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Unidade 6

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Prévia do material em texto

EA
D
Planejamento
de Ensino
6
1. OBJETIVOS
•	 Compreender	que	o	planejamento	é	uma	atividade	pe-
dagógica	 fundamental	 à	 sistematização	 do	 processo	 de	
ensino.
•	 Ter	o	planejamento	como	um	instrumento	orientador	do	
trabalho	pedagógico,	o	qual	deve	acompanhar	a	dinâmica	
inerente	ao	processo	de	ensino.
•	 Refutar	a	concepção	estática	e	mecânica	de	planejamen-
to.
2. CONTEÚDO
•	 Planejamento	como	processo	primordial	para	a	organiza-
ção	de	ensinar	e	aprender.
© Didática do Ensino Superior80
3. ORIENTAÇÃO PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes	de	 iniciar	o	estudo	desta	unidade,	é	 importante	que	
você	leia	as	orientações	a	seguir:
1)	 Para	atingir	seus	objetivos	de	estudo,	organize	seu	tem-
po	e	seu	espaço	de	estudo,	reflita	sobre	as	sugestões	dos	
colegas	de	curso	e	do	tutor,	bem	como	monitore	seu	de-
sempenho.	
2)	 Leia	os	livros	da	bibliografia	indicada,	para	que	você	am-
plie	seus	horizontes	teóricos.	Coteje	com	o	conteúdo	da	
obra	e	discuta	a	unidade	com	seus	colegas	e	com	o	tutor.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nesta	 unidade,	 aprofundaremos	 nossos	 conhecimentos	 a	
respeito	do	planejamento,	tema	de	grande	relevância	à	prática	do-
cente.
Planejar	é	um	importante	passo	quando	se	trata	de	poten-
cializar	o	desenvolvimento	de	um	trabalho	pedagógico	bem-suce-
dido.
No	decorrer	desta	unidade,	refletiremos	acerca	de	questões	
como:	
•	 O	que	entendemos	por	bom	planejamento?
•	 É	possível	desenvolver	uma	boa	prática	docente	sem	pla-
nejar?
•	 Como	 o	 planejamento	 pode	 potencializar	 o	 sucesso	 de	
ação	docente?
Bons	estudos!
5. DEFININDO O TERMO PLANEJAMENTO
Ferreira	(2004),	no	Novo Dicionário Aurélio da Língua Portu-
guesa,	define	o	termo	planejamento	como:	
Regiane
Realce
Claretiano - Centro Universitário
81© U6 - Planejamentode Ensino
Ato	ou	efeito	de	planejar.	Trabalho	de	preparação	para	qualquer	
empreendimento,	segundo	roteiros	e	métodos	determinados.	Pro-
cesso	que	leva	ao	estabelecimento	de	um	conjunto	coordenado	de	
ações,	visando	à	consecução	de	determinados	objetivos.
Vejamos,	agora,	 como	alguns	estudiosos	do	 tema	definem	
planejamento.
Para	Azanha	(2000),	o	planejamento	está	diretamente	ligado	
ao	 contexto	no	qual	 é	 pensado.	Desse	modo,	 pensar	o	planeja-
mento	escolar	no	Ensino	Superior	implica	ter	clareza	tanto	da	di-
mensão	de	ensino	na	qual	se	planeja	quanto	da	realidade	daquela	
comunidade	escolar.
Azanha	(2000)	alerta,	ainda,	para	a	existência	de	um	conjun-
to	de	saberes	fundamentais	para	que	sejamos	capazes	de	construir	
um	bom	planejamento.	Para	esse	autor,	é	fundamental	o	conheci-
mento	do	contexto	no	qual	o	planejamento	terá	lugar,	a	constru-
ção	de	uma	previsão	das	possíveis	alterações	de	percurso	e,	final-
mente,	dominar	os	saberes	gerais	necessários	à	ação	de	planejar.
Veja	como	Sacristán	(2000,	p.	286)	insiste	na	flexibilidade	e	
na	intencionalidade	como	indispensáveis,	quando	se	trata	de	pla-
nejamento	pedagógico:
não	consiste	no	exercício	de	uma	técnica	em	sentido	estrito	que	
possa	ajustar-se	a	uma	esquematização	de	um	processo	no	qual	se	
aplica	uma	norma	derivada	de	um	conhecimento	rigoroso,	mas	é,	
antes	de	tudo,	a	realização	de	uma	prática	na	qual	é	preciso	delibe-
rar	entre	opções,	considerar	circunstâncias	particulares	da	situação	
na	qual	 se	aplica,	para	a	qual	não	 se	pode	dispor	de	estratégias	
rigorosas	 nem	 de	 fundamentos	 muito	 precisos.	 O	 plano,	 como	
operação	na	qual	 atua	uma	 intencionalidade	a	 ser	 alcançada,	 as	
circunstancias	da	situação	e	as	orientações	provenientes	de	conhe-
cimentos	diversos,	não	permite	uma	tecnificação	rigorosa.
Segundo	Libâneo	(2005,	p.	345):
O	planejamento	consiste	em	ações	e	procedimentos	para	tomada	
de	decisões	a	respeito	de	objetivos	e	de	atividades	a	ser	realizadas	
em	razão	desses	objetivos.	É	um	processo	de	conhecimento	e	de	
análise	da	 realidade	escolar	em	suas	condições	concretas,	 tendo	
em	vista	a	elaboração	de	um	plano	ou	projeto	para	a	instituição.
Regiane
Realce
Regiane
Realce
Regiane
Realce
© Didática do Ensino Superior82
Em	relação	ao	Ensino	Superior,	Libâneo	(1994,	p.	221)	afirma	
que:
O	planejamento	 escolar	 que	 acontece	 em	 faculdades	 e	 universi-
dades	é	uma	tarefa	docente	que	inclui	tanto	a	previsão	das	ativi-
dades	didáticas	em	termos	de	sua	organização	e	coordenação	em	
face	dos	objetivos	propostos,	quanto	sua	revisão	e	adequação	no	
decorrer	do	processo	de	ensino.	O	planejamento	é	um	meio	para	
se	programar	as	ações	docentes,	mas	é	também	um	momento	de	
pesquisa	e	reflexão	intimamente	ligado	à	avaliação.
Vale	salientar	que	o	planejamento	escolar	no	Ensino	Supe-
rior	não	deve	se	voltar	exclusivamente	para	o	aspecto	acadêmico	
da	formação.
É	preciso	admitir	que	a	Educação	está	inserida	nas	questões	
de	cunho	social	e,	desse	modo,	deve	ter	entre	seus	compromissos	
mais	caros	o	de	formar	cidadãos	conscientes	do	seu	papel	trans-
formador	na	sociedade	(AZANHA,	1994).
Nessa	perspectiva,	vale	lembrar	que	as	atividades	de	plane-
jamento,	os	planos	de	ensino	e	os	planos	de	aula	não	são	neutros,	
uma	vez	que	a	seleção	de	objetivos	e	os	meios	de	execução	pre-
sentes	nessas	atividades	envolvem	escolhas,	 visões	de	mundo	e	
concepções	ideológicas.
Como	 educadores,	 devemos	 desenvolver	 essas	 atividades	
por	meio	de	uma	ação	engajada	com	a	missão	da	instituição	em	
que	trabalhamos,	com	as	propostas	do	Projeto	Político	Pedagógico	
do	curso	em	que	ministramos	aula,	com	as	Diretrizes	Curriculares	
Nacionais	do	referido	curso	e	com	as	necessidades	e	potencialida-
des	de	nossos	alunos.
Agora	veremos	a	distinção	entre	Planejamento,	Plano	de	En-
sino	e	Plano	de	Aula.
Planejamento 
Notamos	 que,	 embora,	 seja	 o	 meio	 universitário	 um	 dos	
principais	espaços	de	reflexão	acerca	do	caráter	político	e	social	da	
ação	docente,	na	prática,	o	planejamento	no	Ensino	Superior	ain-
Regiane
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Regiane
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Claretiano - Centro Universitário
83© U6 - Planejamentode Ensino
da	reflete	uma	visão	anacrônica	de	neutralidade,	como	se	pudesse	
ser	definido	por	um	conjunto	de	técnicas	capazes	de	garantir	um	
resultado	invariável.
Sabemos,	 no	 entanto,	 que	 o	 planejamento	 não	 comporta	
um	significado	em	si	mesmo,	uma	vez	que	sua	caracterização	está	
vinculada	aos	valores,	à	visão	de	mundo	e	aos	paradigmas	adota-
dos	pela	pessoa	ou	grupo	que	o	coloca	em	prática.
Podemos	encontrar	apoio	a	esta	afirmação	na	ideia	de	que	
toda	intervenção	humana	contém	um	caráter	ideológico	incompa-
tível	com	a	neutralidade,	tendo	como	caráter	ideológico,	segundo	
Aranha	(1998),	o	conjunto	de	ideias,	concepções	ou	opiniões	so-
bre	algum	tema	sujeito	à	discussão.
Desse	modo,	o	planejamento,	por	consistir	em	uma	ação	hu-
mana,	não	pode	ser	neutro,	 tampouco	considerado	 isoladamen-
te,	dissociado	dos	atores	(comunidade	escolar)	envolvidos	em	sua	
produção.
O	planejamento	é	a	instância	de	decisões	políticas	capazes	
de	consolidar	e	dinamizar	ações	que	venham	ao	encontro	dos	in-
teresses	de	uma	coletividade.
Vamos	procurar	sintetizar	o	que	vimos	até	aqui	sobre	o	pla-
nejamento,	orientados	pelas	ideias	de	Libâneo	(2006):
•	 plano	de	trabalho	que	indica	os	objetivos	e	o	modo	de	sua	
efetivação;
•	 proposição	de	uma	direção	política	e	pedagógica	para	o	
trabalho	escolar	por	meio	da	formulação	de	metas	e	pre-
visão	de	ações;
•	 promotor	da	 instituição	de	procedimentos	e	 instrumen-
tos	de	ação.
Para	ficar	clara	a	nossa	preocupação	em	relação	à	importân-
cia	do	planejamento	na	ação	docente,	devemos	insistir	que	há,	nas	
instituições	de	Ensino	Superior,	uma	mecanização	do	planejamen-
to.
Regiane
Realce
Regiane
Realce
© Didática do Ensino Superior84
Na	maioria	das	vezes,	ele	tem	sido	resumido	a	um	documen-
to	que	o	docente	preenche	e	entrega	ao	departamento	responsá-
vel.	É	importante	ficarclaro	que	planejamento	não	é	sinônimo	de	
Plano	de	Ensino,	pois,	como	veremos	a	seguir,	o	Plano	de	Ensino	é	
a	sistematização	do	planejamento.
Este	documento,	quase	sempre,	é	 refeito	 (copiado)	de	um	
ano	para	o	outro,	sem	passar	ao	menos	por	uma	rápida	revisão.
É	fundamental	que	a	equipe	docente	da	escola	perceba	e	as-
suma	a	necessidade	de	modificar	a	realidade	da	escola-sociedade	
e	tenha	no	planejamento	um	dos	meios	de	potencializar	a	efetiva-
ção	dessa	mudança.
O	ato	de	planejar	e,	desse	modo,	o	 trabalho	de	organizar,	
refletir	e	 registrar,	vivenciar,	desenvolver	e	avaliar	planos	de	en-
sino	são	ações	de	conjunto,	as	quais	toda	a	equipe	docente	deve	
ser	parte	integrante	e	ativa,	não	podendo	se	encerrar	nas	mãos	de	
alguns	poucos	professores	(FUSARI,	1998,	p.	44-53).
6. PROCESSO DE PLANEJAMENTO E ELABORAÇÃO 
DO PLANO DE ENSINO
Levantaremos	alguns	pontos	relevantes	para	a	nossa	refle-
xão,	para	deixar	claro	os	problemas	na	elaboração	do	Plano	de	En-
sino	nas	instituições	de	Ensino	Superior,	a	fim	de	superá-los:
1)	 Falta	 clareza	 na	 linguagem	 apresentada	 nos	 registros	
do	Plano	de	Ensino,	pois	os	objetivos	apresentados,	na	
maioria	das	vezes,	encontram-se	alheios	à	realidade	cul-
tural	e	social	dos	alunos.
2)	 A	definição	dos	conteúdos	é	arbitrária,	pois	não	conta	
com	a	participação	dos	docentes	dos	cursos.
3)	 Os	 recursos,	 na	maioria	 das	 vezes,	 não	 se	 configuram	
em	 instrumentos	de	dinamização	da	aula,	possibilitan-
do	ao	aluno	uma	participação	ativa	e	construtiva.	São,	
ironicamente,	vistos	 como	meros	 ilustradores	de	aulas	
expositivas.
Regiane
Realce
Claretiano - Centro Universitário
85© U6 - Planejamentode Ensino
4)	 Os	procedimentos	metodológicos	não	conferem	espaço	
para	debate	de	ideias,	reflexão	e	análise	dos	conteúdos.	
Eles	são,	muitas	vezes,	apenas	transmitidos	como	defini-
tivos	e	inquestionáveis.
5)	 O	aluno,	nesse	contexto,	é	um	expectador	passivo.
6)	 A	avaliação	da	aprendizagem	se	resume	a	provas	de	ren-
dimento	e	à	verificação	do	desempenho,	não	havendo	
uma	preocupação	 com	a	 reorientação	 do	 processo	 de	
ensino-aprendizagem.
Segundo	Lopes	(1995,	p.	42):
no	meio	escolar,	quando	se	faz	referência	a	planejamento	do	en-
sino,	a	idéia	que	passa	é	aquela	que	identifica	o	processo	através	
do	qual	 são	definidos	 os	 objetivos,	 os	 conteúdos	programáticos,	
os	procedimentos	de	ensino,	os	 recursos	didáticos,	a	 sistemática	
de	avaliação	da	aprendizagem,	bem	como	a	bibliografia	básica	a	
ser	consultada	no	decorrer	do	curso.	Série	ou	disciplina	de	estudo.	
Com	efeito,	este	é	o	padrão	de	planejamento	adotado	pela	grande	
maioria	dos	professores	e	que,	em	nome	da	eficiência	do	ensino	
disseminada	pela	concepção	tecnicista	de	educação,	passou	a	valo-
rizar	apenas	em	sua	dimensão	técnica.
Superando a concepção tecnicista
Para	que	possamos	superar	a	visão	mecanicista,	 faz-se	ne-
cessário	vincular	o	planejamento	do	ensino	à	realidade	sociocul-
tural	dos	alunos.
O	planejamento	deve	estar	imbuído	de	uma	intenção	trans-
formadora	da	realidade,	capaz	de	promover	mudanças	reais	nos	
alunos.	É	preciso	que	eles	saiam	da	universidade	diferentes:	mais	
críticos	e	mais	conscientes	do	seu	papel	político	e	social,	como	ci-
dadãos	e	como	profissionais.
Para	que	essa	mudança	ocorra,	é	preciso	partir	da	realidade	
dos	alunos	e	colocá-los	como	protagonistas	da	sua	formação,	par-
ticipantes	críticos	e	ativos	desse	processo.
Regiane
Realce
Regiane
Realce
© Didática do Ensino Superior86
O	importante	é	a	articulação	dos	componentes	do	Plano	de	
Ensino	com	o	todo	social,	pois,	do	contrário,	a	concepção	de	pla-
nejamento	acabaria	por	tornar	incapaz	a	dinâmica	e	dificultaria	a	
prática	didática.
Vejamos,	 finalmente,	 as	 vantagens	 de	 organizar	 um	 docu-
mento	com	todos	os	elementos	tecnicamente	estabelecidos	e	vol-
tados	para	uma	formação	transformadora.
Um	documento	nesses	moldes:
•	 confere	 ao	 docente	 segurança	 para	 vivenciar	 a	 relação	
educativa	em	sala	de	aula	e	em	toda	instituição	de	ensino;
•	 garante	efetivamente	a	participação	ativa	e	reflexiva	dos	
alunos	no	cotidiano	da	sala	de	aula.
Plano de Ensino
O	Plano de Ensino	refere-se	especificamente	a	uma	discipli-
na	e	configura-se	como	um	projeto	de	previsão	de	todas	as	ativi-
dades	a	serem	desenvolvidas	ao	longo	do	seu	processo	de	ensino-
-aprendizagem.
Essa	previsão	pode	ser	anual,	mensal	ou	semanal,	conforme	
a	duração	do	curso	e	as	necessidades	de	ajustes.
Vale	salientar	que	a	construção	do	Plano	de	Ensino	deve	ser	
feita	de	forma	integrada	por	toda	a	equipe	docente,	pois	essa	in-
tegração	confere	maior	coerência	de	ação	ao	trabalho	pedagógico.
Ao	elaborar	um	Plano	de	Ensino,	deve-se	considerar:
1)	 a	Missão	da	instituição;
2)	 as	propostas	do	Projeto	Político	Pedagógico	do	curso;
3)	 as	Diretrizes	Curriculares	Nacionais	do	curso;
4)	 o	perfil	do	aluno	(ingressante,	inicial	e,	principalmente,	
do	egresso);
5)	 os	objetivos	do	curso;
6)	 as	necessidades	e	potencialidades	de	nossos	alunos.
Regiane
Realce
Claretiano - Centro Universitário
87© U6 - Planejamentode Ensino
A	organização	das	etapas	do	desenvolvimento,	para	que	se	
garanta	o	domínio	dos	conteúdos	essenciais	de	determinada	disci-
plina,	precisa	estar	orientada	por	uma	programação	da	trajetória	a	
ser	percorrida	ao	longo	do	trabalho	docente.	Dessa	forma,	o	Plano	
de	Ensino	deve	ser	visto	como	um	orientador	do	trabalho	docente.
Vale	lembrar,	ainda,	que	a	ação	docente	vai	muito	além	do	
previsto	pelo	plano,	afinal,	o	Plano	de	Ensino	registra	apenas	as	in-
tenções,	a	execução	depende	de	um	trabalho	político-pedagógico	
engajado	e	responsável	(FUSARI,	1984).	
Desse	modo,	não	existe	um	modelo	específico	de	Plano	de	
Ensino.	Apesar	de	ser	um	dever	de	cada	instituição	organizar	o	seu	
plano	de	acordo	com	sua	missão	e	suas	necessidades,	apresenta-
mos	um	modelo:
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
I	–	IDENTIFICAÇÃO
DADOS DO CURSO DE GRADUAÇÃO (NOME DO CURSO – Licenciatura, 
Bacharel ou Tecnólogo)
DADOS DA DISCIPLINA (nome, se é obrigatória, anual, semestral, carga horária)
DADOS DO PROFESSOR (nome, e-mail)
II	–	EMENTA
III	–	PERFIL	DO	CURSO
IV	–	OBJETIVOS	DO	CURSO
V	–	OBJETIVOS	DA	DISCIPLINA
VI	–	CONTEÚDO	
VII	–	PROCEDIMENTOS	DIDÁTICOS	
VIII	–	RECURSOS/MATERIAIS/LOCAIS
IX	–	AVALIAÇÃO
X	–	BIBLIOGRAFIA
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Regiane
Realce
© Didática do Ensino Superior88
Plano de Aula
Enquanto	o	Plano	de	Ensino	nos	oferece	uma	visão	global	do	
trabalho	docente	a	ser	desenvolvido	ao	longo	do	curso	ou	da	dis-
ciplina,	o	Plano de Aula	pode	ser	definido	como	um	registro	mais	
detalhado	do	trabalho	que	se	pretende	desenvolver	no	cotidiano	
escolar,	ou	seja,	a	cada	aula	realizada.
É	o	Plano	de	Aula,	então,	que	especifica	com	maior	clareza	
como	serão	atingidos	os	objetivos	pretendidos	em	cada	passo	da	
trajetória	a	ser	percorrida.
Não	há	um	modelo	ideal	de	Plano	de	Aula,	contudo,	alguns	
tópicos	são	essenciais	para	que	se	tenha	um	Plano	de	Aula	real-
mente	orientador	do	trabalho	diário	em	sala.
Veja,	a	seguir,	algumas	sugestões	de	itens	para	compor	um	
Plano	de	Aula:
1)	 Título	da	aula	(qual	conteúdo	que	será	trabalhado).
2)	 Série.
3)	 Tempo	necessário	(tempo	referente	a	um	dia	de	aula).
4)	 Introdução	 (justificativa	 do	 trabalho	 com	 esse	 conteú-
do).
5)	 Objetivos	 (articulados	com	os	do	Plano	de	Ensino	e	as	
metas	para	a	aula	do	dia).
6)	 Recursos	didáticos	 (com	base	nos	apontados	no	Plano	
de	Ensino,	deverão	ser	indicados	os	recursos	que	apoia-
rão	a	explicação	do	 conteúdo	e	o	entendimento	pelos	
alunos).
7)	 Organização	da	sala	(como	a	sala	estará	organizada	para	
aquele	dia:	em	círculo,	em	grupo,	em	dupla,	em	carteiras	
enfileiradas	etc.).
8)	 Procedimentos	 didáticos	 ou	 desenvolvimento	 da	 aula	
(como	será	o	desenvolvimentoda	aula,	que	tipo	de	es-
tratégia	será	utilizada	para	a	explicação,	para	que	os	alu-
nos	entendam	o	conteúdo	da	melhor	maneira).
9)	 Avaliação	(que	instrumento	avaliativo	será	utilizado	para	
avaliar	 a	 aprendizagem	 dos	 alunos,	 se	 os	 alunos	 pos-
Claretiano - Centro Universitário
89© U6 - Planejamentode Ensino
suem	dúvidas	a	respeito	do	conteúdo	trabalhado,	se	o	
trabalho	como	docente	naquele	dia	 foi	bem	realizado,	
se	os	objetivos	apresentados	foram	ou	estão	sendo	al-
cançados).
10)	Bibliografia	 (quais	 os	 textos	 ou	 referenciais	 utilizados	
para	aquela	aula).
11)	Sugestões	 de	 trabalho	 interdisciplinar	 (interação	 entre	
as	disciplinas	ou	áreas	do	conhecimento).
Finalizando	 provisoriamente	 o	 tema,	 podemos	 considerar	
que	 um	 bom	 planejamento	 tem	 como	 principal	 característica	 a	
participação	de	todos	os	envolvidos	no	processo	(toda	a	comuni-
dade	escolar),	engajados	em	um	trabalho	problematizador	e	ativo,	
capaz	de	transformar	a	realidade	social.	E	nós,	como	educadores,	
dentro	desse	processo,	temos	como	principal	objetivo	a	redução	
da	desigualdade	da	nossa	sociedade.	
7. CONSIDERAÇÕES
Chegamos	ao	término	da	Unidade	6,	na	qual	você	pôde	re-
fletir	 sobre	 aspectos	 relacionados	 ao	 Planejamento	 de	 Ensino,	
enfatizando	este	processo	como	primordial	para	a	organização	de	
ensinar	e	aprender.
Na	próxima	unidade,	vamos	estudar	os	conceitos	relaciona-
dos	às	estratégias	de	ensino.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARANHA,	M.	L.	A.;	MARTINS,	M.	H.	P.	Temas de Filosofia.	São	Paulo:	Moderna,	1998.
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