Buscar

Intervenção do Estado na Propriedade Privada - Resumão

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Intervenção do Estado na Propriedade Privada
Decorre do princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado.
Intervenção restritiva – o bem continua nas mãos do particular, mas sujeito à algumas restrições impostas ao proprietário. (tombamento, servidão, requisição, limitação administrativa)
Intervenção supressiva – suprime o direito de propriedade. Retira a propriedade das mãos do particular, passando o bem às mãos do Estado.
Desapropriação 
Forma originária de aquisição de propriedade. (art. 5º, XXIV, CF)
O bem desapropriado chega nas mãos do Estado novo, livre e desembaraçado, sem nenhum ônus. Qualquer direito que recaía sobre o bem fica sub-rogado no valor da indenização.
Desapropriação comum (art. 5º XXIV, CF):
-Utilidade/Necessidade Pública (DL 3365/41) / Interesse social (L4132/62) 
-Indenização prévia, justa (valor venal + indenizações), em dinheiro
- Qualquer ente federativo
Ressalvadas as exceções previstas na própria Constituição.
Desapropriações especiais
Urbana – Art. 182 (L. 10257/01 – Estatuto da Cidade)
Rural – Art. 184 a 186 (LC 76/93)
Confisco – Art. 243
Desapropriação Especial Urbana
Se o imóvel urbano não cumprir a função social prevista no Plano Diretor da cidade o Poder Público Municipal tomará algumas medidas, na seguinte ordem:
Notifica-se o proprietário, para que ele proceda com o parcelamento ou a edificação da propriedade. Após a notificação, o proprietário tem 1 ano para apresentar o projeto e mais 2 anos para dar início às obras; 
Instituição de IPTU com alíquota progressiva no tempo, durante 5 anos (máximo 15%);
Desapropriação sancionatória
– TDP resgatáveis em até 10 anos;
– Competência exclusiva do Município;
– Somente Município que tenha Plano Diretor.
Desapropriação Especial Rural 
A propriedade rural que não esteja cumprindo a função social prevista na Constituição Federal será desapropriada para fins de reforma agrária. (destinação vinculada)
– TDA resgatáveis em até 20 anos;
– Benfeitorias úteis e necessárias serão pagas em dinheiro;
– Função social definida no art. 186;
– Vedações: Pequena e média propriedade única/ produtiva (Art. 185);
– Competência exclusiva da União.
Desapropriação Confisco ou Expropriação
– Não é indenizável
Bens imóveis (caput)
- plantação de psicotrópicos ilícitos;
- exploração de trabalho escravo na forma da lei.
2) Bens móveis (parágrafo único)
-utilizados para o tráfico de drogas
– Imóveis desapropriados serão utilizados para fins de reforma agrária, ou para programas de habitação popular. (destinação específica)
– Competência exclusiva da União
Competência para desapropriar
Legislativa – União (Art. 22)
Declaratória – Desapropriação Comum: Qualquer ente federativo. (INCRA/AUTARQUIA FEDERAL SÓ EXECUTA)
Exceções: ANEEL E DNIT – possuem competência declaratória
Executória – Entes federativos. Pode ser delegada à entidades da administração indireta, à consórcios públicos, à concessionárias de serviço público.
A desapropriação se divide em duas fases: DECLARATÓRIA 	e EXECUTÓRIA.
É possível a desapropriação de bens públicos, desde que respeitada a chamada “hierarquia federativa”.
DECLARAÇÃO: Decreto expropriatório (chefe do executivo) ou Lei de efeitos concretos (legislativo).
O bem só passa para as mãos do Poder Público após o pagamento da indenização, que, reiterando, deverá ser prévia.
Após a declaração de utilidade/necessidade pública ou interesse social, o bem ficará sujeito à algumas restrições:
-o Poder Público poderá ingressar no bem, para fazer avaliações no terreno, definir o valor indenizatório, etc.
-fixação do estado do bem – o bem deverá permanecer à época da desapropriação no estado em que ele se encontra quando da fixação. Não serão indenizadas melhorias posteriores, salvo as benfeitorias necessárias/úteis, desde que autorizadas. (Súmula 23, STF)
-caducidade da declaração: a)Utilidade/Necessidade Pública (DL 3365/41) – 5 anos; b) Interesse Social – 2 anos.
-nova declaração: após 1 ano
EXECUÇÃO: Entes federativos. Pode ser delegada à entidades da administração indireta, à consórcios públicos, à concessionárias de serviço público.
-Se houver acordo a execução ocorre na via administrativa, não depende de homologação judicial;
-Se não houver acordo, seja pela não concordância do valor, seja pelo desconhecimento do proprietário, a execução se dará através da via judicial, por meio da ação de desapropriação proposta pelo próprio expropriante (Poder Público) e o particular é chamado à contestar o feito.
Ação de desapropriação
Contestação – vício processual/valor indenizatório.
No mérito a única matéria de defesa é o valor indenizatório.
É possível a discussão quanto à ilegalidade do ato de desapropriação, mas esta deverá ser por meio de ação direta/ação ordinária.
O juízo da desapropriação é um juízo prevento.
O Estado pode pleitear uma liminar de imissão provisória na posse do bem, respeitando dois requisitos:
-urgência (prazo de validade de 120 dias – não renovável)
-depósito em juízo do valor em controverso: particular tem direito de levantar 80% do valor depositado, 20% será mantido em juízo.
-se, com a decisão judicial, ficar arbitrada indenização maior que a previamente depositada pelo Poder Público, a parte excedente deverá respeitar a ordem cronológica de pagamento de precatórios. Sobre esse valor, deverá incidir alguns acréscimos:
Correção monetária – atualização da moeda (art. 100, CF) – índices oficiais de inflação do período.
Juros compensatórios – indenização/compensação pela perda da posse do bem. Desde a imissão na posse começa a incidir o juros sobre tudo aquilo que ele não pôde levantar.
Juros moratórios – juros pela demora
Honorários advocatícios/sucumbenciais – 0,5 a 5% do valor da sucumbência, sem limitação.
Direito de extensão: ocorre quando o Poder Público desapropria uma ampla área de um bem, deixando uma área remanescente que isoladamente é inaproveitável. DESAPROPRIAÇÃO PARCIAL.
Nesse caso, surge ao proprietário o direito de extensão, que é uma garantia ao proprietário que pode requerer ao Estado a extensão da desapropriação ao restante do terreno, o que ensejará um novo cálculo de indenização tomando por base toda a extensão do terreno.
Pode ser requerido no bojo da contestação da ação de desapropriação.
Desapropriação indireta: é um esbulho/invasão sem respeitar as regras de desapropriação. Quando o Poder Público dá destinação pública ao bem, a única coisa que o proprietário pode pleitear é indenização.
Ação de indenização por desapropriação indireta/apossamento administrativo.
Prescrição: Não se aplica o art. 10 do DL 3365/41. 
STJ: Súmula 119 c/c 1.238 par. Único, CC – Função social 10 anos.
Tredestinação: alteração na destinação originária do bem.
Tredestinação lícita: muda a finalidade específica, mas mantém a finalidade pública. 
Tredestinação ilícita: muda a finalidade específica e não dá destinação pública ao bem. Surge ao ex-proprietário o direito de retrocessão.
Retrocessão: direito do ex-proprietário de reaver o bem.
Posicionamentos quanto à natureza jurídica do instituto da RETROCESSÃO:
Direito real – vc pode buscar o bem na mão de quem estiver.
Direito pessoal – não é possível opor o direito pessoal à terceiro. Resolve-se em perdas e danos. Art. 519, CC.
Mista – Direito real e pessoal. O proprietário escolhe qual a melhor opção, indenização ou reaver o bem.
Desapropriação por zona: ocorre na desapropriação para obras públicas. É a desapropriação da zona vizinha de uma obra.
No decreto expropriatório deve estar discriminado qual parte foi desapropriada pela obra, e qual parte foi desapropriada por zona.
- necessidade de posterior extensão da obra;
- supervalorização dos terrenos vizinhos.
STF:
Valorização ordinária – valorização dos terrenos vizinhos da mesma forma, similar.
Valorização extraordinária – valorização em que um terreno valoriza mais que outros, sendo que, nesse caso caberá a desapropriação por zona.
 
 
Intervenção
restritiva
O bem continua nas mãos do particular, mas sujeito à algumas restrições/limitações impostas pelo Poder Público.
Se impedir totalmente o uso do bem, será uma desapropriação disfarçada de intervenção restritiva.
Limitação administrativa
-caráter geral e abstrato
-descreve uma situação fática
-atinge uma quantidade indeterminada de bens
-não enseja direito à indenização
-decorre do poder de polícia
-ex nunc – não retroage para atingir situações já consolidadas
-Direito de preempção, Art. 25, L 10257/01 
Município pode, por meio de Lei, declarar a área como de preempção por até 5 anos. Depois de 5 anos o direito de preempção cai, e deve-se respeitar o período de 1 ano de carência para realizar nova declaração sobre a mesma área. Reforçando que, neste caso, o proprietário não perde a sua propriedade, mas caso queira alienar, deverá oferecer primeiro ao Poder Público Municipal, que deverá se manifestar em até 30 dias sobre seu interesse, não se manifestando, presume-se a recusa tácita. 
No caso de o Poder Público não se manifestar ou demonstrar desinteresse na aquisição do bem, o proprietário poderá alienar pra quem ele quiser, desde que seja pelo mesmo valor de proposta apresentado ao Município, caso contrário, será fraude.
Se o bem for alienado sem respeitar o direito de preferência o Poder Público anulará a venda e adquirir o bem pra si, ou pelo valor da transação efetivada com terceiro, ou pelo valor venal do imóvel, o que for menor.
Servidão
-DL 3365/41
-bens especificados no próprio ato de servidão
-direito real incidente sobre bens imóveis (depende de registro)
-prédio serviente (particular)/prédio dominante (Poder Público)
-se houver dano, haverá indenização
-havendo dano, a indenização deverá ser prévia
-assim como na desapropriação, deverá ser feita previamente uma declaração de utilidade pública, e também poderá ser instituída mediante acordo, decisão judicial ou lei.
-caráter perpétuo/permanente
-pode ser desfeita por motivo de interesse público/desaparecimento do bem/integralização (Poder Público adquire o bem)
Requisição
-Art. 5º, XXV, CF
-iminente perigo público
-assegurada a indenização ulterior/posterior em caso de dano
-pode incidir sobre bens móveis, imóveis e serviços (ex. reservistas)
Ocupação temporária
-decorre do princípio da continuidade
-não existe somente na hipótese de obras
-qualquer situação de utilidade/interesse público
-prazo determinado
Tombamento 
-visa a proteção do patrimônio histórico, artístico e cultural
-pode incidir sobre bens móveis e imóveis – corpóreos
-registro ambiental # tombamento
-pode incidir somente sobre uma parte do bem (ex. tomb. Faixada)
-registro deverá ser feito no livro do Tombo
-se for imóvel, além do registro no livro do Tombo, tem que haver o registro no cartório de registro de imóvel (duplo registro)
-o mesmo bem pode ser tombado mais de uma vez
Interesse:
Nacional – União
Regional – Estado
Local – Município
-é possível o tombamento de bens públicos sem precisar respeitar a chamada “hierarquia federativa”
-perpétuo – é instituído por prazo indeterminado
-tombamento provisório – medida cautelar administrativa para evitar a destruição do bem durante o processo
-ao final do processo, converte-se o tombamento provisório em definitivo.
-tombamento pode ser de ofício, determinado pela administração pública ou voluntário
-gera obrigações de fazer/não fazer
-Ob. Fazer: 
a) é de responsabilidade do proprietário conservar o bem, sendo que, não tendo condições para tanto, deverá pleitear ao Poder Público para que o faça, justificando e informando a necessidade de conservação.
b) o bem tombado pode ser alienado, contudo, deverá ser ofertado primeiro ao Poder Público em preferência, sendo que este deverá se manifestar em até 30 dias.
-Ob. Não Fazer
a) o proprietário não pode alterar/modificar/destruir. Deverá haver autorização especial para qualquer reforma no bem.
b) no caso de bens móveis, o bem tombado não pode sair do País, salvo se for por um curto período de tempo e com autorização do Poder Público.
c) o proprietário deve tolerar a fiscalização do Estado. 
Entendimento majoritário:
O tombamento gera uma servidão aos prédios vizinhos, de modo que os prédios vizinhos não podem impedir a visualização, nem o acesso ao bem tombado.
Este seria um caso de servidão instituída por lei.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando