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Prévia do material em texto

EA
D
Didática: Visão Histórica 
e Conceituação
3
1. OBJETIVOS
•	 Analisar	e	discutir	criticamente	os	elementos	específicos	
da	Didática,	 articulando-os	 com	as	dimensões	histórica,	
ideológica,	epistemológica	e	antropológica	da	prática	pe-
dagógica.
•	 Discutir	os	desafios	da	prática	docente	em	face	à	constru-
ção	e	reconstrução	da	Didática	em	uma	perspectiva	críti-
ca	da	Educação.
•	 Compreender	o	papel	da	Didática	no	processo	de	ensino	
e	aprendizagem	e	na	formação	do	professor	que	atua	na	
Educação	Superior.
•	 Explicitar	determinados	conceitos	necessários	ao	estudo	
do	campo	epistemológico	da	Didática.
© Didática do Ensino Superior52
2. CONTEÚDOS
•	 Didática:	aspectos	históricos	e	conceituais.
•	 Os	elementos	teórico-metodológicos	da	Didática.
•	 Ensino	de	Didática	e	formação	de	professores.
3. ORIENTAÇÃO PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes	de	 iniciar	o	estudo	desta	unidade,	é	 importante	que	
você	leia	as	orientações	a	seguir:
1)	 Para	discutir	e	analisar	com	profundidade	os	conteúdos	
estudados	procure	consultar	sites,	 ler	obras	e	entrevis-
tas	em	jornais	e	revistas	que	tratem	sobre	o	assunto.
2)	 A	obra	de	Pimenta	e	Anastasiou	(2002),	listada	no	Tópico	
Referências Bibliográficas,	é	a	referência	principal	para	o	
estudo	desta	obra.	É	 importante	que,	para	aprofundar	
seus	 conhecimentos,	 você	 faça	 a	 leitura	do	Capítulo	 1	
(1ª	parte),	páginas	41	a	92.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nesta	unidade,	analisaremos	as	questões	referentes	ao	cam-
po	da	Didática,	sua	relação	com	a	formação	de	professores	e	com	
o	processo	de	ensino-aprendizagem.	Qual	é	o	sentido	de	relevân-
cia	e	utilidade	da	Didática	na	formação	dos	professores	que	atuam	
na	Educação	Superior?
A	 Didática	 “é	 concebida	 como	 uma	 disciplina	 de	 natureza	
teórico-prática,	voltada	para	a	compreensão	do	processo	de	en-
sino	em	suas	múltiplas	determinações”	 (VEIGA,	1993,	p.	79-80).	
Portanto,	ela	não	se	reduz	ao	mero	domínio	das	técnicas	de	orien-
tações	didáticas,	mas	instrumentaliza	o	professor,	teórica	e	prati-
camente,	para	captar	e	resolver	os	problemas	postos	pela	prática	
pedagógica.
Bons	estudos!
Claretiano - Centro Universitário
53© U3 - Didática: Visão Histórica e Conceituação
5. DIDÁTICA: ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS
O	termo	“didática"	é	conhecido	desde	a	Grécia	Antiga	e	sig-
nifica	uma	ação	de	ensino	em	espaços	públicos	e	sociais.
De	Comênio	até	o	princípio	do	século	19,	há	o	predomínio	de	
um	conteúdo	relacionado	às	finalidades	da	Educação,	do	ensino	e	
dos	conteúdos	culturais	a	serem	dominados	pelo	homem.
João	Amós	Comênio,	em	sua	obra	Didática Magna	–	Tratado	
da	Arte	Universal	de	ensinar	tudo	a	todos,	elaborada	no	período	
de	1627	a	1657,	traz	um	novo	sentido	ao	processo	de	ensino,	pois	
por	meio	dela	o	ser	humano	(aluno	e	professor)	se	tornou	valori-
zado.
No	século	18,	Rousseau	contribui	para	a	segunda	revolução	
didática,	por	meio	da	obra	Emílio,	e	elabora	um	novo	conceito	de	
infância,	transformando	o	aprendizado	em	um	método	natural.
Já	 no	 século	 19,	 Herbart	 lança	 a	 sua	 Pedagogia	 científica,	
com	base	na	Psicologia	científica	da	época,	demonstrando	os	seus	
passos formais da aprendizagem	 (clareza,	 associação,	 sistema	
e	método),	os	quais	 foram	desdobrados	por	seus	discípulos	em:	
preparação,	apresentação,	associação,	sistematização,	aplicação	e	
avaliação.
Da	década	de	1950	até	a	de	1970,	houve	um	movimento	de	
defesa	do	princípio	da	neutralidade	científica	e	pedagógica	e	um	
privilégio	de	questões	metodológicas,	ou	seja,	a	Didática	apresen-
ta	um	caráter	prescritivo.	
No	entanto,	a	partir	da	década	de	1980,	com	o	tecnicismo	
e	o	desenvolvimento	de	novas	tecnologias,	a	Didática	volta	ofere-
cendo	meios	e	instrumentos	eficientes	para	o	controle	do	proces-
so	de	ensinar,	resultando	em	maior	eficácia	nos	resultados.
Vale	ressaltar	que,	até	hoje,	é	possível	encontrar	essa	didá-
tica	 instrumental	nos	cursos	de	Licenciatura,	de	maneira	que	os	
alunos	esperam	uma	disciplina	na	qual	possam	aprender	técnicas	
de	bem	ensinar,	na	perspectiva	de	uma	metodologia	de	ensino.
Regiane
Realce
Regiane
Realce
© Didática do Ensino Superior54
A	Didática	renegada	a	metodologias	e	técnicas	nos	anos	de	
1970	e	1980	passou	por	um	balanço	crítico,	cujo	resultado	foi	dis-
cutido	no	seminário	A Didática em questão,	 realizado	pela	PUC/
RJ,	em	1982.	
Nessa	ocasião,	a	Didática	foi	situada	como	um	modo	crítico	
de	desenvolver	uma	prática	educativa,	 interpretando	as	necessi-
dades	 sociais	 postas	 pelo	 país,	 com	 todas	 as	 suas	 contradições,	
e	possibilitando	a	 formação	de	professores	capazes	de	 formar	a	
grande	quantidade	de	alunos	que	começavam	a	ter	acesso	à	edu-
cação	desde	a	década	de	1960.
Desse	modo,	para	facilitar	a	compreensão	do	campo	episte-
mológico	da	Didática,	tendo	em	vista	a	sua	historicidade,	busca-
mos	alguns	conceitos	na	literatura	internacional	que	nos	auxiliem	
no	balizamento	do	referido	campo,	os	quais	foram	abordados	por	
Libâneo	(2002,	p.	9):
Vicente	 Benedito	 (1987),	 autor	 espanhol,	 considera	 a	 Didática	
como	uma	ciência	e	tecnologia	que	se	constrói	a	partir	da	teoria	e	
da	prática,	em	ambientes	organizados	de	relação	e	comunicação	in-
tencional,	nos	quais	se	desenvolvem	processos	de	ensino	e	apren-
dizagem	para	a	formação	do	aluno.
Para	o	autor	espanhol	Contreras	Domingo	 (1990),	a	Didática	é	a	
disciplina	que	explicita	os	processos	de	ensino-aprendizagem	para	
propor	sua	realização	conseqüente	com	as	finalidades	educativas.
Klingberg	 (1978),	 pedagogista	 alemão,	 compreende	 a	 Didática	
como	uma	disciplina	científica	da	Pedagogia	que	se	refere	às	rela-
ções	regulares	entre	o	ato	de	ensinar	e	a	aprendizagem.
Para	o	autor	Russo	Danilov	(1984),	a	Didática	estuda	o	processo	de	
ensino,	em	cujo	desenvolvimento	ocorre	a	assimilação	dos	conhe-
cimentos	sistematizados,	o	domínio	dos	procedimentos	para	apli-
car	tais	conhecimentos	na	prática,	e	o	desenvolvimento	das	forças	
cognoscitivas	do	educando.
Fica	evidente	na	perspectiva	desses	autores	que	o	ensino,	
caracterizado	como	uma	atividade	intencional	destinada	a	assegu-
rar	a	aprendizagem	dos	alunos,	tem	uma	interdependência	em	re-
lação	aos	objetivos	sociopolíticos	e	pedagógicos	da	Educação.	Em	
Regiane
Realce
Claretiano - Centro Universitário
55© U3 - Didática: Visão Histórica e Conceituação
outras	palavras,	a	Didática	 investiga	os	modos	de	realizar	a	Edu-
cação	mediante	o	ensino	por	analisar	criticamente	e	relacionar	a	
teoria	com	a	prática.
No	Brasil,	no	período	entre	1996	e	2000,	cresce	um	fenôme-
no	denominado	epistemologia da prática.	Ele	 investiga	o	ensino	
em	situação	e	adota	a	perspectiva	compreensiva	da	Didática,	que	
possibilita	a	interlocução	crítica	com	as	diversas	teorias.
Com	a	Pedagogia	renovada,	a psicologização individualizan-
te	perde	espaço.	"Porém	reconhece-se	o	mérito	delas	(as	teorias)	
ao	salientarem	a	importância	da	subjetividade	dos	professores	e	
dos	alunos	no	processo	de	produção	do	saber	docente	e	discente"	
(PIMENTA;	ANASTASIOU,	2002,	p.	50).
A	epistemologia	da	prática	estaria	apontando	para	a	possível	
superação	de	uma	perspectiva	individualista	em	prol	de	uma	pers-
pectiva	pública	das	práticas	escolares.	Para	 isso,	 são	necessárias	
análises	políticas	e	a	Didática	atual,	que	vai	além	das	técnicas	de	
ensino,	oferecendo	muito	à	Pedagogia	universitária.
As	pesquisas	de	Didática	e	docência	universitária	vêm	ten-
tando	desfazer	o	mito	do	método	único	e	do	poder	supremo	das	
técnicas	de	ensinar.	Essas	pesquisas	valorizam	a	preocupação	dos	
docentes	e	permitem	que	eles	reavaliem	e	reelaborem	sua	prática	
com	base	nas	atividades	oferecidas	nos	cursos	de	formação	con-
tinuada.	"[...]	nesse	sentido,	os	saberes	da	experiência	são	toma-
dos	como	ponto	de	partida	e,	intermediados	pela	teoria,	se	voltam	
para	a	prática"	(PIMENTA;	ANASTASIOU,	2002,	p.	58),o	que	incen-
tiva	uma	análise	crítica	e	uma	prática	criadora.
A	Didática	é	introduzida	no	Brasil	em	cursos	de	formação	de	
professores	com	ênfase	no	ensino	de	métodos	e	técnicas.	Atual-
mente,	possui	caráter	mais	amplo	e	crítico,	contudo,	os	docentes	
universitários	 (em	 sua	 maioria)	 ainda	 a	 concebem	 com	 caráter 
prescritivo e instrumental.	 Portanto,	 a	 Didática fundamental,	
para	 além	 de	métodos	 e	 técnicas,	 abrange,	 segundo	 Pimenta	 e	
Anastasiou	(2002,	p.	65-66),
© Didática do Ensino Superior56
um	campo	de	conhecimentos	sobre	a	problemática	educativa	na	
sua	 totalidade	 e	 historicidade	 e,	 ao	mesmo	 tempo,	 uma	diretriz	
orientadora	da	ação	educativa.	O	pedagógico	refere-se	às	finalida-
des	da	ação	educativa,	implicando	objetivos	sociopolíticos	a	partir	
dos	quais	se	estabelecem	formas	organizativas	e	metodológicas	da	
ação	educativa.
Por	consequência,	as	pesquisas	enfocam	os	saberes	docen-
tes	e	estes	passam	a	constituir	novos	saberes	em	Didática	 (con-
teúdos	das	áreas	de	fundamentos	e	programas	crítico-analíticos),	
enfatizando	o	ensino	na	sala	de	aula	e	a	formação	de	professores.
Finalizando,	ressaltamos	que	a	Didática	tem	como	objeto	de	
estudo	o	processo	de	ensino	na	sua	globalidade,	isto	é,	suas	fina-
lidades	sociopedagógicas,	 seus	princípios,	 suas	condições	e	seus	
meios	de	direção	e	organização	do	ensino	e	da	aprendizagem,	pe-
los	quais	se	assegura	a	mediação	docente	de	objetivos,	conteúdos,	
métodos,	em	vista	da	efetivação	da	assimilação	consciente	de	co-
nhecimentos.
6. OS ELEMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS DA 
DIDÁTICA
Para	Oliveira	(1993,	p.	66),	
A	Didática	 entende	o	 ensino,	 na	 qualidade	 de	 trabalho	 didático,	
produzido	socialmente	pelo	homem,	como	práxis,	articulado	às	ba-
ses	materiais	da	sociedade	que	se	pretende	transformar	e	que	pos-
sui	sua	expressão	nuclear	na	sala	de	aula.	Essa	didática	desvincula	
o	ensino	das	abordagens	positivistas	e	sistêmicas	e	o	compreende	
como	uma	totalidade	concreta.	
Nessa	perspectiva,	a	autora	explicita	a	concepção	de	ensino	
a	partir	das	seguintes	dimensões:	histórica,	ideológica	e	teleológi-
ca,	epistemológica	e	antropológica,	descritas	a	seguir:
•	 Dimensão histórica:	aborda	a	evolução	histórica	do	trata-
mento	da	Educação	e	a	análise	das	condições	objetivas	do	
contexto	atual	da	educação	brasileira.
Claretiano - Centro Universitário
57© U3 - Didática: Visão Histórica e Conceituação
•	 Dimensão ideológica e teleológica:	 evidencia	 a	 impor-
tância	dos	saberes	que	devem	ser	produzidos	no	âmbito	
das	relações	históricas	e	sociais.
•	 Dimensão epistemológica:	 aborda	 as	 relações	 entre	
método	 de	 ensino,	 método	 de	 aprender	 e	 método	 de	
organizar	as	matérias	de	estudo.	O	conteúdo	e	a	 forma	
no	fenômeno	do	ensino	não	se	reduzem	aos	conteúdos	
das	matérias	escolares	e	a	seus	métodos	de	ensino,	mas	
devem	ser	percebidos	na	interação	dialética,	ou	seja,	na	
totalidade	concreta	do	ensino,	 tais	como	as	práticas	es-
colares	em	geral	e	a	organização	do	trabalho	pedagógico.
•	 Dimensão antropológica:	 é	 entendida	 como	 trabalho	
concreto	de	produção	e	reprodução	da	existência	huma-
na	nas	esferas	material	e	espiritual,	pelo	qual	os	atores	da	
situação	pedagógica	escolar	se	relacionam	com	o	mundo	
natural	e	social.	A	consideração	da	dimensão	antropológi-
ca	no	processo	de	reconstrução	da	Didática	chama	a	aten-
ção	para	a	 importância	de	 se	discutirem,	no	âmbito	do	
ensino	e	da	pesquisa	na	área,	as	questões	da	organização	
do	trabalho	pedagógico	na	escola,	na	universidade	e	no	
âmago	da	organização	do	trabalho	na	sociedade	capita-
lista.
Portanto,	no	processo	de	reconstrução	de	uma	nova	Didá-
tica,	 é	 imperioso	 que	 se	 considere	 os	 elementos	 anteriormente	
abordados.
7. ENSINO DE DIDÁTICA E FORMAÇÃO DE PROFES-
SORES
No	processo	 de	 formação	 de	 professores,	 é	 preciso	 consi-
derar	os	saberes	pedagógicos,	didáticos	e	da	experiência	do	pro-
fessor,	direcionando,	redirecionando,	ampliando,	transformando	e	
ressignificando	a	ação	de	ensinar	a	Didática	e,	consequentemente,	
o	ensino	de	Didática.
© Didática do Ensino Superior58
Azzi	e	Caldeira	 (apud	PIMENTA;	ANASTASIOU,	2002,	p.	73)	
afirmam	que:
a	disciplina	Didática	tem	um	caráter	bastante	singular,	qual	seja,	o	
de	propiciar	ao	professor	que	com	ela	trabalha,	a	oportunidade	de	
exercer	a	docência	e	ao	mesmo	tempo	em	que	reflete	sobre	ela.
Dessa	forma,	tem	crescido	o	entendimento	de	que	o	profes-
sor	deveria	fazer	apenas	a	mediação	reflexiva,	que	é	relacionar	o	
aprendizado	com	os	conhecimentos	que	permeiam	a	sociedade.	
No	entanto,	a	mediação	reflexiva	exige	desse	profissional	e	de	sua	
identidade	conhecimentos	específicos	e	pedagógicos.
O	significado	que	o	professor	dá	a	si	mesmo	e	à	docência	é	
fundamental	na	construção	de	sua	identidade,	entendendo	iden-
tidade	como	algo	mutável	e	construído	historicamente,	de	acordo	
com	as	necessidades	e	a	demanda	da	profissão.	Tal identidade	é	
única,	pois	depende	de	como	cada	professor	dá	significado	à	sua	
docência.
Contudo,	os	professores,	quando	se	deparam	com	a	docên-
cia	no	Ensino	Superior,	trazem	experiências	do	que	é	ser	professor,	
vividas	enquanto	alunos,	não	possuindo	saberes	pedagógicos	que	
os	orientem	na	prática	docente.	Conforme	Pimenta	e	Anastasiou	
(2002,	p.	80),	"Ser	Professor	universitário	supõe	o	domínio	de	seu	
campo	específico	de	conhecimentos.	Mas	ter	o	domínio	do	conhe-
cimento	para	ensinar	supõe	mais	do	que	uma	apropriação	enciclo-
pédica".
Por	sua	vez,	educar	é	humanizar,	ou	seja,	civilizar	e	dar	com-
petência	para	que	o	indivíduo	leve	isso	adiante.	Então,	educar	na	
universidade	é	elevar	o	nível	da	civilização	dos	alunos	e	oferecer	
habilidade	para	operar,	 rever	e	 reconstruir	o	conhecimento	com	
sabedoria.
Ao	 serem	 indagados	 sobre	 a	 Didática,	 os	 professores	 uni-
versitários	respondem	que	ela	se	refere	ao	“saber	ensinar”.	Entre-
tanto,	 surge	uma	contradição,	pois	há	o	aparecimento	de	 frases	
Claretiano - Centro Universitário
59© U3 - Didática: Visão Histórica e Conceituação
como:	"Muitos	professores	sabem	a	matéria,	mas	não	sabem	en-
sinar",	às	quais	enfatizam	a	 importância	dos	saberes	didáticos	e	
pedagógicos.
De	acordo	com	a	história	da	formação	de	professores,	os	sa-
beres	específicos	e	pedagógicos	mudam	de	posição	com	relação	
ao	 status.	Na	atualidade,	os	 saberes	pedagógicos	não	 têm	prio-
ridade	 com	 relação	aos	 saberes	 específicos.	 Segundo	Pimenta	e	
Anastasiou	(2002,	p.	86),
Os	saberes	pedagógicos	podem	colaborar	com	a	prática.	Sobretudo	
se	forem	mobilizados	em	decorrência	dos	problemas	que	a	prática	
apresenta,	entendendo,	assim,	a	dependência	da	teoria	em	relação	
à	prática,	pois	esta	lhe	é	anterior.
Então,	pesquisar	o	ensino	para	ajudar	na	construção	da	iden-
tidade	do	professor	é	importante,	pois	ele	tem	a	possibilidade	de	
conhecer	melhor	a	realidade	escolar,	 trazer	novas	soluções	e	 in-
centivar	a	 capacidade	 investigativa	que	qualquer	professor	deve	
ter,	podendo	analisar	 tudo	com	o	olhar	docente	e	 construir	 sua	
identidade.
Desse	modo,	a	docência	na	universidade	tem	se	baseado	nos	
saberes	da	experiência,	carecendo	de	embasamento	teórico.	No	
entanto,	para	construir	uma	identidade,	os	professores	universitá-
rios	devem	ter	mais	contato	com	os	saberes	didático-pedagógicos	
para	desenvolver	uma	identidade	epistemológica	docente.
8. CONSIDERAÇÕES
Com	o	 estudo	 desta	 unidade,	 pode-se	 analisar	 a	 Didática,	
seu	campo	epistemológico	e	sua	importância	para	a	formação	de	
professores.
O	estudo	de	conceitos	relacionados	à	Didática	e	suas	deter-
minações	sociais,	culturais,	políticas	e	institucionais	nos	auxiliam	
a	analisar	os	fatores	que	alteram	o	papel	social	da	Educação	e	o	
papel	da	instituição	da	Educação	Superior	nesse	contexto.
© Didática do Ensino Superior60
Portanto,	é	importante	lembrar	que	as	leituras	e	atividadesindicadas	são	necessárias	e	importantes,	pois	este	referencial	será	
fundamental	para	a	compreensão	dos	conceitos	estudados.
9. E-REFERÊNCIA
ANPEd.	Associação	Nacional	de	Pós-Graduação	e	Pesquisa	em	Educação.	Home page.	
Disponível	em:	<http://www.anped.org.br>.	Acesso	em:	24	jun.	2014.
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZZI,	 S.	 Trabalho	docente:	 autonomia	 didática	 e	 construção	do	 saber	 pedagógico.	 In:	
PIMENTA,	 S.	G.	 P.	 (Org.).	Saberes pedagógicos e atividade docente.	 São	Paulo:	Cortez	
Editora,	1999.
BENEDITO,	V.	Introducción a la Didáctica.	Barcelona:	Barcanova,	1987.
CONTRERAS	DOMINGO,	J.	Ensenãnza, curriculum y profesorado:	introducción	crítica	a	la	
Didáctica.	Madrid:	Akal,	1990.
DANILOV,	M.	A.	Didáctica de la escuela media.	Havana:	 Editorial	 Pueblo	Y	Educación,	
1984.
HOUSSAYE,	 J.	 Une illusion pédagogique? Cahiers Pédagogiques.	 Les	 sciences	 d	
el'education:	quell	intérêt	pour	le	praticien?	Paris:	INRP,	1995.
KLINGBERG,	L.	Introducción a la Didáctica general.	Havana:	Editorial	Pueblo	Y	Educación,	
1978.
LIBÂNEO,	J.	C.	Didática:	velhos	e	novos	temas.	Edição	do	autor,	2002.
MELO,	M.	M.	O.	Repercussões	do	conhecimento	didático	sobre	a	formação	de	professores	
universitários	 em	 curso.	 In:	 CUNHA,	M.	 I.	 (Org.).	 Reflexões e práticas em pedagogia 
universitária.	Campinas:	Papirus,	2007.
OLIVEIRA,	M.	R.	S.	Didática:	ruptura,	compromisso	e	pesquisa.	Campinas:	Papirus,	1993.
PIMENTA,	S.	G.;	ANASTASIOU,	L.	G.	C.	Docência no Ensino Superior.	São	Paulo:	Cortez,	
2002.	v.	1.
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