO DO CRIME DE
MAUS-TRATOS
Expor a perigo
 +
a vida ou a saúde de pessoa
 +
sob sua autoridade, guarda ou vigilância,
 +
para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia,
 +
quer privando-a de alimentação, ou cuidados indispensáveis,
quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado,
quer abusando de meios de correção ou disciplina.
 = “CRIME DE MAUS-TRATOS”
Este crime está no "Capítulo III – Da periclitação da vida e da saúde" portanto é um crime de perigo: não precisa que um bem jurídico seja lesado para que o crime seja tipificado, basta a exposição concreta ao bem jurídico.
CLASSIFICAÇÃO 
"
Privar de alimentação significa suprimir os alimentos necessários e indispensáveis à manutenção da vida ou à preservação da saúde da vítima. Como frisamos, os crimes de perigo devem ser interpretados tendo o enfoque da efetiva criação de perigo para o bem juridicamente protegido, não se podendo, pois, presumi-los, mas sim demonstrá-los em cada caso concreto. Da mesma forma, devemos interpretar os tipos tendo em mira essa natureza concreta do perigo, deixando de lado interpretações literais, que fogem à real finalidade do dispositivo legal em estudo.
Tomemos o exemplo da privação de alimentação. Pode um pai, querendo corrigir seu filho, privá-lo, por exemplo, de jantar naquele dia? Será que já teria incorrido no delito em estudo? Obviamente que não. Aqui, buscando a finalidade da norma, somente poderíamos visualizar o delito em questão quando a privação da alimentação fosse por tempo suficiente que pudesse causar perigo para a vida o u para a saúde da vítima. Diferentemente é o caso daquele que, por exemplo, querendo educar seu filho, uma criança com apenas 4 anos de idade, o priva de alimentar-se durante uma semana seguida, para que ele entenda o valor dos alimentos, j á que, como qualquer pessoa, tinha restrições a alguns deles (como acontece com as crianças em relação às verduras e legumes de forma geral) . Como se percebe, o fato de uma criança permanecer sete dias em jejum pode causar sequelas graves em seu organismo, razão pela qual, nessa hipótese, se poderia cogitar do crime de maus-tratos, lembrando sempre que se faz necessário, no caso concreto, a prova de que o comportamento do agente trouxe, efetivamente, situação de perigo para a vida ou para a saúde da vítima.
"
O que caracteriza o crime de perigo é a exposição exposição concreta ao bem jurídico, não admite a presunção de perigo ao bem jurídico.
A mulher, a despeito de, com muita frequência, ser vítima de “maus-tratos”, não pode ser sujeito passivo desse crime, tendo o marido ou “companheiro” como sujeito ativo, pois não há nenhuma relação de subordinação. Quando o marido ou companheiro praticar violência contra a mulher, no recesso do lar ou fora dele, responderá por outro crime, como, por exemplo, lesões corporais, perigo para a vida ou a saúde de outrem etc. 
A situação será a mesma em relação ao filho maior, pois não há qualquer vínculo jurídico
de subordinação entre pais e filhos maiores."
13
A vida ou a saúde (integridade fisiopsíquica) da pessoa humana.
BEM JURÍDICO PROTEGIDO 
OBJETO MATERIAL 
É a pessoa contra quem é dirigida a conduta perigosa praticada pelo agente, que estiver sob sua autoridade, guarda ou vigilância.
A mulher, a despeito de, com muita frequência, ser vítima de “maus-tratos”, não pode ser sujeito passivo desse crime, tendo o marido ou “companheiro” como sujeito ativo, pois não há nenhuma relação de subordinação. Quando o marido ou companheiro praticar violência contra a mulher, no recesso do lar ou fora dele, responderá por outro crime, como, por exemplo, lesões corporais, perigo para a vida ou a saúde de outrem etc. 
A situação será a mesma em relação ao filho maior, pois não há qualquer vínculo jurídico de subordinação entre pais e filhos maiores."
14
 Sujeito Ativo 
Sobre
 autoridade
 ou
 guarda 
 ou 
 vigilância 
 Sujeito Passivo 
Sob
 CRIME PRÓPRIO
SUJEITOS DO CRIME
A mulher, a despeito de, com muita frequência, ser vítima de “maus-tratos”, não pode ser sujeito passivo desse crime, tendo o marido ou “companheiro” como sujeito ativo, pois não há nenhuma relação de subordinação. Quando o marido ou companheiro praticar violência contra a mulher, no recesso do lar ou fora dele, responderá por outro crime, como, por exemplo, lesões corporais, perigo para a vida ou a saúde de outrem etc. 
A situação será a mesma em relação ao filho maior, pois não há qualquer vínculo jurídico de subordinação entre pais e filhos maiores."
Nos crimes de ação vinculada o tipo penal descreve o meio de execução.
Exemplo: o crime de maus-tratos (art. 136) que elenca os meios de execução em que o delito pode ser cometido.
15
NUCLEO DO TIPO: "expor“ a perigo:
CRIME DE AÇÃO MÚLTIPLA (conteúdo variado ou tipo misto alternativo), o agente pode praticar:
		ÚNICA CONDUTA ou VARIAS CONDUTAS
ELEMENTOS OBJETIVOS
privar de alimentação ou cuidados indispensáveis;
sujeitar a trabalho excessivo ou inadequado;
abusando de meios de correção ou disciplina.
Crime de ação múltipla ou conteúdo variado (podendo o agente praticar os vários comportamentos previstos pelo tipo, a exemplo de sujeitar a vítima a trabalho excessivo, bem como abusar dos meios de correção, somente sendo responsabilizado por uma única infração penal).
A mulher, a despeito de, com muita frequência, ser vítima de “maus-tratos”, não pode ser sujeito passivo desse crime, tendo o marido ou “companheiro” como sujeito ativo, pois não há nenhuma relação de subordinação. Quando o marido ou companheiro praticar violência contra a mulher, no recesso do lar ou fora dele, responderá por outro crime, como, por exemplo, lesões corporais, perigo para a vida ou a saúde de outrem etc. 
A situação será a mesma em relação ao filho maior, pois não há qualquer vínculo jurídico de subordinação entre pais e filhos maiores."
É evidente que, havendo mais de uma conduta, o juiz pode levar tal situação em conta para a fixação da pena, que é de detenção, de dois meses a um ano, ou multa. Por outro lado, é preciso destacar que tudo gira em torno da finalidade especial do agente, como se evidencia na nota 78 seguinte, tratando do elemento subjetivo do tipo específico, de ter alguém sob sua autoridade, guarda ou vigilância, maltratando-a. Por isso, o tipo faz referência ao que pode ser usado para esses objetivos, mencionando a privação da alimentação ou dos cuidados indispensáveis e a sujeição a trabalho excessivo ou inadequado. Depois, segundo cremos, generaliza, citando o “abuso dos meios de correção ou disciplina”.
O crime pode ser executado de várias maneiras, a norma fala em:
1) Privação de alimentos: podendo essa ser relativa ou absoluta: para que ocorra infração penal, é suficiente a privação relativa de alimentos, nessa modalidade a infração é permanente. A privação absoluta pode constituir meio de execução do homicídio.
 
2) Privação de cuidados indispensáveis – infração permanente.
 
3) Sujeição da vítima ao trabalho excessivo ou inadequado.
 
4) Abuso dos meios de correção e disciplina, pode ser violência física ou moral.
A correção não se confunde com o espancamento. Entendeu-se não haver crime com lesão leve. Não se admite castigo corporal na escola.
A ação nuclear do crime é o verbo “expor”. Trata-se de crime de ação múltipla ou de conteúdo variado. Considera-se como tal aquele em que o tipo penal descreve várias modalidades de execução do crime. Dessa forma, poderá o agente expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob a sua autoridade, guarda ou vigilância, pelos meios executivos expostos a seguir:
Privar de alimentos
Sujeitar a trabalho excessivo ou inadequado
Abusar de meio corretivo ou disciplinar
Ação nuclear
16
CRIME INSTANTÂNEO: executado de uma só vez. 
Ex: o ato de aplicar um castigo.
CRIME PERMANENTE: quando se estende no tempo. 
Ex: vítima permanece privada de alimentação. 
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
Crime instantâneo. Executado de uma só vez. Ex: aplicar um castigo.
Crime permanente (quando a vítima permanece privada de alimentação, por exemplo); 
Crime de ação múltipla ou conteúdo variado (podendo o agente praticar os vários comportamentos previstos pelo tipo, a exemplo de sujeitar a vítima a trabalho excessivo, bem como abusar dos meios de correção, somente sendo responsabilizado por uma única infração penal).
A mulher, a despeito de, com muita frequência, ser vítima de “maus-tratos”, não pode ser sujeito passivo desse crime, tendo o marido ou “companheiro” como sujeito ativo, pois não há nenhuma relação de subordinação. Quando o marido ou companheiro praticar violência contra a mulher, no recesso do lar ou fora dele, responderá por outro crime, como, por exemplo, lesões corporais, perigo para a vida ou a saúde de outrem etc. 
A situação será a mesma em relação ao filho maior, pois não há qualquer vínculo jurídico de subordinação entre pais e filhos maiores."
É evidente que, havendo mais de uma conduta, o juiz pode levar tal situação em conta para a fixação da pena, que é de detenção, de dois meses a um ano, ou multa. Por outro lado, é preciso destacar que tudo gira em torno da finalidade especial do agente, como se evidencia na nota 78 seguinte, tratando do elemento subjetivo do tipo específico, de ter alguém sob sua autoridade, guarda ou vigilância, maltratando-a. Por isso, o tipo faz referência ao que pode ser usado para esses objetivos, mencionando a privação da alimentação ou dos cuidados indispensáveis e a sujeição a trabalho excessivo ou inadequado. Depois, segundo cremos, generaliza, citando o “abuso dos meios de correção ou disciplina”.
O crime pode ser executado de várias maneiras, a norma fala em:
1) Privação de alimentos: podendo essa ser relativa ou absoluta: para que ocorra infração penal, é suficiente a privação relativa de alimentos, nessa modalidade a infração é permanente. A privação absoluta pode constituir meio de execução do homicídio.
 
2) Privação de cuidados indispensáveis – infração permanente.
 
3) Sujeição da vítima ao trabalho excessivo ou inadequado.
 
4) Abuso dos meios de correção e disciplina, pode ser violência física ou moral.
A correção não se confunde com o espancamento. Entendeu-se não haver crime com lesão leve. Não se admite castigo corporal na escola.
A ação nuclear do crime é o verbo “expor”. Trata-se de crime de ação múltipla ou de conteúdo variado. Considera-se como tal aquele em que o tipo penal descreve várias modalidades de execução do crime. Dessa forma, poderá o agente expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob a sua autoridade, guarda ou vigilância, pelos meios executivos expostos a seguir:
Privar de alimentos
Sujeitar a trabalho excessivo ou inadequado
Abusar
de meio corretivo ou disciplinar
Ação nuclear
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ELEMENTO SUBJETIVO DO CRIME: É o dolo de perigo.
ELEMENTO SUBJETIVO ESPECÍFICO: Na expressão "com o fim de“. O agente tem um especial fim de agir.
 
Obs: Sem o ânimo de maltratar, pode se enquadrar no Art. 132.
ELEMENTOS SUBJETIVOS
A mulher, a despeito de, com muita frequência, ser vítima de “maus-tratos”, não pode ser sujeito passivo desse crime, tendo o marido ou “companheiro” como sujeito ativo, pois não há nenhuma relação de subordinação. Quando o marido ou companheiro praticar violência contra a mulher, no recesso do lar ou fora dele, responderá por outro crime, como, por exemplo, lesões corporais, perigo para a vida ou a saúde de outrem etc. 
A situação será a mesma em relação ao filho maior, pois não há qualquer vínculo jurídico de subordinação entre pais e filhos maiores."
É evidente que, havendo mais de uma conduta, o juiz pode levar tal situação em conta para a fixação da pena, que é de detenção, de dois meses a um ano, ou multa. Por outro lado, é preciso destacar que tudo gira em torno da finalidade especial do agente, como se evidencia na nota 78 seguinte, tratando do elemento subjetivo do tipo específico, de ter alguém sob sua autoridade, guarda ou vigilância, maltratando-a. Por isso, o tipo faz referência ao que pode ser usado para esses objetivos, mencionando a privação da alimentação ou dos cuidados indispensáveis e a sujeição a trabalho excessivo ou inadequado. Depois, segundo cremos, generaliza, citando o “abuso dos meios de correção ou disciplina”.
O crime pode ser executado de várias maneiras, a norma fala em:
1) Privação de alimentos: podendo essa ser relativa ou absoluta: para que ocorra infração penal, é suficiente a privação relativa de alimentos, nessa modalidade a infração é permanente. A privação absoluta pode constituir meio de execução do homicídio.
 
2) Privação de cuidados indispensáveis – infração permanente.
 
3) Sujeição da vítima ao trabalho excessivo ou inadequado.
 
4) Abuso dos meios de correção e disciplina, pode ser violência física ou moral.
A correção não se confunde com o espancamento. Entendeu-se não haver crime com lesão leve. Não se admite castigo corporal na escola.
A ação nuclear do crime é o verbo “expor”. Trata-se de crime de ação múltipla ou de conteúdo variado. Considera-se como tal aquele em que o tipo penal descreve várias modalidades de execução do crime. Dessa forma, poderá o agente expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob a sua autoridade, guarda ou vigilância, pelos meios executivos expostos a seguir:
Privar de alimentos
Sujeitar a trabalho excessivo ou inadequado
Abusar de meio corretivo ou disciplinar
Ação nuclear
18
ELEMENTOS SUBJETIVOS
Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação, ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina.
DOLO DE PERIGO
ELEMENTO SUBJETIVO ESPECÍFICO
A mulher, a despeito de, com muita frequência, ser vítima de “maus-tratos”, não pode ser sujeito passivo desse crime, tendo o marido ou “companheiro” como sujeito ativo, pois não há nenhuma relação de subordinação. Quando o marido ou companheiro praticar violência contra a mulher, no recesso do lar ou fora dele, responderá por outro crime, como, por exemplo, lesões corporais, perigo para a vida ou a saúde de outrem etc. 
A situação será a mesma em relação ao filho maior, pois não há qualquer vínculo jurídico de subordinação entre pais e filhos maiores."
É evidente que, havendo mais de uma conduta, o juiz pode levar tal situação em conta para a fixação da pena, que é de detenção, de dois meses a um ano, ou multa. Por outro lado, é preciso destacar que tudo gira em torno da finalidade especial do agente, como se evidencia na nota 78 seguinte, tratando do elemento subjetivo do tipo específico, de ter alguém sob sua autoridade, guarda ou vigilância, maltratando-a. Por isso, o tipo faz referência ao que pode ser usado para esses objetivos, mencionando a privação da alimentação ou dos cuidados indispensáveis e a sujeição a trabalho excessivo ou inadequado. Depois, segundo cremos, generaliza, citando o “abuso dos meios de correção ou disciplina”.
O crime pode ser executado de várias maneiras, a norma fala em:
1) Privação de alimentos: podendo essa ser relativa ou absoluta: para que ocorra infração penal, é suficiente a privação relativa de alimentos, nessa modalidade a infração é permanente. A privação absoluta pode constituir meio de execução do homicídio.
 
2) Privação de cuidados indispensáveis – infração permanente.
 
3) Sujeição da vítima ao trabalho excessivo ou inadequado.
 
4) Abuso dos meios de correção e disciplina, pode ser violência física ou moral.
A correção não se confunde com o espancamento. Entendeu-se não haver crime com lesão leve. Não se admite castigo corporal na escola.
A ação nuclear do crime é o verbo “expor”. Trata-se de crime de ação múltipla ou de conteúdo variado. Considera-se como tal aquele em que o tipo penal descreve várias modalidades de execução do crime. Dessa forma, poderá o agente expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob a sua autoridade, guarda ou vigilância, pelos meios executivos expostos a seguir:
Privar de alimentos
Sujeitar a trabalho excessivo ou inadequado
Abusar de meio corretivo ou disciplinar
Ação nuclear
19
Admite tanto a modalidade: 
Comissiva: 
 Sujeitar a trabalho excessivo ou inadequado 
 e
 Abusar de meios de correção ou disciplina 
Omissiva: privar de alimentação ou cuidados
MODALIDADES COMISSIVA E OMISSIVA 
A mulher, a despeito de, com muita frequência, ser vítima de “maus-tratos”, não pode ser sujeito passivo desse crime, tendo o marido ou “companheiro” como sujeito ativo, pois não há nenhuma relação de subordinação. Quando o marido ou companheiro praticar violência contra a mulher, no recesso do lar ou fora dele, responderá por outro crime, como, por exemplo, lesões corporais, perigo para a vida ou a saúde de outrem etc. 
A situação será a mesma em relação ao filho maior, pois não há qualquer vínculo jurídico de subordinação entre pais e filhos maiores."
20
 
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Consumação: Ocorre com a prática da exposição a perigo, independentemente de resultado naturalístico. 
Portando é um CRIME FORMAL. 
Tentativa: É admissível na forma comissiva.
A mulher, a despeito de, com muita frequência, ser vítima de “maus-tratos”, não pode ser sujeito passivo desse crime, tendo o marido ou “companheiro” como sujeito ativo, pois não há nenhuma relação de subordinação. Quando o marido ou companheiro praticar violência contra a mulher, no recesso do lar ou fora dele, responderá por outro crime, como, por exemplo, lesões corporais, perigo para a vida ou a saúde de outrem etc. 
A situação será a mesma em relação ao filho maior, pois não há qualquer vínculo jurídico de subordinação entre pais e filhos maiores."
É evidente que, havendo mais de uma conduta, o juiz pode levar tal situação em conta para a fixação da pena, que é de detenção, de dois meses a um ano, ou multa. Por outro lado, é preciso destacar que tudo gira em torno da finalidade especial do agente, como se evidencia na nota 78 seguinte, tratando do elemento subjetivo do tipo específico, de ter alguém sob sua autoridade, guarda ou vigilância, maltratando-a. Por isso, o tipo faz referência ao que pode ser usado para esses objetivos, mencionando a privação da alimentação ou dos cuidados indispensáveis e a sujeição a trabalho excessivo ou inadequado. Depois, segundo cremos, generaliza, citando o “abuso dos meios de correção ou disciplina”.
O crime pode ser executado de várias maneiras, a norma fala em:
1) Privação de alimentos: podendo essa ser relativa ou absoluta: para que ocorra infração penal, é suficiente a privação relativa de alimentos, nessa
modalidade a infração é permanente. A privação absoluta pode constituir meio de execução do homicídio.
 
2) Privação de cuidados indispensáveis – infração permanente.
 
3) Sujeição da vítima ao trabalho excessivo ou inadequado.
 
4) Abuso dos meios de correção e disciplina, pode ser violência física ou moral.
A correção não se confunde com o espancamento. Entendeu-se não haver crime com lesão leve. Não se admite castigo corporal na escola.
A ação nuclear do crime é o verbo “expor”. Trata-se de crime de ação múltipla ou de conteúdo variado. Considera-se como tal aquele em que o tipo penal descreve várias modalidades de execução do crime. Dessa forma, poderá o agente expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob a sua autoridade, guarda ou vigilância, pelos meios executivos expostos a seguir:
Privar de alimentos
Sujeitar a trabalho excessivo ou inadequado
Abusar de meio corretivo ou disciplinar
Ação nuclear
21
“
§ 1.º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
”
👆 PRETERDOLO: Dolo no castigo e culpa na lesão corporal.
“
§ 2.º Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
”
👆 PRETERDOLO: Dolo no castigo e culpa na morte.
MODALIDADES QUALIFICADORAS
A mulher, a despeito de, com muita frequência, ser vítima de “maus-tratos”, não pode ser sujeito passivo desse crime, tendo o marido ou “companheiro” como sujeito ativo, pois não há nenhuma relação de subordinação. Quando o marido ou companheiro praticar violência contra a mulher, no recesso do lar ou fora dele, responderá por outro crime, como, por exemplo, lesões corporais, perigo para a vida ou a saúde de outrem etc. 
A situação será a mesma em relação ao filho maior, pois não há qualquer vínculo jurídico de subordinação entre pais e filhos maiores."
É evidente que, havendo mais de uma conduta, o juiz pode levar tal situação em conta para a fixação da pena, que é de detenção, de dois meses a um ano, ou multa. Por outro lado, é preciso destacar que tudo gira em torno da finalidade especial do agente, como se evidencia na nota 78 seguinte, tratando do elemento subjetivo do tipo específico, de ter alguém sob sua autoridade, guarda ou vigilância, maltratando-a. Por isso, o tipo faz referência ao que pode ser usado para esses objetivos, mencionando a privação da alimentação ou dos cuidados indispensáveis e a sujeição a trabalho excessivo ou inadequado. Depois, segundo cremos, generaliza, citando o “abuso dos meios de correção ou disciplina”.
O crime pode ser executado de várias maneiras, a norma fala em:
1) Privação de alimentos: podendo essa ser relativa ou absoluta: para que ocorra infração penal, é suficiente a privação relativa de alimentos, nessa modalidade a infração é permanente. A privação absoluta pode constituir meio de execução do homicídio.
 
2) Privação de cuidados indispensáveis – infração permanente.
 
3) Sujeição da vítima ao trabalho excessivo ou inadequado.
 
4) Abuso dos meios de correção e disciplina, pode ser violência física ou moral.
A correção não se confunde com o espancamento. Entendeu-se não haver crime com lesão leve. Não se admite castigo corporal na escola.
A ação nuclear do crime é o verbo “expor”. Trata-se de crime de ação múltipla ou de conteúdo variado. Considera-se como tal aquele em que o tipo penal descreve várias modalidades de execução do crime. Dessa forma, poderá o agente expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob a sua autoridade, guarda ou vigilância, pelos meios executivos expostos a seguir:
Privar de alimentos
Sujeitar a trabalho excessivo ou inadequado
Abusar de meio corretivo ou disciplinar
Ação nuclear
Dolo eventual: que quando o agente não tem a intenção de produzir o resultado mas assume o risco de produzi-lo.
Ex: um pai que deixa seu filho sem comer por uma semana com o intuito de castiga-lo, e o filho morre, sendo que o pai só tinha a intenção de castigar o filho, não tinha de causar a morte. Neste caso poderia ser enquadrado na qualificadora do art 136 § 2.º mas será enquadrado no crime de homicídio, pela fato de ter deixado de alimentar o filho for um longo período, assumiu o risco de lesar o bem vida. 
22
2MESES
Art 136 Caput
Art 136 § 1.º 
Art 136 § 2.º 
POSSIBILIDADES DE ENQUADRAMENTOS
1ANO
4ANOS
12ANOS
6ANOS
30ANOS
HOMICÍDIO
5
ANOS
LESÃO CORPORAL GRAVE 
Reclusão 
Reclusão 
Reclusão 
Detenção 
3ANOS
2MESES
Art 136 Caput
Art 136 § 1.º 
Art 136 § 2.º 
POSSIBILIDADES DE ENQUADRAMENTOS
1ANO
4ANOS
12ANOS
16ANOS
TORTURA
Art 132 
Reclusão 
Reclusão 
Reclusão 
Detenção 
3MESES
2ANOS
§ 3.º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos.
	Obs.: É corrente na doutrina que as agravantes previstas no artigo 61, inciso II, alíneas “e”, “f” e “h” do Código Penal não podem ser consideradas na hipótese deste tipo penal, pois já integram a conduta prevista no caput do dispositivo. Do contrário, haverá bis in idem.
	Maus-tratos a pessoa idosa, que consistam na sua submissão a condições desumanas ou degradantes ou a trabalho excessivo ou inadequado, ou, ainda, na privação de alimentos ou cuidados indispensáveis a que estava o agente obrigado a prestar, configuram o crime tipificado no art. 99 da Lei na 10.741, de 1º-10-2003 (Estatuto do Idoso), em que se cominam penas idênticas para as mesmas formas qualificadas previstas no art. 136, §§ 1º e 2º
	Chamam-se majorantes as causas contidas nas partes Geral e Especial do Código Penal, que têm por finalidade aumentar a pena aplicada ao agente.
MAJORANTE
	CRIME DE TORTURA.
	Se o meio empregado pelo agente provocar na vítima intenso sofrimento físico ou mental, estará configurado o crime do art. 1º, II, da Lei n. 9.455/97 (Lei Anti-tortura).
	ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESENTE.
	Se o agente não expõe um menor a perigo, mas o sujeita a situação vexatória ou a constrangimento, configura-se o crime do art. 232 da Lei n. 8.069/90 (ECA).	
	ART. 132 CP.
"Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente".
CRIMES ASSEMELHADOS
TJ-RS - Recurso Crime RC 71002289932 RS (TJ-RS) 
Data de publicação: 13/11/2009 
Ementa: APELAÇÃO CRIME. MAUS-TRATOS. ART. 136 , CP . PAI QUE DÁ UM TAPA NO ROSTO DA FILHA. DOLO NÃO DEMONSTRADO. SENTENÇA ABSOLUTÓRIA MANTIDA. Não havendo prova inequívoca do dolo, ou seja, da vontade livre e consciente do réu no sentido de maltratar a vítima, de modo a expor a perigo a sua vida ou saúde, impositiva a sua absolvição, mormente em se tratando de pessoa rústica, que não tinha, aparentemente, sequer consciência do abuso cometido. RECURSO DESPROVIDO. (Recurso Crime Nº 71002289932, Turma Recursal Criminal, Turmas Recursais, Relator: Cristina Pereira Gonzales, Julgado em 09/11/2009). 
JURISPRUDENCIAS
É uma excludente de culpabilidade pois o agente não tinha consciência da ilicitude.
Jovem de 16 anos foi acorrentado à cama pela mãe 
 (Foto: Nereu de Almeida/Pioneiro/Ag. RBS) 
"Fiquei com medo de perder meu filho para o mundo do tráfico", disse a mãe, uma empregada doméstica.
O adolescente vendeu bens da família para comprar entorpecentes. "Ele comercializava tudo", comentou a irmã. 
Excludente de ilicitude
ESTADO DE NECESSIDADE
JURISPRUDENCIAS
	TUDO NA VIDA EVOLUI E NOS DIAS DE HOJE É QUASE IMPOSSÍVEL NÃO PERCEBER O QUÃO EQUIVOCADAS SÃO AS SURRAS E HUMILHAÇÕES A QUE CRIANÇAS E ADOLESCENTES SÃO SUBMETIDOS, DESTRUINDO A AUTOESTIMA POR UM LADO E POR OUTRO “FABRICANDO” NOVOS AGRESSORES, SEM CONTAR QUANDO OS EXCESSOS DESEMBOCAM EM FERIMENTOS GRAVES E ATÉ A MORTE.
REFLEXÃO

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