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Anoplura-Cibele (2)

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PUCRS – FaBio – DepBiodEcol – Zoologia dos Invertebrados Superiores II
Seminários 2006/1
Cibele Boeira Batista	
Turma: 130
ORDEM PHTIRAPTERA Haeckel, 1896. 
Características gerais	
	O termo Phtiraptera é oriundo das palavras gregas phteir (piolho) e aptra (sem asas) (LIMA, 1939). Esta ordem agrupa insetos vulgarmente conhecidos como piolhos (BORROR & DE LONG, 1988). Apresentam a morfologia altamente adaptada ao hábito ectoparasitário, tendo corpo achatado dorsoventralmente, ausência de asas, redução dos órgãos visuais e estruturas modificadas para se manterem presos ao corpo dos hospedeiros (RUPPERT & BARNES, 1996). Nesta ordem encontramos os piolhos mastigadores (Mallophaga), os quais se alimentam de detritos da pele, de penas e pêlos de aves e mamíferos, e os piolhos sugadores de sangue (Anoplura), parasitas exclusivamente de mamíferos, incluindo o homem. Apresentam metamorfose simples e passam todo o ciclo sobre seus hospedeiros (BORROR et al., 1992). 
	
Classificação
	A classificação dos piolhos na literatura é bastante controversa. Segundo CORSEUIL (2003), a ordem Phtiraptera é dividida em quatro subordens: Anoplura, Ambycera, Ischnocera, Rynchophtirina. De acordo com a classificação de adotada por CALABY (1970), a ordem Phthiraptera divide-se em 3 subordens, sendo Mallophaga e Anoplura as principais. A subordem Mallophaga apresenta 2 divisões: Amblycera, com 6 famílias e Ischnocera, com 3 famílias. A subordem Anoplura apresenta 6 famílias. Segundo BORROR & DE LONG (1988), sendo as famílias mais comuns de Anoplura no Brasil: Echinophthirìidae, Haemotopinidae, Phthiridae e Pediculidae. 
SUBORDEM ANOPLURA
Características gerais	
	As cerca de 300 espécies conhecidas de piolhos sugadores (Anoplura) estão mais fortemente relacionados a hospedeiros mamíferos, inclusive o homem (BORROR et al., 1992). A alimentação destes é exclusivamente de sangue de seus hospedeiros. A relação de parasita-hospedeiro tende a ser específica e tem-se demonstrado uma estreita relação fisiológica entre os componentes de sangue de determinados hospedeiros e seus parasitos anopluros (BRUSCA & BRUSCA, 1990). Passam todo o ciclo sobre seus hospedeiros e, portanto a reprodução também ocorre ali. De modo geral, as populações apresentam um maior número de fêmeas do que de machos. Em algumas espécies os machos são bastante raros. 
 
Morfologia externa
	Apresentam o corpo achatado dorsoventralmente, somente o abdome possui segmentação distinta. A cabeça é alongada e cônica e as antenas, expostas lateralmente, são do tipo filiforme, com três a cinco artículos. Os olhos são reduzidos a apenas um omatídeo ou estão ausentes, não apresentando ocelos (LINARDI, 2001). As peças bucais são do tipo picador-sugador, sendo formada por uma probóscide curta (=haustelo), com pequenos dentículos internos, eversíveis; uma estrutura picadora formada por três estiletes, que se acomodam em um saco trófico. O estilete dorsal é provavelmente o resultado da fusão das maxilas; o estilete intermediário é afilado e contém o canal salivar, possivelmente representado pela hipofaringe; o estilete ventral é a principal peça perfurante e é provavelmente o lábio, em forma de canalete (http://www.ufmt.br/famev/ento/bucais.html, 15/04/06). 
	O tórax apresenta os segmentos fundidos, havendo apenas um único par de espiráculos respiratórios no mesotórax (LINARDI, 2001). As pernas são desenvolvidas, semelhantes, adaptadas para prender o inseto sobre o corpo do hospedeiro. Os tarsos apresentam apenas um segmento com uma garra tarsal bem desenvolvida, a qual se fecha a um processo tibial. O abdome apresenta nove segmentos, com tergos e esternos pouco esclerotinizados (RUPPERT & BARNES, 1996).
	A distinção dos sexos pode ser feita pala bifurcação na extremidade posterior, que é presente apenas em fêmeas (BRUSCA & BRUSCA, 1990). A genitália externa é bem desenvolvida nos dois sexos, sendo que as fêmeas possuem dois pares de gonópodos localizados nos segmentos VIII e IX, uma placa genital característica no segmento VIII, além de uma vulva que se abre ventralmente. Os machos exibem um apódema basal, um par de parâmeros, o pseudopênis e um edeago bem quitinizado situado dorsalmente (LINARDI, 2001). Os ovos, vulgarmente conhecidos como lêndeas, são ovais e operculados e sempre aderidos ao hospedeiro. Após a eclosão, a ninfa passa por três mudas, formando o adulto (apometábolos) (CORSEUIL, 2003). 
	Existem aproximadamente 15 famílias que estão agrupadas na subordem Anoplura (http://www.fmtm.br/instpub/fmtm/infobio/ecoano.htm, 15/04/06). Entretanto, duas apresentam interesses especiais: Pediculidae e Phtiridae.
 Importância para o homem
	Os piolhos são importantes na biodiversidade dos insetos, com relevância na cadeia alimentar e transmissão do fluxo de energia através da relação interespecífica de parasitismo. Muitas espécies da subordem Anoplura podem ser, além de ectoparasitas, “pragas” de animais e vetores de doenças com tifo, a febre recurrente e febre da trincheira. (BRUSCA & BRUSCA, 1990). O tifo é causado pela bactéria do gênero Rickettsia .A doença se estabelece quando as fezes do parasitas entram em contato com as ferida permitindo que a bactéria entra na corrente sanguínea. Os principais sintomas são dores de cabeça, dores nas articulações, febre alta com delírios e erupção cutâneos. A febre recurrente, causada por espiroquetas do gênero Borrelia, cujas características são de ter períodos de febre que aparecem em intervalos de dias (http://www.ufrgs.br/para-site/Chaves/Anoplura.htm). A picada do piolho, com inoculação de saliva irritante, provoca prurido, obrigando o animal a se coçar e morder o local da picada para se livrar do inseto. O ato de coçar pode provocar ferido que se agrava pela invasão de germes, com evidente prejuízo para saúde dos animais, sendo que a pele pode se tornar seca com aspecto de sarna. (http://w3.ufsm.br/parasitologia/arquivospagina/anoplura.htm)
Família Pediculidae
	Possui um único gênero Pediculus. Dentro deste gênero, apenas duas espécies são encontradas no homem: Pediculus capitis (cabeça) e o Pediculus humanus (piolho do corpo, muquirana). Apresentam o corpo mais longo do que largos, com olhos presentes, abdômen com sete segmentos, placas paratergitais evidentes. Os ovos são ovóides e apresentam opérculo na sua extremidade mais larga (LINARDI, 2001). Pediculus humanus apresenta um maior comprimento, colocando os ovos nas fibras das vestes, sendo também um vetor natural de moléstias, tais como o tifo, febre recurrente e a febre das trincheiras. 
Família Phtiridae
	Engloba um gênero, Phtirus, com duas espécies, Phtirus pubis (popular chato) e Phtirus gorillae, ectoparasita de gorila (LINARDI, 2001). O corpo é mais longo do que largo, sendo que os adultos medem de 1,5 a 2,0 mm de comprimento, tendo pernas robustas, primeiros par de pernas é menos desenvolvido. Unhas do segundo e terceiro par de pernas fortemente recurvadas, presença de glândulas reniformes com aspecto azulado (http://www.ufrgs.br/para-site/Chaves/Anoplura.htm). Phtirus pubis não possui divisão clara entre os tagmas, tendo a cabeça e o tórax aspectos de fusionados (LIMA, 1939). A ovipostura varia de 100 a 300 ovos.
Família Haematopinidae
 Ocorre em ruminantes e suínos, nas regiões corporais no pescoço, base da cauda e chifres. Tendo a cabeça estreita e alongada, sem olhos, antenas com cinco segmentos e abdômen alargado e turbérculos pos- antenais. São hemimetabólicos. (http://w3.ufsm.br/parasitologia/arquivospagina/anoplura.htm)
Familia Linognathidae 
 Ocorre em bovinos e em cães de pêlos longo, sem placas quitinizadas, abdômen membranoso
aparece mais no inverno, primeiro par de pernas é menor que o 2o e 3o, cinco segmentos nas antenas.
(http://w3.ufsm.br/parasitologia/arquivospagina/anoplura.htm)
REFERÊNCIAS 
BARNES, R.S.K. CALOW, P. OLIVE, P.J.W.1995. Os Invertebrados; uma nova síntese. São Paulo: Atheneu. 526. il
BORROR, D.J.& D.M. De LONG. 1988. Introdução ao estudo dos insetos. Ed. Edgard Blücher. 
BORROR, Donald J; TRRIPLEHORN,Charles A & JOHNSON,Norman F.1992. An introduction to the study of insects.Fort Worth,TX Saunders College.875p.;il. 
BRUSCA. R.C., BRUSCA, G.J.1990. Invertebrados. Sunderland: Sinauer, 922p.
CALABY, J.H. 1970. Phthiraptera. In CSIRO. The insects of Australia: A textbook for students and research workers. Melbourne University Press. pp. 376-386. 
CORSEUIL, E.2003. Apostila de Entomilogia, Porto Alegre: Alphagraphics,122p.
KRISTENSEN, N.P. 1991. Phylogeny of extant hexapos. In CSIRO. The insects of Australia: A textbook for students and research workers. Melbourne University Press. pp. 125-141. 
LIMA, Ângelo M.da C.1939. Insetos do Brasil. Vi Rio de Janeiro: Esc. Nac.Agronomia
LINARDI, Pedro Marcos,2001Entomologia Medica e veterinária.Ed. Atheneu, Carlos Brisola Marcantes 432p.
RICHARDS, O.M. & R.G. DAVIES. 1988. Tratado de Entomologia IMM’S. Vol 2: Clasification and Biology. Chapman & Hall. p. 647-656.
RUPPERT, Edward E., BARNES, Robert D .1996. Zoologia dos Invertebrados. Trad. P.M.Oliveira. 6ª ed São Paulo: Roca 1065p.
http://w3.ufsm.br/parasitologia/arquivospagina/anoplura.htm 12/04/06 às 8h15min.
http://www.ufrgs.br/para-site/Chaves/Anoplura.htm 12/04/06 às 8h 15 min.
http://www.fmtm.br/instpub/fmtm/infobio/ecoano.htm, 15/04/06

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