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PAPER História da África

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PAPER DE HISTÓRIA DA ÁFRICA
 A maior parte da África possui culturas orais. Possui um pouco da escrita, mas não são dependentes dela no seu cotidiano. O que os africanos tradicionais valorizam mesmo é a palavras faladas, tendo esta como força vital interior, que são manifestas no ato da fala.
 Asssim afirma Doma Komo: 
 “A fala é divinamente exato,
 Convém ser exato para com ela.”
 “A língua que falsifica a palavra
 Vicia o sangue daquele que mente.” (Ki-Zerbo, p.177)
 Afirma que devem ser fiéis a palavra e que mentir é manchar sua moral, corromper o sagrado e perder a harmonia interior. A palavra é usada com prudência e é concebida como um dom de Deus, e assim o homem tem uma ligação muito forte com a palavra. Aqueles que sempre foram fiéis a palavra é visto pela sociedade como um contador de história. Já aqueles que falharam com a palavra são descartados.
 Não dependentes da escrita, esses povos guardam com fidelidade a história dos seus antepassados na memória, sendo que a herança ancestral é de grande importância para eles. Os conhecedores detém o conhecimento do todo, não se restringindo à repartições.
 Os africanos são muito ligados à natureza. Sendo esta a essência de suas religiões, há uma grande ligação entre natureza ao divino, e sagrado. Para esses povos não existe separação desses dois elementos. Tanto que, para eles a natureza é viva e animadas pelas forças, e que a relação do homem com natureza é de participação e não de ultilização.
 Os trabalhos dos artesãos são ritualizado. São acompanhados de cânticos e gestos simbólicos. O ferreiro invoca quatro elementos, que são terra, água, ar e fogo, do qual esses elementos fazem parte do seu trabalho. É importante ressaltar que, os filhos dos ferreiros não apredem a profissão com o pai, e sim com um outro ferreiro. 
 “As esposas e os filhos do Mestre
 Não são seus melhores discípulos.” (Ki-Zerbo, p. 188)
 Os filhos e a esposa do Mestre possuem uma intimidade que poderá atrapalhar os rituais que são fundamentais para a iniciação. E quando o filho é ensinado por outro Mestre põe em dinâmica o conhecimento. Alguns detalhes que o pai nunca tinha percebido, o filho poderá aprender com o outro Mestre e depois passar para o pai. No ato da iniciação o que está aprendendo observa em silêncio.
 Enquanto os nobres devem ser fiéis a Palavra , os griots ou dieli tem grande liberdade da fala. Animadores de públicos falam imprudentemente, mentem descaradamente, sem nenhuma conseqüência. São aceitos pela sociedade, mas tais não tomam como verdade o que eles falam, levam apenas na brincadeira, e são chamados de “boca rasgada.”
 Essas sociedades não tendo a escrita como fonte de registros, possuem uma memória muito desenvolvida, ao contrário das que são dependentes delas. Eles gravam inúmeras histórias,comerciantes que emprestam dinheiro, tem tudo gravado na memória, sendo que esta nunca falha. Em sua mente tem os fatos em sua totalidade, e quando contam suas hitórias de vida, tanto ele, quantos os ouvintes revivem aqueles momentos, porque eles contam conforme o que aconteceu, dando os mínimos detalhes, sendo testemunhas vivas e ativas da história.
BIBLIOGRAFIA
KI-ZERBO, Joseph. História Geral da África. Vol.I. Cap. 8. ATradição viva. P. 167. 2° ed. rev. Brasília. UNESCO, 2010.

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