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Direito Econômico - 1º semestre 3FDTN

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Direito Econômico - 1º semestre / 3FDTN
Economia – A economia é o estudo de como a sociedade administra seus recursos escassos. 
Agente econômico – É o sujeito que produz e consome bens. O bem será caracterizado como econômico apenas se possuir certo grau de escassez e resultar de ato de produção, pois somente nesses casos é que o bem terá a potencialidade de gerar conflitos na sociedade. 
Intersecção – Trata-se da intersecção da economia com o direito. É o direito que disponibiliza seus instrumentos para que seja possível se alcançar o determinado objetivo econômico. 
 CONCEITO DE DIREITO ECONOMICO: direito econômico é o direito das politicas públicas na economia. É o conjunto de normas e institutos jurídicos que permitem ao Estado exercer influência, orientar, direcionar, estimular, proibir ou reprimir comportamentos dos agentes econômicos num dado país ou conjunto de países.
Características do estado moderno
Divisão do trabalho
Monopólio da tributação
Monopólio do uso da força
Valorização da propriedade, do contrato e da livre empresa (Ascenção burguesa ao poder).
O Estado moderno nasce com vocação para atuar no campo econômico
O direito surge como necessidade de certeza e previsibilidade
O Direito Econômico como o ramo do direito voltado às políticas públicas econômicas: Direito econômico estuda o papel que o Estado desempenha na organização jurídica da estrutura do modo de produção econômica, notadamente na implementação de políticas públicas. Os três mitos:
I – Direito Econômico como Perversão
II – Direito Econômico como Solução
III – Direito Econômico como Fenômeno da Década de 1930
EVOLUÇÃO DOS MODELOS ECONÔMICOS
Surgimento do urbanismo econômico
Séc. XVIII – Teoria do liberalismo econômico adotada por Adam Smith. Para esta teoria o Estado não é ator participante da ordem econômica. Para ela, o mercado caminha sozinho, o mercado funciona sem a intervenção do Estado. O Estado, atuando no mercado, só teria a capacidade de atrapalhar o bom funcionamento deste. Nesta teoria o mercado se desenvolve sozinho, como se houvesse uma mão invisível, não havendo, portanto, uma intervenção do Estado. 
Adam Smith. 
 A “falência” do liberalismo e inicio do Estado intervencionista 
Crise de 1929 – No caminhar autônomo do mercado, começou a existir muito mais oferta do que demanda, ou seja, tinha muito mais gente para trabalhar do que pessoas para consumir. Neste momento, a mão de obra virou barata e o preço dos produtos ficou abaixo da sua produção. Isso gerou uma grande crise na economia e observou-se que o mercado não caminhava tão bem sozinho, era preciso algo para corrigir a distorção do mercado. É neste instante, a partir da crise de 1929, que há a falência do liberalismo e surge a necessidade de um Estado intervencionista. 
Keynes – Keynes, com sua teoria intervencionista, diz que o Estado é sujeito ativo nas relações econômicas. Para ele, o Estado tinha de ser ator fundamental do setor econômico. No entanto, para isso era preciso gastos por parte do Estado. A partir de 1950 foi possível observar um Estado cada vez mais intervencionista, se tornando dono praticamente de todas as grandes indústrias. Mas isso causava um aumento muito grande nas maquinas administrativas, e consequentemente, os países começaram a quebrar, ruindo o sistema intervencionista. 
 O fracasso do Estado intervencionista 
Aumento de gastos públicos – O aumento de gastos públicos e da maquina administrativa gerou uma quebra financeira dos países. 
“Quebra” 
Reformas neoliberais – Na Inglaterra fora produzida uma nova técnica de liberalismo econômico onde o governo começou a privatizar as empresas públicas. No entanto, esse novo liberalismo trouxe uma nova característica para o mercado, um fenômeno que torna os mercados abertos, qual seja: 
Globalização 
Crise do neoliberalismo 
Séc. XXI 
Crise de 2008 – Em razão do neoliberalismo econômico, houve a quebra do sistema hipotecário, pois o Estado deveria se abster das relações de mercado, sob o argumento de que o mercado deveria caminhar sozinho. Essa quebra da economia norte americana fora gerada pela emissão de títulos falsos, pela falsificação das demonstrações financeiras. A partir disso, o Estado passa a seguir o papel de agente fiscalizador. Atualmente temos um modelo misto, visto que o Estado continua atuando em alguns setores específicos, continua estimulando algumas atividades específicas, mas o grande caminhar da economia atual é a regulação. 
Três contextos institucionais ou “momentos” e o papel do Direito:
O desenvolvimentismo e o direito econômico interventor:
O Estado interveem na economia devido aos seguintes fatores: 
FALHAS DE MERCADO 
Este sistema motiva, entre outros fatores, a intervenção do Estado na área econômica. O sistema de falhas de mercado gera a necessidade do agente público intervir para precaver malefícios quanto a atividade econômica prestada. Portanto, um dos motivos do Estado intervir nas relações econômicas é devido às falhas de mercado, tomando providencias no intuito de evitar prejuízos para a população. 
CRESCIMENTO ECONÔMICO E DISTRIBUIÇÃO DE RENDA 
É através do crescimento econômico e da distribuição de renda que é possível se alcançar a dignidade da pessoa humana. Portanto, o Estado tem que intervir na economia para estimular o crescimento econômico e a distribuição de renda. Exemplo: Renan resolve abrir uma fábrica de mochilas em SP. Sendo assim, o Estado cria estímulos para o crescimento econômico em regiões de menor movimentação econômica, cedendo benefícios fiscais, e consequentemente garantindo o crescimento econômico e a distribuição de renda na região mais carente, como na Amazônia, por exemplo. 
RAZÕES PARA O ESTADO INTERVIR NA ECONOMIA 
É por essas razoes que o direito econômico interveem nas relações do mercado, através do Estado, estimulando a concorrência entre os agentes privados, e em alguns casos concorre com os agentes privados. 
O DIREITO ECONÔMICO NO BRASIL ATUAL 
 Regulação pela concorrência - Para que o Brasil adotasse a política econômica da concorrência foram necessários os seguintes fatores: 
 Elementos Necessários: 
Permissão de recursos privados em serviços públicos. 
Liberação do capital estrangeiro 
Reformas Constitucionais 
Política de desestatização – O estado deixa de prestar determinados serviços públicos, sendo passado o serviço para a iniciativa privada. 
- Agências reguladoras – Quando o Estado abre mão de realizar uma atividade de interesse da sociedade não pode abrir mão de acompanhar esse serviço realizado, por isso faz-se necessário a criação de agencias reguladores, capacitadas para criar regras de funcionamento qualitativa desses serviços, fiscalizando se essas regras estão sendo cumpridas e se os serviços estão sendo prestados com qualidade. 
Extinção da política de controle inflacionário por meio da administração de preços. – No final dos anos 80, existia tabelamento de preços, congelamento de preços. O mecanismo adotado por essa política tinha como objetivo o controle do aumento da inflação, mas isso foi deixado de lado, pois chegou-se a conclusão que o controle da inflação deveria ser feito através da estabilidade da moeda. Hoje vale dizer que é vedado à administração de preços pelo Estado, o congelamento de preços pelo Estado (exceto os preços de medicamentos, mensalidades escolares, planos de saúde e combustíveis).
O neoliberalismo moderado e regulacionismo econômico; 
A ordem econômica consiste em todo o conjunto de regras vigentes que disciplinam os assuntos econômicos, sejam elas estabelecidas em nível constitucional, seja em nível infraconstitucional. Já a constituição econômica compreende nas regras e princípios e objetivos norteadores da atividade econômica previstos na Constituição Federal. Portanto a ordem econômica é mais ampla que a constituição econômica.
A constituição econômica compreende nas regras e princípios e objetivos norteadores da atividade econômica previstos na ConstituiçãoFederal. Podemos falar em dois tipos:
a) Constituição Estatutária - É aquela que disciplina os institutos jurídicos e econômicos, que cria os institutos jurídicos e econômicos e estabelece as regras de competência.
 Exemplo: Compete ao presidente da republica definir qual a politica econômica a ser adotada no país. Portanto essa constituição é do Estado liberal. 
b) Constituição Diretiva ou Programática – É aquela que estabelece as premissas essenciais da ordem econômica, traçando uma direção para o presidente da república seguir. É aquela que vai definir se no país será protegida e buscada a dignidade da pessoa humana. Trata-se da nossa Constituição, que contem um programa que deve ser seguido. 
 
 	(iii) O novo ativismo do Estado e seu direito econômico, seletivo e indutor.
•Ativismo indutor e seletivo, sem dominância estatal; 
• Moderação da discricionariedade e reforço dos mecanismos de legitimidade democrática 
•Indução desenvolvimentista com politicas industriais e de redução da desigualdade
A hipótese da que partimos é a de que a atuação do Estado brasileiro no contexto do novo ativismo vem exigindo do direito econômico que desempenhe, de forma seletiva, funções variadas que não se ajustam perfeitamente às clássicas dicotomias Estado mercado, público-privado, estatização-privatização, monopólio-concorrência. Supomos também que, além de seletivas, as funções desempenhadas pelo arcabouço de direito econômico nesse novo cenário têm as funções de assegurar a coordenação e a articulação nas políticas públicas e nas relações público-privadas, bem como desafio de assegurar legitimidade às iniciativas governamentais, dado o contexto político plural em que tais ações se dão.
Neoliberalismo moderado e Direito Econômico Regulador no Brasil
Contexto:
Mercado interno grande e dinâmico, com capacidade de sustentar o crescimento mesmo no contexto de crise dos países desenvolvidos
Condições do mercado de commodities no curto e médio prazos, que possibilitam a manutenção do superávit da balança comercial
Existência de núcleo de empresas inovadoras com capacidade de liderar processo de modernização produtiva
Acúmulo de competências científicas com potencial para o desenvolvimento de produtos e serviços de alto conteúdo tecnológico
Abundância de recursos naturais, domínio tecnológico e capacidade empresarial em energias renováveis e na cadeia de petróleo e gás
Utilização das compras públicas e dos grandes eventos esportivos para alavancar novos negócios e tecnologias 
Desafios:
Políticas pró-cíclicas nos EUA e UE reforçam importância do mercado interno (ajuste fiscal, guerra cambial, crise de confiança)
Em um cenário de crédito internacional restrito, a margem fiscal interna é reduzida. Importância da análise de custo-benefício estático e dinâmico nas medidas de desoneração.
Aproximação da “fronteira tecnológica” reduz cada vez mais a vantagem competitiva em termos relativos
Gargalos antigos consomem parcela importante dos recursos (infraestrutura física, ineficiência administrativa pública e privada, capital humano)
Articulação da estrutura legislativa como entrave e como meio para implementação das políticas públicas
Objetivos:
Substituir Importações
Capacitação tecnológica
Produção de Bens de alto valor agregado
Reduzir desigualdades
Governança Institucional
Entender desenhos institucionais de Políticas Públicas e criar e ajustar arcabouços institucionais funcionais:
“No novo ativismo estatal, entender o direito econômico como componente da dimensão de governança institucional de políticas e ações de desenvolvimento é supor que normas e instituições jurídicas estruturam seu funcionamento, regulam seus procedimentos e se encarregam de viabilizar a articulação entre atores direta e indiretamente ligados a tais políticas. Atributos do desenho institucional de políticas públicas como seu grau de descentralização, planejamento, autonomia e coordenação intersetorial e os tipos de relações públicas e público-privadas que suscitam, bem como sua integração com outros programas de alguma forma dependem, em síntese, da consistência do arcabouço jurídico que as amalgama.”
Fundamentos, Objetivos e Princípios da Ordem Econômica.
FUNDAMENTOS:
Valorização do trabalho humano – Esse fundamento compreende o direito ao trabalho. O Estado deve proporcionar oportunidades de trabalho às pessoas, pois essas trabalham para que possuam capacidade de produzir e garantir a sua existência digna. 
Existência Digna – Esse fundamento decorre do principio da dignidade da pessoa humana, impõe que a todos sejam garantidas condições mínimas de subsistência. 
 Justiça Social – Fundamento estruturalmente ligado ao da Justiça Digna. Compreende o acesso, o equilíbrio e a igualdade de participação das pessoas nas instituições pessoais, pois o acesso à saúde, educação, cultura etc. é que equilibra as desproporções econômicas que muitas vezes são consequências naturais do sistema capitalista
Livre iniciativa – A livre iniciativa corresponde a liberdade de empreender e produzir, devendo ser estimulada pelo Estado com a garantia de meios necessários à viabilização da atividade econômica, por exemplo, com infraestrutura de produção e transportes e redução da carga tributária. Compreende ainda, a não interferência do Estado por meio de atos que possam comprometer o desenvolvimento da atividade econômica. 
Podemos dizer ainda que o principio da livre iniciativa é um direito do empresário em face do Estado. Direito este de exigir que o Estado não impeça o desenvolvimento da atividade econômica de forma livre, ou seja, é uma abstenção ao Estado para impedir que este interrompa no desenvolvimento da livre iniciativa do empresário. Esse princípio atribui a liberdade ao empresário, liberdade esta de que o Estado não crie barreiras ou limitações no desenvolvimento da atividade econômica.
PRINCÍPIOS:
Soberania Nacional – A soberania Nacional consiste na supremacia econômica. O país deve possuir capacidade econômica para se gerir, sem ter que se submeter à outros Estados. Muito se discute sobre os países que precisam se valer do FMI (Fundo Monetário Internacional). Os países que ali tomam empréstimos devem seguir determinadas regras impostas pelo instituto. Atualmente, os autores tratam que não podemos mais falar em soberania plena, mas o governante deve caminhar no sentido de o país não poder ser dependente de outros países economicamente, devendo se auto sustentar. 
Propriedade Privada – Pelo princípio da propriedade privada temos a garantir de que só empregaremos nossa propriedade (todo tipo de propriedade) nas atividades que desejarmos, ademais, o principio da propriedade privada também garante a apropriação do desenvolvimento econômico da atividade prestada junto à propriedade, ou seja, o lucro ali produzido é do proprietário. 
Função Social da Propriedade – Este princípio vem diretamente diminuir a amplitude da propriedade privada. Ou seja, a propriedade privada deve servir não somente aos interesses do particular (propriedade privada), mas também ao interesse coletivo (função social da propriedade). Esse princípio serve, portanto, como um limitador da propriedade privada. 
Livre Concorrência – A ordem econômica requer um mercado competitivo, defendendo a capacidade dos empreendedores concorrerem, por que isso implica melhora na capacidade das empresas e, por consequência, nas opções de consumo, ou seja, a concorrência impulsiona a eficiência do mercado. O principio da livre concorrência é de demasiada importância tendo em vista que evita o monopólio de mercado, estimulando o aperfeiçoamento dos produtos e controlando os preços. 
Defesa do Consumidor – Esse princípio impõe a proteção dos consumidores em relação aos bens e serviços colocados no mercado, pois o reconhecimento da hipossuficiência do consumidor visa equilibrar sua relação de desvantagem em face do fornecedor. (CDC – Lei 8.078/90).
Defesa do meioambiente (tratamento diferenciado a produtos e serviços conforme o impacto ambiental) – A defesa do meio ambiente corresponde à limitação do livre exercício da atividade econômica, visando a preservação dos recursos naturais, pois a sua degradação ameaça a própria sobrevivência da vida humana. 
 Desenvolvimento sustentável – Nada mais é do que o desenvolvimento da atividade econômica de modo a não degradar o meio ambiente. 
Redução das desigualdades regionais e sociais – A CF reconhece as desigualdades regionais e sociais de seu país e dispõe que estas devem ser reduzidas. 
Busca do pleno emprego – A busca do pleno emprego harmoniza-se com o fundamento da valorização do trabalho humano, na medida que o Estado deve promover a criação de empregos para que as pessoas possam se sustentar. 
Tratamento favorecidos a empresas nacionais de pequeno porte – Esse tratamento diferenciado é feito sob fundamento do principio da isonomia, visto que pequenas empresas não possuem o mesmo patamar econômico do que as grandes empresas no que tange ao pagamento de tributos. (Art. 179 da CF).
STF E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS:
 		Há momentos que os princípios constitucionais da ordem econômica se chocam, devendo ser realizado o balanceamento de tais princípios para que se possa averiguar qual deve prevalecer no caso concreto. 
Seguem alguns casos jurisprudenciais que dão embasamento ao alegado. 
ADI 319 – Políticas de preços – Existia um aumento excessivo de preços de determinado produto na economia e este estava sob o argumento do principio constitucional da livre iniciativa. No entanto, o abuso do principio constitucional da livre iniciativa não pode ferir o principio da defesa do consumidor. Nesse caso deve ser feito o só pensamento dos princípios e o STF houve por bem em reconhecer que deve prevalecer a defesa do consumidor e a diminuição das desigualdades. 
ADI 2649 – Deficiente Físico – Aqui havia um embate entre o principio da livre iniciativa e dignidade da pessoa humana, onde o STF entendeu que deve prevalecer o principio da dignidade da pessoa humana, dispondo que os entes são obrigados a construir vias de acesso aos portadores de deficiência física. 
ADI 3612 – Estudantes – Aqui havia um embate entre o principio da livre iniciativa/propriedade privada e o principio da justiça social (acesso à educação, acesso à cultura etc). Nesse interim o STF houve por bem em decidir que deve prevalecer o principio da educação e acesso à cultura, determinando que os cinemas, por exemplo, devem conceder desconto de 50 % aos estudantes. 
Atuação e Intervenção do Estado no Domínio Econômico
 	Intervenção indica, em sentido forte (isto é, na sua conotação mais vigorosa), no caso, atuação estatal em área de titularidade do setor privado; atuação estatal, simplesmente, ação do Estado tanto na área de titularidade própria quanto em área de titularidade do setor privado. Em outros termos, teremos que intervenção conota atuação estatal no campo da atividade econômica em sentido estrito; atuação estatal, ação do Estado no campo de atividade econômica em sentido amplo.
No domínio econômico:
Absorção:
O Regime de absorção tem base constitucional no art. 177 da Constituição, que dispõe:
Art. 177. Constituem monopólio da União:
I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores;
IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem;
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta CF.
Como se vê, existe uma parcela do mercado que a União tomou para si (monopolizou), não estando aberta para a livre concorrência. Refere-se às atividades de pesquisa, lavra, refinação, importação, exportação e transporte marítimo do petróleo e seus derivados. Essa modalidade de atuação estatal é chamada de absorção, já que o estado absorveu uma parte do mercado, retirando dos particulares a possibilidade de atuar em regime de concorrência, não havendo que se falar em área privada.
É relevante mencionar que a União poderá, com base no art. 177, §1º, da CF/88, contratar com empresas estatais ou privadas a realização das atividades previstas nos incisos I a IV do artigo citado acima, desde que observados os requisitos da Lei 9.487/1997. Essa previsão não retira o monopólio da União, uma vez que os particulares contratados estarão sujeitos às determinações da União e em auxílio as suas atividades do monopólio.
Na modalidade de absorção, o monopólio é absoluto e a titularidade é da União, devendo ela determinar a forma como as atividades serão desenvolvidas. Não se deve confundir com serviços públicos, visto que nestes o Estado busca tão-somente alcançar o interesse público, suprir as necessidades básicas da sociedade. No regime de monopólio, o Estado atua com um perfil de empresário não sujeito à concorrência, mas deve atender às finalidades públicas
Participação:
O regime de participação, está previsto no art. 173 da CF/88. Nessa forma de intervenção no domínio econômico (intervenção direta), o mercado funciona sobre o regime de competição, atuando o Estado, como um empresário, em competição com a iniciativa privada. Entretanto, como já mencionado, nessa modalidade de intervenção, o Estado só poderá atuar quando expressamente autorizado e ainda sim de forma excepcional, se presentes os imperativos de segurança nacional e relevante interesse público. Percebe-se que nessa modalidade a intervenção do estado é tipicamente subsidiária.
No regime de participação o Estado atua por intermédio de suas empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de atividade econômica, devendo a lei estabelecer os seus estatutos jurídicos, que regularão as suas formas de atuação no mercado concorrencial, é o que reza o art. 173 e incisos, da Constituição Federal, confira-se:
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: 
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.
Como se vê, embora as empresas públicas e as sociedades de economia mista sejam empresas estatais prestadoras de atividade econômica em sentido estrito, deverão se submeter a alguns regramentos próprios das pessoas jurídicas de Direito Público, tais como, fiscalização pelo Estado e pela sociedade, licitação para contratação de obras, serviços, compras alienação, obrigatoriedade do concurso público para contração de seus funcionários, sujeição aos princípios norteadores da Administração Pública previstos no caput do art. 37 da CF/88 etc.
Prevê ainda a Constituição,no §2º do art. 173, que as empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de atividade econômica não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. Essa proibição decorre do fato de que se auferissem tais benefícios violariam o princípio da livre concorrência, sobrepondo-se em posição privilegiada em relação ao demais concorrentes no mercado, dando margem à eliminação da concorrência, o que é prejudicial à economia e aos consumidores de forma geral.
Por essas diferenças é que Fernando Aguillar classifica o regime de jurídico das empresas públicas e sociedades de economia mista como parcialmente privado e parcialmente público, veja-se:
O regime jurídico das atividades econômicas em sentido estrito desenvolvidas pelo Estado é parcialmente privado e parcialmente público. Isto porque, apesar da dicção do art. 173, §1º, há regras aplicáveis à chamada Administração Indireta que têm característica pública e que não podem deixar de ser observadas pelas empresas estatais ou autarquias. É o caso do art. 37 da Constituição Federal, que impõe tratamento uniforme à Administração Direta e Indireta no que tange, por exemplo, a concursos públicos para ingresso em carreira (inciso II), de modo que a previsão do art. 173, §1°, tem por função assegurar igualdade de tratamento com a iniciativa privada em matérias que poderiam representar favorecimento especial a empresas públicas. É uma garantia ao empreendedor privado em face do Estado empresário.
Portanto, atuação do estado na atividade econômica em sentido estrito pelo regime de participação pode ser conceituada, em apertada síntese, como a atuação estatal em regime de concorrência com o setor privado, sempre de forma excepcional (art. 173 da CF/88).
Sobre o domínio econômico:
Indução:
Fomento ou indução consiste na manipulação do Estado nas condutas dos agentes econômicos, sem caráter cogente, mediante o emprego de instrumentos de intervenção em consonância e na conformidade das leis que regem o funcionamento dos mercados. A previsão constitucional deste tipo de intervenção encontra-se no art. 174 da CF, a saber:
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.
As principais características do fomento são: 
a) Técnica que visa influenciar a ação dos agentes econômicos; 
b) Conduz às práticas facultativas; 
c) Não há cogência do comportamento visado; 
d) O Estado aponta para uma direção e favorece as condutas que vão ao seu encontro. 
e) Sua não observância pelo agente econômico não gera sanção. 
f) Se houver adesão do agente econômico à situação estimulada, este resultará juridicamente vinculado por prescrições que correspondam aos benefícios usufruídos em decorrência dessa adesão. 
Portanto, podemos concluir que, o Estado pretende que os agentes econômicos pratiquem determinados atos, percorrendo determinado caminho, mas isto não é imposto obrigatoriamente pelo Estado. O agente econômico adere a este comportamento mediante sua livre e espontânea vontade. Portanto, se não aderir, há contrapartidas para ambas as partes, de modo que se o agente econômico aderir ao estimulo, estará se vinculando, se obrigando a praticar aquela conduta, sob pena de sanções, se não aderir, não há nenhum tipo de sanção.
Direção:
A disciplina ou regulação ou ainda, direção, compreende no controle estatal de atividades econômicas que o Estado julgue importante regular, por meio de instrumentos legais, em caráter compulsório e sob pena de sanção no caso de não observância dessas regras. A previsão constitucional para a disciplina também consta no art. 174, a saber: 
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado. 
Com base nesse conceito, podemos extrair as seguintes características: 
a) O Estado impõe comportamentos compulsórios, ou seja, decorre de leis, mediante a edição de normas cogentes; 
b) A infração aos comportamentos previstos em lei acarreta a imposição de sanções; 
Portanto é possível observar que através desta intervenção o Estado irá formar o modo pelo qual certa atividade econômica será realizada, porém, a regulação encontra alguns limites, de modo que, a ordenação deve se manter num patamar que não ofenda o principio da livre iniciativa e nem o principio da razoabilidade. 
EXPLORAÇÃO DA ATIVIDADE ECONOMICA PELO ESTADO
 	Na exploração da atividade econômica o Estado encontra-se atuando em área reservada originariamente para o setor privado. 
 	A exploração da atividade econômica consiste na atuação do Estado desenvolvendo atividade econômica em sentido estrito, ou seja, o Estado atua em setor originariamente reservado ao setor privado, sendo, desta forma, medida excepcionalmente adotada, observadas as hipóteses constitucionais previstas para a prática do ato interventivo. 
Via de regra, o Estado desempenha estas atividades econômicas por intermédio de empresas estatais, a saber: Empresas púbicas e Sociedades de economia mista. 
 	As empresas públicas são aquelas que detêm 100 % de seu capital composto por capital público. 
 	Já a Sociedade de economia mista são aquelas que têm o seu capital composto por capital público e capital privado, sempre havendo uma preponderância no que tange ao capital público. Exemplo: Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil etc.
ATRIBUIÇÕES DE ATIVIDADES NA CF/88
 	Analisando as atribuições de exploração de atividade econômica pelo Estado outorgados pela CF podemos destacar: 
a) Atividades livres aos particulares – Todas aquelas atividades econômicas livres aos particulares. 
b) Atividade que o estado pode desempenhar com exclusividade – Podemos citar, por exemplo, a atividade relativa ao controle de passaportes. Trata-se atividade privativa do Estado. 
c) Atividade que o Estado não pode desempenhar – Atividades de cartórios e registros públicos. É preciso que os particulares, mediante concurso público, atuem no segmento. 
d) Atividade de competência não exclusiva do Estado 
SERVIÇOS PÚBLICOS
 	Primeiramente, vale dizer que a doutrina majoritária entende que os serviços públicos encontram-se na Constituição Federal e na legislação infraconstitucional.
ATIVIDADES ESTATAIS
 	Deve ser analisado o regime jurídico da atividade desenvolvida, e dessa análise poderá ser classificado como: 
Funções públicas 
Atividade econômica em sentido estrito 
Serviços públicos 
 	Este conjunto de atividades é denominado como atividades estatais. Essas atividades estatais são identificadas por uma parte da doutrina como serviços públicos em sentido amplo, no entanto, nos interessa os serviços públicos em sentido estrito. 
 	A grande distinção entre as atividades estatais é que as funções públicas são atividades não econômicas (no seu desempenho não é imprescindível que haja um equilíbrio entre receita e despesa) e são irrenunciáveis, ou seja, o Estado jamais pode deixar de presta-las. Exemplo: Educação. Essas funções públicas podem ser desempenhadas com ou sem exclusividade pelo Estado. 
 	Já as atividades econômicas em sentido estrito são atividades oriundas da produção e circulação de bens, que podem ser desempenhadas através de monopólio pelo Estado ou através de concorrência. 
 	Por fim, temos os serviços públicos em sentido estrito. Serviços públicos são, atualmente, atividades econômicas de competência do Estado, em geral estruturadas em rede, desempenhadas em regime de privilégio, prevista na Constituição Federal (ou em lei ordinária, conforme sustenta a maioria da doutrina) através do artigo 175, delegáveis à iniciativa privada mediante previa licitação e contratos de concessão ou permissão.
Atividade Econômica – Serviço público em sentido estrito trata-se de atividadeeconômica, ou seja, há um critério de equilíbrio entre receita e despesa. 
Competência do Estado – O Estado é o dono dessas atividades. 
Regime de privilégio – O Estado é quem tem a prerrogativa de prestar o serviço público, podendo no entanto, conceder ou permitir que outrem o faça. 
Delegáveis – O Estado pode conceder ou permitir a execução dessas atividades por outrem. 
 	Podemos distinguir os serviços públicos das funções públicas pelos seguintes fatores:
a) A função pública não é delegável mediante permissão ou concessão. 
b) O serviço público possui o privilegio de determinar a forma de execução, escolhendo se o serviço será executado pelo Estado ou se será delegado. 
c) Serviço público é atividade econômica (há o equilíbrio entre receita e despesa). 
Imposições à atividade econômica caracterizada como serviço público: 
a) Limitação do acesso ao mercado de prestadores; 
b) Dever de cumprimento de requisitos de qualidade (nos casos de concessão do serviço público ou permissão, haverá uma lista de requisitos a serem cumpridas) e regularidade na oferta do serviço; 
c) Previa licitação para contratos de concessão e permissão; 
d) Remuneração do concessionário ou permissionário é obtida em regra, do usuário do serviço. 
O DEBATE DOUTRINÁRIO SOBRE SERVIÇOS PÚBLICOS
Estudaremos os serviços públicos em sentido estrito, que se subdivide em:
Serviços públicos sociais (tem relação com funções públicas) – São todos aqueles que estão arrolados no artigo 6 da CF. 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. 
 	Qualquer outro serviço que não seja serviço público de caráter econômico e seja irrenunciável serão serviços administrativos, que serão elencados abaixo. 
Serviços administrativos (tem relação com funções públicas) – São todas as atividades que não possuem caráter econômico, são irrenunciáveis e não se enquadram nos serviços públicos sociais, trata-se portanto, de um critério de exclusão. Vale dizer que o serviços administrativos não implicam fruição direta ao cidadão, não implicam benefícios diretos para o cidadão, apenas indiretamente. 
Serviços públicos econômicos (tem relação com serviços públicos em sentido estrito) - 
Direito Frances – Leon Deguit – Essa ideia de serviços públicos que temos atualmente encontra suas origens no direito francês. É a partir dai que surge a ideia de que o Estado é o órgão criado para atender aos anseios da população. Para o direito francês os serviços públicos seriam caracterizados pelo que hoje conhecemos como serviços públicos em sentido amplo 
Brasil – No Brasil há duas correntes difundidas que tratam sobre os serviços públicos. A primeira delas é a teoria convencionalista/legalista e a segunda é aquela chamada de essencialista.
CONVENCIONALISTAS – LEGALISTAS: Para a teoria convencionalista, é serviço público toda atividade que a CF ou a legislação infraconstitucional atribuir a este regime jurídico de serviços públicos, ou seja, a atividade deve ser enquadrada expressamente no regime jurídico dos serviços públicos. O efeito jurídico de uma sujeição de uma atividade à serviços públicos é a limitação do livre exercício da atividade econômica no mercado e a possibilidade de concessão ou permissão do serviço público.
Observação: Vale dizer que alguns doutrinadores entendem que apenas a CF atribui a atividade ao regime jurídico de serviços públicos, sendo a teoria chamada de teoria convencionalista restritíssima.
 
ESSENCIALISTAS: A teoria essencialista nos traz a ideia de que os serviços públicos serão assim caracterizados diante da essencialidade da atividade junto a população, não importando se a lei dispõe regime jurídico distinto, importando tão somente a importância da atividade junto a população. O efeito jurídico de uma sujeição de uma atividade à serviços públicos é a limitação do livre exercício da atividade econômica no mercado e a possibilidade de concessão ou permissão do serviço público. Esta teoria nos traria muitos problemas visto que, por exemplo, a distribuição de alimentos por certo trata-se de atividade essencial à população, no entanto, se esta atividade fosse enquadrada no regime jurídico de serviços públicos, haveria uma limitação ao mercado e todos os estabelecimentos como: restaurantes, lanchonetes, supermercados etc. e estes deveriam ser fechados, visto que o acesso a este mercado só seria possível mediante concessão ou permissão.
CARACTERÍSTICAS/CRITÉRIOS IDETIFICADORES DOS SERVIÇOS PÚBLICOS:
Nem todo serviço público é delegado a particulares, mas todo serviço público desempenhado por particulares só poderá sê-lo mediante concessão ou permissão. 
Atividades desempenhadas por particulares que não sejam mediante concessão ou permissão não são serviços públicos, ou estão em situação irregular. 
Nem toda atividade concedida ou permitida é serviço público, mas todo serviço público pode ser concedido ou permitido. 
Se houver vedação que uma atividade econômica seja delegado pelo Estado à particulares, então ela não pode ser considerada como serviço publico. 
Se uma atividade puder ser desempenhada por particulares sem concessão ou permissão, ela não pode ser considerada serviço público.
MECANISMOS DE DELEGAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS
 	Vale dizer que a transferência da titularidade da exploração de serviços públicos aos entes privados se da através da outorga, da delegação. Neste sentido preleciona o artigo 175 da CF, a saber: 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
 	Temos, além da concessão ou permissão, a figura da autorização, consoante art. 21, XI e XII da CF, a saber:
Art. 21. Compete à União: 
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; 
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
A princípio, observaríamos uma antinomia na CF, visto que o art. 175 trata da outorga dos serviços públicos à iniciativa privada através de concessão ou permissão, sempre através de uma licitação, ao passo que o art. 21 trata da outorga mediante concessão, permissão e autorização, sem tratar da licitação. 
Vale dizer que a lei geral de concessões (Lei 8.987/95) vem para trazer a eficácia do disposto no artigo 175 da CF. 
Regime jurídico de direito público 
Conceitos essenciais – Essa lei conceitua concessão; permissão e autorização. 
 	 Concessão – Art. 2º, II, lei 8.987/95 – Consiste em concessão de serviço público a delegação de sua prestação feita pelo poder concedente mediante licitação, na modalidade concorrência à pessoa jurídica ou consorcio de empresas que demonstrem capacidade para o desenvolvimento, por sua conta e risco e por prazo determinado. 
 	 Permissão – Art. 2º, IV, Lei 8.987/95 – Permissão em serviço público consiste na delegação à titulo precário mediante licitação da prestação de serv. públicos feito pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstra capacidade para seu desenvolvimento, por sua conta e risco. 
 	 Autorização – Primeiramente, vale observar que a lei geral de concessões não trata de autorização, devido ao fato de que a lei geral de concessões vem para regulamentar o artigo 175 da CF, e este só trata de concessão e permissão, não tratando da autorização. No entanto, tendo em vista que esta encontra-se no artigo 21, XI e XII, aqui a tratamos. Autorização consiste em ato administrativo precário, independente de licitação, unilateral e tem como função consentir o uso de um bem público ou viabilizar a prática de uma atividade pelo particular. Por ser ato discricionário, não gera direitossubjetivos, e por ser precário, pode ser revogado a qualquer tempo, sem direito à indenização. Exemplo: Sujeito que possui um box junto ao mercado municipal. No entanto, a autorização que aqui buscamos (serviços públicos) é diferente da disposta no exemplo anterior. 
Doutrina – O entendimento doutrinário majoritário é no sentido de que a concessão e a permissão, atualmente, são institutos que se confundem, visto que embora doutrinariamente encontramos diferenças, na aplicabilidade pratica dos dois institutos, encontram-se as mesmas características. Portanto, os dois institutos possuem identidade. 
STF – ADI 1491-9 – O entendimento jurisprudencial fora no mesmo sentido do entendimento doutrinário. 
CONCORRENCIA EM MATÉRIA DE SERVIÇOS PÚBLICOS
 	No direito brasileiro, em matéria de concorrência, são de submissão ao CADE. No entanto, ao se tratar de serviços públicos, muito embora haja ainda a figura do CADE, ainda que em menor número, surge a figura do Estado como agente regulador. Exemplo: Anatel; ANAC etc. 
 	O nosso ordenamento jurídico, estabelece explicitamente, regras de defesa da concorrência.
 	Vale dizer que no inicio do séc. 20, predominava o modelo do liberalismo econômico, que tinha como premissa a não intervenção do Estado nas relações de cunho econômico. Em 1929, com a queda da bolsa de NY, houve um rompimento com este modelo, sendo claro que era preciso a intervenção do Estado, visto que o mercado não possuía capacidade para se auto gerir. A partir deste instante passa a se empregar o intervencionismo estatal, assumindo grande parte dos serviços de interesses da coletividade, produção e comercio de bens etc.
 	O modelo intervencionista também não vingou, sendo substituído visto que o poder público contraiu diversas dívidas. O endividamento do Estado, aliado à falta de estimulo para exercício de atividades econômicas pela iniciativa privada, fez com que este modelo se mostrasse também ineficaz. 
 	Assim, dá-se inicio a era das privatizações, que transferiam atividades antes desenvolvidas pelo poder publico, para a iniciativa privado. Vale lembrar que estes desempenhavam estas atividades sob controle e regulação do poder publico.
 	Os serviços públicos também se sujeitam a regulação setorial, ou seja, órgãos da administração indireta responsáveis pelo acompanhamento da atividade desenvolvida pelo particular.

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