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Autora: Profa. Iara Carvalho Faria
Colaboradoras: Profa. Mônica Teixeira
 Profa. Carolina Kurashima
Avaliação Nutricional
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista. 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
F224a Faria, Iara Carvalho.
Avaliação Nutricional / Iara Carvalho Faria. – São Paulo: Editora 
Sol, 2023.
140 p., il. 
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230. 
1. Antropometria. 2. Peso. 3. Medidas. I. Título.
CDU 796.012.1
U518.50 – 23
Professora conteudista: Iara Carvalho Faria
Graduação em Nutrição pela Universidade Paulista (UNIP) concluída em 2002. Mestrado em Alimentos e Nutrição 
pela Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas obtido em 2008. Especialização em 
Formação em Ensino a Distância pela Universidade Paulista realizada em 2017. Doutoranda em Clínica Médica pela 
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas. Experiência em nutrição clínica-hospitalar e 
atendimento em consultório e ambulatório. É professora na UNIP desde 2007. Atua como coordenadora do curso de 
Nutrição em Campinas/SP pela mesma Instituição.
Profa. Sandra Miessa
Reitora
Profa. Dra. Marilia Ancona Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Profa. Dra. Marina Ancona Lopez Soligo
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Claudia Meucci Andreatini
Vice-Reitora de Administração e Finanças
Prof. Dr. Paschoal Laercio Armonia
Vice-Reitor de Extensão
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora das Unidades Universitárias
Profa. Silvia Gomes Miessa
Vice-Reitora de Recursos Humanos e de Pessoal
Profa. Laura Ancona Lee
Vice-Reitora de Relações Internacionais
Prof. Marcus Vinícius Mathias
Vice-Reitor de Assuntos da Comunidade Universitária
UNIP EaD
Profa. Elisabete Brihy
Profa. M. Isabel Cristina Satie Yoshida Tonetto
Prof. M. Ivan Daliberto Frugoli
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Material Didático
Comissão editorial: 
 Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
 Profa. Dra. Ronilda Ribeiro
Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista
 Profa. M. Deise Alcantara Carreiro
 Profa. Ana Paula Tôrres de Novaes Menezes
Projeto gráfico: Revisão:
 Prof. Alexandre Ponzetto Aline Ricciardi
 Ingrid Lourenço
Avaliação Nutricional
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................9
1.1 Prontuários ............................................................................................................................................ 12
1.2 Termos técnicos e médicos ............................................................................................................... 14
2 INTRODUÇÃO AO ESTUDO ANTROPOMÉTRICO ................................................................................... 18
2.1 Técnicas de tomadas de medidas .................................................................................................. 20
2.1.1 Peso corporal ........................................................................................................................................... 21
2.1.2 Estatura ....................................................................................................................................................... 24
2.1.3 Circunferências ........................................................................................................................................ 27
2.1.4 Dobras cutâneas ...................................................................................................................................... 33
2.1.5 Músculo adutor do polegar (MAP) .................................................................................................. 39
2.2 Parâmetros e índices utilizados em antropometria ............................................................... 40
2.2.1 Peso ideal ................................................................................................................................................... 40
2.2.2 Índice de massa corporal (IMC) ......................................................................................................... 41
2.2.3 Circunferência muscular do braço e área muscular do braço corrigida .......................... 42
2.2.4 Relação cintura/quadril (RCQ) ........................................................................................................... 42
2.2.5 Razão cintura/estatura (RCEst) ......................................................................................................... 42
2.2.6 Percentual de gordura corporal (%GC) .......................................................................................... 43
2.2.7 Peso corrigido por edema e/ou ascite ............................................................................................ 43
3 ANTROPOMETRIA DE GESTANTES ............................................................................................................. 44
3.1 Medidas ................................................................................................................................................... 45
3.2 Indicadores antropométricos........................................................................................................... 45
3.3 Diagnóstico nutricional da gestante ............................................................................................ 50
4 ANTROPOMETRIA DE CRIANÇAS (0 A 10 ANOS) ................................................................................ 53
4.1 Medidas .................................................................................................................................................... 54
4.2 Índices e indicadores ........................................................................................................................... 55
4.3 Diagnóstico nutricional da criança ............................................................................................... 76
Unidade II
5 ANTROPOMETRIA DE ADOLESCENTES .................................................................................................... 83
5.1 Medidas ................................................................................................................................................... 86
5.2 Índices e indicadores ........................................................................................................................... 87
5.3 Diagnóstico nutricional do adolescente ..................................................................................... 94
Sumário
6 ANTROPOMETRIA DE ADULTOS ................................................................................................................. 94
7 ANTROPOMETRIA DE PESSOAS IDOSAS ...............................................................................................112
8 AVANÇOS EM ANTROPOMETRIA E CASOS ESPECIAIS ....................................................................120
8.1 Avanços em antropometria ..........................................................................................................120
8.1.1 Pesagem hidrostática ..........................................................................................................................121
8.1.2 Pletismografiadobras cutâneas. A variabilidade individual influencia no percentual de gordura corporal, 
portanto não existem valores exatos de adequação por gênero ou idade, mas utilizam-se intervalos de 
valores sugeridos (Tirapegui; Ribeiro, 2009). 
2.2.7 Peso corrigido por edema e/ou ascite
Em pacientes com edema e/ou ascite clinicamente detectados, há necessidade de calcular o peso 
seco, em que a retenção de peso hídrico é descontada do peso atual aferido em balança na avaliação 
nutricional. O desconto deve ser realizado de acordo com o descrito nas tabelas posteriores, sendo esses 
valores aplicáveis a adultos e pessoas idosas. 
Segundo Reis e Calixto-Lima (2015, p. 64),
[...] edema refere-se ao acúmulo anormal de líquido no espaço intersticial [...], 
ocorre principalmente nos membros inferiores, podendo também estar 
presente no corpo inteiro, situação denominada edema generalizado 
ou anasarca. 
Quando o edema se localiza na cavidade abdominal, é definido como ascite. 
Tabela 2 − Estimativa de retenção hídrica 
conforme a localização do edema
Edema Excesso de peso
Tornozelo (+) ±1 kg
Panturrilha (++) 1 a 3 kg
Joelho (+++) 3 a 4 kg
Raiz da coxa (++++) 4 a 6 kg
Anasarca 7 a 12 kg
Adaptada de: Reis e Calixto-Lima (2015, p. 64). 
44
Unidade I
Tabela 3 − Peso a ser descontado conforme 
retenção hídrica e ascite
Intensidade Edema periférico Ascite
Leve 1,0 2,2 kg
Moderada 5,0 6,0 kg
Grave 10,0 14,9 kg
Adaptada de: Reis e Calixto-Lima (2015, p. 64). 
3 ANTROPOMETRIA DE GESTANTES
A gestação é uma fase da vida com grande vulnerabilidade nutricional devido ao aumento expressivo 
das necessidades nutricionais, além de ser caracterizada por alterações orgânicas, com repercussões 
funcionais, metabólicas, físicas, emocionais, comportamentais e alimentares. Essas mudanças visam 
atender ao período gestacional, trabalho de parto e período de lactação (Silva; Mura, 2014). 
A avaliação do estado nutricional da gestante é importante para caracterizar as condições 
nutricionais da mulher e, indiretamente, o crescimento do feto, complementando a atenção pré-natal. 
Uma gestação a termo dura em torno de 40 semanas, sendo o primeiro trimestre compreendido entre 
a concepção e a 13ª semana, em que ocorrem pequenas alterações fisiológicas que marcam o início 
do ganho de peso. O segundo trimestre, da 14ª a 26ª semana, apresenta mudanças corporais mais 
evidentes. E no terceiro trimestre, a partir da 27ª semana, ocorre o desenvolvimento mais acelerado do 
feto e, consequentemente, maior ganho de peso materno (Brasil, 2016). 
O crescimento e desenvolvimento do feto, bem como o progresso da gestação, são afetados pela 
qualidade da alimentação e estado nutricional da gestante, tanto antes quanto ao longo da gravidez. 
Contudo, no primeiro trimestre a saúde do embrião depende do estado nutricional pré-gestacional da 
mãe; e, no segundo e terceiro trimestres, o estado nutricional do feto sofre interferência direta das 
condições ambientais, sendo fundamentais um estilo de vida adequado e ganho de peso materno (Fazio 
et al., 2011). Os componentes dessa massa aumentada na gestante estão distribuídos, segundo Silva e 
Mura (2014, p. 277), em “feto (28%), membranas fetais e líquido amniótico (22%), depósito de gordura 
(9%), aumento de mamas (14%) assim como de edema e do volume sanguíneo (27%)”. 
O conhecimento da idade gestacional faz-se importante, pois o estado nutricional gestacional é 
avaliado com base nas semanas de gestação. A idade gestacional pode ser obtida a partir de exames 
realizados durante a gravidez ou estimada baseada na data da última menstruação − DUM, que quer 
dizer primeiro dia de sangramento do último ciclo menstrual. O ganho de peso recomendado e alcançado 
para a gravidez é proporcional à semana de gestação (Brasil, 2011). 
45
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Na primeira consulta nutricional, deve ser feita a aferição do peso e da estatura da mulher, além 
do cálculo da semana gestacional para prever o ganho de peso até o final da gestação (Brasil, 2011). 
O estado nutricional da gestante pode ser feito utilizando, além do peso e altura, a circunferência do 
braço e a dobra cutânea do tríceps. O valor do IMC deve ser calculado e, posteriormente, avaliado por 
semana gestacional (Vitolo, 2014; Tirapegui; Ribeiro, 2009). 
3.1 Medidas 
O peso deve ser aferido em todas as consultas de pré-natal, utilizando os mesmos procedimentos 
para pesagem já descritos anteriormente, para adultos. É importante usar um equipamento com precisão, 
obtendo, assim, o peso mais exato possível. A altura da gestante pode ser aferida conforme técnica para 
medida de pacientes em pé; nas adultas, apenas na primeira consulta; já na gestante adolescente, 
pelo menos trimestralmente, devido à continuidade do crescimento da mãe (Brasil, 2011). 
Estudos recentes não comprovam a correlação da circunferência do braço com o crescimento 
fetal, por esse motivo não é avaliada com frequência como parte da avaliação nutricional. Em relação 
à dobra cutânea tricipital, seu valor é proporcional ao IMC, sendo considerada um marcador indireto 
de reservas de gordura corporal, indicando uma estimativa da gordura subcutânea relacionando-se 
com o volume de gordura corporal (Silva; Mura, 2014). 
3.2 Indicadores antropométricos
No Brasil, o nomograma de Rosso foi adotado nos serviços de saúde pelo Ministério da Saúde 
para avaliação do estado nutricional materno gestacional até o ano 2000. Rosso (1985) realizou um 
estudo multicêntrico com dados coletados nos Estados Unidos, validação no Chile e no Brasil, para 
caracterização do estado nutricional da gestante. A proposta aplicava um nomograma para determinar 
a adequação peso/altura e, em seguida, classificar a gestante em baixo peso, eutrofia, sobrepeso ou 
obesidade. O autor indicava que o ganho de peso no período gestacional deveria ser de 20% da massa 
corporal total da mulher. 
Esse método utiliza as medidas do peso, altura e idade gestacional, assim, no nomograma (figura 
a seguir), marca-se o número equivalente à altura (primeira coluna) e traça-se uma reta passando-se 
pelo peso atual (segunda coluna) até atingir o percentual de peso correspondente na terceira coluna. 
Posteriormente, no gráfico, devem ser marcados os pontos de percentual e a idade gestacional. 
A localização desse ponto indica o estado nutricional da gestante (Brasil, 1998). 
As limitações da curva de Rosso envolvem a falta de referência para mulheres com estatura 175 cm, com peso maior que 100 kg, idade gestacional menor que 10 semanas e não se aplica 
a adolescentes. 
46
Unidade I
A) B)
Figura 23 − Nomograma e curva de Rosso
Fonte: A) e B) Rosso (1985, p. 649; 650).
O estado nutricional pré-gestacional pode ser classificado com base no IMC a fim de prescrever o 
ganho de peso adequado semanal e total para cada gestante de acordo com a categoria que iniciou 
a gestação, sendo baixo peso, peso adequado, sobrepeso ou obesidade. As recomendações utilizadas 
como padrão de referência são as preconizadas pelo Instituto de Medicina, publicadas em 1990, sendo 
reformuladas e atualizadas em 2009, disposta na tabela a seguir (IOM, 2009). 
Contudo essa recomendação foi elaborada com base numa população de mulheres americanas 
saudáveis, que podem não representar mulheres de países em desenvolvimento, bem como a 
dependência do peso e estatura informados ou aferidos no 1º trimestre de gestação, que podem ser 
dados menos confiáveis. Para minimizar esse viés, a OMS sugere que quando o peso pré-gestacional 
não é informado pela gestante, o peso aferido ainda no primeiro trimestre da gestação pode ser 
adotado (WHO, 1995). 
47
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Tabela 4 − Projeção de ganho de peso de acordo 
 com o estado nutricional pré‑gestacional
Estado nutricional 
pré-gestacional IMC pré-gestacional (kg/m2) Ganho de peso total (kg)*
Ganho de peso por 
semana no 2º e 3º 
trimestre (kg)
Baixo peso0,3
Obesidade ≥ 30,0 5 a 9 0,2
* Os cálculos incluem ganho de 0,5 a 2,0 kg no primeiro trimestre. 
Adaptada de: IOM (2009, p. 254). 
Atualmente, o Ministério da Saúde utiliza o método de Atalah Samur et al. (1997) para avaliação 
nutricional de gestantes, composto por uma tabela e um gráfico, dispostos na tabela e na figura 
a seguir. O diagnóstico do estado nutricional da gestante pode ser realizado conforme a idade 
gestacional, utilizando a tabela; o acompanhamento durante a gestação da evolução do peso pode 
ser feito pelo gráfico (Mussoi, 2017). A utilização do IMC torna fácil a compreensão da avaliação 
nutricional ao longo da gestação, pois ele é utilizado para avaliar o estado nutricional de outros 
grupos populacionais. 
A curva de Atalah foi elaborada considerando que nas duas primeiras semanas de gestação, os valores 
de IMC de 20,25 e 30 kg/m2, respectivamente, indicavam limites para baixo peso, sobrepeso e obesidade. 
O instrumento foi validado com cerca de 700 gestantes atendidas na rede pública de saúde do Chile, 
em que as unidades de IMC do gráfico foram associadas com o ganho cumulativo de peso como menor 
risco para a mãe e para o feto. O gráfico de Atalah possui um eixo horizontal com os valores de semana 
gestacional e, no eixo vertical, os valores IMC (Atalah Samur et al., 1997). 
Entre as vantagens em relação aos outros métodos, estão independência de informação do peso 
pré-gestacional e possibilidade de diagnóstico nutricional em qualquer momento da atenção pré-natal, 
pois possibilita monitoramento do estado nutricional pelo traçado de acompanhamento no gráfico, 
aplicável independentemente da estatura da mulher (Vitolo, 2014). 
Tabela 5 − Avaliação do estado nutricional da 
gestante segundo IMC por semana gestacional
Semana 
gestacional 
Baixo peso (BP) 
IMC ≤
Peso adequado (A) 
IMC entre
Sobrepeso (S) 
IMC entre
Obesidade (O) 
IMC ≥
6 19,9 20,0-24,9 25,0-30,0 30,1
8 20,1 20,2-25,0 25,1-30,1 30,2
10 20,2 20,3-25,2 25,3-30,2 30,3
11 20,3 20,4-25,3 25,4-30,3 30,4
12 20,4 20,5-25,4 25,5-30,3 30,4
13 20,6 20,7-25,6 25,7-30,4 30,5
48
Unidade I
Semana 
gestacional 
Baixo peso (BP) 
IMC ≤
Peso adequado (A) 
IMC entre
Sobrepeso (S) 
IMC entre
Obesidade (O) 
IMC ≥
14 20,7 20,8-25,7 25,8-30,5 30,6
15 20,8 20,9-25,8 25,9-30,6 30,7
16 21,0 21,1-25,9 26,0-30,7 30,8
17 21,1 21,2-26,0 26,1-30,8 30,9
18 21,2 21,3-26,1 26,2-30,9 31,0
19 21,4 21,5-26,2 26,3-30,9 31,0
20 21,5 21,6-26,3 26,4-31,0 31,1
21 21,7 21,8-26,4 26,5-31,1 31,2
22 21,8 21,9-26,6 26,7-31,2 31,3
23 22,0 22,1-26,8 26,9-31,3 31,4
24 22,2 22,3-26,9 27,0-31,5 31,6
25 22,4 22,5-27,0 27,1-31,6 31,7
26 22,6 22,7-27,2 27,3-31,7 31,8
27 22,7 22,8-27,3 27,4-31,8 31,9
28 22,9 23,0-27,5 27,6-31,9 32,0
29 23,1 23,2-27,6 27,7-32,0 32,1
30 23,3 23,4-27,8 27,9-32,1 32,2
31 23,4 23,5-27,9 28,0-32,2 32,3
32 23,6 23,7-28,0 28,1-32,3 32,4
33 23,8 23,9-28,1 28,2-32,4 32,5
34 23,9 24,0-28,3 28,4-32,5 32,6
35 24,1 24,2-28,4 28,5-32,6 32,7
36 24,2 24,3-28,5 28,6-32,7 32,8
37 24,4 24,5-28,7 28,8-32,8 32,9
38 24,5 24,6-28,8 28,9-32,9 33,0
39 24,7 24,8-28,9 29,0-33,0 33,1
40 24,9 25,0-29,1 29,2-33,1 33,2
41 25,0 25,1-29,2 29,3-33,2 33,3
42 25,0 25,1-29,2 29,3-33,2 33,3
Fonte: Brasil (2011, p. 25). 
49
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Figura 24 − Gráfico de IMC – segunda semana de gestação
Fonte: Brasil (2011, p. 28).
50
Unidade I
O estado nutricional da gestante influi diretamente na saúde, no crescimento e no desenvolvimento 
adequado do (s) feto (s), em seu peso (s) ao nascerem, nas chances de prematuridade, na mortalidade e 
morbidade neonatal. O estado nutricional inadequado e o ganho de peso insuficiente ou em excesso 
podem trazer riscos adicionais à gestação (Fazio et al., 2011). Portanto, no caso de gestação múltipla, 
o ganho ponderal da gestante deve ser adequado, afetando de forma positiva o peso ao nascer 
das crianças. 
A proporção das gestações gemelares entre os nascidos vivos no Brasil está constante desde a década 
de 1990 até 2016, em torno de 2,0%. O comprometimento do crescimento fetal e o peso do feto ao 
nascer estão relacionados à ingestão dietética inadequada. Por outro lado, o ganho de peso excessivo 
pode prejudicar o estado nutricional materno, nem sempre oferecendo mais nutrientes aos fetos (Soares 
et al., 2019). 
A gestação única é dividida em três períodos exatos, trimestrais; enquanto a gemelar tem seus 
períodos divididos de forma diferenciada: até a 20ª, da 20ª a 28ª e > 28ª semana. Em relação ao IMC 
pré-gestacional, a gestante gemelar é considerada com baixo peso quando o valor estiver 29,0 kg/m2. O ganho de peso em gestação gemelar deve ser 
acompanhado pelo profissional, conforme tabela a seguir, que descreve o ganho de peso total de 
acordo com o período (Luke et al., 2003). 
Tabela 6 − Objetivo de ganho de peso em gestação gemelar 
IMC (kg/m2) pré-gestacional 
(gestação gemelar)
Ganho de peso até 
a 20ª semana (kg)
Ganho de peso até 
a 28ª semana (kg)
Ganho de peso 
entre a 28ª e a 38ª 
semana (kg)
Baixo peso
horizontal ou descendente: ganho de peso 
inadequado (gestante de risco)”. 
• Inclinação para o traçado da curva: irá variar de acordo com o estado nutricional inicial da 
gestante, conforme figura a seguir. 
• Gestantes adolescentes: para elas, que engravidaram dois ou mais anos após a menarca (em 
geral, maiores de 15 anos), a interpretação dos dados é equivalente à das adultas. Para as que 
engravidaram menos de dois anos após a menarca, é provável que muitas sejam classificadas como 
de baixo peso; nesse caso, a altura deve ser aferida mensalmente devido à fase de crescimento 
(Brasil, 2011). A gestante adolescente é sempre considerada em risco nutricional. 
52
Unidade I
* Observação: as linhas em azul foram desenhadas aleatoriamente apenas para exemplificar as possíveis tendências de 
inclinação das curvas. 
Figura 25 − Avaliação do traçado da curva de acompanhamento do estado 
nutricional da gestante, segundo o gráfico de IMC por semana gestacional
Fonte: Brasil (2011, p. 27).
O acompanhamento da evolução do ganho de peso da gestante deve ser feito mensalmente, 
assim como as consultas de pré-natal, verificando se esse ganho está adequado em função do estado 
nutricional da gestante no início da gravidez; além das orientações nutricionais de acordo com a 
avaliação antropométrica, clínica, bioquímica e dietética. 
53
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
4 ANTROPOMETRIA DE CRIANÇAS (0 A 10 ANOS)
As ações básicas em saúde são integradas pela avaliação nutricional em crianças, sendo um instrumento 
importante e indispensável, pois o crescimento e desenvolvimento ocorrem de forma expressiva nessa 
faixa etária (Tirapegui; Ribeiro, 2009). De acordo com o Ministério da Saúde (Brasil, 2011, p. 13):
Os índices antropométricos são utilizados como o principal critério desse 
acompanhamento. Essa indicação baseia-se no conhecimento de que  o 
desequilíbrio entre as necessidades fisiológicas e a ingestão de alimentos 
causa alterações físicas nos indivíduos, desde quadros de desnutrição até 
o sobrepeso e a obesidade. 
A avaliação do estado nutricional por meio da antropometria pode ser realizada desde o nascimento, 
no qual, durante os primeiros dias de vida, ocorre a perda de 10% do peso do recém-nascido a fim de 
compensar a retenção hídrica que acontece no nascimento, porém, é recuperado do 7º ao 10º dia 
de vida. O crescimento adequado do récem-nascido a termo deve compor em torno de 30 g/dia de peso e 
5 cm/mês no comprimento. Posteriormente, no primeiro ano de vida, seu peso triplica em relação ao do 
valor do nascimento e ocorre aumento de 50% no comprimento. O peso demonstra de forma global o 
conteúdo de músculos, pele, ossos e desenvolvimento de órgãos internos, podendo ser proporcional ao 
tempo para indicar dados mais efetivos. O comprimento indica o crescimento longitudinal, e o perímetro 
cefálico é uma medida indireta do crescimento cerebral. Em lactentes, usualmente, utilizam-se esses três 
parâmetros (Silva; Mura, 2014).
As crianças em fase pré-escolar, com idade de 2 a 6 anos, têm um período de diminuição do ritmo 
de crescimento, sendo inferior ao dos dois primeiros anos de vida (cerca de 2 a 3 kg/ano e 5 a 7 cm/ano). 
Já, na idade escolar, que compreende a faixa etária de 7 a 10 anos, o ritmo de crescimento é constante, 
com ganho mais acentuado de peso próximo ao início da adolescência. Durante a fase escolar, o ganho de 
peso é proporcionalmente maior que o crescimento estatural (Sociedade Brasileira de Pediatria, 2018). 
Modificações importantes ocorrem no formato corporal dos 6 meses até a puberdade, no qual as 
extremidades crescem mais rapidamente do que o tronco, e o ponto médio da altura passa do umbigo 
para a sínfise púbica. Os membros inferiores aumentam mais em proporção que o tronco, e a gordura 
corporal, que era de 25% na criança de 6 meses, começa a reduzir-se com 1 a 3 anos de idade, coincidindo 
com o processo de andar, mantendo essa gordura estável por toda a infância. Em relação à massa 
muscular, ela se desenvolve lentamente nos primeiros anos de vida, aumenta para 35% do peso corporal 
total aos 5 anos e 40% nos homens adultos (Silva; Mura, 2014). 
Na avaliação antropométrica de crianças, as medidas mais utilizadas são peso e altura, porém 
outras medidas antropométricas podem ser utilizadas para complementar, de acordo com a faixa etária, 
como perímetro cefálico, torácico e braquial e as dobras cutâneas do tríceps e subescapular, além da 
circunferência da cintura (Reis; Calixto-Lima, 2015). 
54
Unidade I
4.1 Medidas
A avaliação do peso ao nascer é o primeiro diagnóstico nutricional, feito imediatamente após o 
nascimento, mostrando os problemas nutricionais ocorridos durante a gestação (Brasil, 2011). 
A classificação pode ser feita, conforme tabela a seguir. 
Tabela 7 − Classificação do recém‑nascido 
conforme o peso de nascimento
Classificação Peso (g)
Peso extremamente baixo 4.500
Adaptada de: Mussoi (2017, p. 20). 
A avaliação do peso do recém-nascido deve ser feita 1x/dia, quando recebe uma nutrição adequada, 
aumenta de 20 g a 40 g ao dia, já o comprimento precisa ser reavaliado 1x/semana, espera-se crescimento 
de 1 cm por semana. As crianças menores de 2 anos devem ser pesadas e medidas na presença da mãe 
ou do responsável, que auxiliarão na retirada da roupa da criança e na tomada da medida, ela deve estar 
completamente despida, já que a fralda molhada pode representar até 20% do peso de uma criança 
(Brasil, 2011). 
O peso da criança de até 2 anos deve ser realizado na balança pediátrica com ela deitada ou sentada, 
enquanto aquelas com mais de 2 anos são avaliadas em pé, utilizando a balança de plataforma, mecânica 
ou digital. A aferição do comprimento de crianças com até 24 meses é feita em decúbito dorsal com 
antropômetro horizontal, as crianças maiores são medidas em pé com o uso do estadiômetro. 
Segundo Mahan e Raymond (2018, p. 452), o perímetro cefálico “é uma medida padrão para avaliação 
seriada do crescimento em crianças desde o nascimento até 36 meses”. Essa medida é realizada com fita 
métrica em milímetros no maior perímetro da cabeça da criança, que fica acima das sobrancelhas e em 
torno da proeminência occipital por trás do crânio, com atenção para que a fita esteja no mesmo nível 
em ambos os pontos supracitados e leve pressão para comprimir apenas o cabelo. A criança deve estar 
na posição anatômica ou sentada, e o medidor na sua lateral (Mahan; Raymond, 2018; Sampaio, 2012). 
O perímetro torácico é uma medida utilizada em crianças de até 5 anos, deitada ou sentada, e a fita 
métrica deve permanecer ao nível dos mamilos. Após a fita ser posicionada, a criança deverá manter os 
braços relaxados ao longo do corpo e a leitura deve ser feita ao final da expiração (Reis; Calixto-Lima, 
2015; Sampaio, 2012). 
55
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
A circunferência do braço é pouco precisa para avaliação do estado nutricional, mais utilizada na 
fase pré-escolar. A aferição é realizada ao redor do ponto médio do braço, seu valor é empregado 
no cálculo de circunferência muscular do braço. A medida da circunferência da cintura é realizada 
com a fita métrica como objetivo de verificar a adiposidade central, um fator de risco aumentado para 
doenças crônicas não transmissíveis na vida adulta. Valores aumentados na infância estão relacionados 
à resistência à insulina e alteração no perfil lipídico (Tirapegui; Ribeiro, 2009; Reis; Calixto-Lima, 2015). 
Em crianças de até 10 anos, as dobras do tríceps e subescapular podem ser aferidas utilizando o mesmo 
procedimento já descrito, para posterior comparação com os valores das tabelas de referência de acordo 
com idade e gênero. A DCT tem correlação com a adiposidade e permite avaliar a composição corporal, já que 
a gordura subcutânea constitui grande parte da gordura corporal total (Reis; Calixto-Lima, 2015). 
4.2Índices e indicadores
A OMS lançou em 2006 um padrão de crescimento infantil baseado num estudo multicêntrico 
realizado em seis países (Brasil, Gana, Estados Unidos da América, Índia, Noruega e Omã) com cerca de 
8. 500 lactentes e crianças sadias de até 5 anos, contemplando uma combinação de estudo longitudinal 
entre nascimento e 24 meses e estudo transversal de crianças entre 18 e 71 meses (WHO, 2006). 
A vantagem dessas curvas em relação às usadas anteriormente é que foram baseadas no crescimento 
de crianças de diversas etnias e amamentadas. Em 2007, a OMS publicou um novo conjunto de curvas 
abrangendo a faixa após 5 anos até o final da adolescência, sendo estas elaboradas a partir de um 
referencial anterior proposto em 1977 pelo National Center for Health Statistics (NCHS), cujos dados 
foram revistos e reprocessados. Nessa proposta, houve ajuste para correção de problemas em sua 
utilização e um complemento com dados da amostra de padrões de crescimento infantil da OMS para 
menores de 5 anos (Silva; Mura, 2014; Tirapegui; Ribeiro, 2009). 
De acordo com Silva e Mura (2014, p. 413), “as tabelas e curvas de crescimento representam a 
variabilidade das medidas entre indivíduos sadios de mesma idade, sexo e evolução”, com a padronização 
dessa referência internacional, é possível avaliar e acompanhar o crescimento das crianças sob condições 
ambientais ótimas. 
A utilização desse padrão da OMS (WHO, 2006) é recomendada pelo Ministério da Saúde no Brasil 
desde 2007, com tabelas e gráficos de evolução de acordo com idade e gênero, peso, comprimento, 
estatura, IMC. Na avaliação de crianças de 0 a 5 anos, os índices peso para idade (P/I), estatura para 
idade (E/I), peso para estatura (P/E) e IMC para idade (IMC/I) são os indicadores utilizados. Na faixa de 
5 a 10 anos incompletos, aplicam-se peso para idade (P/I), estatura para idade (E/I) e IMC para idade 
(IMC/I) (Brasil 2011). 
Para a avaliação dos índices antropométricos da criança (peso por idade, 
estatura por idade ou IMC), é necessário saber com precisão sua idade em 
dias ou meses de vida. 
As informações disponíveis nas curvas de crescimento são em meses. A regra 
de aproximação que deve ser seguida para as idades não exatas é:
56
Unidade I
• Fração de idade até 15 dias: aproxima-se a idade para baixo, isto é, o 
último mês completado. 
• Fração de idade igual ou superior a 16 dias: aproxima-se a idade para 
cima, isto é, para o próximo mês a ser completado (BRASIL, 2011, p. 18). 
 Observação
Utilização das curvas: ao colocar os pontos no gráfico desejado, na 
intersecção desses pontos, o percentil será indicado. O percentil está à 
direita. É possível verificar o valor acompanhando a linha. 
Os gráficos de peso por comprimento (0 a 2 anos) ou peso por estatura (2 a 5 anos) são bons 
indicadores do estado nutricional atual, avaliando a distribuição do peso corporal em relação à altura, 
ou para detectar deficiência em curto prazo. O percentil encontrado no gráfico será analisado na tabela 
para classificar o indicador antropométrico. A linha verde corresponde ao percentil 50 (adequado), e a 
curva de crescimento de uma criança que está crescendo adequadamente tende a seguir um traçado 
paralelo à linha verde, acima ou abaixo dela. Um traçado horizontal indica que a criança não está 
crescendo, o que necessita ser investigado. 
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2011, p. 15), 
A Organização Mundial da Saúde apresenta referências de peso/estatura 
apenas para menores de 5 anos [...]. A partir dessa idade, deve ser utilizado 
o Índice de Massa Corporal para idade para avaliar a proporção entre o peso 
e a estatura da criança. 
57
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Seguem os gráficos utilizados para meninos e meninas. 
Figura 26 – Peso por comprimento – meninos (do nascimento aos 2 anos em percentis)
Fonte: WHO (2006).
Figura 27 – Peso por comprimento – meninas (do nascimento aos 2 anos em percentis)
Fonte: WHO (2006).
58
Unidade I
Figura 28 – Peso por estatura – meninos (dos 2 aos 5 anos em percentis) 
Fonte: WHO (2006).
Figura 29 – Peso por estatura – meninas (dos 2 aos 5 anos em percentis) 
Fonte: WHO (2006).
O índice peso por idade de 0 a 5 anos e de 5 a 10 anos é indicador do estado nutricional atual, 
demonstrando o peso da criança em relação ao que deveria ter em determinada idade e indicado para 
acompanhar ganho de peso. Segundo o Ministério da Saúde (Brasil, 2011, p. 15) “este não é o índice 
59
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
antropométrico mais recomendado para a avaliação do excesso de peso entre crianças”. A seguir, os 
gráficos utilizados para meninos e meninas. 
Figura 30 – Peso por idade – meninos (do nascimento aos 5 anos em percentis)
Fonte: WHO (2006).
Figura 31 – Peso por idade – meninas (do nascimento aos 5 anos em percentis)
Fonte: WHO (2006).
60
Unidade I
Figura 32 – Peso por idade – meninos (dos 5 aos 10 anos em percentis) 
Fonte: WHO (2007).
Figura 33 – Peso por idade – meninas (dos 5 aos 10 anos em percentis) 
Fonte: WHO (2007).
61
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
O parâmetro de IMC, utilizado mundialmente para todas as populações, não diferencia massa 
gorda e massa magra, devendo ser avaliado em conjunto com outros índices para um diagnóstico mais 
adequado. Seguem os gráficos utilizados para avaliar meninas e meninos no IMC/idade de 0 a 5 anos e 
de 5 a 19 anos. 
Figura 34 – IMC por idade – meninos (do nascimento aos 5 anos em percentis)
Fonte: WHO (2006).
Figura 35 – IMC por idade – meninas (do nascimento aos 5 anos em percentis)
Fonte: WHO (2006).
62
Unidade I
Figura 36 – IMC por idade – meninos (dos 5 aos 19 anos em percentis)
Fonte: WHO (2007).
Figura 37 – IMC por idade – meninas (dos 5 aos 19 anos em percentis)
Fonte: WHO (2007).
A análise da curva de estatura/idade expressa o crescimento linear da criança em relação à idade, 
no qual se verifica o efeitocumulativo de situações adversas sobre o crescimento da criança. Alterações 
significativas nesse parâmetro ocorrem após longo período de tempo. A seguir, os gráficos E/I para 
meninas e meninos de 0 a 5 anos e 5 a 19 anos. 
63
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Figura 38 – Comprimento/estatura por idade – meninos (do nascimento aos 5 anos em percentis) 
Fonte: WHO (2006).
Figura 39 – Comprimento/estatura por idade – meninas (do nascimento aos 5 anos em percentis) 
Fonte: WHO (2006).
64
Unidade I
Figura 40 – Estatura por idade – meninos (dos 5 aos 19 anos em percentis) 
Fonte: WHO (2007).
Figura 41 – Estatura por idade, meninas (dos 5 aos 19 anos em percentis) 
Fonte: WHO (2007).
65
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Os pontos de corte da vigilância nutricional no Brasil, determinados pelo Ministério da Saúde, 
são baseados em recomendações adotadas internacionalmente. As tabelas a seguir apresentam as 
classificações do estado nutricional de crianças recomendadas pelo Ministério da Saúde (Brasil, 2011) 
para cada índice antropométrico para menores de 5 anos e de 5 a 10 anos. Esses índices devem ser 
avaliados em conjunto com outras medidas antropométricas para o diagnóstico nutricional. 
Tabela 8 − Classificação do estado nutricional de crianças 
menores de cinco anos para cada índice antropométrico
Valores críticos
Índices antropométricos para menores de 5 anos
Peso para idade Peso para estatura IMC para idade Estatura para idade
 Percentil 85 e 
≤ Percentil 97
> Escore-z +1 e 
≤ Escore-z +2
> Percentil 97 e 
≤ Percentil 99,9
> Escore-z +2 e 
≤ Escore-z +3 Peso elevado 
para a idade1Sobrepeso Sobrepeso
> Percentil 99,9 > Escore-z +3 Obesidade Obesidade
1 Uma criança com a classificação de peso elevado para a idade pode ter problemas de crescimento, mas o melhor índice 
para essa avaliação é o IMC-para-idade (ou o peso-para-estatura). 
2 Uma criança classificada com estatura para idade acima do percentil 99,9 (Escore-z +3) é muito alta, mas raramente 
corresponde a um problema. Contudo alguns casos correspondem a desordens endócrinas e tumores. Em caso de suspeitas 
dessas situações, a criança deve ser referenciada para um atendimento especializado. 
Fonte: Brasil (2011, p. 17). 
66
Unidade I
Tabela 9 − Classificação do estado nutricional de crianças 
de 5 a 10 anos para cada índice antropométrico
Valores críticos
Índices antropométricos para crianças de 5 a 10 anos
Peso para idade IMC para idade Estatura para idade
 Percentil 85 e 
≤ Percentil 97
> Escore-z +1 e 
≤ Escore-z +2 Sobrepeso
> Percentil 97 e 
≤ Percentil 99,9
> Escore-z +2 e 
≤ Escore-z +3 Peso elevado 
para a idade1
Obesidade
> Percentil 99,9 > Escore-z +3 Obesidade grave
1 Uma criança com a classificação de peso elevado para a idade pode ter problemas de crescimento, mas o melhor 
índice para essa avaliação é o IMC-para-idade. 
2 Uma criança classificada com estatura para idade acima do percentil 99,9 (Escore-z +3) é muito alta, mas 
raramente corresponde a um problema. Contudo alguns casos correspondem a desordens endócrinas e tumores. 
Em caso de suspeitas dessas situações, a criança deve ser referenciada para um atendimento especializado. 
Fonte: Brasil (2011, p. 18). 
 Saiba mais
Os gráficos das curvas da OMS em português e o quadro com os valores 
estão disponíveis no link a seguir:
BRASIL. Ministério da Saúde. Curvas de crescimento da Organização 
Mundial da Saúde - OMS. Brasília, [s.d.]. Disponível em: https://shre.ink/21ZM. 
Acesso em: 25 ago. 2023.
As curvas fazem parte da caderneta da criança e do adolescente. 
De acordo com Zeferino et al. (2003), o crescimento é vinculado à herança genética dos pais e 
fortemente influenciado pelo ambiente, inclusive pelas doenças e alimentação. A avaliação única da 
altura não indicará um crescimento inadequado, já que o crescimento é dinâmico. O cálculo do alvo 
parental visa verificar a possibilidade de crescimento da criança com aplicação mais efetiva no período 
de 2-3 anos até 9-10 anos de idade. Para realizar o cálculo do alvo parental, deve-se obter a altura do 
paciente e de ambos os pais (preferencialmente aferidos):
Meninas = Altura da Mãe (cm) + (Altura do Pai (cm) –13)/2
Meninos = Altura da Mãe (cm) + (Altura do Pai (cm) + 13)/2
67
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
O valor encontrado deve ser registrado no gráfico E/I de acordo com o gênero. A margem estabelecida 
é ±10 cm para meninos e ±9 cm para meninas, determinando assim o intervalo da altura em que 95% 
dos filhos do casal devem atingir na idade adulta (Zeferino et al., 2003). Não é uma avaliação precisa e 
deve ser utilizada com cautela, principalmente no repasse da informação aos pais. O peso aproximado 
para crianças dos 3 aos 10 anos também pode ser calculado, para base de peso utilizando a idade da 
criança, pela fórmula de idade (anos) × 2 + 9 (Mussoi, 2017). 
O perímetro cefálico (PC) e o torácico (PT) acompanham o crescimento e desenvolvimento da criança, 
sendo que até os 6 meses de idade, PC é maior que PT; em seguida, PT é ligeiramente maior que PC. Até 
os 2 anos, PT = PC = PA (perímetro abdominal) e, posteriormente, passa a predominar o PT. O quociente 
PT/PC em crianças de 6 a 60 meses deve ser maior que 1. Segundo Reis e Calixto-Lima (2015, p. 317), 
“o perímetro cefálico permite a identificação de hidrocefalia, microcefalia e craniossinostose”. 
A medida, em crianças maiores de 1 ano, da circunferência do braço juntamente com a dobra 
cutânea do tríceps, possibilita o cálculo da circunferência muscular do braço (CMB) pela fórmula: 
CMB = CB – (DCT x 0,314). O valor encontrado nas crianças pode ser classificado em percentil, conforme 
idade e gênero, pela tabela a seguir. 
Tabela 10 − Percentis da circunferência 
muscular do braço (cm) em crianças
Idade 
(anos)
Percentis
5 10 25 50 75 90 95
Homens
1-1,9 11,0 11,3 11,9 12,7 13,5 14,4 14,7
2-2,9 11,1 11,4 12,2 13,0 14,0 14,6 15,0
3-3,9 11,7 12,3 13,1 13,7 14,3 14,8 15,3
4-4,9 12,3 12,6 13,3 14,1 14,8 15,6 15,9
5-5,9 12,8 13,3 14,0 14,7 15,4 16,2 16,9
6-6,9 13,1 13,5 14,2 15,1 16,1 17,0 17,7
7-7,9 13,7 13,9 15,1 16,0 16,8 17,7 18,0
8-8,9 14,0 14,5 15,4 16,2 17,0 18,2 18,7
9-9,9 15,1 15,4 16,1 17,0 18,3 19,6 20,2
Mulheres
1-1,9 10,5 11,1 11,7 12,4 13,2 13,9 14,3
2-2,9 11,1 11,4 11,9 12,6 13,3 14,2 14,7
3-3,9 11,3 11,9 12,4 13,2 14,0 14,6 15,2
4-4,9 11,5 12,1 12,8 13,6 14,4 15,2 15,7
5-5,9 12,5 12,8 13,4 14,2 15,1 15,9 16,5
6-6,9 13,0 13,3 13,8 14,5 15,4 16,6 17,1
7-7,9 12,9 13,5 14,2 15,1 16,0 17,1 17,6
8-8,9 13,8 14,0 15,1 16,0 17,1 18,3 19,4
9-9,9 14,7 15,0 15,8 16,7 18,0 19,4 19,8
Adaptada de: Frisancho (1981, p. 2542). 
68
Unidade I
A CMB23 4,9 5,4 7,8 9,7 11,7
24 4,9 5,4 7,8 9,7 11,7
25 5 5,4 7,9 9,8 11,8
26 5 5,4 7,9 9,9 11,9
27 5 5,4 7,9 9,9 12
28 5 5,5 8 10 12,1
29 5 5,5 8 10 12,2
30 5 5,5 8,1 10,1 12,3
31 5 5,5 8,1 10,2 12,4
32 5 5,5 8,1 10,2 12,4
33 5 5,5 8,2 10,3 12,5
34 5 5,5 8,2 10,3 12,6
35 5 5,5 8,2 10,4 12,7
36 5 5,5 8,2 10,5 12,8
37 5 5,5 8,3 10,5 12,9
38 5 5,5 8,3 10,6 13
39 5 5,5 8,3 10,6 13,1
40 5 5,5 8,4 10,7 13,2
41 5 5,5 8,4 10,7 13,2
42 5 5,5 8,4 10,8 13,3
43 5 5,5 8,4 10,8 13,4
44 5 5,5 8,5 10,9 13,5
45 5 5,5 8,5 10,9 13,6
46 5 5,5 8,5 11 13,7
47 5 5,5 8,5 11 13,7
48 5 5,5 8,5 11,1 13,8
49 5 5,5 8,6 11,1 13,9
50 5 5,5 8,6 11,2 14
51 5 5,5 8,6 11,2 14,1
71
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Idade 
(meses)
Percentis
1 3 50 85 97
Meninas
52 5 5,5 8,6 11,3 14,2
53 5 5,6 8,7 11,3 14,2
54 5 5,6 8,7 11,4 14,3
55 5 5,6 8,7 11,4 14,4
56 5 5,6 8,7 11,5 14,5
57 5 5,6 8,8 11,5 14,6
58 5 5,6 8,8 11,6 14,7
59 5 5,6 8,8 11,6 14,7
60 5 5,6 8,8 11,7 14,8
Adaptada de: WHO (s.d.c; s.d.d).
O percentil encontrado na tabela anterior pode ser classificado em deficit energético ( percentil 85). 
72
Unidade I
Tabela 13 − Percentis da dobra cutânea subescapular (mm) 
em crianças (3 a 60 meses)
Idade 
(meses)
Percentis
1 3 50 85 97
Meninos
3 5,3 5,7 7,7 9,2 10,8
4 5,2 5,5 7,5 9 10,5
5 5 5,4 7,3 8,8 10,3
6 4,9 5,3 7,2 8,6 10,1
7 4,8 5,2 7 8,4 9,9
8 4,7 5,1 6,9 8,3 9,8
9 4,6 5 6,8 8,1 9,6
10 4,6 4,9 6,6 8 9,5
11 4,5 4,8 6,5 7,9 9,4
12 4,4 4,8 6,5 7,8 9,2
13 4,4 4,7 6,4 7,7 9,2
14 4,3 4,6 6,3 7,6 9,1
15 4,3 4,6 6,2 7,6 9
16 4,3 4,6 6,2 7,5 8,9
17 4,2 4,5 6,1 7,5 8,9
18 4,2 4,5 6,1 7,4 8,9
19 4,2 4,5 6,1 7,4 8,8
20 4,2 4,4 6 7,3 8,8
21 4,1 4,4 6 7,3 8,8
22 4,1 4,4 6 7,3 8,7
23 4,1 4,4 5,9 7,3 8,7
24 4,1 4,4 5,9 7,2 8,7
25 4,1 4,3 5,9 7,2 8,7
26 4,1 4,3 5,9 7,2 8,7
27 4 4,3 5,9 7,2 8,7
28 4 4,3 5,9 7,2 8,7
29 4 4,3 5,8 7,2 8,7
30 4 4,3 5,8 7,1 8,7
31 4 4,3 5,8 7,1 8,7
32 4 4,3 5,8 7,1 8,6
33 4 4,3 5,8 7,1 8,6
34 4 4,2 5,8 7,1 8,6
35 4 4,2 5,8 7,1 8,6
73
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Idade 
(meses)
Percentis
1 3 50 85 97
Meninos
36 4 4,2 5,7 7,1 8,6
37 4 4,2 5,7 7,1 8,6
38 3,9 4,2 5,7 7 8,6
39 3,9 4,2 5,7 7 8,6
40 3,9 4,2 5,7 7 8,6
41 3,9 4,2 5,7 7 8,6
42 3,9 4,2 5,6 7 8,6
43 3,9 4,1 5,6 7 8,6
44 3,9 4,1 5,6 7 8,6
45 3,9 4,1 5,6 6,9 8,6
46 3,9 4,1 5,6 6,9 8,5
47 3,8 4,1 5,6 6,9 8,5
48 3,8 4,1 5,5 6,9 8,5
49 3,8 4,1 5,5 6,9 8,5
50 3,8 4,1 5,5 6,8 8,5
51 3,8 4 5,5 6,8 8,5
52 3,8 4 5,5 6,8 8,5
53 3,8 4 5,5 6,8 8,5
54 3,8 4 5,4 6,8 8,5
55 3,8 4 5,4 6,8 8,5
56 3,7 4 5,4 6,8 8,4
57 3,7 4 5,4 6,7 8,4
58 3,7 4 5,4 6,7 8,4
59 3,7 3,9 5,4 6,7 8,4
60 3,7 3,9 5,4 6,7 8,4
Meninas
3 5,2 5,6 7,8 9,5 11,2
4 5 5,4 7,5 9,2 10,8
5 4,9 5,3 7,3 8,9 10,6
6 4,8 5,2 7,2 8,7 10,4
7 4,7 5,1 7 8,5 10,2
8 4,6 5 6,9 8,4 10
9 4,6 4,9 6,8 8,3 9,8
10 4,5 4,8 6,7 8,1 9,7
11 4,5 4,8 6,6 8 9,6
12 4,4 4,7 6,5 8 9,5
13 4,4 4,7 6,5 7,9 9,4
14 4,3 4,7 6,4 7,8 9,4
74
Unidade I
Idade 
(meses)
Percentis
1 3 50 85 97
Meninas
15 4,3 4,6 6,3 7,8 9,3
16 4,3 4,6 6,3 7,7 9,3
17 4,3 4,6 6,3 7,7 9,2
18 4,2 4,5 6,2 7,7 9,2
19 4,2 4,5 6,2 7,6 9,2
20 4,2 4,5 6,2 7,6 9,2
21 4,2 4,5 6,2 7,6 9,2
22 4,2 4,5 6,2 7,6 9,2
23 4,2 4,4 6,1 7,6 9,2
24 4,1 4,4 6,1 7,6 9,2
25 4,1 4,4 6,1 7,6 9,2
26 4,1 4,4 6,1 7,6 9,3
27 4,1 4,4 6,1 7,6 9,3
28 4,1 4,4 6,1 7,6 9,3
29 4,1 4,4 6,1 7,6 9,3
30 4,1 4,4 6,1 7,6 9,4
31 4,1 4,4 6,1 7,6 9,4
32 4,1 4,4 6,1 7,6 9,4
33 4,1 4,3 6,1 7,6 9,5
34 4,1 4,3 6,1 7,6 9,5
35 4 4,3 6,1 7,6 9,5
36 4 4,3 6,1 7,7 9,6
37 4 4,3 6,1 7,7 9,6
38 4 4,3 6,1 7,7 9,7
39 4 4,3 6,1 7,7 9,7
40 4 4,3 6,1 7,7 9,7
41 4 4,3 6,1 7,7 9,8
42 4 4,3 6,1 7,7 9,8
43 4 4,3 6,1 7,7 9,9
44 4 4,3 6,1 7,8 9,9
45 4 4,3 6,1 7,8 10
46 4 4,3 6,1 7,8 10
47 4 4,3 6,1 7,8 10
48 4 4,3 6,1 7,8 10,1
49 4 4,3 6,1 7,8 10,1
50 4 4,2 6,1 7,8 10,2
51 4 4,2 6,1 7,9 10,2
52 3,9 4,2 6,1 7,9 10,3
75
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Idade 
(meses)
Percentis
1 3 50 85 97
Meninas
53 3,9 4,2 6,1 7,9 10,3
54 3,9 4,2 6,1 7,9 10,4
55 3,9 4,2 6,1 7,9 10,4
56 3,9 4,2 6,1 7,9 10,5
57 3,9 4,2 6,1 7,9 10,5
58 3,9 4,2 6,1 8 10,5
59 3,9 4,2 6,1 8 10,6
60 3,9 4,2 6,1 8 10,6
Adaptada de: WHO (s.d.a; s.d.b).
O percentil encontrado na tabela 13 pode ser classificado em deficit energético ( percentil 85). 
4.3 Diagnóstico nutricional da criança
O Ministério da Saúde (Brasil, 2012) preconiza que a antropometria seja realizada com frequência, 
conforme cronograma de visitas de rotina, para as crianças que não foram classificadas como de alto 
risco, de acordo com o tempo de vida da criança: 1 semana, 1 mês, 2,4, 6,9, 12,18 e 24 meses. A partir 
dos 2 anos de idade, as consultas de rotina podem ser anuais. O cronograma pode ser alterado conforme 
a necessidade nutricional diagnosticada na avaliação nutricional. 
O crescimento e desenvolvimento da criança podem ser analisados pelos parâmetros descritos, 
porém o diagnóstico nutricional deve ser realizado com base no maior número possível de indicadores 
e na correlação dos mesmos. 
77
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
 Resumo
O registro dos dados do atendimento nutricional deve ser realizado 
pelo profissional nutricionista utilizando linguagem adequada e termos 
médicos que permitam a compreensão da escrita. Esses termos auxiliam 
a padronização da descrição dos fatos para todos os profissionais 
da área da saúde. 
A avaliação nutricional abrange diversos métodos diretos e indiretos, 
englobando avaliação da composição corporal, exames bioquímicos, 
exame clínico, semiologia nutricional, avaliação subjetiva e inquéritos 
alimentares. Entretanto, cada um deve ser selecionado de acordo com 
as características do paciente e seguir métodos de aplicação para atingir 
resultados adequados. 
Várias medidas antropométricas estão descritas na literatura e são bem 
empregadas na avaliação da composição corporal, contudo as técnicas 
para realização de peso, estatura, circunferências e dobras cutâneas devem 
ser seguidas rigorosamente para que erros ocorridos não prejudiquem o 
diagnóstico do paciente. 
Com base nos parâmetros aferidos, é possível verificar os índices e 
indicadores, que envolvem cálculos, aplicação em fórmulas, gráficos e tabelas; 
facilitando, assim, a classificação mediante gênero e faixa etária. Existem 
muitos indicadores validados por estudos populacionais, mas a utilizaçãodeve ser cautelosa e baseada no objetivo da avaliação nutricional. 
As gestantes devem ter seu estado nutricional acompanhado durante 
o período gestacional mediante análise de, no mínimo, peso e estatura, e 
posterior comparação com tabelas e gráficos preconizados pelo Ministério 
da Saúde. Esses parâmetros permitem a verificação do ganho de peso 
adequado relacionada ao estado nutricional pré-gestacional, prevenindo 
valores abaixo ou acima do esperado, que podem trazer complicações 
à mãe e ao feto. 
A aplicação de antropometria em crianças inicia-se logo ao nascer, 
com aferição de peso, comprimento e perímetro cefálico, sendo que o 
acompanhamento do ganho de peso e crescimento linear também são 
importantes para o recém-nascido, já que se relaciona com o recebimento 
de nutrição adequada. Nas crianças de 0 a 10 anos, ocorrem grandes 
mudanças na composição corporal, e esses valores devem ser acompanhados 
e relacionados com a faixa etária para que intervenções nutricionais sejam 
78
Unidade I
realizadas quando necessário, considerando também ser a fase de formação 
do hábito alimentar. 
O instrumento preconizado internacionalmente para esse acompanhamento 
são as curvas de crescimento da OMS, que foram disseminadas para 
utilização no Brasil mediante aplicação de parâmetros para 0 a 5 anos e 
5 a 10 anos. Além desses gráficos, algumas medidas de circunferências 
e dobras cutâneas podem ser aplicadas e analisadas para complementar o 
diagnóstico nutricional. 
79
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
 Exercício
Questão 1. Uma criança (menino, 3 anos), em acompanhamento no ambulatório de nutrição, 
apresentou os dados a seguir para avaliação do seu estado nutricional. 
• 1ª consulta: estatura igual a 95 cm e peso igual a 14 kg. 
• 2ª consulta: estatura igual a 100 cm e peso igual a 14 kg. 
Figura 42 
Considerando os dados apresentados e o gráfico de acompanhamento nutricional, qual é o estado 
nutricional do menino?
A) Adequado, pois os valores de estatura e de peso estão entre os percentis 50 e 15. 
B) Adequado, pois a curva de crescimento está seguindo um traçado paralelo à linha do percentil 50. 
C) Inadequado, pois a curva de crescimento apresenta um traçado horizontal, indicativo de que a 
criança não está crescendo adequadamente. 
D) Inadequado, pois a curva de crescimento está seguindo um traçado descendente, indicativo de 
que a criança não está se alimentando corretamente. 
E) Adequado, pois a curva de crescimento está seguindo um traçado paralelo à linha do percentil 15. 
Resposta correta: alternativa C. 
80
Unidade I
Análise da questão
O gráfico de peso por estatura (2 a 5 anos) é um bom indicador do estado nutricional atual: ele 
avalia a distribuição do peso corporal em relação à altura. 
O percentil 50 corresponde ao estado nutricional adequado. A curva de crescimento de uma criança 
que está crescendo adequadamente tende a seguir um traçado paralelo à linha do percentil 50, acima 
ou abaixo dela. 
Um traçado horizontal indica que a criança não está crescendo adequadamente, e que deve ser 
investigado o motivo disso. 
Questão 2. (Enade 2019, adaptada) Uma gestante de 32 anos de idade foi encaminhada para 
acompanhamento no ambulatório do serviço de nutrição. Na primeira consulta, a nutricionista obteve 
os seguintes dados que lhe possibilitaram avaliar o estado nutricional da paciente, conforme segue. 
• Peso pré-gestacional = 62 kg
• Altura = 1,60 m
• IMC pré-gestacional = 24,2 kg/m2
• Idade gestacional = 7 semanas
• Peso atual = 65,3 kg
• IMC atual = 25,5 kg/m2
81
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Figura 43 
De acordo com os dados apresentados e o gráfico de acompanhamento nutricional, qual é 
o estado nutricional da gestante, segundo IMC por semana gestacional, e como deve se apresentar o 
acompanhamento do IMC nas consultas subsequentes? 
82
Unidade I
A) Sobrepeso; apresentar inclinação descendente para atingir a área de estado nutricional adequado 
no gráfico. 
B) Sobrepeso; apresentar inclinação ascendente, semelhante à da curva que delimita a parte inferior 
da faixa de sobrepeso. 
C) Sobrepeso; apresentar inclinação ascendente, semelhante à da curva que delimita a parte superior 
da faixa de sobrepeso. 
D) Peso adequado; apresentar inclinação ascendente, paralela às curvas que delimitam a área de 
estado nutricional adequado no gráfico. 
E) Peso adequado; aproximar-se do limite superior e apresentar inclinação descendente, até atingir 
o IMC médio esperado para a gestante de acordo com a sua idade gestacional. 
Resposta correta: alternativa B. 
Análise das alternativas
A gestante apresentava antes da gestação IMC adequado. No entanto, com 7 semanas, houve ganho 
de peso, e o IMC encontrava-se na faixa inferior do sobrepeso. Desse modo, no decorrer da gravidez, a 
curva deve ser ascendente, sem perda de peso, e deve acompanhar a curva que delimita a parte inferior 
da faixa de sobrepeso (onde ela se encontrava com 7 semanas). 
A) Alternativa incorreta. 
Justificativa: não é adequado perder peso durante a gestação, para atingir a área de estado 
nutricional adequado. 
B) Alternativa correta. 
Justificativa: durante a gravidez, o peso da gestante deve apresentar inclinação ascendente, próximo 
à curva que delimita a parte inferior da faixa de sobrepeso. 
C) Alternativa incorreta. 
Justificativa: a curva deve ser ascendente, porém não a curva que delimita a parte superior da faixa 
de sobrepeso. 
D e E) Alternativas incorretas. 
Justificativa: o peso não está adequado.por deslocamento de ar.......................................................................................121
8.1.3 Bioimpedância (BIA) ........................................................................................................................... 123
8.1.4 Densitometria de dupla energia (DEXA) ..................................................................................... 125
8.2 Casos especiais ....................................................................................................................................126
7
APRESENTAÇÃO
Esta disciplina tem como objetivo estudar os principais métodos para avaliar o estado nutricional 
do indivíduo, estando ele sadio ou enfermo, bem como de grupos ou populações, com enfoque na 
antropometria. 
O presente livro-texto discute os temas de interesse para graduandos em Nutrição em relação à 
avaliação nutricional, enfatiza a importância de ser realizada de forma adequada pelo profissional, 
fornecendo fundamento teórico-prático das técnicas antropométricas e auxiliando o desenvolvimento 
de habilidades para aplicação da antropometria nas diferentes etapas da vida, bem como em casos 
especiais. Embasa o aluno com as técnicas antropométricas para que ele possa, ao final do curso, optar 
pela melhor metodologia, com base nos recursos socioeconômicos, assim como no estado fisiológico 
dos indivíduos. 
Esperamos que este livro seja útil aos estudantes, e que atinja seus objetivos de maneira a elucidar 
a antropometria como parte da avaliação nutricional aos futuros profissionais, estimulando-os a atuarem 
em equipe de forma ética e com embasamento teórico-científico. 
INTRODUÇÃO
A antropometria é componente da avaliação nutricional de indivíduos e coletividades. Este livro-texto 
abrange as variáveis com foco nos ciclos da vida, sendo essas extremamente úteis na prática clínica. 
Uma antropometria realizada de forma adequada garantirá a assistência nutricional eficaz a fim de 
identificar e diagnosticar risco nutricional, auxiliando a prescrição dietética adequada. 
Inicialmente, temos a introdução à disciplina e ao estudo antropométrico, a antropometria de 
gestantes e a antropometria de crianças. 
A antropometria será abordada detalhadamente, bem como a técnica de realização quanto à avaliação 
dos parâmetros obtidos. A técnica utilizada deve ser selecionada de acordo com a população estudada 
(gestante, criança, adolescente, adulto, pessoa idosa). O futuro profissional precisa ter o conhecimento 
do método antropométrico, das técnicas de medição do corpo e de suas partes, além das dificuldades 
associadas à sua aplicação para a tomada de decisão em sua avaliação nutricional. 
Em seguida, temos a antropometria de adolescentes, antropometria de adultos, antropometria de 
pessoas idosas e avanços em antropometria e casos especiais. 
Os critérios antropométricos utilizados para adolescentes, adultos e pessoas idosas são semelhantes, 
trazendo classificações específicas para cada faixa etária. Além dessas medidas, abordamos os métodos 
alternativos de avaliação da composição corporal com uso de equipamentos avançados, trazendo 
resultados mais detalhados. Finalizamos com uma discussão da aplicação da antropometria em casos 
especiais (cadeirante, edema, ascite e amputação). 
9
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Unidade I
A avaliação nutricional realizada de forma adequada é fundamental para uma prescrição dietética 
coerente. O estado nutricional é o reflexo do equilíbrio entre o consumo alimentar e o gasto energético, 
que inclui o metabolismo basal para funções orgânicas, atividade física e estados fisiológicos. 
Visa identificar distúrbios e riscos nutricionais, e também a gravidade deles. Com base nessas 
informações, podem ser realizadas condutas que possibilitem a manutenção ou a recuperação do estado 
nutricional. A eficácia das intervenções nutricionais no paciente pode ser monitorada pelos parâmetros 
envolvidos nessa avaliação nutricional. 
A competência principal dessa análise envolve avaliar, diagnosticar e acompanhar o estado 
nutricional baseando-se nas técnicas antropométricas, considerando as condições fisiológicas e a faixa 
etária (gestante, criança, adolescente, adulto e pessoa idosa). Inicialmente, nossos objetivos são: 
• Conhecer os componentes do prontuário, bem como os termos técnicos e científicos utilizados 
em nutrição. 
• Aplicar técnicas de antropometria e avaliação de gestantes e crianças. 
• Abordar o método antropométrico, as técnicas de medição do corpo e de suas partes, bem como 
as dificuldades associadas à sua aplicação. 
1 INTRODUÇÃO
A avaliação do estado nutricional de indivíduos e grupos populacionais é o ponto inicial do processo 
de intervenção ou atenção nutricional, podendo ser considerada um instrumento importante de trabalho 
para o profissional, pois pode ser aplicável a várias áreas de atuação. 
Considerada um instrumento diagnóstico em nutrição, a avaliação nutricional mede de diferentes 
formas as condições nutricionais do organismo, influenciada pelos processos de ingestão, absorção, 
utilização e excreção de nutrientes. Sendo que o estado nutricional é um excelente indicador da 
qualidade de vida de uma pessoa ou de um grupo populacional e permite o acompanhamento da saúde 
e a prevenção de doenças em todas as fases da vida (Mussoi, 2017). 
Os métodos a serem utilizados podem ser diretos, relacionados com a identificação das manifestações 
orgânicas dos problemas nutricionais ao nível do corpo; ou indiretos, associados com as causas desses 
problemas. Os métodos diretos podem ser objetivos (análise quantitativa), englobando avaliação 
da composição corporal, exames bioquímicos e exames clínicos nutricionai; ou subjetivos (análise 
qualitativa), que abrangem a semiologia nutricional e a avaliação subjetiva (muscular ou global). Já os 
10
Unidade I
métodos indiretos buscam explicar a ocorrência do problema nutricional, constatando indivíduos ou 
grupos em risco nutricional, abrangendo dados demográficos, socioeconômicos, culturais, sobre estilo 
de vida e inquéritos alimentares (Sampaio, 2012). 
Cada método de avaliação nutricional apresenta suas possíveis limitações de aplicabilidade e 
vantagens na sua utilização, contudo devem ser discutidos e considerados em associação, aprimorando 
a acurácia e precisão do diagnóstico. Cabe ressaltar que os parâmetros selecionados para o diagnóstico 
nutricional devem ser confrontados com referenciais científicos confiáveis. 
É importante, nesse momento, definir os itens que compõem os métodos diretos e indiretos de 
avaliação nutricional:
• Avaliação da composição corporal: a antropometria pode ser feita por profissional treinado e 
capacitado, sendo de simples e fácil realização, não invasiva e com o uso de equipamentos de fácil 
transporte e alta durabilidade. Sua aceitação por parte dos pacientes é ampla e permite verificar 
a composição corporal humana e os seus diversos constituintes. O termo antropometria tem sua 
origem do grego anthropo, que significa “homem” e metron, “medida”. Envolve a obtenção de 
medidas físicas do paciente a fim de relacioná-las com um padrão que reflita o seu crescimento 
e desenvolvimento. Já a bioimpedância elétrica é um método que se baseia na passagem de 
uma corrente elétrica de baixa amplitude e alta frequência. Também não invasiva, porém com 
precisão de resultados influenciados pelo equipamento utilizado, que pode ter um valor de 
aquisição aumentado (Rossi; Caruso; Galante, 2017). O estudo da composição corporal abrange 
principalmente as medidas de peso e altura com parâmetros específicos por idade, bem como 
medidas de circunferências e dobras cutâneas; relevantes e aplicáveis a pacientes saudáveis, com 
alguma patologia, praticantes de atividade física e atletas. São utilizados equipamentos como 
balança, estadiômetro, fita antropométrica e adipômetro. 
• Exames bioquímicos: os indicadores laboratoriais fornecem medidas objetivas das alterações 
do estado nutricional e podemabranger indicadores hematológicos, proteicos viscerais e 
somáticos, níveis de colesterol sérico, proteínas da fase aguda, testes de avaliação de competência 
imunológica e avaliação laboratorial de micronutrientes, entre outros. Os exames bioquímicos 
apresentam vantagens como detecção precoce de deficiências nutricionais e monitoramento do 
indivíduo em tratamento. Podem ser solicitados pelo nutricionista, conforme Lei n. 8. 234/1991 
(Brasil, 1991), que regulamenta a profissão de nutricionista, o inciso VIII do artigo 4º cita que o 
nutricionista está habilitado a solicitar os exames laboratoriais necessários ao acompanhamento 
dietoterápico desde que relacionados com alimentação e nutrição humana. Na interpretação dos 
resultados encontrados nesses exames laboratoriais, deve-se ter atenção à influência de outras 
doenças, interação droga/nutriente e ingestão recente (Mussoi, 2017; Sampaio, 2012). 
• Exame clínico: apresenta baixo custo e simples execução, porém exige treinamento e olhar 
clínico do avaliador. Envolve o levantamento dos sinais e sintomas do indivíduo. Os sinais clínicos 
nutricionais relacionam-se com manifestações de uma doença verificadas pelo exame físico. Os 
sintomas são baseados nos relatos do indivíduo, na anamnese nutricional e não visualizados pelo 
examinador. Porém, apresenta baixa sensibilidade e especificidade no diagnóstico nutricional, já 
11
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
que as doenças podem ocorrer por outras situações de origem não nutricional, e a identificação 
dos desequilíbrios nutricionais por esse método ocorre em casos graves. Essa etapa da avaliação 
nutricional deve ser feita de forma minuciosa e bilateral, focando os sinais relacionados às doenças 
de maior prevalência de acordo com a faixa etária do avaliado, complementando com os dados 
da anamnese e do consumo alimentar, buscando sinais e sintomas de carência ou excesso de 
nutrientes, relacionando-os com os hábitos alimentares (Sampaio, 2012). 
• Semiologia nutricional: um indicador subjetivo, pois tem influência das impressões individuais 
do avaliador e do avaliado. Deve ser realizado de forma sistêmica e progressiva com o objetivo 
de determinar as condições nutricionais do paciente, avaliando-o da cabeça aos pés. Na 
semiologia nutricional checa-se o estado geral do paciente, como sinais vitais, depleção de 
tecidos e hidratação (Mussoi, 2017). 
• Avaliação subjetiva: a triagem nutricional tem o objetivo de detectar se há risco nutricional, para 
que sejam instituídas medidas de intervenção nutricional mais precocemente, consiste na aplicação 
de um questionário simples e rápido com elementos avaliativos clínicos e antropométricos. As 
questões envolvem perda de peso recente, modificação na consistência da dieta, presença de 
sintomas gastrointestinais por mais de duas semanas e perda de gordura subcutânea e de edema 
(Reis; Calixto-Lima, 2015). 
• Dados demográficos, socioeconômicos, culturais e estilo de vida: métodos indiretos de 
avaliação do estado nutricional que estão englobados na anamnese alimentar. As informações 
coletadas incluem a caracterização do paciente com gênero, idade, faixa etária, histórico pessoal 
atual e pregresso, antecedentes familiares, escolaridade, ocupação, salário, tabus alimentares, 
características locais e estilo de vida (atividade física, etilismo e tabagismo etc.) (Sampaio, 2012). 
• Inquéritos alimentares: são métodos investigativos de informações quantitativas e qualitativas 
que podem ser retrospectivos e prospectivos. A identificação da ingestão alimentar permite sua 
comparação com as recomendações nutricionais e determina a falta ou o excesso de consumo 
de energia, macro e micronutrientes. Deve ser avaliada para que ocorra a intervenção no padrão 
alimentar baseado nos dados coletados. Várias técnicas podem ser aplicadas, sua escolha pelo 
profissional varia conforme os objetivos do acompanhamento nutricional e do avaliado nos 
aspectos memória, alfabetização, motivação para preenchimento e disponibilidade para responder 
aos instrumentos. O recordatório alimentar de 24 horas, o questionário de frequência alimentar e 
a história alimentar são os principais instrumentos utilizados para avaliar o consumo alimentar 
(Reis; Calixto-Lima, 2015). 
O objetivo da avaliação deverá nortear a escolha do método a ser utilizado, entretanto o profissional 
deve conhecer adequadamente a aplicação em determinadas situações de saúde do indivíduo, 
considerar os equipamentos disponíveis, a faixa etária do paciente, a aplicação do indicador e a prática 
do profissional na utilização do método, visando os problemas a serem investigados. 
Podendo, assim, identificar o estado nutricional, detectar risco e definir a conduta nutricional, 
possibilitando mensurar as intervenções realizadas e monitorá-las para melhoria do prognóstico do 
12
Unidade I
paciente. O ideal é realizar a avaliação seriada, assim o aumento ou redução de alguma medida ou 
variável analisada será detectado mais facilmente, tornando melhores a avaliação e o prognóstico do 
estado nutricional para indivíduos ou para a coletividade (Mussoi, 2017). 
 Observação
O conhecimento teórico, bem como a aplicação prática da antropometria, 
é de extrema importância para a atuação do nutricionista. 
1.1 Prontuários 
O prontuário médico, também denominado prontuário do paciente ou do cliente, é o documento 
em que são registrados os dados fornecidos por ele, pelos responsáveis legais, ou por ambos, e os 
resultados obtidos em qualquer tipo de exame. Esse registro deve ser realizado periodicamente por 
todos os profissionais da área de saúde. Considerado um documento de extrema relevância que tem 
como objetivo demonstrar a evolução da pessoa assistida, podendo, assim, proporcionar um melhor 
procedimento terapêutico ou de reabilitação, descrevendo todas as medidas envolvidas realizadas pelos 
profissionais de saúde (Ferreira et al., 2019). 
Segundo a Resolução CFM n. 1. 638/2002 do Conselho Federal de Medicina (CFM), o prontuário 
médico é um
[...] documento único constituído de um conjunto de informações, sinais e 
imagens registradas, geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações 
sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada, de caráter legal, 
sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe 
multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo 
(CFM, 2002, p. 2). 
O preenchimento do prontuário do paciente deve ser baseado nos dados fornecidos em atendimento 
individualizado e sigiloso, sendo que essas informações só podem tornar-se públicas após seu expresso 
assentimento, ou o de seu representante legal, ou, ainda, por decisão judicial. Trata-se de uma reunião 
de documentos referentes à assistência de extrema relevância que traduz o contato e a relação entre o 
paciente e a equipe de saúde. Portanto os registros devem ser realizados por profissionais que prestaram 
assistência ao paciente, pois eles resguardam os profissionais quanto à conduta ética e, também, 
juridicamente, por ser um documento apto à defesa legal (Gomes et al., 2020). 
O nutricionista, em sua atividade nos estabelecimentos de saúde, deve realizar o registro em 
prontuário do paciente, de forma física ou eletrônica, com diagnóstico nutricional, prescrição dietética 
e evolução do estado nutricional. O prontuário tem caráter legal, sigiloso e científico e a finalidade de 
oferecer elementos para a comunicação entre os diversos profissionais da equipe de saúde, autorizando 
a integração da equipe multidisciplinar, bem como a ininterrupção da assistência prestada ao paciente 
(CFN, 2017). 
13
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Segundo o CFN (2017), o registro em prontuário deverá “ser preenchido de maneira impessoal, de 
forma clara, sucinta, informativa, precisa e completa, sem termos populares ou que denotem orientações 
informais”. A linguagem a ser utilizada deverá ser técnica, permitindo a compreensão de outros 
profissionais da equipe multidisciplinar, utilizando-sesomente abreviações padronizadas. Monteiro 
et al. (2019) descrevem que todos os profissionais devem ter entendimento acerca do prontuário do 
paciente a fim de poder manter a continuidade da assistência e sua legibilidade. 
Em relação ao conteúdo do prontuário eletrônico e físico, o nutricionista deve seguir as orientações 
da Resolução CFN n. 594/2017, em que, no atendimento inicial, deverá registrar identificação do paciente; 
triagem nutricional para avaliação de risco nutricional e nível de atendimento nutricional; identificação 
do nível de assistência de nutrição; anamnese alimentar e nutricional; intolerâncias, aversões, alergias 
e restrições alimentares; alterações recentes de peso; medicamentos em uso; queixas, sinais e sintomas 
relacionados ao sistema digestório; exames bioquímicos anteriores e atuais:
[...] V - avaliação do estado nutricional compreendendo: obrigatoriamente, 
avaliação antropométrica (peso, estatura, Índice de Massa Corporal – IMC) 
e avaliação dos indicadores clínicos e laboratoriais, quando houver; 
complementarmente, exame físico nutricional, circunferências, pregas 
cutâneas e outros métodos para avaliação da composição corporal; 
VI - hipótese diagnóstico de nutrição, e, se couber, diagnóstico nutricional, 
com identificação e determinação do estado nutricional do paciente, com 
indicação do protocolo referencial utilizado; 
VII - determinação das necessidades nutricionais específicas, quando aplicável, 
com base na avaliação do estado nutricional realizada; 
VIII - prescrição dietética: obrigatoriamente, data, horário, características da 
dieta (valor energético total, consistência da alimentação, composição de 
macro e micronutrientes mais importantes para o paciente, fracionamento, 
doses, incluindo volume e gramatura), conforme o caso, assim como outras 
informações nutricionais pertinentes (CFN, 2017). 
Em seu trabalho, Ferreira et al. (2019, p. 7) observaram que 
[...] dados do prontuário médico são frequentemente ilegíveis, não acurados, 
fragmentados, incompletos, incompreensíveis para o paciente e seus 
familiares e, algumas vezes, excessivos ou redundantes. 
O profissional nutricionista deve realizar o registro de seu atendimento no prontuário do paciente, 
com data e assinatura. Portanto, a capacidade técnico-científica da equipe de saúde é indispensável 
para registros completos. 
14
Unidade I
 Saiba mais
A leitura a seguir, do Código de Ética do Nutricionista, complementará
esse assunto:
CFN. Resolução CFN n. 594, de 17 de dezembro de 2017. Brasília, 2017. 
Disponível em: https://shre.ink/21My. Acesso em: 25 ago. 2023.
1.2 Termos técnicos e médicos
O conceito de terminologia relacionado à atenção à saúde pode ser definido pela norma ABNT 
ISO/TR 12.300 (2016, p. 6) como “utilizado para indicar a ideia mais ampla da representação linguística 
sem especificação computacional”. 
Faz parte do compromisso ético dos profissionais da área da saúde realizar uma prescrição completa, 
com caligrafia legível e informações claras e compreensíveis por toda a equipe. A padronização da 
comunicação entre os diferentes profissionais de saúde deve ocorrer com a utilização de termos técnicos 
e científicos e o uso de siglas e abreviaturas, uma prática universal que objetiva agilizar o registro das 
informações em prontuário, bem como a comunicação verbal. 
A escrita de dados clínicos pode ser realizada com a utilização de terminologias médicas padronizadas, 
contudo deve-se atentar para evitar interpretações errôneas ou falha na comunicação entre os membros 
da equipe multidisciplinar. Diversos hospitais elaboram manuais próprios para que os termos de interface 
tenham o mesmo significado para diferentes grupos de usuários e também para amenizar as mudanças 
de significado que ocorrem ao longo do tempo. 
A linguagem em ciência da saúde foi descrita por Laguna; Cunãt (2003) em três grandes grupos:
• Abreviações: representação de uma palavra ou das palavras de uma frase por alguma ou algumas 
de suas letras, sendo que a primeira letra sempre será a mesma da inicial da palavra abreviada (por 
exemplo, anat. por anatomia). 
• Siglas: um caso particular de abreviação por suspensão. Se forma com as letras iniciais das 
palavras (por exemplo, CTI – Centro de Terapia Intensiva). São escritas em maiúsculo. 
• Símbolos: abreviações que respondem a uma convenção internacional estabelecida por 
organismos competentes (por exemplo, mm – milímetros; Na – Sódio). 
Os termos médicos são formados por radicais, prefixos e sufixos gregos e latinos, objetivando a 
simplificação da linguagem e a precisão do significado das palavras para que elas tenham definição 
própria e um único significado, além de estabelecer intercâmbio científico entre nações com idiomas 
diferentes, proporcionando alguns termos comuns a todas as línguas de cultura. O conhecimento 
desses radicais facilita o entendimento e a memorização da terminologia médica, bem como identifica 
15
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
o significado de uma palavra. Conhecer o significado de alguns componentes das palavras pode ajudar 
a interpretação de muitos termos médicos. 
A simplificação do uso da linguagem pode ser utilizada de forma direta com siglas. Exemplos: AAACH 
é igual a acianótico, anictérico, afebril, corado, hidratado; BEG é igual a bom estado geral; REG é igual a 
regular estado geral; PO é igual a pós-operatório; LOTE é igual a lúcido e orientado em tempo e espaço. 
A simplificação do uso da linguagem pode ser utilizada também de forma indireta, referindo-se a 
épocas, autores ou nomes de órgãos e doenças, estipuladas por comissões, associações etc., prestigiando 
ou nomeando pesquisadores ou locais da doença. 
Em referência aos órgãos e tecidos, as raízes mais utilizadas são:
• adeno: glândula; 
• cardio: coração; 
• cisto: bexiga; 
• cole: vias biliares; 
• cólon: intestino grosso; 
• colpo: vagina; 
• entero: intestino delgado; 
• espleno: baço; 
• gastro: estômago; 
• hepato: fígado; 
• histero: útero; 
• nefro: rim; 
• oftalmo: olho; 
• oofor: ovário; 
• orqui: testículo; 
• osteo: osso; 
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Unidade I
• oto: ouvido; 
• pneumo: pulmão; 
• procto: reto e ânus; 
• rino: nariz; 
• salpinge: trompa; 
• traqueo: traqueia. 
Outros prefixos podem ser utilizados em várias palavras trazendo o mesmo significado, como dis, 
que é igual a dificuldade; hiper, igual a acima do normal; lipo, igual a gordura. 
Segue a definição de alguns sufixos, com exemplo de prefixo mais sufixo:
• ectomia: remoção de uma estrutura ou parte dela (exemplo: esplenectomia é a remoção 
do baço); 
• pexia: elevação e/ou fixação de um órgão (exemplo: cistopexia é a elevação e fixação da bexiga); 
• plastia: alteração da forma de um órgão (exemplo: rinoplastia é a correção cirúrgica do nariz); 
• rafia: sutura (exemplo: herniorrafia é a sutura para correção da hérnia); 
• scopia: exame através de visualização do interior de uma cavidade (exemplo: broncoscopia é a 
visualização de traqueia, brônquios e faringe); 
• stomia: abertura de um orifício (exemplo: traqueostomia é a abertura de um orifício na traqueia); 
• tomia: incisão, abertura de parede ou órgão (exemplo: colédocotomia é a abertura do colédoco). 
Existem, ainda, termos cirúrgicos que não seguem os mesmos padrões descritos anteriormente. São 
alguns exemplos:
• Amputação: retirada parcial ou total de um membro ou de um órgão. 
• Enxerto: inserção de material autógeno, homólogo, heterógeno ou sintético para corrigir defeito 
ou falha em tecidos ou órgãos. 
• Exérese: extirpação parcial ou total de um segmento corpóreo. 
• Anastomose: comunicação cirúrgica realizada entre dois vasos sanguíneos ou entre duas 
vísceras ocas. 
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AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
• Paracentese: punção de um espaço cheio de líquidos com a finalidade de aspirar o líquido aí contido. 
Na área de nutrição, muitos termos médicos são empregados na avaliação de pacientes em clínicas, 
ambulatórios ou hospitais. Devem devem ser interpretados, bem como escritosda forma correta para 
evitar erros na conduta profissional. Alguns deles são:
• Cianose: cor azulada de pele ou mucosas causada pela oxigenação insuficiente do sangue. 
• Deambular: andar, caminhar. 
• Decúbito: deitado (podendo ser dorsal, lateral ou ventral). 
• Disfagia: dificuldade de deglutir. 
• Dispepsia: má digestão. 
• Dispneia: dificuldade respiratória. 
• Esteatorreia: presença de gordura nas fezes. 
• Icterícia: coloração amarela da pele e/ou olhos causados por um aumento na concentração de 
bilirrubina na corrente sanguínea. 
• Melena: presença de sangue nas fezes. 
• MID: membro inferior direito. 
• MMII: membros inferiores. 
• MSD: membro superior direito. 
• MMSS: membros superiores. 
• NE: nutrição enteral (dieta administrada via sonda alocada no estômago ou no intestino delgado). 
• NP: nutrição parenteral (solução de nutrientes administrada via cateter na veia). 
• Odinofagia: dor ao engolir. 
• Pirose: azia, sensação de calor no estômago. 
• Polidipsia: muita sede. 
• Polifagia: muita fome. 
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Unidade I
• Poliúria: urina em excesso. 
• SSVV: sinais vitais (temperatura, pulso, respiração, pressão arterial e dor). 
 Saiba mais
Recomendamos a leitura complementar a seguir. 
POZZOBON, A. Etimologia e abreviaturas de termos médicos: um 
guia para estudantes, professores, autores e editores em medicina 
e ciências relacionadas. Lajeado: Univates, 2011. Disponível em: 
https://shre.ink/21Me. Acesso em: 25 ago. 2023. 
2 INTRODUÇÃO AO ESTUDO ANTROPOMÉTRICO
A antropometria engloba a obtenção de medidas físicas de um indivíduo a fim de verificar seu 
crescimento e desenvolvimento, as quais compõem a avaliação nutricional. Tem importante função 
no monitoramento do estado nutricional, sendo utilizada em pesquisas epidemiológicas e na prática 
clínica. Estudar a composição corporal humana e os seus diversos constituintes torna-se possível pela 
aplicação da antropometria, bem como de outros métodos. A massa corporal total é expressa em 
porcentagens de gordura e massa magra. Esses valores podem ser relacionados com os processos de 
saúde, doença e qualidade de vida do indivíduo (Sampaio, 2012; Rossi; Caruso; Galante, 2017). 
A análise da composição corporal descrita por Wang, Pierson e Heymsfield em 1992 estrutura 
o corpo humano organizando-o em cinco níveis de complexidade: atômico, molecular, celular, 
órgão-tecidual e de corpo total. A massa corporal total equivale à soma de todos os componentes em 
cada nível (Carvalho et al., 2018). 
Fluidos 
extracelulares
Sólidos
extracelulares
Massa celular
Outros Outros Outros Cabeça
Hidrogênio Proteína
Sangue
TroncoCarbono Lipídio
Ossos
MembrosOxigênio Água
Tecido adiposo
Músculo 
esquelético
Nível IV
 (Órgão-tecidual)
Nível II
 (Molecular)
Nível I
 (Atômico)
Nível V
 (Corpo total)
Nível III
 (Celular)
Figura 1 − Modelo dos cinco níveis da composição corporal
Fonte: Carvalho et al. (2018, p. 239).
19
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
A antropometria é o método mais frequentemente utilizado pela sua facilidade de realização em 
indivíduos, porém não diferencia tecido adiposo visceral e subcutâneo, sendo considerada pertencente 
ao nível V (corpo total). Contudo, tem validade para indicação epidemiológica em coletividades (Carvalho 
et al., 2018). A massa corporal pode ser descrita, considerando a sua composição, nos dois maiores 
constituintes do volume do corpo denominados de massa gorda, incluindo a gordura de todas as fontes 
do corpo (inclusive cérebro, esqueleto e tecido adiposo); e massa livre de gordura (MLG), que inclui água, 
proteína e componentes minerais. Essa massa é alterada com base na fase de crescimento, condição 
reprodutiva, variação na atividade física e nos efeitos do envelhecimento (Mahan; Raymond, 2018). No 
quadro a seguir, estão descritas e definidas as terminologias mais comuns de composição corporal. 
Quadro 1 – Termos relacionados aos estudos da composição corporal
Termo Definição
Massa gorda Todos os lipídios extraídos do tecido adiposo e outros tecidos do corpo
Massa de tecido adiposo Gordura (cerca de 83%) mais as suas estruturas de suporte (cerca de 2% de 
proteína e cerca de 15% de água)
Massa livre de gordura (MLG) ou massa 
corporal livre de gordura
Todos os tecidos e resíduos livres de lipídios, incluindo água, músculos, 
ossos, tecidos conectivos e órgãos internos
Massa corporal magra (MCM) Massa livre de gordura (MLG) mais lipídios essenciais
Percentual de gordura Massa gorda expressada como porcentagem da massa corporal total
Lipídios essenciais Lipídios compostos (fosfolipídios) necessários para formação da membrana 
celular (cerca de 10% dos lipídios corporais totais)
Lipídios não essenciais Triacilgliceróis encontrados principalmente no tecido adiposo (cerca de 
90% dos lipídios corporais totais)
Densidade corporal total Total da massa corporal expressada em relação ao total do volume corporal
Gordura subcutânea Tecido adiposo acumulado sob a pele
Gordura visceral ou tecido adiposo 
visceral
Tecido adiposo acumulado dentro e em volta dos órgãos das cavidades 
torácica (coração, pulmões) e abdominal (fígado, rins etc. )
Gordura intra-abdominal Gordura visceral na cavidade abdominal
Gordura abdominal Gordura subcutânea e visceral na região abdominal
Adaptado de: Rossi, Caruso e Galante (2017, p. 77). 
A massa gorda é a combinação de gorduras essenciais e de armazenamento, sendo que os músculos 
e a massa esquelética se adaptam para sustentar a carga de tecido adiposo. Para o funcionamento 
fisiológico, a gordura essencial é armazenada em pequenas quantidades em diversos locais (medula 
óssea, coração, pulmão, fígado, baço, rins, músculos e sistema nervoso), sendo que ela corresponde a 
aproximadamente 3% da gordura corporal total nos homens e a 12% nas mulheres, número maior devido 
ao suporte para a reprodução. Já a reserva de energia no tecido adiposo é a gordura de armazenamento 
considerada menos essencial, que se acumula na região subcutânea do corpo, bem como em volta dos 
órgãos, dentro de tecidos e na medula óssea (Mahan; Raymond, 2018). 
A massa corporal magra aumenta com exercícios, é maior em homens do que em mulheres. Sua 
quantidade interfere na taxa metabólica de repouso, ou seja, uma redução nela poderia impedir o 
progresso da perda de massa corporal. O componente mais variável da massa corporal é a água, que 
20
Unidade I
constitui de 60% a 65%, apresentando seu valor muito influenciado pelo estado de hidratação do 
paciente (Mahan; Raymond, 2018). 
Segundo Mahan e Raymond (2018, p. 1438), 
[...] a gordura corporal total (gordura essencial + gordura de armazenamento) 
expressa como uma porcentagem de massa corporal associada à média 
individual está entre 18% e 24% para homens e 25% e 31% para mulheres. 
Aproximadamente metade do conteúdo corporal total de gordura localiza-se no tecido subcutâneo, 
assim a aferição de dobras cutâneas apresenta boa correlação com o tecido adiposo subcutâneo e está 
diretamente relacionada com a gordura corporal total. É um método simples, com baixo custo, mas que 
exige treinamento para separar a espessura da dobra cutânea de forma adequada dos outros tecidos 
(Sampaio, 2012; Mussoi, 2017). 
Mahan e Raymond (2018) descrevem que a homeostase corporal é influenciada pelo tecido adiposo, 
um tipo especial de tecido conjuntivo formado por adipócitos com pequenas quantidades de proteínas 
e água, sendo dividido em multilocular e unilocular. O tecido adiposo multilocular, também denominado 
marrom, possui várias gotículas de gordura em cada adipócito e uma alta quantidade de mitocôndrias 
contendo ferro. Encontrado em uma proporção considerável em lactentes, fornecendo calor corporal, vai 
desaparecendo ao longo dos anos, apresentando pequenas quantidades em adultos, principalmente nas 
áreas escapular e subescapular, desempenhando um papel no controle do gasto energético. Enquanto 
o tecido adiposo unilocular, que também pode ser chamado de branco, é composto por uma gotícula 
grande de gorduraem cada adipócito, apresentando função de reserva energética, isolante térmico, 
proteção e sustentação dos órgãos internos contra pressões externas (Mahan; Raymond, 2018). 
De acordo com Carvalho et al. (2018, p. 241) 
[...] a gordura visceral, localizada no tronco, é considerada mais 
metabolicamente ativa do que a gordura subcutânea e um fator de risco para 
doenças cardiovasculares, resistência à insulina e diabetes mellitus tipo 2. 
A quantidade reduzida de gordura subcutânea nas extremidades está associada à proteção ao 
desenvolvimento de doenças cardiometabólicas. A gordura abdominal é um fator de risco para doenças 
metabólicas e cardiovasculares, já que o adipócito visceral tem maior capacidade de armazenamento, 
apresenta número inferior de receptores de insulina e mais sensibilidade à estimulação da lipólise. Assim, 
o aumento da massa gorda, bem como de gordura abdominal, pode ser relacionado a comorbidades e 
distúrbios metabólicos (Sampaio, 2012; Carvalho et al., 2018). 
2.1 Técnicas de tomadas de medidas
A antropometria apresenta como vantagens a fácil padronização e obtenção, o fato de ser método 
simples e barato, sensível às alterações do crescimento e com resultados que permitem comparação com 
outras populações. Para a realização da antropometria, é importante ter um ambiente claro, proporcionar 
21
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
privacidade ao indivíduo e à sua família, ter espaço suficiente para permitir o trabalho dos profissionais e 
a presença da mãe e/ou familiares e conforto térmico (temperatura ambiente entre 18 °C e 22 °C), 
não prejudicando a avaliação nutricional. Devem ser utilizados equipamentos apropriados, bem como 
aplicação da técnica correta com atenção e responsabilidade do profissional para obtenção de medidas 
confiáveis e precisas, evitando erros nos procedimentos, na leitura ou na anotação da medida. O avaliador 
deve escolher, sempre, um lado do corpo e anotar essa informação no prontuário, zelando para que o 
mesmo lado seja aferido nos próximos atendimentos (Brasil, 2004; Brasil, 2011). 
Os equipamentos a serem utilizados variam de acordo com o atendimento a ser realizado, a 
clientela e a estrutura do local. No entanto alguns deles são essenciais, como balança (pediátrica ou 
de plataforma), estadiômetro ou infantômetro (antropômetro horizontal), fita métrica de material 
resistente e adipômetro analógico ou digital; esses equipamentos serão utilizados para aferir peso 
corporal, estatura, circunferências e dobras cutâneas. 
2.1.1 Peso corporal 
O instrumento utilizado para medir a massa corporal total do indivíduo é a balança, que pode ser 
eletrônica ou mecânica, desde que seja calibrada periodicamente por assistência técnica seguindo as 
normas do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). 
A balança pediátrica deve ser usada para aferição em crianças menores de 2 anos ou até 16 kg, e é 
importante ter uma precisão mínima de dez gramas, pois pequenas alterações no peso são indicadores 
nutricionais importantes nessa faixa etária. As balanças tipo plataforma são indicadas para medir todos 
os pacientes que se mantenham em pé sem ajuda, como crianças com mais de 2 anos, adolescentes 
e adultos. O posicionamento do equipamento deve ser em local plano, rígido e nivelado, para manter 
a estabilidade durante o procedimento. As balanças domésticas ou com rodas não são recomendadas 
devido à baixa acurácia. A calibração da balança deve ser verificada antes de cada avaliação, já que a 
falta de manutenção pode levar a erros (Brasil, 2011; Mussoi, 2017). 
O peso aferido na balança pode sofrer variações diurnas (mudanças cíclicas no decorrer do dia), 
sendo em torno de 1 kg em crianças e 2 kg em adultos. Para minimizá-las, pode-se anotar o horário de 
medida e realizar a pesagem em jejum, com esvaziamento vesical e intestinal. Outros fatores que podem 
interferir e devem ser verificados são funcionamento intestinal, período pré-menstrual ou menstrual, 
horário da última refeição, uso de diuréticos e/ou laxantes, presença de edema e/ou ascite (Pujol, 2011; 
Sampaio, 2012). 
Em crianças menores de 2 anos, a balança pediátrica deve ser apoiada sobre uma superfície plana, 
lisa e firme. Ela deve ser destravada, o profissional precisa verificar a calibração (agulha do braço e 
fiel nivelados) e colocar um papel descartável para forrar o prato. Após constatar que a balança está 
calibrada, ela deve ser travada. 
22
Unidade I
• Despir a criança com o auxílio da mãe ou responsável. 
• Colocar a criança sentada ou deitada no centro do prato, de modo a 
distribuir o peso igualmente. Destravar a balança, mantendo a criança 
parada o máximo possível nessa posição. Orientar a mãe ou responsável 
a manter-se próximo, sem tocar na criança nem no equipamento. 
• Mover o cursor maior sobre a escala numérica para marcar os quilos. 
• Depois mover o cursor menor para marcar os gramas. 
• Esperar até que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados. 
• Travar a balança, evitando, assim, que sua mola desgaste, assegurando 
o bom funcionamento do equipamento. 
• Realizar a leitura de frente para o equipamento com os olhos no 
mesmo nível da escala para visualizar melhor os valores apontados 
pelos cursores (Brasil, 2011, p. 33). 
Para finalizar, o peso deve ser anotado, a criança retirada e os cursores retornados ao zero na 
escala numérica. 
Figura 2 − Pesagem de crianças menores de 2 anos em balança 
mecânica (à esquerda) e balança eletrônica (à direita)
Fonte: Brasil (2004, p. 13; 23).
Para aferição do peso corporal em maiores de 2 anos, o avaliado deve ficar em pé, com afastamento 
lateral dos pés e mantendo os braços descontraídos na lateral do tronco. Outras orientações a 
serem seguidas:
23
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
• A pessoa deve ser pesada com o mínimo de roupa possível e sem 
sapatos. Solicitar que retire todos os ornamentos e objetos dos bolsos, 
principalmente chaves, cintos, celulares, óculos etc. 
• De preferência, realizar a pesagem antes de grandes refeições. 
• A pessoa deve estar sem calçados (sapato, chinelo, tênis). 
• Quando se tratar de balança eletrônica, posicionar o indivíduo a ser 
medido no centro da base da balança, mantê-lo parado e realizar a 
leitura diretamente do visor. 
• As balanças mecânicas devem estar travadas antes de sua utilização. 
• Posicionar o indivíduo a ser medido no centro da base da balança. 
• Destravar a balança somente após o indivíduo estar posicionado. 
• Mover o cursor maior sobre a escala numérica para marcar os quilos. 
• Em seguida, mover o cursor menor para determinar os gramas. 
• Esperar que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados. 
• Travar a balança para que ela não perca a estabilidade das molas. 
• Fazer a leitura bem de frente para o equipamento garantindo a precisão 
da medida e anotar o valor da massa corporal imediatamente. 
• Retornar os cursores para a posição inicial na escala numérica (Rossi; 
Caruso; Galante, 2017, p. 80). 
24
Unidade I
Figura 3 − Pesagem de maiores de 2 anos, adultos e pessoas 
idosas em balança mecânica e balança eletrônica
Fonte: Brasil (2004, p. 41; 51).
O conceito de peso pode ser alterado de acordo com o contexto da avaliação: 
• Peso atual (PA): aferido no momento da avaliação nutricional mediante pesagem em balança. 
• Peso usual ou habitual (PH): valor referido pelo paciente que habitualmente encontra ao se 
pesar; às vezes, coincide com o peso atual; geralmente, é aquele mantido por maior tempo. Muito 
útil para referência em relação a mudanças recentes de peso. 
• Peso ideal (PI) ou desejável ou teórico: calculado de acordo com as características do indivíduo, 
como idade, biotipo, gênero e altura. Pode ser calculado pelo índice de massa corporal, biotipologia 
ou ossatura. 
2.1.2 Estatura
Como definido por Rossi, Caruso e Galante (2017, p. 81), “o termo altura refere-se à medida do 
indivíduo em pé, desde a sola dos pés descalços até a parte superior da cabeça, comprimindo os cabelos”;enquanto o comprimento refere-se à medida na posição deitada. As palavras estatura e altura têm o 
mesmo significado. Segundo Reis e Calixto-Lima (2015, p. 65), “é uma medida linear do corpo humano, 
que sozinha não configura um indicativo adequado do estado nutricional”. Para realizar essa aferição, 
podem ser utilizados estadiômetro fixo ou acoplado à balança ou fita métrica inelástica; já para verificar 
o comprimento, utiliza-se o antropômetro horizontal. 
25
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
As crianças menores de 2 anos devem ter o comprimento medido com o paciente deitado em 
superfície horizontal, firme e lisa, da sola dos pés descalços ao topo da cabeça. Seguindo as normas do 
Ministério da Saúde (Brasil, 2011), devem ser removidas toucas, fivelas ou enfeites de cabelo. 
• Deitar a criança no centro do infantômetro, descalça e com a cabeça 
livre de adereços. 
• Manter, com a ajuda da mãe/responsável: a cabeça apoiada 
firmemente contra a parte fixa do equipamento, com o pescoço reto 
e o queixo afastado do peito, no Plano de Frankfurt (margem inferior 
da abertura do orbital e a margem superior do meato auditivo externo 
deverão ficar em uma mesma linha horizontal); os ombros totalmente 
em contato com a superfície de apoio do infantômetro; os braços 
estendidos ao longo do corpo. 
• As nádegas e os calcanhares da criança em pleno contato com a 
superfície que apoia o infantômetro. 
• Pressionar, cuidadosamente, os joelhos da criança para baixo, com uma 
das mãos, de modo que eles fiquem estendidos. Juntar os pés, fazendo 
um ângulo reto com as pernas. Levar a parte móvel do equipamento 
até as plantas dos pés, com cuidado para que não se mexam. 
• Realizar a leitura do comprimento quando estiver seguro de que a 
criança não se moveu da posição indicada. 
• Anotar o resultado [...] e retirar a criança (Brasil, 2011, p. 36-37). 
Encostar 
cursor na 
sola dos 
pés, com 
calcanhar e 
pés em 90º
Pressionar joelhos
 (estender pernas)
Parte mais alta 
da cabeça
Parte de trás 
da cabeça
Ombros
Nádegas
Panturrilhas
Calcanhares
Segurar a cabeça no
Plano de Frankfurt
Figura 4 − Aferição do comprimento de crianças menores de 2 anos
Fonte: Brasil (2011, p. 36).
26
Unidade I
Aqueles indivíduos que podem permanecer na posição de pé, como crianças maiores de 2 anos, 
adolescentes e adultos, devem ser avaliados encostados numa parede ou em antropômetro vertical 
(Brasil, 2004; Brasil, 2011). 
Os procedimentos a serem seguidos são:
• Os pés devem estar juntos, com os calcanhares, nádegas e ombros 
encostados na barra escalonada do estadiômetro ou na parede. Os 
pés devem formar ângulo reto com as pernas. Os ossos internos dos 
calcanhares devem se tocar bem. 
• A pessoa deve estar ereta, sem esticar ou encolher a cabeça e o tronco, 
olhando para frente, fazendo com que o topo da orelha e o ângulo 
externo do olho formem linhas paralelas ao teto. Os braços devem 
estar estendidos para baixo, soltos ao longo do corpo, e os pés, unidos 
e encostados à parede. 
• Uma barra horizontal ou uma placa de madeira deve ser abaixada 
para se apoiar sobre o topo da cabeça, que deve estar livre de tiaras, 
fitas, tranças, bobes e penteados com volume. Deve-se fazer uma 
ligeira compressão, o suficiente para comprimir o cabelo. 
• Pode-se utilizar um esquadro para melhor precisão das medidas. 
• Retire o indivíduo avaliado. 
• Faça a leitura, e o valor da medida antropométrica obtida deve ser 
anotado imediatamente, com segurança e boa caligrafia (protocolo). 
• Registre a medida o mais próximo de 0,5 cm (Rossi; Caruso; Galante, 
2017, p. 81). 
27
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Parte posterior da cabeça
Ombros
Nádegas
Panturrilhas
Calcanhares
Figura 5 − Posição adequada para aferição da altura
Fonte: Brasil (2011, p. 37).
Idealmente, o indivíduo, quando aferido em pé, deve encostar cinco pontos (ou, no mínimo, três 
deles) do corpo no estadiômetro ou na parede, sendo eles: calcanhares, panturrilhas, glúteos, escápulas 
e parte posterior da cabeça. A medida da altura de pacientes utilizando esse método pode ser aplicada 
também em pessoas idosas e gestantes. 
 Lembrete
As medidas antropométricas de peso e estatura são amplamente 
utilizadas em todas as populações, a aplicação adequada das técnicas de 
medição garante a precisão das variáveis obtidas. 
2.1.3 Circunferências
As circunferências, ou perímetros, devem ser realizadas com auxílio de fita métrica flexível, não 
elástica, com extensão de 2 m e 7 mm de largura, com marcação numérica de ambos os lados e precisão 
de 1 mm (Rossi; Caruso; Galante, 2017; Brasil, 2011). As medidas mais utilizadas são realizadas em 
diferentes pontos do tronco, membros superiores e inferiores. Podem indicar crescimento, estabelecendo 
o padrão muscular, e auxiliar na verificação da distribuição de gordura corporal. 
As medidas das circunferências são feitas no paciente, se possível, com a pele nua, seca e sem loções 
e com expiração normal, o avaliador deve manter a fita uniformemente alinhada e exercer leve pressão 
sobre a pele para ajuste firme, sem comprimir o tecido subcutâneo, e não deve colocar o dedo entre a 
pele e a fita. As técnicas para medidas são simples, fáceis e amplamente aceitáveis, trazendo vantagens 
ao método, principalmente em pacientes com quantidade de gordura excessivamente alta, em que 
28
Unidade I
a medida das dobras cutâneas perde a precisão (Rossi; Caruso; Galante, 2017; Pujol, 2011; Tirapegui; 
Ribeiro, 2009). 
As principais medidas de avaliação de circunferências devem ser realizadas pelo profissional 
posicionado na lateral do paciente, aferidas conforme técnicas descritas (Tirapegui; Ribeiro, 2009; Rossi; 
Caruso; Galante, 2017; Mahan; Raymond, 2018) e nos locais padronizados conforme ilustrado. 
Circunferência do pulso
Medida no punho direito na região imediatamente após os processos estiloides do rádio e da ulna. 
Indica o tamanho da ossatura quando associada à estatura. 
Figura 6 − Marcação da circunferência do punho
Fonte: Mussoi (2017, p. 7).
Circunferência do braço (CB)
Medir no braço direito com o indivíduo em posição anatômica, de lado para o medidor. Inicialmente 
flexiona-se o braço do indivíduo em direção ao tórax, formando um angulo de 90° com o cotovelo, 
marcando o ponto médio entre o acrômio e olécrano; em seguida, a circunferência deve ser feita no braço 
relaxado, paralelo ao longo do corpo. Representa a soma de tecido ósseo, gorduroso e muscular do braço. 
29
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
 
Figura 7 − Marcação do ponto médio e medida da circunferência do braço
Fonte: Mussoi (2017, p. 83).
Circunferência da cintura
O indivíduo deverá estar em posição anatômica, obter a medida na distância em torno da área mais 
estreita da cintura entre a costela mais inferior e a crista ilíaca e acima da cicatriz umbilical. A leitura 
deverá ser realizada no momento da expiração. 
Figura 8 − Marcação da circunferência da cintura
Fonte: Reis e Calixto-Lima (2015, p. 78).
Circunferência abdominal
Com o paciente em pé e ereto, medir após expiração na região abdominal de maior perímetro, 
geralmente na cicatriz do umbigo. Essa medição é utilizada como importante indicador de adiposidade 
subcutânea e visceral. 
30
Unidade I
Figura 9 − Marcação da circunferência abdominal
Fonte: Reis e Calixto-Lima (2015, p. 64).
Circunferência do quadril
O medidor deverá estar agachado lateralmente ao indivíduo. Deve-se medir na área mais ampla 
dos quadris, na maior protuberância das nádegas. Em caso de roupas não leves, comprimir um pouco a 
fita métrica para minimizar erros. Indicador de gordura subcutânea e tipo de distribuição de gordura; 
também está associada ao risco de enfermidades, tais como diabetes e doenças cardiovasculares. 
Figura 10 − Marcação da circunferência do quadril
Fonte: Reis e Calixto-Lima (2015, p. 79).
31
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Circunferência da coxa 
• Proximal: o indivíduo deverá estar na posição ortostática, com as pernas levemente afastadas, 
aferir imediatamente abaixo daprega glútea. 
• Medial: na mesma posição, medir no ponto médio entre a prega inguinal e a borda 
proximal da patela. 
Figura 11 − Marcação da circunferência da coxa: A) Proximal; B) Medial
Fonte: A) Rossi, Caruso e Galante (2017, p. 90); B) Pujol (2011, p. 189).
32
Unidade I
Circunferência da panturrilha
O indivíduo deverá estar deitado ou sentado, colocar a fita horizontalmente na região de maior 
perímetro. 
Figura 12 − Marcação da circunferência da panturrilha
Fonte: Rossi, Caruso e Galante (2017, p. 90).
A detecção de massa magra pela medida das circunferências dos membros pode ser afetada, já que 
as medidas incluem pele, tecido adiposo subcutâneo e profundo, ossos, vasos sanguíneos e nervos. 
A presença de edema também pode alterar todas as medidas de membros e tronco. 
De acordo com Mahan e Raymond (2018), outra medida que pode ser incluída na avaliação nutricional 
é a circunferência do pescoço, já que é uma ferramenta de rastreamento não invasiva com facilidade 
de aplicação. É realizada imediatamente acima da proeminência laríngea com o paciente olhando reto 
para frente com a fita na horizontal, a leitura é feita lateralmente. Alguns estudos mostraram que em 
adultos essa medida tem alta associação com circunferência da cintura, massa corporal, índice de 
massa corporal e porcentagem de gordura corporal e, em crianças e adolescentes, possivelmente tem 
relação com doenças crônicas associadas à obesidade. 
33
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
2.1.4 Dobras cutâneas
As medidas das dobras cutâneas, também denominadas pregas cutâneas, determinam os depósitos 
de gordura subcutânea e são utilizadas para a estimativa de parâmetros da composição corporal. Devem 
ser feitas em várias regiões a fim de obter um termo médio de sua quantidade, contudo os protocolos 
para determinação da gordura corporal total utilizam de dois a nove locais de medidas (Mahan; Raymond, 
2018; Mussoi, 2017; Rossi; Caruso; Galante, 2017). 
Para medir as dobras cutâneas, é utilizado um equipamento específico que recebe diversas 
designações: compasso de dobras cutâneas, espessímetro, plicômetro ou adipômetro (Rossi; Caruso; 
Galante, 2017). Esse equipamento deve estar calibrado, já que a medida é realizada em milímetros, 
podendo ser analógico ou digital. A aferição deve ser feita diretamente na pele, que deve estar seca e 
sem produtos que possam fazer deslizar os dedos do avaliador. Não deve ocorrer logo após a realização 
de atividade física, pois o deslocamento de fluidos corporais em direção à pele pode influenciar nos 
resultados (Tirapegui; Ribeiro, 2009). 
A pega adequada da dobra cutânea inclui destacar uma camada dupla de pele e de tecido adiposo 
subcutâneo comprimido separando-a do músculo; portanto, quanto mais espessa for essa dobra, menor 
é a precisão da medida, um achado comum relacionado ao grau de obesidade. A medida da espessura da 
dobra de gordura é prática e útil, ainda que sua validade dependa da precisão da técnica para medi-la, 
de sua reprodutibilidade e da variabilidade intra e interindividual (Mussoi, 2017; Rossi; Caruso; Galante, 
2017). O método fica limitado na definição do valor total de gordura corporal ou para determinar o grau 
de obesidade entre obesos mórbidos, considerando que os equipamentos não medem além de 50 mm. 
Uma série de três medidas deve ser feita pelo avaliador no mesmo local, a fim de minimizar erros 
e permitir a reprodutibilidade. As técnicas de medida de espessura das dobras cutâneas devem seguir 
procedimentos padronizados: 
I – Realizar as medidas sempre no hemicorpo direito do avaliado. 
II – Identificar e marcar cuidadosamente com lápis dermográfico o ponto 
anatômico correspondente à dobra cutânea. 
III – Definir o tecido celular subcutâneo das estruturas mais profundas por 
intermédio do polegar e do dedo indicador da mão esquerda. 
IV – Destacar a dobra cutânea e colocar o polegar e o dedo indicador, 
separados por aproximadamente 8 cm entre si, sobre uma linha perpendicular 
ao eixo que acompanha a dobra da pele. Quanto mais espesso for o tecido 
subcutâneo, maior deverá ser a distância entre o polegar e o dedo indicador 
para destacar a dobra cutânea. 
V – Elevar a dobra cutânea por volta de 1 cm acima do ponto de medida. 
34
Unidade I
VI – Manter a dobra cutânea elevada enquanto estiver realizando a medida. 
VII – Aplicar a borda superior do compasso perpendicular à dobra cutânea e 
a cerca de 1 cm abaixo do ponto exato de reparo. 
VIII – Soltar a pressão das hastes do compasso lentamente. 
IX – Aguardar por volta de 2-3 s depois de soltar a pressão das hastes 
do compasso para que a leitura da medida seja realizada (Tirapegui; 
Ribeiro, 2009, p. 47). 
A realização das dobras nos locais adequados influencia em resultados fidedignos em cálculos 
em comparação às tabelas referenciais. A seguir, estão descritos os locais de aferição e sua descrição 
conforme adotados internacionalmente, seguidos da figura de cada dobra. 
Dobra cutânea do tríceps (DCT)
Realizada na face posterior do braço direito, paralelamente ao eixo 
longitudinal, no ponto que compreende a distância média entre o acrômio 
e o processo do olécrano da ulna (Mussoi, 2017, p. 104).
Figura 13 – Dobra cutânea do tríceps
Fonte: Rossi, Caruso e Galante (2017, p. 88).
Dobra cutânea do bíceps (DCB)
Realizada no ponto médio na face anterior do braço, entre o processo 
acromial da clavícula e o processo do olécrano da ulna (coincide com o ponto 
da dobra cutânea tricipital na face posterior do braço) (Mussoi, 2017, p. 104). 
35
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Figura 14 − Dobra cutânea do bíceps
Fonte: Rossi, Caruso e Galante (2017, p. 88).
Dobra cutânea subescapular (DCSE)
Feita obliquamente com relação ao eixo longitudinal do corpo, seguindo a 
orientação dos arcos costais, e localizada 2 cm abaixo do ângulo inferior da 
escápula (Mussoi, 2017, p. 104). 
Figura 15 − Dobra cutânea subescapular
Fonte: Rossi, Caruso e Galante (2017, p. 88).
36
Unidade I
Dobra cutânea abdominal (DCA)
“A aferição deve ser realizada, aproximadamente, 2 cm à direita da cicatriz 
umbilical, paralelamente ao eixo longitudinal do corpo” (Mussoi, 2017, p. 104). 
Figura 16 − Dobra cutânea abdominal
Fonte: Rossi, Caruso e Galante (2017, p. 88).
Dobra cutânea axilar média (DCAx)
Localizada no ponto de interseção entre a linha axilar média e uma linha 
imaginária transversal na altura do apêndice xifoide do esterno. Deve ser 
aferida obliquamente ao eixo longitudinal, com o braço do avaliado para 
trás, facilitando a obtenção e a leitura da medida (Mussoi, 2017, p. 104). 
Figura 17 − Dobra cutânea axilar média
Fonte: Rossi, Caruso e Galante (2017, p. 88).
37
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Dobra cutânea peitoral (ou torácica)
Realizada obliquamente ao eixo longitudinal na metade da distância entre 
a linha axilar anterior e o mamilo, para homens, e a um terço da linha axilar 
anterior, para mulheres (Mussoi, 2017, p. 104). 
Figura 18 − Dobra cutânea peitoral. A) Mulheres; B) Homens
Fonte: A) e B) Rossi, Caruso e Galante (2017, p. 90).
Dobra cutânea suprailíaca (DCSI)
Feita obliquamente com relação ao eixo longitudinal, na metade da distância 
entre o último arco costal e a crista ilíaca, sobre a linha axilar média. 
É necessário que o avaliado afaste o braço para trás, a fim de possibilitar boa 
execução e leitura da medida (Mussoi, 2017, p. 104). 
38
Unidade I
Figura 19 − Dobra cutânea suprailíaca
Fonte: Rossi, Caruso e Galante (2017, p. 88).
Dobra cutânea da coxa
Realizada no ponto médio entre a prega inguinal e a borda superior da 
patela. O avaliado deve estar em pé com a perna a ser avaliada relaxada. 
A  medida é realizada na parte anterior da perna sobre o músculo reto 
femoral (Mussoi, 2017, p. 104). 
Figura 20 − Dobra cutânea da coxa
Fonte: Rossi, Caruso e Galante (2017, p. 88).
39
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Dobra cutânea da panturrilha (DCP)
A aferição da dobra cutânea da panturrilha (DCP) deve ser realizada no 
ponto medial da perna no maior perímetro da panturrilha.O avaliado deve 
estar sentado, com a articulação do joelho em flexão de 90°, o tornozelo em 
posição anatômica e o pé com ou sem apoio (Mussoi, 2017, p. 104). 
Figura 21 − Dobra cutânea da panturrilha
Fonte: Rossi, Caruso e Galante (2017, p. 88).
Os locais em que as dobras cutâneas refletem melhor a adiposidade são tricipital, bicipital, 
subescapular, suprailíaca e parte superior da coxa. Os mais úteis são o tríceps e subescapular, pois 
possuem padrões de referência e correlação elevada com a gordura corporal total e a porcentagem de 
gordura determinada por outros métodos. 
 Lembrete
A aferição das dobras cutâneas é um método prático, mas exige 
conhecimento e habilidade, a pega adequada influencia na precisão, e o 
aprimoramento da técnica é realizado mediante treinamento. 
2.1.5 Músculo adutor do polegar (MAP)
O músculo adutor do polegar (MAP) é um parâmetro antropométrico não convencional que vem sendo 
incorporado na avaliação de indivíduos saudáveis. Trata-se de um método simples, não invasivo, rápido 
e de baixo custo que utiliza o adipômetro para aferir a espessura do músculo adutor do polegar (EMAP). 
A técnica a ser utilizada mantém o paciente sentado com o braço flexionado a aproximadamente 90°, 
com o antebraço e a mão apoiados sobre o joelho. O EMAP deve ser pinçado no vértice de um triângulo 
imaginário formado pela extensão do polegar e indicador, no braço dominante (ou não dominante) com 
mão relaxada, como ilustrado na figura posterior (Mussoi, 2017; Bragagnolo et al., 2009). 
40
Unidade I
Figura 22 − Aferição da EMAP
Fonte: Mussoi (2017, p. 156).
É considerada uma medida facilmente reprodutível que avalia de forma direta a ocorrência de atrofia 
na musculatura da região. Essa atrofia pode ser relacionada à desnutrição com redução das atividades 
diárias do paciente. 
2.2 Parâmetros e índices utilizados em antropometria
De acordo com Pujol (2011, p. 184) “os valores obtidos com as medidas antropométricas podem ser 
utilizados tanto por seu valor absoluto quanto por equações de predição de diferentes componentes 
corporais”. 
2.2.1 Peso ideal
Há algum tempo, o peso ideal não pode mais ser considerado como uma meta, pois diversos fatores 
(individuais, genéticos, metabólicos e psicológicos) influenciam-no, o que dificulta o estabelecimento de 
um padrão aplicável a todos. Existem várias fórmulas na literatura que utilizam parâmetros diferentes, 
entretanto a escolha das medidas ou intervalo de valores que definiriam o peso ideal ainda gera 
controvérsias na literatura (Tirapegui; Ribeiro, 2009). 
41
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
A determinação da adequação de peso corporal a partir da compleição óssea ou física pode ser 
realizada utilizando a circunferência do punho. O cálculo da compleição óssea deve ser feito com os 
valores em centímetro: estatura dividida pela circunferência do punho. O valor encontrado a classificará 
em pequena, média ou grande, conforme tabela a seguir:
Tabela 1 – Determinação da compleição óssea
Compleição Mulheres Homens
Pequena > 10,9 > 10,4
Média 9,9 a 10,9 9,6 a 10,4
Grande

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