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Procedimentos processuais penais
Análise dos procedimentos processuais penais, com especial atenção para o procedimento ordinário e
sumário; o procedimento especial do Tribunal do Júri; e o procedimento sumaríssimo.
Edison Burlamaqui
1. Itens iniciais
Propósito
Os procedimentos processuais penais estabelecem as regras de como o processo penal se desenvolverá,
sendo seu estudo de essencial importância para compreender como se chegará à decisão final.
Objetivos
Identificar os principais conceitos referentes aos diversos procedimentos processuais penais.
Analisar os princípios aplicáveis aos procedimentos processuais penais.
Identificar as principais regras reguladoras dos procedimentos processuais penais.
Introdução
Como sabemos, o Direito Processual Penal é o instrumento pelo qual o Estado materializa o seu direito de
punir, tendo, contudo, a função de garantia, ou seja, de proteger os indivíduos de eventuais abusos estatais.
Já o procedimento é exatamente a forma pela qual o processo se manifesta, ou seja, o modo pelo qual os atos
processuais se desenvolvem.
Ante o exposto, iniciaremos nossa análise com o estudo do procedimento comum, que se divide em ordinário,
sumário e sumaríssimo, este último sendo analisado apenas ao final. Após a análise das regras do
procedimento comum, que têm aplicação subsidiária aos demais procedimentos, passaremos à análise do
procedimento especial do tribunal do júri, aplicável às hipóteses de crimes praticados contra a vida. Por fim,
passaremos a analisar as regras do procedimento especial dos juizados especiais (sumaríssimo) e de alguns
procedimentos especiais previstos no Código de Processo Penal.
• 
• 
• 
1. Procedimento ordinário e sumário
Regras comuns e hipóteses de rejeição
Regras comuns aos procedimentos
Antes de analisar as regras específicas de cada procedimento, é preciso verificar que determinados
dispositivos do Código de Processo Penal, por expressa determinação legal, se aplicam a todos os
procedimentos.
Conforme determina o artigo 394, § 4º do Código de Processo Penal, as disposições dos artigos 395 a 397 do
CPP deverão ser aplicadas a todos os ritos de primeiro grau, mesmo os especiais.
Hipóteses de rejeição da denúncia ou queixa
O artigo 395 do Código de Processo Penal trata especificamente das hipóteses de rejeição da denúncia e da
queixa. Este determina que a denúncia ou queixa será rejeitada quando for manifestamente inepta; faltar
pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou faltar justa causa para o exercício da
ação penal. 
Inicialmente, destaca-se que denúncia inepta é aquela que não apresenta os requisitos do artigo 41 do CPP,
quais sejam: i) exposição do fato criminoso; ii) qualificação do acusado; iii) classificação do crime; e iv) rol das
testemunhas. 
Os pressupostos processuais, por sua vez, dividem-se em subjetivos e objetivos. Os pressupostos subjetivos
compreendem a capacidade de ser parte e a capacidade postulatória. Já os pressupostos objetivos
classificam-se em intrínsecos, correspondendo aos requisitos do artigo 41 do CPP e à presença da
procuração, e extrínsecos, que se referem à ausência de fatos impeditivos à constituição válida do processo,
como a litispendência e a coisa julgada. 
Já as condições da ação penal dividem-se em gerais e especiais. As condições gerais são aquelas que devem
estar presentes em qualquer ação penal. São elas a possibilidade jurídica do pedido; o interesse de agir (justa
causa); e legitimidade ad causam, ativa e passiva. Já as condições especiais vinculam o exercício da ação
penal ao atendimento de exigências legais expressamente previstas, como, por exemplo, a necessidade de
representação da vítima no crime de ameaça.
Por fim, a falta de justa causa se refere à existência de lastro probatório mínimo em que se deve basear a
acusação, ou seja, indícios mínimos da materialidade e autoria delitiva que justifiquem a propositura da ação
penal. 
Recebimento da denúncia e absolvição
Recebimento da denúncia ou queixa e citação do acusado
O artigo 396 do Código de Processo Penal dispõe que, nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a
denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para
responder à acusação, por escrito, no prazo de dez dias. 
Quanto ao recebimento da denúncia ou da queixa ou sua rejeição é importante ressaltar que o Pacote
Anticrime – introduzido pela Lei nº 13.964/2019 – trouxe inovações no âmbito do Código de Processo Penal. 
Inicialmente, ressalta-se que se instituiu a figura do juiz das garantias, que é o responsável pelo controle da
legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais. 
Assim, o artigo 3º-B, XV, inserido pela lei ao Código de Processo Penal, elenca que é o juiz das garantias
agora o responsável pelo recebimento ou rejeição da denúncia ou da queixa. 
Antes da reforma, a decisão sobre o recebimento da denúncia ou queixa era de competência do juiz
natural responsável pela instrução e julgamento do processo. 
Assim, com a atual redação, tal competência passa a ser do juiz das garantias, cuja atribuição também cessa
com esse ato processual, já que todas as demais questões pendentes e posteriores ao processo, inclusive a
citação do acusado, deverão ser determinadas pelo juízo da instrução, conforme dispõe o artigo 3º-C,
inserido pela reforma. 
Atenção
Importante observar que o artigo 3º-C é expresso ao elencar que a instituição do juiz das garantias é
aplicável para todas as infrações penais, com exceção as de menor potencial ofensivo. Dessa forma, tal
alteração se aplica também aos crimes com rito especial. 
Destaca-se que, apesar da mudança significativa, atualmente todas as disposições no Código de Processo
Penal que se referem ao juiz das garantias, elencadas nos artigos 3º-A a 3º-F, encontram-se suspensas por
força de medida cautelar parcialmente concedida no âmbito das ADIs 6.298, 6.299, 6.300 e 6305, pelo
Ministro Relator Luiz Fux. Desse modo, a competência para o recebimento da denúncia continua com o juiz
responsável pela instrução e julgamento. Superada essa pequena digressão, continuemos com nossa análise. 
Dispõe o artigo 396, parágrafo único do CPP, que não localizado para citação pessoal, será o imputado citado
por edital, caso em que o processo ficará suspenso e o prazo para a apresentação de resposta apenas
começará a fluir a partir de seu comparecimento pessoal ou do defensor constituído. 
Por fim, estabelece o artigo 396-A do CPP o conteúdo da defesa, indicando que, na resposta, o acusado
poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações,
especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando
necessário. 
Absolvição sumária
Oferecida a resposta pelo acusado, os autos deverão ser conclusos ao juiz, que verificará a possibilidade de
antecipar, mediante juízo de valor, o resultado final da demanda, com a finalidade de absolver sumariamente o
acusado.
Nesse momento, o juiz deve se valer do princípio do in dubio pro societate, ou seja, na dúvida, não
deve absolver o réu e determinar a continuidade do processo.
Dessa forma, o artigo 397 do Código de Processo Penal determina que o juiz deve absolver sumariamente o
acusado quando verificar: a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; a existência
manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; que o fato narrado
evidentemente não constitui crime; ou que extinta a punibilidade do agente.
Procedimento comum ordinário
Neste vídeo, o especialista discorre sobre o que é o procedimento comum ordinário, bem como traz suas
principais regras.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Conforme previsto no artigo 394, § 1º, I, do Código de Processo Penal, o procedimento comum ordinário deve
ser aplicado quando envolver crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior alongo do nosso estudo, foi possível perceber que todos os procedimentos possuem regras próprias
aplicadas, com a finalidade de atingir seu objetivo final, qual seja, a aplicação do direito material penal e do
direito de punir estatal. 
Podcast
Neste podcast, o especialista distinguirá o cabimento dos diferentes procedimentos processuais penais.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para ouvir o áudio.
Explore +
Para complementar os seus conhecimentos no assunto estudado, recomendamos a leitura do Título 11 do livro
Manual de Processo Penal – Volume Único, de Renato Brasileiro de Lima.
Referências
BRASILEIRO DE LIMA, R. Manual de Processo Penal - Volume Único. 10. ed. rev. ampl. e atual. Salvador:
JusPodivm, 2021.
 
NUCCI, G. de S. Curso de Direito Processual Penal. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2021.
	Procedimentos processuais penais
	1. Itens iniciais
	Propósito
	Objetivos
	Introdução
	1. Procedimento ordinário e sumário
	Regras comuns e hipóteses de rejeição
	Regras comuns aos procedimentos
	Hipóteses de rejeição da denúncia ou queixa
	Recebimento da denúncia e absolvição
	Recebimento da denúncia ou queixa e citação do acusado
	Atenção
	Absolvição sumária
	Procedimento comum ordinário
	Conteúdo interativo
	Procedimento comum sumário
	Atenção
	Vem que eu te explico!
	Regras comuns aos procedimentos
	Conteúdo interativo
	Procedimento comum sumário
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	2. Procedimento especial do tribunal do júri
	Procedimento do Tribunal do Júri e primeira fase
	Disposições gerais
	O Tribunal do Júri
	Conteúdo interativo
	Sumário da culpa (iudicium accusationis)
	Sumário da culpa: impronúncia e desclassificação do delito
	Impronúncia
	Atenção
	Desclassificação do delito
	Sumário da culpa: absolvição sumária e pronúncia
	Absolvição sumária
	Pronúncia
	Comentário
	Segunda fase do procedimento do Tribunal do Júri
	Segunda fase: Iudicium causae
	Saiba mais
	Sorteio dos jurados
	Iudicium causae: da instrução em plenário
	Da instrução em plenário
	Atenção
	Situação 1
	Situação 2
	Iudicium causae: quesitação e sentença
	Quesitação
	Saiba mais
	Sentença
	Saiba mais
	Vem que eu te explico!
	Quesitação
	Conteúdo interativo
	Sentença
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	3. Procedimento sumaríssimo e procedimentos especiais
	Procedimento sumaríssimo: competência e composição
	Disposições gerais
	Competência
	Composição dos danos civis
	Atenção
	Procedimento sumaríssimo: oferecimento e transação penal
	Oferecimento de representação
	Transação penal
	Conteúdo interativo
	Comentário
	Atenção
	Procedimento sumaríssimo: suspensão condicional do processo
	Suspensão condicional do processo
	Saiba mais
	Condição 1
	Condição 2
	Condição 3
	Condição 4
	Procedimento dos crimes praticados pela ordem pública
	Atos que compõem o procedimento
	Ato 1
	Ato 2
	Ato 3
	Ato 4
	Procedimento nos crimes contra a honra
	Atenção
	Vem que eu te explico!
	Suspensão condicional do processo
	Conteúdo interativo
	Procedimento nos crimes contra a honra
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	4. Conclusão
	Considerações finais
	Podcast
	Conteúdo interativo
	Explore +
	Referênciasquatro anos de pena
privativa de liberdade, podendo ser tanto de reclusão ou detenção. 
A primeira etapa do procedimento ordinário é o oferecimento da denúncia ou queixa-crime, sendo esta a
inicial acusatória. Destaca-se que, em se tratando de acusado preso, a inicial deverá ser oferecida no prazo de
cinco dias e, se estiver solto, em quinze dias, da data que o Ministério Público receber os autos do inquérito,
devendo conter os requisitos do artigo 41 do CPP, se fundando em um lastro probatório mínimo quanto à
autoria e à materialidade do fato. 
Conclusa a peça inicial ao juiz, este poderá rejeitá-la liminarmente, caso constate a ocorrência de qualquer
das situações previstas no artigo 395 do CPP. Não sendo, pois, caso de rejeição liminar, procederá com o
recebimento da inicial, nos termos do artigo 396 do CPP. Destaca-se que o recebimento da denúncia ou
queixa constitui marco interruptivo da prescrição (artigo 117, I, do CP). 
Recebida a denúncia ou a queixa, o juiz determinará a citação pessoal do acusado para responder à acusação,
por escrito, no prazo de dez dias. Não sendo possível a citação pessoal, determinará o juiz a citação por
edital, nos termos dos artigos 361 e 363, § 1º do CPP ou a citação por hora certa, nos termos do artigo 362 do
CPP. 
Nesse contexto, a seguir vamos analisar mais algumas ações:
1Citado o acusado, este deverá apresentar sua resposta à acusação. Na resposta, poderá arguir
preliminares e alegar tudo o que interessa à sua defesa, oferecer documentos e justificações,
especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação,
quando necessário. Destaca-se que, nessa fase, poderão ser arroladas até oito testemunhas, não se
computando nesse número aquelas não sujeitas a compromisso. Entretanto, se, devidamente citado,
o acusado não apresentar resposta no prazo legal, o juiz nomeará defensor para oferecê-la,
concedendo-lhe vista dos autos por dez dias, conforme o artigo 396-A, § 2º do CPP.
2Com a resposta do acusado, o magistrado deve verificar a possibilidade de proceder ao julgamento
antecipado da demanda penal, absolvendo sumariamente o réu, desde que reconheça a ocorrência
de qualquer das situações contempladas no artigo 397 do CPP. 
3Não sendo o caso de absolvição sumária, estabelece o artigo 399 do CPP que o juiz designará dia e
hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e,
se for o caso, do querelante e do assistente. Destaca-se que, conforme o artigo 201, § 2º, do CPP,
será necessário, também, notificar quanto ao ato o ofendido, ainda que não esteja ocupando a
posição de querelante ou de assistente do Ministério Público.
Caso todas as pessoas notificadas estejam presentes ao ato, deverá o juiz, no curso da instrução,
proceder-lhes a oitiva na seguinte ordem: declarações do ofendido; inquirição das testemunhas de
acusação e, após, das arroladas pela defesa; esclarecimentos dos peritos; acareações;
reconhecimento de pessoas e coisas; e interrogatório do acusado. 
Depois de produzidas as provas orais em audiência, sendo encerrada a instrução, facultará o juiz ao
Ministério Público, ao querelante e ao assistente, e, a seguir, ao acusado, requererem as diligências
cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução, as quais poderão ser
indeferidas pelo juiz se as considerar irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. 
Após a instrução probatória, passa-se às alegações finais. Realizadas as alegações finais em audiência, de
forma oral, poderá o juiz, na própria solenidade judicial, proferir a sentença, nos termos do artigo 403 do CPP.
Se entender o magistrado por substituir as alegações orais por memoriais escritos em face da complexidade
do caso, do número de acusados ou da necessidade de serem realizadas diligências, faculta-se ao juiz o
prazo de dez dias, após lhe serem conclusos os autos, para prolatar a sentença.
Destaca-se, por fim, que estabelece o artigo 405 do CPP que, do ocorrido em audiência, será lavrado termo
assinado pelo juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes ocorridos no curso da
solenidade.
Procedimento comum sumário
Segundo dispõe o artigo 394, § 1º, II, do Código de Processo Penal, o procedimento comum sumário deverá
ser aplicado quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a quatro anos de pena
privativa de liberdade. Logicamente, é necessário excluir da abrangência desse rito as infrações de menor
potencial ofensivo. 
A etapa inicial do procedimento é o oferecimento de denúncia ou queixa-crime que devem observar os
requisitos do artigo 41 do CPP. Destaca-se que, enquanto no procedimento comum ordinário poderão ser
arroladas até oito testemunhas, no rito comum sumário o número máximo é de cinco, nos termos do artigo
532 do CPP, não computadas as que não forem sujeitas a compromisso. 
Assim como ocorre no processo ordinário, há a possibilidade de rejeição liminar da inicial pelo juiz. Não sendo
o caso de rejeição, procederá o juiz ao recebimento da denúncia ou queixa, determinando, na sequência, a
citação do acusado para apresentar resposta em dez dias, momento em que poderá arguir preliminares e
alegar tudo o que interesse à sua defesa. Apresentada a resposta, serão os autos conclusos ao juiz, que
poderá, em julgamento antecipado, absolver sumariamente o acusado. 
Vencidas essas etapas e não tendo ocorrido a absolvição
sumária, segue-se a audiência para colheita de prova oral,
que deverá ser realizada no máximo em trinta dias. Nessa
oportunidade, procederá o juiz à tomada de declarações do
ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas
arroladas pela acusação e pela defesa, nessa ordem, bem
como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao
reconhecimento de pessoas, interrogando-se, em seguida,
o acusado e procedendo-se, finalmente, ao debate oral
pelas partes.
Produzida em audiência a prova oral, concederá o juiz, em
seguida, a palavra para alegações finais orais. Nesse
momento, acusação e defesa terão vinte minutos,
prorrogáveis por mais dez, para sustentação. Havendo mais de um acusado, o prazo para a defesa de cada
um será individual. Caso exista assistente de acusação habilitado, este poderá se manifestar em dez minutos
após o Ministério Público, caso em que o tempo a este concedido será acrescido ao tempo da defesa,
proferindo o juiz ao final a sentença.
Atenção
No rito comum sumário, inexiste a previsão de oportunidade para que as partes requeiram diligências
complementares ao juiz, ao contrário do que ocorre no rito comum ordinário. Isso, porém, não significa
que haja uma proibição nesse sentido, até porque, sem dúvida, haverá casos em que será necessária,
antes da sentença, a realização de diligências consideradas imprescindíveis à elucidação dos fatos. 
Do mesmo modo, também não há previsão de que possam os debates ser substituídos por memoriais
escritos, impondo-se, pelo regramento legal, que, em seguida às alegações orais, o juiz profira sentença em
audiência. Entretanto, a doutrina e a jurisprudência entendem que a regra pode ser flexibilizada em
determinadas situações, como, por exemplo, o número elevado de acusados.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Regras comuns aos procedimentos
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Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Procedimento comum sumário
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Verificando o aprendizado
Questão 1
(IAPEN-AP – Agente Penitenciário – FCC – 2018) A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
A
faltar justa causa para o exercício da ação.
B
o fato narrado evidentemente não constituir crime.
C
estiver extinta a punibilidade do agente.
D
for manifestamente apta.
E
existir manifesta causa excludente da ilicitude do fato.
A alternativa A está correta.
Segundo o art. 395, III, do CPP, a denúncia ou queixa será rejeitada quando faltar justa causa para oexercício da ação penal.
Questão 2
Nos termos do Código de Processo Penal, o juiz poderá absolver sumariamente o acusado quando se verifica:
A
que o fato narrado evidentemente não constitui crime.
B
a legalidade do fato.
C
a inexistência de causa excludente da culpabilidade do agente.
D
que o fato narrado evidentemente constitui crime.
E
a punibilidade do agente.
A alternativa A está correta.
Segundo o artigo 397 do Código de Processo Penal, o juiz possui a salvadura de absolver o acusado
quando o fato narrado evidentemente não constitui crime e também quando verificar: a existência
manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; a existência manifesta de causa excludente da
culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; ou que extinta a punibilidade do agente.
2. Procedimento especial do tribunal do júri
Procedimento do Tribunal do Júri e primeira fase
Disposições gerais
O Tribunal do Júri é um órgão especial do Poder Judiciário de primeira instância competente para o processo
e julgamento dos crimes dolosos contra a vida. O procedimento do Júri é bifásico, pois se estrutura em duas
fases distintas: a primeira, denominada iudicium accusationis ou sumário da culpa, que tem início com o
oferecimento da denúncia, e a segunda, denominada iudicium causae, que tem início com a preparação do
processo para julgamento em plenário.
O Tribunal do Júri
Neste vídeo, o especialista destaca as principais características do procedimento do Tribunal do Júri. 
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Sumário da culpa (iudicium accusationis)
O procedimento da primeira fase do Júri é bastante semelhante ao procedimento comum ordinário visto
anteriormente, devendo esse ser seguido durante o sumário da culpa. Entretanto, existem determinadas
diferenças, sendo destacadas a seguir algumas das mais relevantes.
Inicialmente, ao contrário do procedimento comum ordinário, que não prevê expressamente a oitiva da parte
acusadora após a apresentação da resposta à acusação pela defesa, consta do artigo 409 do CPP que,
apresentada a resposta à acusação, o juiz ouvirá o Ministério Público ou o querelante sobre preliminares e
documentos, em cinco dias.
Ademais, no âmbito do procedimento comum ordinário,
imediatamente após a apresentação da resposta à
acusação e antes da audiência de instrução e julgamento, é
possível que o acusado seja absolvido sumariamente, caso
presente uma das hipóteses elencadas no artigo 397 do
CPP. Já no procedimento do júri, a absolvição sumária
também é possível, porém só poderá ocorrer após a
audiência de instrução. Nesse sentido, o artigo 411, § 9º, do
CPP estabelece que, encerrados os debates na audiência
de instrução, o juiz proferirá a sua decisão, ou o fará em dez
dias, sendo a absolvição sumária uma das quatro possíveis
decisões que podem ser então proferidas, além da
pronúncia, desclassificação e impronúncia.
Adicionalmente, no procedimento comum ordinário, há previsão expressa de requerimento de diligências cuja
necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução. Entretanto, na primeira fase do
procedimento do Júri, não há semelhante previsão, sendo possível, contudo, que o magistrado determine a
realização de diligências fazendo uso do disposto no artigo 156, inciso II, do CPP, que versa sobre o princípio
da busca da verdade no processo penal.
Outra diferença se refere ao prazo para designação da audiência de instrução e julgamento. 
No âmbito do procedimento comum, há disposição no sentido de que a audiência deve ser realizada no prazo
máximo de 60 dias (artigo 400 do CPP), e, no procedimento comum sumário, tal audiência deve ser realizada
no prazo máximo de 30 dias (artigo 531 do CPP). Ocorre que, em relação à primeira fase do procedimento do
júri, o artigo 410 do CPP determina que, ouvida a acusação sobre preliminares e documentos apresentados na
resposta à acusação, deve o juiz determinar a inquirição das testemunhas e a realização das diligências
requeridas pelas partes, no prazo máximo de dez dias.
Por fim, ao final da primeira fase do Tribunal do Júri, como visto acima, o juiz poderá proferir quatro espécies
de decisões, sendo essa a principal peculiaridade da primeira fase de tal procedimento. Passemos agora a
analisá-las individualmente.
Sumário da culpa: impronúncia e desclassificação do
delito 
Impronúncia
Conforme determina o artigo 414 do CPP, o acusado deve ser fundamentadamente impronunciado pelo juiz
quando este não se convencer da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou
de participação. 
Quanto à natureza jurídica, a impronúncia é uma decisão interlocutória mista terminativa, porque não aprecia o
mérito para determinar se o acusado é culpado ou inocente, mas põe fim a uma fase procedimental,
acarretando a extinção do processo antes do final do procedimento. 
Como não há análise do mérito, a decisão de impronúncia só produz coisa julgada formal. Isso significa dizer
que, enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se
houver prova nova (artigo 414, parágrafo único do CPP). 
Ante o exposto, a decisão de impronúncia é tomada com base na cláusula rebus sic stantibus, ou seja,
mantidos os pressupostos fáticos que a ela serviram de amparo, essa decisão deve ser mantida; modificando-
se o panorama probatório, é possível o oferecimento de nova denúncia ou queixa, desde que ainda não tenha
ocorrido a extinção da punibilidade. 
Atenção
Caso surjam provas novas, haverá necessidade de nova peça acusatória, instaurando-se outro processo
criminal contra o acusado, processo esse que deve tramitar perante o mesmo juiz, que estará prevento
para a demanda. 
Destaca-se que, havendo crime conexo, se o juiz decidir pela impronúncia do acusado em relação ao crime
doloso contra a vida, deve se abster de fazer qualquer análise no tocante à infração conexa, devendo os autos
ser encaminhados ao juízo competente, que terá competência para apreciar o crime conexo, caso não seja ele
próprio o competente. 
Por fim, quanto ao recurso cabível, segundo a nova redação do artigo 416 do CPP, caberá apelação, sendo
legitimados a interpor tal recurso o querelante, o Ministério Público e o assistente de acusação.
Desclassificação do delito
De acordo com o artigo 419 do CPP, quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da
existência de crime diverso dos referidos no § 1º do artigo 74 do CPP (homicídio, induzimento, instigação ou
auxílio a suicídio, infanticídio e aborto), e não for competente para seu julgamento, remeterá os autos ao juiz
que o seja. 
Se o juiz concluir que o fato narrado na peça acusatória não diz respeito a crime doloso contra a
vida, deverá proceder à desclassificação da imputação.
Na decisão de desclassificação, a fim de se evitar indevida antecipação do juízo de mérito, deve o juiz, em
regra, se abster de fixar a nova capitulação legal, bastando que aponte a inexistência de crime doloso contra a
vida, sendo tal competência do juiz que julgará o processo. 
O recurso cabível contra a decisão de desclassificação é o recurso em sentido estrito, já que a
desclassificação conclui pela incompetência do juízo (artigo 581, II do CPP), podendo ser interposto pelo MP,
pelo querelante, pelo acusado e por seu defensor. 
Sumário da culpa: absolvição sumária e pronúncia
Absolvição sumária
Diferentemente do procedimento comum, em que a absolvição sumária é oportunizada após a resposta à
acusação e antes da instrução processual, no Júri, ela só pode ocorrer após a instrução. 
De acordo com o artigo 415 do CPP, a absolvição sumária será cabível na primeira fase do Júri, quando
provada a inexistência do fato, quando provada a negativa de autoria ou de participação, quando o juiz
entender que o fato não constitui infração penal ou quando demonstrada causa de isenção de pena ou de
exclusão do crime. 
Ressalta-se que, nos termos do artigo 415, parágrafo único, do CPP, se a inimputabilidade não for a única tesedefensiva, não é possível a absolvição sumária, pois, do contrário, ao inimputável seria imposta uma medida
de segurança (artigo 386, parágrafo único, III, do CPP c/c. artigo 97 do CP), que também possui natureza de
sanção penal. 
Assim, havendo outra tese defensiva, não deve o magistrado absolver sumariamente o réu. Nesse caso, o
acusado deve ser pronunciado e remetido a julgamento perante o Tribunal do Júri, cabendo aos jurados
decidir sobre essa e as demais teses defensivas. Afinal, se acolhida outra tese defensiva pelo Conselho de
Sentença (ex.: legítima defesa), ao acusado não será imposta nenhuma medida de segurança, sendo essa
uma situação mais favorável ao mesmo.
Ressalta-se que, nessa fase, vigora o princípio in dubio pro societate. Assim, a absolvição sumária deve ser
reservada apenas para as situações em que não houver qualquer dúvida por parte do magistrado. No caso de
dúvida, o juiz não deve absolver o réu, determinando o prosseguimento normal do processo. 
Destaca-se que a sentença de absolvição sumária é uma decisão de mérito, que, além de encerrar a primeira
fase do procedimento bifásico do júri, também põe fim ao processo. Assim, ao contrário da impronúncia, que
só faz coisa julgada formal, a sentença definitiva de absolvição sumária faz coisa julgada formal e material,
porquanto o magistrado ingressa na análise do mérito. Dessa forma, ainda que surjam provas novas após o
trânsito em julgado da decisão de absolvição sumária, o acusado não poderá ser novamente processado pela
mesma imputação. 
Por fim, importante indicar que, de acordo com o artigo 416 do CPP, contra a sentença de absolvição sumária
caberá apelação, sendo legitimados o querelante e Ministério Público. 
Pronúncia
A pronúncia encerra um juízo de admissibilidade da acusação de crime doloso contra a vida, permitindo o
julgamento pelo Tribunal do Júri apenas quando houver alguma viabilidade de haver a condenação do
acusado. 
O artigo 413 do CPP dispõe que, estando convencido da materialidade do fato e da existência de indícios
suficientes de autoria ou de participação, deve o juiz pronunciar o acusado fundamentadamente. 
Em relação à materialidade do crime, deve o juiz estar convencido, havendo necessidade de um juízo de
certeza. Já em relação à autoria ou participação, há necessidade apenas de indícios suficientes, ou seja, não
se exige que o juiz tenha certeza, bastando que conste dos autos elementos informativos ou de prova que
permitam afirmar, no momento da decisão, a existência de probabilidade de autoria ou participação. 
Por fim, importante indicar que, de acordo com o artigo 416 do CPP, contra a sentença de absolvição sumária
caberá apelação, sendo legitimados o querelante e Ministério Público.
Comentário
A pronúncia é tratada pela doutrina como uma decisão interlocutória mista não terminativa porque não
julga o mérito, ou seja, não condena nem absolve o acusado, mas põe fim a uma fase procedimental sem
encerrar o processo. 
Como a pronúncia encerra mero juízo de admissibilidade, cuja finalidade é submeter o acusado a julgamento
perante o Tribunal do Júri, tem natureza processual, não produzindo coisa julgada, e sim preclusão pro
judicato, podendo o Conselho de Sentença decidir contrariamente àquilo que restou assentado na pronúncia.
Prevalece na doutrina que o princípio aplicável à decisão de pronúncia é o in dubio pro societate, ou seja, na
dúvida quanto à existência do crime ou em relação à autoria ou participação, deve o juiz pronunciar o
acusado.
Ressalta-se que, na fundamentação da decisão de pronúncia, deve o magistrado se limitar a apontar a prova
da existência do crime e os indícios suficientes de autoria ou participação, valendo-se de termos sóbrios e
comedidos, para que não haja indevida influência no animus judicandi dos jurados, que podem ser facilmente
influenciados por uma pronúncia dotada de excessos.
O que mais devemos considerar sobre pronúncia?
Quando o juiz excede na linguagem, proferindo a pronúncia sem moderação, caracteriza-se o que se
denomina de eloquência acusatória, causa de nulidade absoluta da referida decisão, que, uma vez declarada,
acarreta o desentranhamento da pronúncia dos autos do processo e consequente necessidade de prolação
de nova decisão. 
De acordo com o artigo 413, § 1º, do CPP, a fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da
materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz
declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as
causas de aumento de pena. 
Importante destacar que, ao pronunciar o acusado, deve o magistrado se ater à imputação pertinente ao
crime doloso contra a vida, abstendo-se de fazer qualquer análise em relação à infração conexa, que será
automaticamente remetida à análise do Júri, haja ou não prova da materialidade, presentes (ou não) indícios
suficientes de autoria ou de participação. 
Por fim, contra a decisão de pronúncia cabe recurso em sentido estrito, nos termos do artigo 581, IV do CPP. 
Segunda fase do procedimento do Tribunal do Júri
Segunda fase: Iudicium causae
A segunda fase inicia-se com a preparação do processo para julgamento em plenário.
O artigo 422 do CPP determina que, ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri determinará a
intimação do órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para, no prazo
de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco),
oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência.
O artigo 423 do CPP, por sua vez, prevê um despacho de ordenamento do processo, colocando o feito em
condições de ser levado a julgamento perante o Tribunal do Júri. Por meio desse despacho, o juiz ordenará as
diligências necessárias para sanar qualquer nulidade ou esclarecer fato que interesse ao julgamento da causa
e fará relatório sucinto do processo, determinando sua inclusão em pauta da reunião do Tribunal do Júri.
Saiba mais
De acordo com o artigo 429 do CPP, salvo motivo relevante, a ordem de realização das sessões de
julgamento do Júri é a seguinte: i) os acusados presos; ii) dentre os acusados presos, aqueles que
estiverem há mais tempo na prisão; iii) em igualdade de condições, os precedentemente pronunciados. 
Sorteio dos jurados
Como visto anteriormente, de acordo com o artigo 447 do CPP, o Tribunal do Júri é composto por um juiz
togado, seu presidente, e por vinte e cinco jurados que serão sorteados dentre os alistados, sete dos quais
constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento.
Para que o juiz possa declarar instalados os trabalhos, anunciando o processo que será submetido a
julgamento, há necessidade da presença de pelo menos quinze jurados (artigo 463 do CPP). Caso não haja a
presença de pelo menos 15 jurados, o juiz presidente deverá proceder ao sorteio de tantos suplentes quantos
necessários, designando nova data para a sessão do Júri.
Dentre os jurados presentes, o juiz presidente sorteará sete jurados para a formação do Conselho de
Sentença. Uma vez realizado o sorteio, é possível que a parte recuse o jurado, podendo essa recusa ser
motivada ou imotivada.
A recusa motivada ocorre caso o jurado não revele espontaneamente a existência de causa de suspeição,
impedimento ou incompatibilidade (artigos 448 a 450 do CPP). Incumbe à parte interessada argui-la
oralmente, logo após a realização do sorteio e, tão logo recusado o jurado, a parte deve comprovar o alegado.
O jurado, em seguida, será ouvido, podendo reconhecer o impedimento, a suspeição ou a incompatibilidade.
Caso não o faça, incumbe ao juiz decidir o incidente de plano.
Acolhida a recusa motivada, o jurado será automaticamente excluído, sorteando-se outro. Se rejeitada a
arguição, o julgamento será realizado normalmente, devendo o incidente constar da ata, permitindo-se que a
parte prejudicada suscite a nulidade do feito em eventual recurso de apelação ou habeas corpus.Como a recusa motivada é baseada na falta de imparcialidade do jurado sorteado, à parte
interessada é facultada a utilização de tantas recusas quantas forem necessárias.
A recusa imotivada, por sua vez, consiste na recusa de até três dos jurados presentes e sorteados, sem
necessidade de declinação dos motivos da recusa. Estas são feitas à medida que as cédulas forem sendo
retiradas da urna, devendo o juiz realizar sua leitura, se manifestando primeiramente a defesa e depois o
Ministério Público (artigo 468 do CPP).
Formado o conselho de sentença, composto por sete jurados, o juiz passa então à realização do juramento.
Assim, conforme disposto no artigo 472 do CPP, o presidente, levantando-se, e, com ele, todos os presentes,
fará aos jurados a seguinte exortação: “Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com
imparcialidade e a proferir a vossa decisão de acordo com a vossa consciência e os ditames da justiça.” Os
jurados, por sua vez, nominalmente chamados pelo presidente, responderão: “Assim o prometo.”
Após o juramento, o jurado receberá cópias da pronúncia ou, se for o caso, das decisões posteriores que
julgaram admissível a acusação e do relatório do processo.
Iudicium causae: da instrução em plenário
Da instrução em plenário
Prestado o compromisso pelos jurados, será iniciada a instrução plenária quando o juiz presidente, o
Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor do acusado tomarão, sucessiva e diretamente, as
declarações do ofendido, se possível, e inquirirão as testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa.
Ao contrário do que ocorre no âmbito do procedimento comum, em que as perguntas são formuladas
inicialmente pelas partes, podendo o juiz depois complementar a inquirição em relação aos pontos não
esclarecidos, quem pergunta primeiro no plenário do Júri é o juiz presidente. Somente depois de o juiz
presidente formular suas perguntas, as partes poderão questionar o ofendido e as testemunhas, devendo
fazê-lo de maneira direta, sem a necessidade de que suas perguntas passem pelo presidente (artigo 473 do
CPP).
Atenção
Os jurados também poderão formular perguntas ao ofendido e às testemunhas, porém seus
questionamentos devem ser feitos por intermédio do juiz presidente (artigo 473, § 2º do CPP). De acordo
com o artigo 473, § 3º, após a oitiva do ofendido e das testemunhas, eventuais acareações,
reconhecimento de pessoas e coisas e esclarecimentos dos peritos, as partes e os jurados poderão
requerer a leitura de peças que se refiram, exclusivamente, às provas colhidas por carta precatória e às
provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis. 
Em seguida, o acusado será interrogado, se estiver presente à sessão de julgamento. 
Encerrada a instrução, será concedida a palavra ao MP, que fará a acusação nos limites da pronúncia ou das
decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, sustentando, se for o caso, a existência de
circunstância agravante. 
Se houver assistente de acusação, que deve ter requerido sua habilitação até cinco dias antes da data da
sessão para que possa participar do julgamento, falará imediatamente após o Ministério Público e, em seguida
a defesa. 
Nesse cenário, abordaremos dois acontecimentos importantes:
Situação 1
Em sua manifestação, deve a defesa buscar, precipuamente, a absolvição do acusado, sendo livre
para sustentar em plenário as teses que reputar mais oportunas, não estando vinculadas àquelas
anteriormente apresentadas. Ressalta-se que, revelando-se descabido um pedido de absolvição, não
se pode considerar o acusado indefeso se a manifestação da defesa técnica ocorrer no sentido da
exclusão de uma qualificadora ou de uma causa de aumento de pena, do reconhecimento de crime
tentado etc. Ao defensor, aliás, a doutrina e a jurisprudência são uníssonas em reconhecer a
possibilidade de abordar tese defensiva distinta daquela apresentada pelo acusado em seu
interrogatório, em fiel observância à plenitude de defesa, muito embora o juiz presidente esteja
obrigado a formular quesitos sobre ambas as teses.
Situação 2
Após a manifestação da defesa, passa-se à réplica, que é um ato da acusação consistente em voltar à
fala depois da sustentação oral da defesa, seja para reafirmar os termos da imputação delimitada pela
pronúncia, seja para contestar os argumentos apresentados pelo defensor técnico. Entretanto, trata-
se de mera faculdade que a acusação pode exercer livremente.
Não havendo réplica, a defesa não terá direito de ir à tréplica, sem que daí decorra qualquer violação
ao contraditório e à ampla defesa. Nessa hipótese, os debates estarão encerrados, passando-se à
votação dos quesitos. Entretanto, se houver réplica por parte da acusação, a defesa então passa a ter
direito de ir à tréplica.
O tempo destinado à acusação e à defesa será de uma hora e meia para cada, e de uma hora para a réplica e
outro tanto para a tréplica. Entretanto, havendo mais de um acusado, o tempo para a acusação e a defesa
será acrescido de uma hora e elevado ao dobro da réplica e da tréplica. Ademais, havendo mais de um
acusador ou mais de um defensor, combinarão entre si a distribuição do tempo, que, na falta de acordo, será
dividido pelo juiz presidente, de modo a não exceder o limite de tempo.
Destaca-se que o Código de Processo Penal prevê o direito ao aparte. O aparte é o pedido formulado pela
parte durante a sustentação oral da parte contrária para que interceda na sua fala, seja para fazer um
questionamento, uma retificação, uma observação, seja para discordar de afirmação contrária a seus
interesses.
O artigo 497, inciso XII, do CPP, passou a prever que o juiz presidente do Tribunal do Júri detém a atribuição
de regulamentar, durante os debates, a intervenção de uma das partes, quando a outra estiver com a palavra,
podendo conceder até três minutos para cada aparte requerido, que serão acrescidos ao tempo desta última.
Por fim, de acordo com o artigo 231 do CPP, salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar
documentos em qualquer fase do processo. A regra, portanto, é a possibilidade de juntada de documentos a
qualquer momento.
Entretanto, uma das exceções à regra geral é a constante do artigo 479 do CPP, segundo a qual durante o
julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tenha sido juntado aos
autos com a antecedência mínima de três dias úteis, dando-se ciência à outra parte.
Ressalta-se ainda que se compreende em tal proibição a leitura de jornais ou qualquer outro escrito, bem
como a exibição de vídeos, gravações, fotografias, laudos, quadros, croqui ou qualquer outro meio
assemelhado, cujo conteúdo versar sobre a matéria de fato submetida à apreciação e ao julgamento dos
jurados.
Iudicium causae: quesitação e sentença
Quesitação
Concluídos os debates, o juiz presidente indagará dos jurados se estão habilitados a julgar ou se necessitam
de outros esclarecimentos. Se houver dúvida sobre questão de fato, o presidente prestará esclarecimentos à
vista dos autos. Não havendo dúvidas, ou sendo estas sanadas, passa-se à quesitação e votação em sala
secreta.
De acordo com o artigo 482 do CPP, o Conselho de Sentença será questionado sobre matéria de fato e se o
acusado deve ser absolvido.
Assim, os quesitos são perguntas formuladas aos jurados para que se pronunciem quanto ao mérito da
acusação. Na sua elaboração, o presidente levará em conta os termos da pronúncia ou das decisões
posteriores que julgaram admissível a acusação, do interrogatório e das alegações das partes. Todas as teses
defensivas levantadas pelo acusado e por seu defensor devem ser quesitadas.
Afinal, como elaborar os quesitos?
Os quesitos devem ser elaborados na seguinte ordem: i) materialidade do fato; ii) autoria, coautoria ou
participação; iii) tentativa ou desclassificação para crime da competência do Júri; iv) se o acusado deve ser
absolvido; v) causa de diminuição de pena alegada pela defesa; e vi) circunstância qualificadora ou causa de
aumento de pena, reconhecidas na pronúncia ou emdecisões posteriores que julgaram admissível a
acusação.
Saiba mais
De acordo com a ordem estabelecida nos incisos I, II e III do artigo 483, o quesito seguinte à
materialidade e autoria seria aquele pertinente à absolvição do acusado (“O jurado absolve o acusado?”).
Porém, de acordo com o artigo 483, § 5º, sustentada a tese de ocorrência do crime na sua forma
tentada ou havendo divergência sobre a tipificação do delito, sendo este da competência do Tribunal do
Júri, o juiz formulará quesito acerca dessas questões, para ser respondido após o segundo quesito. 
Uma vez elaborados, o juiz presidente lerá os quesitos e indagará das partes se têm requerimento ou
reclamação a fazer, devendo qualquer deles, bem como a decisão, constar da ata. Ainda em plenário, o juiz
presidente explicará aos jurados o significado de cada quesito. Não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz
presidente, os jurados, o Ministério Público, o assistente, o querelante, o defensor do acusado, o escrivão e o
oficial de justiça dirigir-se-ão à sala especial a fim de ser procedida a votação.
Antes de proceder-se à votação de cada quesito, o juiz presidente mandará distribuir aos jurados pequenas
cédulas, feitas de papel opaco e facilmente dobráveis, contendo 7 (sete) delas a palavra sim, 7 (sete) a
palavra não.
Para assegurar o sigilo do voto, o oficial de justiça recolherá em urnas separadas as cédulas correspondentes
aos votos e as não utilizadas e, após a resposta, verificados os votos e as cédulas não utilizadas, o presidente
determinará que o escrivão registre no termo a votação de cada quesito, bem como o resultado do
julgamento.
Por fim, ressalta-se que, nos termos do artigo 489 do CPP, as decisões do Tribunal do Júri serão sempre
tomadas por maioria de votos.
Sentença
Concluída a votação e verificada a decisão dos jurados, que é tomada por maioria de votos como já visto,
incumbe ao juiz presidente proferir sentença. Essa sentença, regulamentada pelo artigo 492 do CPP, é tida
como subjetivamente complexa ou de formação complexa, pois envolve dois órgãos jurisdicionais diversos: o
Conselho de Sentença, que aprecia o fato e suas circunstâncias, e o juiz presidente, a quem cabe aplicar a
pena. 
Na hipótese de absolvição do acusado, deve o magistrado fazer breve relatório, julgando improcedente o
pedido de condenação formulado pela acusação. Ressalta-se que deve o juiz presidente se limitar a explicitar
que os jurados acolheram o pedido da defesa, tendo absolvido o acusado. 
No caso da sentença absolutória, deve o juiz ainda colocar em liberdade o acusado se por outro motivo não
estiver preso, revogar as medidas restritivas provisoriamente decretadas ou impor, se for o caso, a medida de
segurança cabível. 
Na hipótese de condenação, cabe ao juiz presidente fixar a pena, devendo fixar a pena-base; considerar as
circunstâncias agravantes ou atenuantes alegadas nos debates; e impor os aumentos ou diminuições da pena,
em atenção às causas admitidas pelo Júri. 
Saiba mais
Adicionalmente, conforme introduzido pela Lei nº 13.694/2019, deve o juiz, em caso de condenação
mandar o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se presentes os
requisitos da prisão preventiva, ou, no caso de condenação a uma pena igual ou superior a 15 (quinze)
anos de reclusão, determinando a execução provisória das penas, com expedição do mandado de
prisão, se for o caso, sem prejuízo do conhecimento de recursos que vierem a ser interpostos. 
Cabe ao juiz presidente estabelecer os efeitos genéricos e específicos da condenação (artigos 91 e 92 do
Código Penal).
Ressalta-se que, se houver desclassificação da infração para outra, de competência do juiz singular, ao
presidente do Tribunal do Júri caberá proferir sentença em seguida.
Por fim, conforme determina o artigo 493 do CPP, a sentença será lida em plenário pelo presidente antes de
encerrada a sessão de instrução e julgamento.
Vem que eu te explico!
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Quesitação
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Sentença
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Verificando o aprendizado
Questão 1
(TJ-AL – 2019 – FCC) Ao final da primeira fase do procedimento do júri,
A
o juiz, ao pronunciar o réu, não pode reconhecer em seu favor a existência de causa especial de diminuição da
pena.
B
o juiz deve sempre absolver o acusado desde logo no caso de inimputabilidade decorrente de doença mental
ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado.
C
não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de
participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado, mas sempre será possível a formulação
de nova denúncia ou queixa se houver prova nova.
D
quando o juiz se convencer da existência de crime diverso, em discordância com a acusação, deve sentenciar
o feito, independentemente da natureza da infração reconhecida.
E
o juiz deve impronunciar o réu se ficar comprovado não ser ele autor ou partícipe do fato.
A alternativa A está correta.
A pronúncia é fundamentada e identificada, de acordo com o artigo 413, § 1º, do CPP, a partir da
materialidade dos fatos e da existência de indícios satisfatórios, os quais devem ser suficientes de
culpabilidade ao autor, sendo o juiz o responsável em julgar incurso o acusado, especificar as
circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena.
Questão 2
(MPE-PB – 2018 – FCC) O Tribunal do Júri é composto por um juiz togado, seu presidente e por;
A
sete jurados.
B
vinte e cinco jurados.
C
vinte e um jurados.
D
nove jurados.
E
quinze jurados.
A alternativa B está correta.
Segundo o art. 447 do CPP, o Tribunal do Júri é composto por 1 (um) juiz togado, seu presidente e por 25
(vinte e cinco) jurados que serão sorteados dentre os alistados, 7 (sete) dos quais constituirão o Conselho
de Sentença em cada sessão de julgamento.
3. Procedimento sumaríssimo e procedimentos especiais
Procedimento sumaríssimo: competência e composição 
Disposições gerais
O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade,
economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela
vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade. 
Ressalta-se que se aplicam ao procedimento sumaríssimo, subsidiariamente, as disposições dos Códigos
Penal e de Processo Penal, no que não forem incompatíveis com tal procedimento. 
Competência
Com relação às infrações penais, a competência dos Juizados especiais criminais é fixada com base na
natureza da infração e na inexistência de circunstância que desloque a competência para o juízo comum.
São de competência dos juízos especiais as infrações de menor potencial ofensivo, sendo estas, conforme o
artigo 61 da Lei nº 9.099/95, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não
superior a dois anos, cumulada ou não com multa.
Destaca-se que nas hipóteses de conexão ou continência com infração penal comum (artigo 60, parágrafo
único); de impossibilidade de citação pessoal do autuado (artigo 66, parágrafo único); e quando evidenciada a
complexidade da causa (artigo 77, § 2º), a competência será do juízo comum.
Quanto à competência territorial, o artigo 63 da lei determina que a competência do Juizado será
determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal.
Em face da expressão dúbia utilizada por tal dispositivo legal – “praticada a infração penal” –, que confere a
impressão de se referir à “execução”, mas também parece trazer em si o significado de “levar a efeito” ou
“realizar”, que daria o sentido da consumação, prevalece a orientação segundo a qual a Lei nº 9.099/95
adotou a teoria da atividade, ao contrário do CPP, que adotou, em regra, a teoria do resultado.
Ressalta-se que, por mais que a competência dos Juizados para o processo e julgamento de infraçõesde
menor potencial ofensivo derive do artigo 98, inciso I, da CF, é certo que a competência dos Juizados admite
modificações, sendo, portanto, relativa.
Adicionalmente, na hipótese de outros crimes praticados em conexão ou continência com uma infração de
menor potencial ofensivo, deverão ser observadas as regras do artigo 78 do CPP, para se saber qual o juízo
competente.
Se, em virtude da aplicação das regras do artigo 78 do CPP, venha a ser estabelecida a competência do juízo
comum ou do tribunal do júri para julgar também a infração de menor potencial ofensivo, afastando, portanto,
o procedimento sumaríssimo da Lei nº 9.099/95, isso não impedirá a aplicação dos institutos da transação
penal e da composição dos danos civis em relação à infração de menor potencial ofensivo, desde que
preenchidos seus pressupostos legais.
Composição dos danos civis
A composição civil dos danos é a proposta feita pelo suposto autor do fato à vítima, para reparar os prejuízos
causados pela infração. Pode ser feita nas infrações que acarretem prejuízos materiais, morais ou estéticos à
vítima. Assim, como estão em jogo interesses patrimoniais e, portanto, de natureza individual disponível, não
há necessidade de intervenção do MP, a não ser que se trate de causa em que haja interesse de incapazes.
Atenção
A depender da natureza da ação penal, os efeitos da composição civil serão distintos. 
Na ação penal privada, de acordo com o artigo 74, parágrafo único, da Lei nº 9.099/95, o acordo homologado
acarreta a renúncia ao direito de queixa, com a consequente extinção da punibilidade. 
Destaca-se que, por força do princípio da indivisibilidade, a renúncia ao direito de queixa decorrente da
composição dos danos civis estende-se a coautores e partícipes do fato delituoso, ainda que eles não
estejam presentes à audiência preliminar. 
Na ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado também acarreta a renúncia ao
direito de representação (artigo 74, parágrafo único), acarretando também a extinção da punibilidade. 
Ressalta-se que, em ambas as situações, o não cumprimento do acordo não restitui à vítima o direito de
queixa ou de representação. De fato, extinta a punibilidade, resta ao ofendido apenas a possibilidade de
executar o título executivo judicial obtido com a homologação transitada em julgado. 
Na ação penal pública incondicionada, a doutrina entende que a celebração do acordo não acarretará a
extinção da punibilidade, servindo apenas para antecipar a certeza acerca do valor da indenização, o que
permite, em tese, imediata execução no juízo civil competente. Logo, será possível o oferecimento de
proposta de transação penal e, em último caso, até mesmo de denúncia. Entretanto, importante destacar o
enunciado 99 do FONAJE, que dispõe que, “nas infrações penais em que haja vítima determinada, em caso de
desinteresse desta ou de composição civil, deixa de existir justa causa para ação penal.” 
Por fim, obtida a composição dos danos civis, o acordo será reduzido a escrito e homologado pelo juiz
mediante sentença irrecorrível, que terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente. 
Procedimento sumaríssimo: oferecimento e transação
penal
Oferecimento de representação
Conforme determina o artigo 75 da lei, não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao
ofendido a oportunidade de exercer o direito de representação verbal, que será reduzida a termo. Entretanto,
o não oferecimento da representação na audiência preliminar não implica decadência do direito, que poderá
ser exercido no prazo legal. 
Tendo em vista a redação do artigo 75, grande parte da doutrina sustenta que a representação feita na
delegacia de polícia não é suficiente para a deflagração do processo, uma vez que a lei demarcou o exato
momento para o seu oferecimento. Entretanto, em coerência com os princípios da informalidade, economia
processual e celeridade, não há razão para se concluir que, nos Juizados, a representação somente seja
considerada válida quando apresentada em juízo. Logo, a representação pode ser oferecida perante a
autoridade policial, o MP ou o juízo, tal qual previsto expressamente no artigo 39 do CPP. 
Ressalta-se que, apesar de o artigo 75 falar apenas em “direito de representação”, é certo que, em se tratando
de ação penal privada, não obtida a composição dos danos civis, pode o ofendido ou seu representante legal,
oferecer a queixa-crime oral na própria audiência preliminar. 
Transação penal
Neste vídeo, o especialista trará o conceito da transação penal, seu cabimento e suas principais regras. 
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A transação penal consiste em um acordo celebrado entre o MP (ou querelante, nos crimes de ação penal
privada) e o autor do fato delituoso, por meio do qual é proposta a aplicação imediata de pena restritiva de
direitos ou multa, evitando-se, assim, a instauração do processo. Desse modo, a transação penal mitiga o
princípio da obrigatoriedade da ação penal, passando este a ser chamado, aqui, de princípio da
obrigatoriedade mitigada ou da discricionariedade regrada. 
Segundo o STJ, a transação penal e a suspensão condicional do processo não são um direito subjetivo do
acusado, mas, sim, um poder-dever do Ministério Público, titular da ação penal, a quem cabe, com
exclusividade, analisar a possibilidade de aplicação dos referidos institutos, desde que o faça de forma
fundamentada. 
Caso o juiz discorde do oferecimento ou não oferecimento, entende-se que é possível a aplicação analógica
do artigo 28 do CPP (cuja redação atualizada pela Lei nº 13.964/2019 – Lei Anticrime – encontra-se suspensa
por força de decisão liminar proferida no âmbito das ADIs 6.298, 6.299, 6.300 e 6305, pelo Supremo Tribunal
Federal. Assim, por ora, encontra-se vigente a redação anterior do artigo 28 do CPP, por meio da qual, em
caso de discordância, se submeterá a decisão jurídica ao Procurador Geral). 
Comentário
A transação penal não tem natureza jurídica de condenação criminal, não gera efeitos para fins de
reincidência e maus antecedentes e, por se tratar de submissão voluntária à sanção penal, não significa
reconhecimento da culpabilidade penal nem da responsabilidade civil. 
Para que seja cabível a transação penal, a infração penal deve ser tida como de menor potencial ofensivo,
assim compreendidas as contravenções penais e crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois
anos, cumulada ou não com multa, submetidos ou não a procedimento especial, ressalvadas as hipóteses de
violência doméstica e familiar contra a mulher. 
Destaca-se que a jurisprudência dos tribunais superiores não admite a transação penal se, na somatória do
concurso de crimes ou crime continuado, for ultrapassado o limite de dois anos. 
Ressalta-se que não é cabível a transação penal quando for o caso de arquivamento do termo
circunstanciado; quando o autor da infração tiver sido condenado, pela prática de crime, à pena privativa de
liberdade, por sentença definitiva; e quando o agente tiver sido beneficiado anteriormente, no prazo de cinco
anos, pela transação penal. 
Adicionalmente, também não será oferecida a transação penal quando não indicarem os antecedentes, a
conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e
suficiente a adoção da medida. 
Apesar de o artigo 76 fazer referência apenas aos crimes de ação penal pública condicionada à representação
e de ação penal pública incondicionada, a Corte Especial do STJ entende que é possível a transação penal na
ação penal privada. Nesse caso, cabe ao querelante, e não ao MP, fazer a proposta (RHC 102381/BA, em
09/10/2018). 
Atenção
Conforme a Súmula Vinculante nº 35, “a homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei
9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior,
possibilitando ao MP a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou
requisiçãode IP”. 
Procedimento sumaríssimo: suspensão condicional do
processo
Suspensão condicional do processo
A suspensão condicional do processo é um instituto despenalizador por meio do qual se permite a suspensão
do processo por um período de prova que pode variar de dois a quatro anos, desde que observado o
cumprimento de certas condições.
Conforme o artigo 89 da lei, ao oferecer a denúncia, admite-se que o órgão do MP ofereça a proposta de
suspensão condicional do processo, desde que o acusado preencha os requisitos contidos naquele artigo.
Ressalta-se que qualificadoras, privilégios, causas de aumento e de diminuição de pena são levadas em
consideração para se aferir o cabimento da suspensão, com a ressalva de que deve ser sempre analisada a
pena mínima cominada ao delito. Já nas hipóteses de concursos de crimes, são levadas em consideração a
somatória das penas ou o quantum decorrente da majoração da pena, em seu patamar mínimo.
Afinal, como o STF se posciona sobre essa questão?
Saiba mais
O STF tem o entendimento sumulado (Súmula 723) de que “não se admite a suspensão condicional do
processo por crime continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento
mínimo de 1/6 (um sexto) for superior a 1 (um) ano.” Da mesma maneira, o STJ tem o entendimento
sumulado (Súmula 723) de que “o benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às
infrações penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a
pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de 1
(um) ano.” 
Importante destacar que a condenação criminal já alcançada pelo período depurador de cinco anos, previsto
no artigo 64, I, do CP, não impede a concessão, ao acusado, em novo processo penal, do benefício da
suspensão condicional do processo, desde que preenchidos os demais requisitos que autorizariam a
suspensão condicional da pena. 
Anterior condenação à pena de multa não impede a concessão da suspensão condicional do processo, pois,
se tal espécie de condenação não obsta o sursis (artigo 77, § 1º, do CP), não pode, por consequência, afastar
a concessão da suspensão condicional do processo. 
Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do juiz, este, recebendo a denúncia, poderá
suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições:
Condição 1
Reparação do dano, salvo impossibilidade de
fazê-lo.
Condição 2
Proibição de frequentar determinados lugares.
Condição 3
Proibição de ausentar-se da comarca onde
reside, sem autorização do juiz.
Condição 4
Comparecimento pessoal e obrigatório a juízo,
mensalmente, para informar e justificar suas
atividades.
O juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato
e à situação pessoal do acusado. 
A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não
efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano, sendo essa hipótese de revogação obrigatória.
Entretanto, a suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por
contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta, sendo essa hipótese de revogação facultativa.
Importante chamar atenção para o fato de que não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do
processo. 
Por fim, expirado o prazo sem revogação, o juiz declarará extinta a punibilidade e, se o acusado não aceitar a
proposta, o processo prosseguirá em seus ulteriores termos. 
Procedimento dos crimes praticados pela ordem pública 
Atos que compõem o procedimento
Na apuração dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, estabelece o CPP procedimento
diferenciado conforme o caráter inafiançável ou afiançável do delito.
Ocorre que, na atualidade, tendo em vista a nova disciplina introduzida pela Lei nº 12.403/2011 ao CPP, tal
distinção perdeu completamente a relevância. Isso porque, nos termos do artigo 323 do CPP alterado pela
referida lei, são inafiançáveis apenas os crimes de racismo, tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, terrorismo, os crimes definidos como hediondos e aqueles cometidos por grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático. 
Considerando que, nesse rol, não está inserido qualquer dos crimes de responsabilidade dos
funcionários públicos, infere-se que tais delitos, agora, são todos afiançáveis. 
Desse modo, independentemente de qual tenha sido o crime praticado, para definição do procedimento,
deve-se conciliar o rito ditado pelos artigos 514 a 518 do CPP com o estabelecido no artigo 394, § 4º (redação
da Lei nº 11.719/2008) do mesmo Código, ao prever que as disposições dos artigos 395 a 398 aplicam-se a
todos os procedimentos de primeiro grau. 
Nesse contexto, infere-se que o procedimento de apuração dos crimes de responsabilidade dos funcionários
públicos compõe-se da seguinte ordem de atos:
Ato 1
Oferecimento da denúncia e da queixa-crime.
Ato 2
Autuação e notificação para resposta preliminar
em quinze dias.
Ato 3
Decisão quanto ao recebimento ou à rejeição da
inicial.
Ato 4
Prosseguimento segundo os termos do rito
comum ordinário.
Nesse contexto, infere-se que o procedimento de apuração dos crimes de responsabilidade dos funcionários
públicos compõe-se da seguinte ordem de atos: i) oferecimento da denúncia e da queixa-crime; ii) autuação e
notificação para resposta preliminar em quinze dias; iii) decisão quanto ao recebimento ou rejeição da inicial; e
iv) prosseguimento segundo os termos do rito comum ordinário. 
Nesse procedimento especial e inicial, deverá observar os requisitos do artigo 41 do CPP, instruída, ainda,
com os documentos ou justificações que façam presumir a existência do crime ou declaração fundamentada
quanto à impossibilidade de fazê-lo (artigo 513 do CPP). Não previsto número diferenciado de testemunhas,
poderão ser arroladas até o máximo de oito. 
Não sendo o caso de rejeição liminar pelo juiz com fundamento no artigo 395 do CPP, determinará a
notificação do acusado para responder à acusação. Segundo a norma do artigo 514 do CPP, essa notificação
deverá ser pessoal ao acusado, e, se não localizado ou residente em comarca distinta, deve o magistrado
proceder à nomeação de defensor dativo para apresentá-la. 
Mais duas questões são tratada nesse contexto, veja:
Recebida a exordial, ordenada a citação do réu e apresentada a resposta do acusado, determinará o
magistrado o prosseguimento do processo nos exatos termos previstos para o procedimento ordinário visto
anteriormente.
Ressalta-se que, no âmbito do STF, entende-se que é indispensável a defesa preliminar nas hipóteses do
artigo 514 do CPP, mesmo quando a denúncia é lastreada em inquérito policial, já que a finalidade precípua
dessa defesa é a de evitar a propositura de ações penais temerárias contra funcionários públicos. Já no STJ,
consagrou-se entendimento oposto, compreendendo-se, nos termos da Súmula 330, que “é desnecessária a
resposta preliminar de que trata o art. 514 do CPP, na ação penal instruída por inquérito policial”.
De todo modo, cabe ressaltar que ambas as Cortes Superiores compreendem que a nulidade eventualmente
configurada em razão da falta de notificação para defesa preliminar é relativa, devendo ser arguida
tempestivamente, com demonstração de prejuízo, sob pena de preclusão.
Procedimento nos crimes contra a honra
Embora os dispositivos que regulam esse procedimento estejam inseridos em capítulo do CPP que trata “do
processo e do julgamento dos crimes de calúnia e injúria”, é evidente que se aplicam, também, à apuração da
difamação.
Entretanto, o procedimento dos artigos 519 a 523 do CPP é aplicável tão somente às hipóteses em que a pena
máxima cominada ao crime for superior a dois anos de prisão, pois, caso contrário, classifica-se como de
menor potencial ofensivo e o rito a ser observado será o sumaríssimo da Lei nº 9.099/1995.
Dessa forma,os delitos com pena máxima in abstrato superior a dois anos e, portanto, sujeitos ao
procedimento ditado pelo CPP são apenas os crimes: de injúria qualificada (artigo 140, § 3º, do CP); de
calúnia, quando aplicável a causa de aumento de pena do artigo 141 do CP; e os crimes praticados sob a
forma de violência doméstica e familiar contra a mulher (violência moral), nos termos definidos no art. 7º, V, da
Lei nº 11.340/2006.
Importante destacar que esse rito segue os atos previstos
para o procedimento comum ordinário, agregando-se,
apenas, as seguintes modificações: i) previsão de audiência
de tentativa de conciliação previamente ao recebimento da
inicial acusatória; e ii) possibilidade de serem deduzidas as
exceções da verdade e da notoriedade do fato.
O processo inicia com o ajuizamento da ação penal e
audiência de tentativa de conciliação. Assim, oferecida a
queixa-crime, deverá o magistrado, antes de recebê-la,
ordenar a notificação do querelante e do querelado para
comparecerem à audiência de tentativa de conciliação (artigo 520 do CPP), a qual se realizará sem a presença
de advogados.
Questão 1 
Apresentada a defesa preliminar, os autos
serão conclusos ao magistrado, que poderá
rejeitar a denúncia ou a queixa, se verificar a
ocorrência de qualquer das hipóteses do
artigo 395 do CPP ou se concluir no sentido
da inexistência do crime ou da improcedência
da ação (artigo 516 do CPP).
Questão 2 
Não sendo o caso de rejeição, poderá o
juiz receber a exordial acusatória,
determinando a citação do acusado
para, em dez dias, responder à acusação
com base no artigo 396 do CPP, ocasião
em que poderá o advogado arguir
preliminares e alegar tudo o que
interessa à sua defesa, oferecer
documentos e justificações, especificar
as provas pretendidas e arrolar
testemunhas, qualificando-as e
requerendo sua intimação, quando
necessário.
Havendo a conciliação, será assinado termo de desistência da ação penal, arquivando-se o feito. Por outro
lado, se não houver êxito na tentativa de conciliação, caberá ao juiz proceder ao seu recebimento, ordenando
a citação do réu para resposta em dez dias (artigo 396 do CPP).
Ressalta-se que prevalece na doutrina que a natureza jurídica da audiência de tentativa de conciliação é de
condição de prosseguibilidade da ação penal e a ausência de designação dessa audiência consubstancia
constrangimento ilegal, produzindo nulidade processual relativa em face da omissão de formalidade essencial.
Entretanto, se a audiência de tentativa de conciliação for realizada após o recebimento da queixa-crime, não
há que se falar em nulidade, pois o ato terá cumprido sua finalidade.
Havendo a ausência do querelante, se injustificada, o processo deve ter prosseguimento, inexistindo
razão para extingui-lo simplesmente porque deixou o querelante de comparecer a uma audiência de
conciliação, devendo isso ser interpretado como ausência de vontade em transigir. Entretanto, se
houver ausência do querelado, o magistrado pode receber a ação penal e ordenar seu
prosseguimento ou determinar a sua condução coercitiva com base no artigo 260 do CPP, apesar de
sua ausência não acarretar, para ele, nenhum ônus ou sanção processual.
Contemporaneamente à apresentação da resposta, poderá o querelado, em petição distinta, apresentar
exceção da verdade ou exceção da notoriedade do fato (artigo 523 do CPP).
A exceção da verdade consiste na oportunidade assegurada ao réu para demonstrar a veracidade das
afirmações consideradas ofensivas pelo querelante. É admitida na hipótese de calúnia (artigo 138, § 3º, do CP)
e de difamação praticado contra funcionário público no exercício de suas funções (artigo 139, parágrafo único,
do CP).
Por outro lado, a exceção da notoriedade do fato é aquela que visa demonstrar que a afirmação realizada pelo
réu não causa reação no meio social, já que respeita a fato conhecido por todos. Essa é cabível apenas na
difamação, independentemente da condição do ofendido (funcionário público ou não).
Ressalta-se que não se admitem as exceções da verdade e da notoriedade do fato no crime de injúria, pois,
nesse caso, é violada a honra subjetiva da pessoa, não importando a verdade ou a notoriedade do que foi
afirmado pelo réu.
Importante destacar ainda a existência do pedido de explicações. 
Atenção
Estabelece o artigo 144 do CP que, “se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação
ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a
critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa”. 
Como se vê, trata-se do pedido de explicações de uma medida não obrigatória e preliminar ao ingresso de
ação penal por crime contra a honra, que visa obter do suposto ofensor um esclarecimento sobre o real
sentido de suas expressões. 
O pedido, na verdade, possui natureza jurídica de uma interpelação, processando-se com base nos artigos
726 e seguintes do CPC/2015. 
Por fim, quando for oferecida a exceção da verdade ou da notoriedade do fato imputado, o querelante poderá
contestar a exceção no prazo de dois dias, podendo ser inquiridas as testemunhas arroladas na queixa, ou
outras indicadas naquele prazo, em substituição às primeiras, ou para completar o máximo legal. 
Vem que eu te explico!
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Suspensão condicional do processo
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Procedimento nos crimes contra a honra
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Verificando o aprendizado
Questão 1
(IAPEN-AP – Agente Penitenciário – 2018 – FCC) Sobre a suspensão condicional do processo, prevista na Lei
n° 9099/95, é correto afirmar:
A
É cabível nos crimes cuja pena mínima cominada for igual ou inferior a 2 anos.
B
Expirado o prazo acordado sem revogação, o juiz absolverá o acusado.
C
Caso o acusado não aceite a proposta, pode o juiz aplicar-lhe diretamente a pena restritiva de direitos, desde
que não superior a 6 meses.
D
Será obrigatoriamente revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro crime ou
contravenção penal.
E
Durante o prazo de suspensão do processo, não correrá a prescrição.
A alternativa E está correta.
Segundo o art. 89, parágrafo 6º da Lei nº 9.099/95, não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão
do processo.
Questão 2
(MPE-AP – 2021 – CESPE) Com relação ao procedimento aplicável aos crimes de responsabilidade praticados
por funcionários públicos contra a administração pública, assinale a opção correta.
A
Aplica-se o procedimento especial somente aos crimes inafiançáveis.
B
Aplica-se o procedimento especial aos delitos praticados por agentes políticos com prerrogativa de função.
C
Aplica-se o procedimento previsto na Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais caso o crime funcional seja
de menor potencial ofensivo.
D
Aplica-se o procedimento especial mesmo que o funcionário público tenha deixado a função na qual estava
investido.
E
Aplica-se o rito dos crimes funcionais ao crime fiscal praticado por funcionário público.
A alternativa C está correta.
Conforme o art. 60 e 61 da Lei nº 9.099/95, tratando-se de infração de menor potencial ofensivo, aplica-se
o rito sumaríssimo dos juizados especiais.
4. Conclusão
Considerações finais
Conforme visto, os procedimentos processuais penais dividem-se em comuns e especiais, estes últimos
incorporando regras próprias de tramitação processual visando à apuração dos crimes que constituem o
objeto de sua disciplina, e os primeiros sendo o rito padrão ditado pelo Código de Processo Penal para ser
aplicado residualmente. 
O procedimento comum, por sua vez, subdivide-se em três espécies, condicionando-se a respectiva aplicação
à quantidade da pena máxima cominada in abstrato e, conforme o caso, à natureza da infração, podendo ser
comum ordinário, comum sumário e comum sumaríssimo, este último sendo de competência dos Juizados
especiais criminais. 
Ao

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