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9- Serviços_Públicos

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Direito 
Administrativo
Serviços Públicos
1 – Conceito
Serviço Público é uma atividade material prestada pelos órgãos
da Administração Pública Direta ou pelas entidades da Administração
Pública Indireta ou, ainda, por empresas privadas concessionárias,
permissionárias ou autorizatárias, consistente em utilidade ou
comodidades materiais, criadas por lei, fruíveis direta ou indiretamente
pelos administrados, sujeitas a regime totalmente público ou
parcialmente público.
Serviços Públicos
Contemporaneamente, o conceito de serviço público está inserido no
âmbito da função administrativa do Estado, razão por que dele se excluem as
atividades legislativas e judiciais do Estado, que são funções políticas. Porém, o
conceito de serviço público não abrange todas as funções administrativas do
Estado, até porque o serviço publico é função administrativa que consiste numa
atividade material do Estado, que se realiza através da disponibilização de
utilidades ou comodidades materiais aos cidadãos-administrados, situação que
o distingue, por exemplo, do poder de polícia administrativo, que também é
função administrativa, mas que corresponde a atividade jurídica do Estado,
realizada por meio de atos administrativos.
Serviços Públicos
A prestação de serviço público não é mais exclusiva do Estado. Em
alguns casos, o serviço público pode ser prestado por particulares, por delegação
do Estado e mediante seu controle.
Concluindo assim, o serviço publico é uma atividade administrativa e
material, prestada pelos órgãos da Administração direta do Estado ou por suas
entidades da Administração indireta ou, ainda, por empresas privadas que atuam
por delegação do Estado. Consiste em prestações materiais específicas ou
genéricas que propiciam para os administrados benefícios das mais variadas
ordens, como: telecomunicação, energia elétrica, transporte coletivo, gás
canalizado, fornecimento de água, iluminação pública, coleta de lixo, limpeza de
ruas, etc.
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2. Elementos Constitutivos:
2.1 – Elemento Subjetivo;
a) Serviço Público Outorgado;
b) Serviço Público Delegado.
2.2 – Elemento Formal;
2.3 – Elemento Material.
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2.1 – Elemento Subjetivo:
Por esse elemento, leva-se em conta o sujeito responsável pela criação e
prestação do serviço público. É o Estado que cria, por lei, os seus serviços
públicos. Uma vez criado, a gestão do serviço público também incumbe ao Estado,
seu titular absoluto, que poderá, no entanto, fazê-lo diretamente ou indiretamente.
Ou seja, pode ser o próprio Estado diretamente, por meio de seus órgãos e
agentes, ou, indiretamente, por intermédio de outros sujeitos, por outorga ou
delegação.
(Serviços criados pela CF/88 – art. 21, X,XI e XII e art. 25, §2°)
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2.1 – Elemento Subjetivo
a) Serviço Público Outorgado:
É aquele prestado por entidade da Administração Indireta, de natureza
pública ou privada. O Estado cria e transfere a estas entidades, por lei especial,
determinado serviço público. É importante anotar que a lei especial, a um só
tempo, cria diretamente ou autoriza a criação da entidade e a dota do serviço
público especificado.
OBS: A outorga se dá por lei especial e presume-se definitiva.
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b) Serviço Público Delegado.
É aquele prestado por empresas concessionárias, permissionárias e
autorizatárias, que não integram a Administração Pública Direita ou Indireta. O
Estado transfere a estas empresas, por meio de contrato administrativo (de
concessão ou permissão) ou ato administrativo unilateral (autorização) tão-
somente a prestação do serviço público.
OBS: A delegação opera-se por ato ou contrato administrativo e é transitória.
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2.2 – Elemento Formal
Esse elemento diz respeito ao regime jurídico aplicável ao serviço público,
que outrora se entendia ser exclusivamente de direito público. Atualmente, o
regime jurídico varia de acordo com a natureza do serviço público. Para os
serviços públicos não comerciais ou não industriais (serviços sociais, por exemplo),
o regime jurídico é integralmente público de direito público (regime jurídico-
administrativo). Contudo, para os chamados serviços públicos comerciais ou
industriais , o regime é de direito privado (civil ou comercial), derrogado, ora para
mais ora para menos, por normas de direito público.
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2.3 – Elemento Material
Esse elemento leva em conta a atividade administrativa desempenhada.
Por esse elemento, sempre se entendeu que o serviço público é uma atividade
pública que tem por finalidade atender às necessidades ou comodidades coletivas.
Ou sejam é uma atividade de interesse público.
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3. Princípios que se aplicam ao Serviço Público:
3.1 – Princípio da Continuidade do Serviço Público;
3.2 – Princípio da Mutabilidade do Regime Jurídico;
3.3 – Princípio da Igualdade.
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3.1 – Princípio da Continuidade do Serviço Público
Este princípio deriva do princípio da obrigatoriedade do desempenho da
atividade administrativa, assim, além de ser um dever do Estado, não pode sofrer
solução de continuidade. Tal princípio reflete sobre o contrato administrativo e
sobre o próprio exercício da função pública.
De referência aos contratos administrativos de concessão e permissão, o
princípio em tela gera as seguintes conseqüências: possibilidade de encampação,
com retomada do objeto do contrato de concessão ou permissão; imposição de
prazos rigorosos; impossibilidade, em tese, de invocação da cláusula da “exceção
do contrato não cumprido” contra a Administração.
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3.2 – Princípio da Mutabilidade do Regime Jurídico
Pelo principio em causa, o regime jurídico incidente sobre a prestação dos
serviços públicos pode ser alterado para adaptar-se às exigências sempre
variáveis do interesse público. Por esse motivo, os contratos, os usuários e os
servidores públicos não têm direito adquirido à manutenção de determinado regime
jurídico.
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3.3 – Princípio da Igualdade
Por este princípio, se todos os usuários estão em situação igual, o
tratamento deve ser também igual. Desde que a pessoa satisfaça as condições
legais, ela faz jus à prestação do serviço, sem qualquer distinção de caráter
pessoal.

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