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HISTORIOGRAFIA DE CARBONELL - FICHAMENTO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE – FURG
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA INFORMAÇÃO
DISCIPLINA HISTORIOGRAFIA
FICHAMENTO DO LIVRO HISTORIOGRAFIA DE
CHARLES-OLIVIER CARBONELL
CARBONELL, Olivier Charles. Historiografia. Lisboa, Teorema, 1987.
 	Carbonell, trata em seus quatro primeiros capítulos do estudo da ‘arte da historiografia’ e de suas formas de escrita nas mais variadas sociedades, evidenciando as origens daqueles que criaram a origem da prática e seus diferentes estilos.
Prefácio
“ O que é a historiografia? Nada mais que a história do discurso – um discurso escrito e que se afirma verdadeiro – que os homens têm sustentado sobre o seu passado.” (p.06)
Capítulo I – Pré-História, a memória antes da escrita
“ (...) recordar-se é existir; perder a memória é desaparecer.” (p.07)
“ Sem escrita, porém, a memória continua a ser pobre, confusa e frágil:” (p.07)
“- Pobre porque depende unicamente das capacidades do cérebro e, qual depósito sagrado, está confiada a um grupo restrito; (...) Pobre, principalmente porque há pouco a conservar nas sociedades cristalizadas, muitas vezes isoladas, em que as técnicas estagnam e os gêneros de vida se perpetuam. O tempo cíclico do eterno retorno das estações e o tempo imutável de um mundo em equilíbrio decretam o vazio da história.” (p.07)
“ – Confusa porque a memória veicula o que esta fora do tempo. Ela não diz a evolução do grupo, mas as suas origens. Não ensina o que foi vivido, mas a fábula; não revela uma direcção, mas uma mensagem ontológica:” (p. 08)
“ – Frágil é a memória histórica, sem duvida ainda mais do que a mítica.” (p.09)
Capítulo II – Nascimento de Clio
“É na segunda metade do século V a.C., no pequeno mundo egeu onde tinha desabrochado a arte dos poetas trágicos e despertava a especulação dos filósofos, que nasce a história.” (p.11)
Hérodoto: histórias e história
“Grande viajante, consagra longas explanações a localizar os rios e os povos exóticos, a descrever os costumes estranhos (...) Heródoto deixa de ter em vista o passado que pretende estudar; o seu olhar é o do jornalista interessado em dar testemunho do seu tempo, (...)” (p.12)
Tucídides: a história como ciência
“ Com a História da Guerra do Peloponeso, (...) nascem simultaneamente o método e a inteligência do historiador: a critica das fontes e a procura racional do encadeamento caudal. (p.13)
“(...) a história como é concebida por Tucídides, é humana, nada mais que humana. Ela anuncia, a vinte e três séculos de distância, a tarefa positiva dos historiadores alemães que afundaram a ciência histórica como nós a entendemos hoje em dia. ”(p. 14)
O milagre explicado
“(...) O homem fez-se historiador porque se tornou cidadão.” (p.16)
Diversidade de um gênero menor (séculos II – IV)
“Tentação retórica: (...) a história tende a confundir-se com a arte oratória;”(p.19)
“Tentação política: a história comprometida sucede à história científica de que a Guerra do Peloponeso continua a ser modelo inimitado (...).(p.19)
“Tentação ética: a história torna-se uma coletânea de máximas deduzidas de retratos ou de anedotas(...). Doravante, as únicas lições de história são lições de moral quotidiana. A história volta a ser o que Heródoto tinha feito delas: histórias.” (p.19)
“(...) a história é um gênero complexo que pode regredir num plano e progredir noutro. Há dois historiadores que ilustram esta dupla evolução contraditória: Éforo e Polibio.” (p.20)
“ (...) Èforo de Cime (...) é daqueles historiadores para quem a preocupação do belo e do bem dito prevalece sobre a do verdadeiro e do bem compreendido.” (p.20)
“ Políbio (...) estuda a expansão romana (...) num quadro alargado as dimensões «mundiais» da conquista.” (p.20)
Capitulo III – O começo grego
“(...) em Roma o nascimento da história foi tardio, que a influencia grega foi decisiva e que, na sua expressão latina, derivou progressivamente da poesia épica.”
“(...) Nascimento tardio, se considerarmos que Roma afirma, justamente nestas duas obras, que tem um passado de cinco séculos e meio. Tal atraso explica-se por uma serie de fatores convergentes:
“ – carácter durante muito tempo secreto dos únicos arquivos oficiais, os Comentários dos Pontífices (...) que lhes permitiam estabelecer o calendário dos dias fastos e dos dias nefastos” (p.22)
“ – a pobreza dos ensinamentos que, a partir de 300 a.C., só os pontífices consentiram em afixar à porta da sua residência (...)” (p.22)
“ – um sentimento familiar persistente que, por um lado, retardou a emergência de um patriotismo capaz de inspirar uma história nacional, (...)” (p.22)
“ – a mediocridade da vida cultural numa sociedade mais guerreira do que especulativa, e a atracção, por um momento paralisante, da civilização helénica, que fez ter um pouco apreço a língua latina, justamente por aqueles que a falavam.” (p.22)
“Foi a historiadores da Grande Grécia (Philistos, Timeu de Tauromenion) e da Grécia Continental (Éforo, Teopompo) que Roma ficou a dever a sua entrada na historiografia.” (p.23)
“A divergência das interpretações provém da diferença de métodos. Os historiadores da literatura latina trabalham sobre fontes incontestáveis mas fragmentarias e fazem uma progressão prudente, positiva;” (p.24)
História e historiadores
“Durante dois séculos, a historia foi cultivada por alguns dos maiores escritores romanos: Salústio, César, Tito Lívio, Tácito, Suetónio... Daí a impressão, comum (...) de que Roma não só fez História mas também escreveu.” (p.24)
“ Entende-se por Commentários uma exposição precisa de factos vividos de que pretende guardar memória.” (p.25)
“Todavia, as Vidas dos Doze Césares, de Suetônio (...)c onstituem, apesar de pertencerem incontestavelmente ao gênero biográfico, uma obra amoralista, sem duvida a única olbra amoralista da historiografia romana.” (p.26)
História, ética e política
“A história usa, por conseguinte um método. Não é de modo algum um método crítico: quando se trata de distinguir o verdadeiro do falso, os Antigos confiam na probidade do historiador; trata-se de um método retórico.” (pp. 26 e 27)
“Nos historiadores menores, menos hábeis, como Floro, o resumidor de Tito Lívio, e Quinto Cúrsio, autor duma Vida de Alexandre, o relato torna-se sermão, e a explicação, sentença. Em todos eles, a análise social reduz-se ao estudo dos costumes.” (p.28)
O baptismo de Clio
“É certo que a Bíblia é bastante mais do que um livro histórico, mas também é um livro histórico: história das origens do mundo e de um povo, história deste povo ao longo de uma duração e de um espaço bem medidos.” (p. 29)
“Os cristão manifestam este interesse pela história de quatro maneiras:” (p.30)
“ – Pela redacção de sua própria história.” (p.30)
“ – Pela simbolização das cronologias bíblica e pagã.” (p.30)
“ – Por um aprofundamento do conhecimento do passado, tornado necessário pelas disputas com os filósofos pagãos (...).”(p.30)
“ – Pelo recurso de uma interpretação global da história. Deve-se a Santo Agostinho a invenção da filosofia da história, na ocorrência uma teologia da história.” (p.30)
Capítulo IV – A historiografia chinesa: a memória cristalizada
“Mal conhecida é seguramente a historiografia chinesa tradicional, pelo menos no Ocidente; dificilmente acessível e decifrável, desencoraja pela sua quantidade os mais persistentes.”(p. 33)
Nascimento
“A tradição faz de Confúcio (-551?-479?) o pai da história. Atribui-lhe os cinco Whu King (Clássicos)que constituem a base da cultura chinesa. (...) Na China, como noutros lados, a história brota da lenda e da crônica.” (p.34)
“Esta história-ficção encontra no século VIII a.C. uma cronologia mais segura e uma crônica mais rigorosa. A história torna-se documental – levemente – e analística – rigorosamente.”(p.34)
A história mandarínica
“Na China, o historiador nunca deixou de ser um funcionário do tempo.” (p.35)
“(...) a história mandarinica é também <ciência> da administração.” (p.36)
“(...)a historiografia chinesa é política. Pelas suas curiosidades: a vida e obra dos imperadores, dos grandes ministros, as intrigas dacorte, as revoltas e a sua repressão, as expedições militares (...)”(pp.36 e 37)
“O departamento dos historiadores tem a seu cargo a memória do Estado.” (p.37)
“Espelhode compreensão para governar – eis o título da célebre crônica que Sseu-ma Kuang 
(1019-1086) consagra à história geral da china, (...)” (p.37)
O método e o espírito 
“ Na China, o historiador é um compilador que abusa da citação. Sem indicar a proveniência , recopia as suas fontes com amor – escrever é uma alegria para os olhos e para o espírito – com respeito - «Transmitir»(...) falar do passado é prestar culto aos antepassados, (...)” (p.38)
“Na verdade, o historiador esta ausente da sua obra, (...) Se o espírito crítico se exerceu, foi de maneira invisível, pela rejeição do que foi considerado falso, pela transcrição do que foi considerado exacto.”(p.38)
“Escrever a história não é nem conhecer veridicamente, nem compreender o passado; é pô-lo em ordem.” (p.39)

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