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Educação Infantil - Características e Singularidades - Módulo 01

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Prévia do material em texto

Programa de Educação 
Continuada a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
Educação infantil 
 
 
(Características e Singularidades) 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
 
 
EAD - Educação a Distância 
 Parceria entre Portal Educação e Sites Associados 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
Educação Infantil 
 
 
(Características e Singularidades) 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
3 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 
 
 
SUMÁRIO 
 
Módulo I 
A Educação Infantil – suas características e singularidades 
1. Cognição e Afetividade 
 1.1 Introdução 
 1.2 Os quatro pilares para a Educação do século XXI 
 1.2.1 Aprender 
 1.2.2 Fazer 
 1.2.3 Ser 
 1.2.4 Viver juntos 
 1.3 Razão e afetividade 
 
Módulo II 
2. A história da infância: a mudança do olhar 
 2.1 A Educação Infantil: suas características e singularidades 
 2.2 Seleção de conteúdos e desenvolvimento das práticas 
 pedagógicas 
 2.2.1 Seleção de conteúdos 
 2.2.2 Desenvolvimento das práticas pedagógicas 
 2.3 Desenvolvimento Infantil 
 2.3.1 Vygotsky 
 2.3.2 Piaget; 
 2.4 Fases da aprendizagem (00 a 07 anos); 
 
Módulo III 
3. Educar: um ato de amor e responsabilidade 
 3.1 A missão do educador 
 3.2 O Profissional da Educação Infantil 
 3.2.1 As especificidades do professor da Educação Infantil 
 em comparação com outros níveis de aprendizagem 
 3.2.2 A missão do Professor da Educação Infantil 
 3.2.3 O trabalho em equipe e as atitudes e comportamentos 
 de um educador da Educação Infantil; 
 3.2.3.1 Algumas máximas são indispensáveis para o 
 trabalho em equipe; 
 3.2.3.2 Atitudes e comportamentos de um educador; 
 
 
 
 
 
4 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 
 
 3.3 Elos de afetividade 
 3.4 Ética Profissional 
 
Módulo IV 
4. Ensinar brincando e brincar ensinando 
 4.1 A brincadeira como estratégia 
 4.1.1. A brincadeira e o processo de desenvolvimento Infantil 
 4.1.2 Os motivos da brincadeira 
 4.1.3 A brincadeira, o brinquedo e o jogo no desenvolvimento 
 infantil 
 4.1.4. Os tipos de jogos 
 4.1.5 Brincar é para todos 
 4.1.6 A importância do movimento para as crianças 
 4.1.7 Os diversos jogos e sua importância 
 4.1.7.1 Jogos de ficção ou faz-de-conta 
 4.1.7.2 Jogos de exploração e transformação dos 
 objetos e materiais 
 4.1.7.3Jogos de movimento 
 4.1.8 Atividades para crianças na faixa etário de 0 a 2 anos 
 4.1.9 Atividades para crianças na faixa etária de 2 a 4 anos; 
 4.2 A literatura na Educação Infantil 
 4.2.1 Afinal, o que é Literatura Infantil? 
 4.2.2 Origens da Literatura Infantil 
 4.2.3 A importância do Maravilhoso na Literatura Infantil 
 4.2.4 Livros e Infância: as histórias infantis como forma de 
 consciência de mundo 
 4.2.5 Fases normais no desenvolvimento da criança 
 4.2.6 Histórias para crianças (faixa etária/áreas de interesse
 /materiais/livros) 
 4.2.7 A escolha dos livros infantis 
 
 
 
 
 
 
 
5 
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MÓDULO I 
 
 
A Educação Infantil – suas características e singularidades 
As escolas deveriam entender mais de seres 
humanos e de amor do que de conteúdos e 
técnicas educativas. 
Elas têm contribuído em demasia para a 
construção de neuróticos por não entenderem de 
amor, de sonhos, de fantasias, de símbolos e de 
dores. 
Claudio Saltini 
 
Tópico 1: Cognição e Afetividade 
 
1.1. Introdução 
 
Durante muito tempo os educadores voltavam suas preocupações para a 
capacidade de aprendizagem dos alunos. Muitos fazem isso até hoje. Muito se ouviu 
e ainda se ouve nas conversas entre eles frases desse tipo: “Aquele aluno não 
aprende nada”; “Aquele menino é limitado, não aprende por mais que eu faça”. Hoje, 
essas afirmações estão em muito ultrapassadas, pois não há mais dúvidas de que 
todos são capazes de aprender. Assim, elas devem urgentemente ser substituídas 
por outras, como: “De que modo devo trabalhar para promover a aprendizagem ao 
meu aluno?”; “Que ações pedagógicas adotarei para facilitar a construção de 
conhecimentos?”. 
 
 
 
 
 
6 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 
 
Essa perspectiva qualitativa (e não quantitativa) do ato de aprender é de 
extrema relevância para o educador infantil porque ele tem um papel de destaque 
nas descobertas e na aprendizagem de seus educandos. Podemos dizer, então, que 
o foco da educação atual deve ser cada vez mais o processo e não o produto, 
porque o produto valoriza a quantidade e o processo, a qualidade. 
Levando em consideração que o processo de aprendizagem deve envolver a 
cognição, a afetividade, a psicomotricidade e a fé e crenças pessoais, podemos 
afirmar que aprender é muito mais que adquirir um conteúdo. A aprendizagem 
pressupõe o crescimento global do indivíduo e, então, a organização das dimensões 
aqui apresentadas. Elas compõem o ser humano e, por isso não podem ser 
estanques. Uma depende da outra para se desenvolver amplamente. Pensar numa 
Educação Infantil de qualidade é valorizar todas as dimensões humanas em sala de 
aula. 
Essas mudanças no modo de pensar a educação acompanham as 
mudanças sociais que estamos vivenciando. Mudanças relacionadas às descobertas 
científicas e tecnológicas transformaram bruscamente a vida de todas as pessoas 
nos mais variados aspectos, nas mais longínquas residências, nos mais diferentes 
estilos de vida. 
A educação, como sendo uma instituição antes de tudo cultural, também se 
transformou ao longo dos anos e mais bruscamente na virada do século XX para o 
século XXI. Hoje para atender aos educandos do século XXI temos que apresentar 
um modelo de educação próprio dessa época, com instrumentos que possibilitem a 
eles um crescimento integral como cidadãos capazes de enfrentar todas essas 
mudanças. 
A Educação Infantil, por sua vez, traz também nova roupagem, privilegiando 
a construção do caráter, a formação pessoal, a capacidade de enfrentamento das 
mais diversas situações, o respeito às diferenças, enfim, a formação global da 
criança para que ela se prepare par ser um adulto consciente dos seus direitos e 
deveres. 
 
 
 
 
 
7 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 
 
A criança, quando chega à escola, deseja ser amada, acolhida, aceita e 
ouvida. Quando ela se satisfaz em todas as suas expectativas ou na maioria delas, 
desperta para uma vida de curiosidade e de aprendizado. Cabe ao professor 
organizar esse espaço de busca e interesse das crianças. 
Para isso, é necessário ter sensibilidade e percepção acerca do mundo 
infantil e suas singularidades. É fundamental observar que a criança passa por fases 
de desenvolvimento, e quecada uma delas é importantíssima para a sua formação 
geral. 
A infância é uma etapa muito importante para o indivíduo porque é a fase em 
que ele passa por uma adaptação progressiva ao meio físico, cujo objetivo é o 
equilíbrio entre o “eu” e o “outro”. Segundo Piaget (1985), “educar é adaptar o 
indivíduo ao meio social ambiente”. Cabe à Educação Infantil, então, propiciar essa 
inter-relação da criança com o mundo, de maneira lúdica e prazerosa, de forma a 
possibilitar que esse equilíbrio seja desenvolvido por ela e cujas conquistas refletirão 
por toda sua vida. 
 
1.2. Os quatro pilares para a Educação do século XXI 
 
A virada do século XX para o século XXI é marcada pelo montante de 
mudanças ocorridas e pela velocidade das descobertas. Nunca se descobriu tanto 
em tão pouco tempo. Podemos dizer que nesse período houve mais inovações nos 
mais diversos setores do que em todos os séculos anteriores juntos, construindo, 
assim, uma nova realidade nas diversas civilizações ocidentais. Os avanços 
tecnológicos juntamente com o desenvolvimento da imprensa e da comunicação 
cada vez mais rápida e ágil deram ao homem do início do século XXI um novo perfil. 
A globalização aproximou nações enquanto os grupos se reuniram em pequenos 
setores para lutar por seus direitos. A política, até então a grande dominadora do 
mundo, rendeu-se também às regras ditadas pela economia: 
 
 
 
 
 
 
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A aceleração das inovações tecnológicas se dá agora numa escala 
multiplicativa, uma autêntica reação em cadeia, de modo que em intervalos 
de tempo o conjunto do aparato tecnológico vigente passa por saltos 
qualitativos em que a ampliação, a condensação e a miniaturização de seus 
potenciais reconfiguram completamente o universo de possibilidades e 
expectativas, tornando-se cada vez mais imprevisível, irresistível e 
incompreensível (SEVCENKO, 2004, p.16). 
 
Com o grande avanço tecnológico e comunicativo, a população do novo 
século está diante de novas buscas, de novos anseios, de uma nova realidade. 
Surgem a “sociedade de consumo” e a “sociedade globalizada”. Isso tudo graças 
aos meios de comunicação que possibilitam a aproximação de nações 
extremamente distantes, mas que podem também isolar pessoas muito próximas em 
suas “aldeias comunicativas”. Os hábitos foram mudando, os recursos se 
transformando e se multiplicando, tudo em prol da comodidade dos indivíduos que, 
em sua maioria, têm de trabalhar mais que antes para comprar mais que antes e se 
sentir inseridos nessa sociedade que lhes é apresentada. 
Dessa forma, tem-se também menos tempo para as ações “menores” – fazer 
compras, ter um momento de lazer com a família, conversar com os amigos, pagar 
contas, etc. E para isso também a tecnologia e a comunicação estão aí, prontas 
para adequá-lo ao novo modo de vida. Já se fazem compras, inclusive as básicas de 
mercado e se pagam quase todas as contas sem sair de casa; o lazer também é 
oferecido em casa e sem necessariamente a presença de todos os membros da 
família; e amigos são construídos por meio de bate-papos virtuais. 
Diante dessa nova perspectiva de vida, algumas normas e códigos de moral 
reguladores do comportamento social ganham novos contornos e em meio a esse 
contexto emerge um fenômeno intitulado Pós-modernismo, que abrange as diversas 
áreas da sociedade: arte, ciência, tecnologia, política, filosofia e cultura. Em linhas 
gerais, as mudanças que convergiram para o surgimento dessa nova tendência 
destacaram-se a partir de meados dos anos 50, com a arquitetura e a computação, 
infiltram-se no meio intelectual nos anos 60, apresentam um crescimento na filosofia 
 
 
 
 
 
9 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 
 
nos anos 70 e alastram-se nos anos 80 abrangendo os campos da moda, do 
cinema, da música, entre outros. 
A sociedade do século XXI traz algumas características marcantes, que 
transformaram a história do homem tanto no âmbito cultural, como ecônomico, 
tecnológico, religioso, educacional e político. O mundo globalizado, juntamente com 
a emergência dessa nova sociedade, denominada “sociedade do conhecimento”. A 
informação ganhou evidência, facilitada pelo avanço tecnológico, que diminuiu 
fronteiras de tempo e de espaço. Segundo González de Gómez (1997), “trata-se de 
uma revolução que agrega novas capacidades à inteligência humana e muda o 
modo de trabalharmos juntos e vivermos juntos”. 
Essas mudanças relacionadas à valorização do conhecimento trouxeram 
mudanças também no que se refere ao mundo do trabalho. O conceito de emprego 
está sendo substituído pelo conceito de trabalho. 
A atividade produtiva passa a depender de conhecimentos, e o trabalhador 
deverá ser um sujeito criativo, crítico e pensante, preparado para agir e se adaptar 
rapidamente às mudanças dessa nova sociedade. O diploma passa a não significar 
necessariamente uma garantia de emprego. A empregabilidade está relacionada à 
qualificação pessoal; as competências técnicas deverão estar associadas à 
capacidade de decisão, de adaptação a novas situações, de comunicação oral e 
escrita, de trabalho em equipe. O profissional será valorizado na medida da sua 
habilidade para estabelecer relações e de assumir liderança (SILVA & CUNHA, 
2002). 
Os profissionais que mais se destacam no século XXI são aqueles que 
conseguem utilizar seus conhecimentos em prol da produtividade e da inovação. 
Dessa forma, um dos requisitos profissionais mais valorizados é a disponibilidade 
para as capacitações permanentes. 
Por outro lado, o conhecimento também foi modificado. Ele não é mais 
resultado de um processo unilateral que envolve seres humanos isolados, “mas de 
uma vasta colaboração cognitiva distribuída, da qual participam aprendentes 
humanos e sistemas cognitivos artificiais” (ASSMANN, 2000). 
 
 
 
 
 
10 
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Diante desse quadro de mudanças radicais (e irreversíveis), o indivíduo 
deve, antes de tudo, procurar se adaptar, desenvolver as habilidades exigidas pelo 
novo panorama do mercado de trabalho e estar sempre disposto a acompanhar as 
inovações tecnológicas que aparecem cada vez mais aceleradas. Para se ter 
sucesso é necessário preparar-se continuamente num processo gradativo e, 
sobretudo, qualitativo. 
Por outro lado, o indivíduo também deve se preocupar com as questões 
sócioambientais. Cooperação, confiança, respeito étnico, identidade, comunidade e 
amizade são elementos que formam o tecido social do século XXI, em que se 
fundamentam a política e a economia. 
As normas de conduta social envolvem desde o cuidado dos espaços 
públicos ao pagamento de impostos, da segurança à saúde pública e privada. Nesse 
sentido, a família deve ser considerada um componente central do capital social, que 
se quer o mais sólido possível. Afinal, é a família que forma a criança em seus 
aspectos físico, social e moral, inclusive infundindo valores positivos ou negativos 
refletidos nos comportamentos. 
Todos esses fatores evidenciam que só a educação será capaz de preparar 
as pessoas para enfrentar os desafios dessa nova sociedade. Evidencia-se, dessa 
forma, uma educação básica e polivalente que valorize a cultura geral, a postura 
profissional, a ética e a responsabilidade social. 
Para Delors (2000) a sociedade do conhecimento prioriza o indivíduocomo o 
centro da informação. Isso levanta desafios para a educação, que aparece como 
sendo indispensável à humanidade na construção dos ideais de paz, liberdade e 
justiça social. É destinada à educação a função de preparar a pessoa para atuar 
nesse novo contexto. Para ele, só a educação conduzirá “a um desenvolvimento 
humano mais harmonioso, mais autêntico, de modo a fazer recuar a pobreza, a 
exclusão social, as incompreensões, as opressões, as guerras [...]”. 
Com base nesta visão, a Unesco, por meio de sua Comissão Internacional 
sobre a Educação para o século XXI, presidida por Jacques Delors, estabelece os 
 
 
 
 
 
11 
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quatro pilares de um novo tipo de educação com enfoque em aprender a aprender, 
aprender a fazer, aprender a viver junto e aprender a ser. 
 
Quatro pilares da educação para o século XXI segundo a UNESCO: 
 
APRENDER A: 
 
 
 
 APRENDER FAZER SER VIVER JUNTOS 
 
1.2.1 Aprender a Aprender: 
 
Essa aprendizagem refere-se à 
abertura do indivíduo ao conhecimento, ao 
desenvolvimento do pensamento crítico e 
reflexivo e ao prazer em aprender, em 
conhecer, em descobrir. Para isso, a 
educação deve proporcionar uma 
escolaridade mais prolongada, ou seja, despertar no indivíduo a vontade de 
prosseguir estudando, de fazer novos cursos, pesquisas, enfim, de que o 
conhecimento possui movimento contínuo, e o aumento do saber será necessário 
para que ele possa compreender o mundo, sob seus diversos aspectos. 
Esse fascínio pela aprendizagem deve começar na infância. A educação 
deve despertar nos pequenos o prazer de estudar, de ler, de pesquisar, de 
descobrir. A educação deve ser encarada desde cedo não como um meio para se 
chegar a um fim, mas como um próprio fim em si mesma. Essa motivação presume 
 
 
 
 
 
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educadores competentes, que também têm dentro de si essa paixão pela educação 
e pelo saber. Só conseguirá despertar o prazer aquele que sente prazer, que é 
sensível às necessidades, dificuldades e vontades de seus educandos. Para tanto, é 
preciso apresentar metodologias inovadoras e adequadas, facilitadoras da retenção 
e compreensão do saber. Só assim, é possível despertar no aluno a sede de 
conhecimento, a capacidade de aprender, utilizando-se cada vez mais de seus 
dispositivos intelectuais e cognitivos que lhes permitam construir suas próprias 
opiniões e o seu próprio pensamento crítico. 
 
1.2.2 Aprender a Fazer: 
 
 
 
Aprender a fazer é um pilar que é necessariamente indissociável do 
aprender a aprender. Quando o aluno tem prazer em aprender, ele também terá 
predisposição em querer fazer, conhecer novas culturas, políticas e práticas 
escolares, em ter coragem de executar, de correr riscos, de errar, na busca de 
acertar. Só assim, o educando poderá pôr em prática seus conhecimentos, num 
processo constante e gradativo. 
Essa área do conhecimento relaciona-se à formação profissional do 
indivíduo e sua adaptação ao mundo do trabalho, destacando a noção de 
competência e de qualificação nesse meio. Segundo Delors, a competência pessoal 
é imprescindível no mercado de trabalho atual, principalmente na indústria, já que as 
tarefas físicas estão sendo substituídas por tarefas intelectuais. Dessa forma, o 
 
 
 
 
 
13 
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trabalhador deve ter uma perfeita combinação entre qualificação, comportamento 
social, espírito de equipe e capacidade de iniciativa. 
Há também outro ponto essencial referente ao aprender a fazer: a 
comunicação. É essencial que cada indivíduo saiba comunicar. Não apenas reter e 
transmitir informação mas também interpretar e seleccionar as torrentes de 
informação, muitas vezes contraditórias, com que somos bombardeados 
diariamente, analisar diferentes perspectivas, e refazer as suas próprias opiniões 
mediante novos fatos e informações. 
 
1.2.3 Aprender a Ser: 
 
 
A educação deve contribuir para o 
desenvolvimento total da pessoa (mente e 
corpo, inteligência, sensibilidade, 
responsabilidade pessoal e coletiva, 
espiritualidade). 
Todos os seres humanos devem ser preparados pela educação que 
recebem para agir nas diferentes circunstâncias da vida. Para isso cada um deverá 
ter pensamentos autônomos e críticos, ou seja, personalidade própria. Aprender a 
ser, então, refere-se justamente ao desenvolvimento e exercício da alteridade com a 
expressão livre do outro. Ética, cidadania, desenvolvimento humano. São os valores 
a serem desenvolvidos no educando. 
 
 
 
 
 
 
 
14 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 
 
Diante da desumanização crescente, recorrente da evolução técnica, a 
educação deve preparar o educando para todas as descobertas e experimentações. 
O desenvolvimento tem por objeto a realização completa do homem, em 
toda a sua riqueza e na complexidade das suas expressões e dos seus 
compromissos: indivíduo, membro de uma família e de coletividade, cidadão e 
produtos, inventos de técnicas e criador de sonhos (DELORS, 2000, p.101). 
O objetivo desse pilar é levar a educação a formar indivíduos autônomos, 
intelectualmente ativos e independentes, capazes de estabelecer relações 
interpessoais, de comunicarem e evoluírem permanentemente, de intervirem de 
forma consciente e proativa na sociedade. 
 
1.2.4 Viver juntos: 
 
 
 
É mais que presença física, mais 
que acessibilidade arquitetônica. 
Pressupõe vínculos entre pessoas, 
criação de laços que estreitam relações. 
Respeito mútuo nas relações, exercício 
da fraternidade. 
Em relação a isso, a educação tem um papel importantíssimo, um grande 
desafio, já que a história humana é marcada por conflitos entre pessoas por razões 
das mais diversas possíveis (religião, etnia, política, etc.). 
Segundo Jacques Delors, cabe à educação trabalhar para a mudança deste 
quadro desde a simples idéia de ensinar a não violência, o não preconceito. Porém, 
deve utilizar duas vias complementares, primeiro a descoberta progressiva do outro, 
segundo ao longo de toda a vida a participação em projetos comuns, que parece um 
método eficaz para evitar ou melhorar conflitos latentes. 
 
 
 
 
 
15 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 
 
A primeira delas refere-se à transmissão de conhecimentos sobre a 
diversidade humana, bem como à conscientização sobre a interdependência entre 
todos os seres do planeta. Para isso, as disciplinas mais adequadas são: Geografia 
humana, Línguas e Literaturas. Baseado nisso, o educando poderá descobrir a si 
mesmo e se colocar no lugar do outro, compreendendo-o e respeitando-o. As 
regras, antes impostas, devem ser, agora, dialogadas, discutidas e construídas 
coletivamente. 
Essa conscientização feita na escola remete a um outro aspecto importante 
para esse pilar: o cooperativismo. Os projetos realizados em prol de um bem comum 
que envolva a todos da comunidade escolar é uma excelente forma de desenvolver 
no educando esse espírito cooperativista.Podemos perceber, portanto, que esse é um dos maiores desafios da 
educação do século XXI, pois atua no campo das atitudes e valores. Atua também 
no combate aos conflitos, ao preconceito, às rivalidades milenares ou diárias. 
Aposta-se na educação como veículo de paz, tolerância e compreensão. Para este 
fim, o relatório da UNESCO aponta para uma proposta baseada em dois princípios: 
a) a descoberta progressiva do outro: tendo como pressuposto que o 
desconhecido é grande fonte de preconceito, o conhecimento profundo do outro 
pode eliminar essa barreira entre as pessoas; 
b) a participação em projetos comuns que surgem como veículo 
preferencial na diluição de atritos e na descoberta de pontos comuns entres os 
seres. 
Longe de ser uma visão poética, sem relação com a prática, a proposta da 
UNESCO vem ao encontro de muitas metas e esperanças dos educadores. Os 
quatro pilares para a educação do século XXI podem auxiliar no dilema “O que 
ensinar? Como ensinar? Para que ensinar?” Dertouzos (2000) alerta que a 
educação é muito mais que a transferência de conhecimentos de professores para 
alunos. Acender a “chama da vontade de aprender no coração dos estudantes, dar o 
exemplo e criar vínculos entre professores e alunos” são fatores essenciais para o 
sucesso do aprendizado. E este é um papel que a tecnologia não poderá cumprir. 
 
 
 
 
 
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Ensinar não é distribuir certezas, mas instigar dúvidas; não é inculcar 
aceitação passiva do estabelecido, mas instrumentalizar para a contestação; não é 
formar iguais, mas diferentes, unidos pelo respeito e aceitação das próprias 
diversidades. A educação “pode ajudar a nos tornarmos melhores, se não mais 
felizes, e nos ensinar a assumir a parte prosaica e viver a parte poética de nossas 
vidas” (MORIN, 2000). 
 
1.3. Razão e afetividade 
 
 
[...] como professor [...] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos 
educandos e à própria prática educativa de que participo. Esta abertura ao 
querer bem não significa, na verdade, que, porque professor, me obrigo a 
querer bem a todos os alunos de maneira igual. Significa, de fato, que a 
afetividade não me assusta, que tenho de autenticamente selar o meu 
compromisso com os educandos numa prática específica do ser humano. 
Na verdade, preciso descartar como falsa a separação radical entre 
“seriedade docente” e “afetividade”. Não é certo, sobretudo do ponto de 
vista democrático, que serei tão melhor professor quanto mais severo, mais 
frio, mais distante e “cinzento” me ponha nas minhas relações com os 
alunos, no trato dos objetos cognoscíveis que devo ensinar. 
(FREIRE, 1996, p.159) 
 
De uma maneira geral, fala-se muito na relação entre a afetividade e a 
cognição ou da importância da afetividade no processo de educação. Porém, na 
prática, parece que esse casamento perfeito fica em segundo plano. Para entender 
como isso funciona, ou deve funcionar, vamos primeiramente à etimologia das 
palavras aqui estudadas: 
1. Afetividade: conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob 
a forma de emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão 
 
 
 
 
 
17 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 
 
de dor ou prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria 
ou tristeza (Dicionário Aurélio, 2001). 
Já Wallon (1998) atribui a afetividade à emoção, que, como os sentimentos e 
desejos, são manifestações da vida afetiva - um papel fundamental no processo de 
desenvolvimento humano. Entende-se por emoção formas corporais de expressar o 
estado de espírito da pessoa, são manifestações físicas, alterações orgânicas, como 
frio na barriga, secura na boca, choro, dificuldades na digestão, mudança no ritmo 
da respiração, mudança no batimento cardíaco, etc., enfim, reações intensas do 
organismo, resultantes de um estado afetivo penoso ou agradável. 
 
2. Cognição: 1. Ato de conhecer, de assimilar e organizar percepções, 
experiências, informações, formando e desenvolvendo comportamentos e 
capacidades (corporais e mentais). 2. Conhecimento, percepção. 
 
 
Quando uma criança nasce, 
todos os contatos estabelecidos entre ela 
e as pessoas ao seu redor são feitos por 
meio da emoção. O ser humano, desde 
pequeno, convive intensamente com a 
emoção. O caráter social da criança é 
desenvolvido a partir desse aspecto.
O choro, o grito, entre outras manifestações são as formas encontradas pelo 
bebê para chamar atenção para aquilo que ele está necessitando no momento. Além 
disso, chorar, gritar, estremecer são remédios para as inevitáveis tensões da vida. A 
emoção permite que eles recuperem as energias, consigam reconstruir-se, depois 
de terem sofrido um desgosto. A fluidez emocional é a garantia da saúde psíquica. 
Apesar de terem má reputação, nossas emoções são úteis: elas é que nos dão a 
consciência de Ser (FILLIOZAT, 2000, p. 62). 
 
 
 
 
 
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Wallon afirma que, nas situações em que predominam a função cognitiva, o 
ser humano está voltado para a construção do real; já se a função predominante for 
a afetiva, a pessoa está voltada para a construção dela mesma, fazendo a 
elaboração do eu. Acontece, porém, que durante nossa vida, não temos essa 
distinção entre as funções (cognitiva e afetiva) ou mesmo uma harmonia entre elas. 
Ao contrário, elas estão em conflito constante, em que uma quer dominar a outra. 
Segundo Dantas (1990), "a razão nasce da emoção e vive de sua morte". 
Durante o crescimento da criança, algumas manifestações vão diminuindo e 
até desaparecendo, como os ataques de choro, as birras, os surtos de alegria, entre 
outros. Todas essas manifestações emotivas vão sendo controladas pela razão do 
sujeito, por meio de um desenvolvimento da pessoa. Dessa forma, o ser em 
desenvolvimento volta-se para o mundo real, numa tentativa de organizar seus 
conhecimentos, num processo em que predomina a cognição. 
Na adolescência, a emoção volta com toda força, e o sujeito começa 
novamente a tarefa de reconstrução de si, desde o eu corporal até o eu psíquico. E, 
assim, por toda a vida, o ser humano vai alternando dentro de si o predomínio da 
razão e da emoção, numa relação de filiação e, ao mesmo tempo, de oposição. 
Vygotsky comunga da mesma premissa que Wallon no que se refere à 
importância da afetividade no desenvolvimento cognitivo e social do ser humano, 
principalmente durante a infância. As experiências empíricas estão sempre 
presentes em todas as fases da vida de uma pessoa, desde seu nascimento até sua 
morte. 
Dessa forma, podemos dizer que todo processo de educação significa 
também a constituição do sujeito; e, assim sendo, também pressupõe a emoção. A 
construção do real vai acontecendo, por meio de informações e desafios sobre as 
coisas do mundo, mas o aspecto afetivo nesta construção continua, sempre, muito 
presente. Daí a necessidade de se perceber a pessoa como um ser integral. 
 
 
 
 
 
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Na Educação Infantil, esse 
processo é ainda mais acentuado, haja 
vista que a criança ainda está mais 
próxima da emoção do que da cognição. 
Ou seja, esta é construída por meio 
daquela. As relaçõesemocionais 
exercem, nesse período, uma influência 
essencial e absoluta durante todo o 
processo cognitivo. 
Para que o aprendizado aconteça, as atividades desenvolvidas devem ser 
emocionalmente estimuladas. Muitas pesquisas comprovam que um fato 
impregnado de emoção é mais solidamente recordado. 
Ao se pensar na Educação Infantil devem-se levar em consideração quatro 
pontos fundamentais: a significação da infância, a estrutura do pensamento da 
criança, as leis de desenvolvimento e o mecanismo da vida social infantil. 
Dessa forma, o processo de desenvolvimento infantil realiza-se nas 
interações, que objetivam não só a satisfação das necessidades básicas, como 
também a construção de novas relações sociais, com o predomínio da emoção 
sobre as demais atividades. As interações emocionais devem se pautar pela 
qualidade, a fim de ampliar o horizonte da criança e levá-la a transcender sua 
subjetividade e inserir-se no social. 
Na concepção walloniana, tanto a emoção quanto a inteligência são 
importantes no processo de desenvolvimento da criança, de forma que o professor 
deve aprender a lidar com o estado emotivo da criança para melhor poder estimular 
seu crescimento individual. Na Educação Infantil, esse processo tem uma 
importância singular. Dessa forma, o educador deve manter uma interrelação 
constante com o grupo de educandos e com cada um em particular. É em função 
dessa proximidade afetiva que se dá a interação com o mundo e a construção de um 
conhecimento altamente envolvente para eles. Como afirma Saltini (1997, p. 89): 
 
 
 
 
 
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“essa inter-relação [sic] é o fio condutor, o suporte afetivo do conhecimento”. E ainda 
completa: 
 
Neste caso, o educador serve de continente para a criança. 
Poderíamos dizer, portanto, que o continente é o espaço onde 
podemos depositar nossas pequenas construções e onde elas 
tomam um sentido, um peso e um respeito, enfim, onde elas 
são acolhidas e valorizadas, tal qual um útero acolhe um 
embrião (SALTINI, 1997, p. 89). 
Disponível em: 
<www.escolaartedecrescer.com.br/escola>. 
 
É muito provável que a escola seja o primeiro agente socializador fora do 
círculo familiar da criança, tornando-se a base de sua aprendizagem. Diante dessa 
responsabilidade, cabe à escola como um todo propiciar um ambiente em que o 
educando se sinta seguro e protegido, cercado de pessoas com quem sinta prazer 
em estar. Portanto, não restam dúvidas de que se torna imprescindível a presença 
de um educador que tenha consciência de sua importância, não apenas como um 
mero reprodutor da realidade vigente, mas, sim, como um agente transformador, 
com uma visão sociocrítica da realidade. 
Segundo Marly Santos Mutschele (1994), quando uma criança entra na 
escola pela primeira vez precisa ser muito bem recebida porque, nesse momento, 
dá-se uma ruptura com sua vida familiar, iniciando uma nova experiência. Esta por 
sua vez deve ser agradável para que a nova relação social perdure e haja um 
reforço da situação. 
Assim, se na Educação 
Infantil, quando a criança inicia sua 
vida escolar, ela encontrar pessoas 
que gostem delas – especialmente 
a professora com quem terá maior 
contato – e que tenham certas 
qualidades como a paciência, a 
dedicação, a vontade de ajudar, a atitude 
democrática, entre outros facilitadores, 
seu aprendizado será mais prazeroso e, 
consequentemente, maior. 
 
 
 
 
 
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Disponível em: 
<www.augustolaranja.com.br/midia06>. 
Muitas vezes a escola recebe crianças com imensas dificuldades em se 
socializar, com autoestima baixa, com dificuldade de aprender, entre outros 
problemas. O educador deve conhecer as necessidades das crianças para perceber 
onde deve agir, colocar-se ao seu favor no sentido de proporcionar situações em 
que ela vença esses obstáculos e consiga se socializar e aprender como todas as 
outras crianças. Esse trabalho deve também ser coletivo para que não haja 
discriminação entre os coleguinhas. 
A escola deve trabalhar no sentido de que a educação deve construir 
pessoas plenas, priorizando o ser e não o ter, levando o aluno a ser crítico e 
construir seu caminho. Para isso, a criança deve ser observada desde a sua 
primeira infância, quando os sentimentos imperam em todos os aspectos de sua 
vida e ela não consegue dominá-los. Dessa forma, ela exterioriza o que sente com 
muito mais impetuosidade, sinceridade e de uma maneira muito mais involuntária 
que o adulto. 
Como afirma Mukhina (1995, p. 209), “os sentimentos da criança brotam 
com força e brilho, para se apagarem em seguida; a alegria impetuosa é muitas 
vezes sucedida pelo choro.” Segundo o mesmo autor, a criança extrai suas 
vivências do contato com outras pessoas. 
Então, a forma como são tratadas acaba sendo fundamental para a 
construção de sua personalidade. Se for tratada com carinho, o faz também em suas 
 
 
 
 
 
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relações. Se receber maus tratos, reage de diversas formas para mostrar sua 
insatisfação. E, conforme Mukhina (1995, p. 210) “o bem-estar emocional ajuda o 
desenvolvimento normal da personalidade da criança e a formação de qualidades 
que a tornam positiva, fazendo-a mostrar-se benevolente com outras pessoas”. 
Cláudio Saltini também se refere ao comportamento do educador como 
ponto essencial no crescimento emocional e cognitivo da criança. Como explica o 
autor, a serenidade e a paciência do educador, mesmo em situações difíceis, faz 
parte da paz que a criança necessita. Observar a ansiedade, a perda de controle e a 
instabilidade de humor vai assegurar à criança ser o continente de seus próprios 
conflitos e raivas, sem explodir, elaborando-os sozinha ou em conjunto com o 
educador. A serenidade faz parte do conjunto de sensações e percepções que 
garantem a elaboração de nossas raivas e conflitos. Ela conduz ao conhecimento de 
si mesmo, tanto do educador quanto da criança (SALTINI, 1997, p. 91). Além disso, 
para Saltini (1997, p.90), também é preciso 
[...] encorajar a criança a descobrir e inventar, sem ensinar ou dar conceitos 
prontos. A resposta pronta só deve ser dada quando a pergunta da criança 
focaliza um ato social arbitrário (funções do objeto cotidiano). Manter-se 
atento à série de descobertas que as crianças vão fazendo, dando-lhes o 
máximo de possibilidades para isso. Dar atenção a cada uma delas, 
encorajando-as a construir e a se conhecer. Dar maior incentivo à pergunta 
que à resposta. Sempre buscando no grupo a resposta o professor 
procurará sistematizar e coordenar as idéias emergentes. A relação que se 
estabelece com o grupo como um todo e a pessoal com cada criança é 
diferenciada em todos os seus aspectos quantitativos e cognitivos 
respeitando-se a maturidade de seu pensamento e a individualidade [...] 
 
Assim também deve ser o tratamento equânime com todos os alunos. 
Nenhum aluno deve ter a impressão de ser perseguida, menos ou mais amada do 
que os outros. As atitudes e valores devem ser observados e analisados no conjunto 
e não deixar sobressair alguma criança tanto no aspecto positivo quanto no 
negativo, nem ressaltar a diferença entre meninos e meninas em jogos ou 
 
 
 
 
 
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brincadeiras. Isso poderia ser prejudicial ao desenvolvimento afetivo sadio de cada 
criança. 
A criança confia na escola tanto em relação às relações afetivas quanto ao 
aprendizado que adquirirá ali. Se não houver afetividade na transmissão de 
conhecimentos, a criança não se sentirá valorizada e respeitada, é muito provável 
que essa confiança venha a perecer com muito pouco tempo. Obviamente, isso não 
significa fazer “vistas grossas” com relação aos erros da criança, pois a advertência 
segura e equilibrada é justamente uma das mais importantes manifestações da 
afetividade. Mas é necessário cuidar do aspecto afetivo no processo ensino-
aprendizagem, levando em conta que a criança é diferente, cognitiva e afetivamente 
falando, em cada fase do seu desenvolvimento. 
Dessa forma, a escola deve agir como um todo. Todas as pessoas 
envolvidas na comunidade escolar devem ser educadores, desde as pessoas que 
trabalham nos serviços gerais, na portaria à direção. Todos devem privilegiar a 
emoção, o sentimento saudável, a cooperação mútua para que a criança sinta-se 
confortável, protegida e amada. Está aí o grande segredo da educação. 
Concebendo a escola, e principalmente a Educação Infantil como formadora 
do caráter humano e promovedora de crescimentos psíquicos, motores e cognitivos, 
é fundamental que os educadores se conscientizem do seu papel. As atividades 
devem proporcionar a promoção social e educativa. Assim, será possível construir a 
interação do ser humano com o meio físico a que pertence, desenvolvendo suas 
características pessoais e respeitando as diferenças da forma de pensar, agir, sentir, 
entre outras singularidades pessoais. 
A psicologia contemporânea defende a idéia de que os afetos, o 
pensamento, a socialização e o conhecimento são aspectos constituintes da 
personalidade humana e, portanto, indissociáveis. O seu desenvolvimento se dá por 
meio das interações do indivíduo com o meio e com a cultura. Está comprovado 
também que o indivíduo não é um ser passivo que somente recebe as informações 
ou as influências. Ele é, ao contrário, interativo em todo o processo de 
desenvolvimento psicológico, agindo sempre em mão dupla. 
 
 
 
 
 
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É nesse espaço de interação da criança com o mundo físico e social que 
estão as situações necessárias para o avanço do desenvolvimento infantil para o 
desenvolvimento adulto. É na ação da criança, nas interações dessa com outras 
crianças e com os adultos, nas atividades lúdicas, nas brincadeiras simbólicas, na 
tomada de consciência das regras sociais, na resolução de conflitos que ela vai aos 
poucos se constituindo como sujeito, construindo seus afetos e pensamentos. 
Nesse processo, o educador exerce papel fundamental, não só em relação 
às atividades que desenvolve com seus alunos, mas principalmente no tocante à 
sua concepção de sujeito. Esse último afeta a formulação de seus objetivos 
educacionais, a sua relação com seus educandos e os procedimentos pedagógicos 
desenvolvidos com eles. A criança deve ser vista com um sujeito ativo e interativo, 
que está em pleno desenvolvimento de 
sua capacidade psíquica, motora e 
cognitiva.
Dessa forma, o profissional da 
Educação Infantil deve estar consciente 
de que sua função está muito além de 
transmitir conhecimentos estáticos e 
sistematizados. Seu princípio educacional 
deve ser a própria interação, além do 
reconhecimento do aluno como sujeito 
que está em constante evolução.
Disponível em: <www.feliz.rs.gov.br/portal1/municipio/noticia>. 
 
 
 
 
 
 
 
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Para isso, a construção da qualidade afetiva é essencial, assim como a 
ludicidade na organização dos afetos. É imprescindível ver o aluno como ser 
individual e pensante, que constrói o seu mundo, espaço e o conhecimento com sua 
afetividade, suas percepções, sua expressão, sua crítica, sua imaginação, seus 
sentidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
----------FIM DO MÓDULO I ----------

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