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TGDP - matéria 1° ano completa

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RELAÇÃO JURÍDICA
Relação jurídica é aquela que vincula pessoas e que faz nascer direitos e obrigações.
Quando as relações sociais envolvem pessoas, direitos, deveres e obrigações, amparados pelo Direito, estamos diante de uma relação jurídica.
ELEMENTOS DA RELAÇÃO JURÍDICA
a) O Estado que garante e protege a relação jurídica;
b) A lei que disciplina a relação jurídica;
c) As pessoas naturais e jurídicas envolvidas nos direitos e obrigações, resultantes da relação jurídica;
d) O bem material ou imaterial que é objeto da relação jurídica.
DIREITO OBJETIVO: é o Direito imposto pelo Estado e dirigido a todos, como norma geral de agir. O Direito Objetivo disciplina a conduta dos indivíduos na sociedade através das leis. Ex.: Código Civil, Código de Processo Civil, Código Tributário, Constituição Federal, Código Penal, Código de Processo Penal, etc.
DIREITO SUBJETIVO: é a faculdade que cada um tem de agir conforme a lei e de invocar a sua proteção aos legítimos interesses. Ex.:
a) Direito de vender seus pertences;
b) Direito de alugar uma casa sua;
c) Direito de exigir pagamento do que é devido;
d) Direito de mover ação de reparação de dano.
SANÇÕES são medidas estabelecidas pelo Direito, como consequência da desobediência a um imperativo legal.
SANÇÃO PENAL é a consequência da desobediência da lei penal.
SANÇÃO CIVIL é a consequência da desobediência da lei civil.
PROPEDÊUTICA PROCESSUAL
NECESSIDADE é a falta de alguma coisa. O homem depende de certos elementos ou bens, não só para sobreviver como para aperfeiçoar-se social, política e culturalmente.
BEM é o elemento capaz de satisfazer uma necessidade do homem.
UTILIDADE é o valor de um bem para satisfazer a sua necessidade.
A necessidade e a utilidade despertam o interesse do homem pelos bens da vida.
INTERESSE é aquele que está entre uma necessidade e um bem apto a satisfazê-la.
O sujeito do interesse é o homem e o objeto de interesse é o bem.
INTERESSE INDIVIDUAL: a satisfação de uma necessidade pode determinar-se em relação a um indivíduo isoladamente. Ex.: uso de uma casa, uso de um carro etc.
INTERESSE COLETIVO: a satisfação de uma necessidade não pode determinar-se senão em relação a vários indivíduos em conjunto. Ex.: a família, a sociedade civil, a sociedade comercial, o sindicato e o Estado.
CONFLITO INTERSUBJETIVO DE INTERESSES: ocorre quando duas ou mais pessoas têm interesse pelo mesmo bem, que a uma só possa satisfazer.
O conflito de interesse pressupõe duas ou mais pessoas com o interesse pelo mesmo bem. 
O desejo de afastar o interesse alheio em benefício do próprio denomina-se pretensão. Se da outra parte houver resistência, estaremos diante de uma lide.
PRETENSÃO é exigência da subordinação de um interesse de outrem ao próprio.
	O sujeito do interesse oposto pode assumir uma de duas atitudes:
1) Conformar-se com a subordinação. O conflito se compõe pacificamente.
2) Ou resistir à pretensão daquele a essa subordinação. O conflito se dinamiza, o interesse se opõe à resistência do sujeito de outro interesse.
RESISTÊNCIA é a não adaptação à situação de subordinação do interesse próprio ao interesse alheio.
LIDE é o conflito de interesse qualificado por uma pretensão resistida.
FORMAS DE RESOLUÇÃO DOS CONFLITOS
1) AUTODEFESA OU AUTOTUTELA: é o emprego da força material ou força bruta contra o adversário para vencer a sua resistência. É a forma mais primitiva de resolução dos conflitos. 
Inexistindo, nos tempos primitivos, um Estado suficientemente forte para resolver conflitos de interesses, pois não havia sequer leis, o indivíduo que encontrasse resistência alheia à sua pretensão, usaria a própria força para satisfazê-la.
A autotutela era precária, não garantindo a justiça, mas a vitória do mais forte sobre o mais fraco. 
Autotutela no Direito Moderno:
a) É proibida como forma de solução dos conflitos de interesses;
b) Constitui crime o exercício arbitrário das próprias razões, conforme artigo 345 do Código Penal (fazer justiça com as próprias mãos);
CP - Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência.
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa. 
c) São casos excepcionais de autotutela: o direito de cortar ramos de árvores limítrofes que ultrapassam divisas, conforme artigo 1283 do Código Civil, a legítima defesa, conforme artigo 25 do Código Penal, etc.
CC - Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema do prédio, poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno invadido. 
CP - Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 
2) AUTOCOMPOSIÇÃO: traduz atitudes de renúncia ou reconhecimento em favor do adversário. São formas de autocomposição:
a) DESISTÊNCIA: significa renúncia à pretensão. A desistência ocorre quando o autor, antes ou após a resposta do réu, perante o juiz renuncia ao direito que se funda a ação, conforme artigo 269, inciso V, do Código de Processo Civil. 
CPC - Art. 269. Haverá resolução de mérito: 
V - quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação. 
b) SUBMISSÃO: significa renúncia à resistência oferecida à pretensão. A submissão ocorre quando o réu reconhecendo a procedência do pedido do autor, submete-se perante o juiz para o cumprimento da obrigação exigida, conforme artigo 269, inciso II, do Código de Processo Civil.
CPC - Art. 269. Haverá resolução de mérito:
II - quando o réu reconhecer a procedência do pedido;
c) TRANSAÇÃO: significa concessões recíprocas. Através da transação, as partes entram em acordo fazendo-se concessões recíprocas e pedindo a homologação do juiz para o acordo firmado, colocando fim ao litígio, conforme artigo 269, inciso III, do Código de Processo Civil.
CPC - Art. 269. Haverá resolução de mérito: 
III - quando as partes transigirem; 
O Código de Processo Civil admite expressamente as três formas de autocomposição, dando-lhes a eficácia de por fim ao processo; compondo-se as partes cabe ao juiz o reconhecimento da autocomposição por sentença.
Exemplo de autocomposição: 
“A” desiste de reclamar o pagamento de seu crédito;
“B” concorda em satisfazer a dívida;
A vítima de um crime contra a honra perdoa seu ofensor.
3) ARBITRAGEM: a solução dos conflitos é entregue à terceira pessoa desinteressada do objeto do litígio entre os contendores.
Na antiguidade, a arbitragem era exercida pelos sacerdotes e anciãos.
Na arbitragem, os sujeitos do conflito escolhem a terceira pessoa que irá decidi-lo, através de contrato.
Na mediação, as partes participam em conjunto de tomadas de decisões e tomam elas próprias a decisão.
4) PROCESSO: a intervenção do Estado na composição dos conflitos de interesses se faz através da função jurisdicional, praticada pelo juiz.
O instrumento utilizado pela jurisdição para realização de sua tarefa é o processo, e, finalmente, o início do processo depende de provocação da parte interessada, a qual pede ao Poder Judiciário, representante do Estado, a solução do conflito mediante o exercício do direito de ação.
Processo é o meio ou o instrumento de composição da lide.
Compor a lide significa resolver o conflito segundo a vontade da lei.
O Processo tem três sujeitos principais:
a) O autor que pretende;
b) O réu que resiste;
c) O juiz que julga, representando o Estado.
DIREITO MATERIAL OU SUSBSTANTIVO: é aquele cujas normas disciplinam as relações jurídicas referentes a bens e utilidades da vida. Ex.: Direito Civil, Penal, Constitucional, Tributário, Trabalhista, Empresarial, Administrativo, Ambiental, etc.
DIREITO PROCESSUAL, FORMAL, INSTRUMENTAL OU ADJETIVO: é aquele que disciplina a solução jurídica dos litígios, das lides, por meio dosórgãos judiciários. Ex.: Direito Processual Civil, Direito Processual Penal e Direito Processual do Trabalho.
	O Direito Processual é um instrumento a serviço do Direito Material.
TEORIA GERAL DO PROCESSO: estuda os conceitos e os princípios básicos do Direito Processual Civil, Penal e Trabalhista.
LEGISLAÇÃO DO DIREITO MATERIAL E PROCESSUAL: artigo 22, inciso I, da Constituição Federal disciplina a competência legislativa para legislar sobre direito material e processual.
CF - Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
DIVISÃO DO DIREITO PROCESSUAL
DIREITO PROCESSUAL CIVIL: é um sistema de princípios e leis com o objetivo de solucionar lides de natureza civil.
DIREITO PROCESSUAL PENAL: é um sistema de princípios e leis com o objetivo de solucionar lides de natureza penal.
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO: é um sistema de princípios e leis com o objetivo de solucionar lides de natureza trabalhista.
CARÁTER DO DIREITO PROCESSUAL
O Direito Processual é publicista. É disciplinado por normas do Direito Público e, em razão da atividade jurisdicional pertencer ao Estado, representado pelo Poder Judiciário.
PRINCÍPIOS
São elementos fundamentais da cultura jurídica humana.
Princípios são fontes basilares para qualquer ramo do Direito, influindo na sua formação e em sua aplicação.
O processo é regido por princípios gerais ou fundamentais e informativos.
PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DO PROCESSO
1) PRINCÍPIO LÓGICO: consiste na escolha dos atos e formas mais aptos para descobrir a verdade e evitar o erro no processo.
2) PRINCÍPIO JURÍDICO: consiste em assegurar igualdade de tratamento aos litigantes no processo, bem como justiça na decisão.
3) PRINCÍPIO POLÍTICO: aplica-se o máximo de garantia social, com o mínimo de sacrifício individual da liberdade.
4) PRINCÍPIO ECONÔMICO: recomenda a solução rápida para as lides. O processo deve ser acessível a todos os cidadãos, com vistas ao seu custo e a sua duração.
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PROCESSUAL
1) PRINCÍPIO DA INVESTIDURA
	A jurisdição somente poderá ser exercida, em qualquer parte do território nacional, por pessoas regularmente investidas na magistratura, ou seja, por juízes, desembargadores e ministros dos tribunais superiores.
	A pessoa não investida no cargo de juiz não poderá exercer a função jurisdicional, ou seja, não terá o poder de julgar.
	O princípio está previsto no artigo 1° do Código de Processo Civil.
CPC - Art. 1o A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o território nacional, conforme as disposições que este Código estabelece.
2) PRINCÍPIO DA AÇÃO, PRINCÍPIO DA INÉRCIA DA JURISDIÇÃO, PRINCÍPIO DA INICIATIVA DAS PARTES NO PROCESSO CIVIL
	Pelo princípio da ação cabe a quem se sente lesado o direito de provocar o exercício da função jurisdicional.
Direito de ação é um direito subjetivo público de provocar a jurisdição visando a composição da lide. É o direito de invocar a tutela jurisdicional de que é titular o sujeito de uma pretensão. Exercendo-o, o seu titular assume a iniciativa de instaurar o processo, por meio do qual, o órgão jurisdicional conhecerá e decidirá da sua pretensão.
O princípio da iniciativa das partes está previsto na esfera civil, nos artigos 2°, 128 e 262 do Código de Processo Civil.
O direito de ação se manifesta e se concretiza através da formação do processo que se efetiva com a entrega da petição inicial. A petição inicial representa o instrumento do exercício do direito de ação, quando o autor afirma seu direito material e pede as consequências jurídicas dele emanadas. O réu, por sua vez, se vincula à relação processual após a citação, tendo igual direito de reclamar a jurisdição para a sua defesa, através da contestação. O Estado, através do Poder Judiciário, se vincula ao processo como prestador da atividade jurisdicional, proferindo uma sentença.
Petição é a peça inicial para propositura da ação cível.
Contestação é um instrumento formal normal de defesa do réu. É a resposta do réu à ação do autor.
Sentença é o ato pelo qual o juiz decide ou não o mérito da causa.
CPC - Art. 2o Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais.
CPC - Art. 128. O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte.
CPC - Art. 262. O processo civil começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial.
3) PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL OU CONSTITUCIONAL
	O princípio do juiz natural deve respeitar três requisitos:
1) O magistrado deve estar regularmente investido na jurisdição (princípio da investidura);
2) O órgão jurisdicional deve existir antes da lide (proíbe-se a criação de tribunais de exceção);
3) O juiz deve ser competente para julgar a lide.
	Tribunal de exceção é aquele criado temporariamente para o julgado de casos específicos.
	O princípio do juiz natural está previsto no artigo 5°, incisos XXXVII e LIII, e artigo 92 da Constituição Federal.
CF- Art. 5º (...):
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
CF - Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça;
II - o Superior Tribunal de Justiça;
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
4) PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE DO JUIZ
	O juiz representa o Estado e a sua função é a de aplicar a lei ao caso concreto, solucionando o conflito de interesses, por este motivo, deve ser desinteressado da pretensão do autor e da resistência do réu.
	O juiz representa o equilíbrio e a autoridade da relação processual, não podendo deixar-se influenciar pelos interesses das partes. 
	A imparcialidade do juiz é uma garantia de justiça para as partes.
	Para assegurar a imparcialidade do juiz a Constituição Federal estabelece garantias e proibições conforme artigo 95.
CF - Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. 
5) PRINCÍPIO DA IGUALDADE PROCESSUAL, PRINCÍPIO DA ISONOMIA PROCESSUAL, PRINCÍPIO DA IGUALDADE DAS PARTES
	A imparcialidade impõe ao juiz tratamento igualitário em relação aos litigantes, devendo assegurar às partes e aos procuradores igualdade de tratamento, conforme estabelece o artigo 125, inciso I, do Código de Processo Civil.
	A igualdade de tratamento corresponde à prática dos atos processuais. Nenhum ato processual poderá ser praticado por qualquer das partes sem que a outra sobre ele se manifeste.
	O princípioda igualdade processual encontra restrições em alguns casos legais, não sendo, portanto, absoluto.
CPC - Art. 125. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, competindo-lhe:
I - assegurar às partes igualdade de tratamento;
Exceção: CPC - Art. 188. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte  for a Fazenda Pública ou o Ministério Público.
6) PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
	A presença do público nas audiências e a possibilidade do exame do processo por qualquer pessoa representam um instrumento de fiscalização popular sobre o trabalho dos juízes, advogados e promotores de justiça.
	A publicidade não pode ser confundida com o sensacionalismo que afronta a dignidade humana.
	A regra geral da publicidade dos atos processuais encontra exceção e sofre restrições.
	Excepcionalmente, quando o interesse social ou a defesa da intimidade exigir, os atos processuais correrão em segredo de justiça e a publicidade ficará restrita às partes e aos advogados.
	Cabe ao juiz verificar até que ponto a publicidade é tolerável, tomando as devidas providências no momento em que ela for prejudicial aos trabalhos judiciais.
	O princípio da publicidade está previsto nas seguintes leis:
a) Constituição Federal, artigo 5°, inciso LX, e artigo 93, inciso IX;
Art. 5º (...):
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; 
b) Código de Processo Civil, artigo 155, incisos I e II, e parágrafo único;
Art. 155. Os atos processuais são públicos. Correm, todavia, em segredo de justiça os processos:
I - em que o exigir o interesse público;
Il - que dizem respeito a casamento, filiação, separação dos cônjuges, conversão desta em divórcio, alimentos e guarda de menores. 
c) Código de Processo Penal, artigo 792, parágrafo primeiro;
Art. 792. As audiências, sessões e os atos processuais serão, em regra, públicos e se realizarão nas sedes dos juízos e tribunais, com assistência dos escrivães, do secretário, do oficial de justiça que servir de porteiro, em dia e hora certos, ou previamente designados.
d) Consolidação das Leis do Trabalho, artigo 770.
Art. 770 - Os atos processuais serão públicos salvo quando o contrário determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.
7) PRINCÍPIO DA LEALDADE PROCESSUAL
	A lealdade processual é consequência da boa-fé no processo. A lei não tolera o litigante de má-fé, podendo o juiz atuar de ofício contra a fraude processual.
	Existe um dever de moralidade, honestidade e probidade às partes e aos advogados, ao Ministério Público, aos juízes e aos auxiliares da justiça.
	O princípio visa impedir a malícia, a fraude e a propositura de medidas desnecessárias dentro do processo.
	Não se deve esperar que o juiz profira decisões cujo convencimento seja produto de inverdades e artifícios fraudulentos.
	O princípio está previsto nos artigos 16 a 18 do Código de Processo Civil.
CPC - Art. 16. Responde por perdas e danos aquele que pleitear de má-fé como autor, réu ou interveniente.
CPC - Art. 17. Reputa-se litigante de má-fé aquele que:
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; 
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal; 
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo; 
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; 
Vl - provocar incidentes manifestamente infundados.
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
CPC - Art. 18. O juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará o litigante de má-fé a pagar multa não excedente a um por cento sobre o valor da causa e a indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu, mais os honorários advocatícios e todas as despesas que efetuou. 
§ 1o Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na proporção do seu respectivo interesse na causa, ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária.
§ 2o O valor da indenização será desde logo fixado pelo juiz, em quantia não superior a 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa, ou liquidado por arbitramento.
8) PRINCÍPIO DO IMPULSO OFICIAL
	Compete ao juiz depois de instaurada a relação processual, movimentar o processo até conclusão final, velando pela sua rápida solução.
	O princípio do impulso oficial está previsto no artigo 125, inciso II, e artigo 262 do Código de Processo Civil.
CPC - Art. 125. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, competindo-lhe:
II - velar pela rápida solução do litígio;
CPC - Art. 262. O processo civil começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial.
RELAÇÃO PROCESSUAL
	Relação Processual é uma relação jurídica específica que se forma no processo entre o juiz, o autor e o réu, numa reciprocidade de atos processuais.
	A relação jurídica processual compreende direitos, deveres e ônus das partes, mais direitos, deveres e poderes do juiz, estabelecidos da lei processual.
SUJEITOS DA RELAÇÃO PROCESSUAL
a) Sujeitos principais: juiz, autor e réu;
b) Sujeitos secundários: são os auxiliares da justiça;
c) O Ministério Público atua como parte ou fiscal da lei;
d) Os advogados e as testemunhas.
ELEMENTOS OU TEORIAS DA RELAÇÃO PROCESSUAL
a) Teoria linear: exclui o juiz da relação processual e esta se estabelece apenas entre as partes.
b) Relação processual bilateral: os vínculos se dariam, de um lado, entre autor e juiz, e de outro, entre juiz e réu, e reciprocamente;
c) Relação processual triangular ou trilateral: existe vínculo entre as partes e o juiz, e entre as próprias partes. É a teoria adotada pela maioria dos processualistas.
9) PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO, PRINCÍPIO DO ACESSO À JUSTIÇA
	Qualquer que seja a lesão ou ameaça a direito poderá ser levada ao conhecimento do Poder Judiciário, que terá o poder, o dever e a função de aplicar uma solução para o caso concreto.
	O princípio contempla o direito de ação, direito público subjetivo que deve ser exercido até mesmo contra o Estado, na necessidade da tutela jurisdicional para reparação de um direito violado ou ameaçado.
	O princípio está previsto no artigo 5°, inciso XXXV, da Constituição Federal.
Art. 5º , XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
10) PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO, PRINCÍPIO DA LIVRE APRECIAÇÃO DA PROVA, PRINCÍPIO DA PERSUASÃO RACIONAL
	No princípio da persuasão racional, o juiz tem ampla liberdade para apreciar as provas apresentadas pelas partes e o valor que se deve dar a elas. O juiz precisa, obrigatoriamente, fundamentar, motivar e explicar a sua decisão.
	A convicção do juiz deverá ser motivada, explicada conforme as provas constantes do processo.
	O princípio está previsto no artigo 131 do Código de Processo Civil.
Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá indicar, na sentença, os motivos que Ihe formaram o convencimento.
11) PRINCÍPIO DO ÔNUS DA PROVA
	Consiste na iniciativa das partes de instruir o processo com os meios mais eficientes para a prova do que foi alegado, proporcionando ao juiz os melhores instrumentos de apuração da verdade.
	Ojuiz depende da iniciativa das partes quando há afirmação e prova dos fatos em que se fundam os pedidos.
	O princípio está previsto no artigo 333 do Código de Processo Civil, e artigo 156 do Código de Processo Penal.
CPC - Art. 333. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
Parágrafo único. É nula a convenção que distribui de maneira diversa o ônus da prova quando:
I - recair sobre direito indisponível da parte;
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
CPP - Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício:
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; 
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. 
12) PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO OU DA EVENTUALIDADE 
	Pelo princípio da preclusão, cada faculdade processual deve ser exercitada dentro da fase adequada, sob pena de se perder a oportunidade de praticar o respectivo ato processual.
	Preclusão é a perda de um direito pelo decurso do tempo em que se devia praticar o ato processual dentro do processo.
13) PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS
	A motivação das decisões judiciais é vista como garantia das partes, com vistas à possibilidade de sua impugnação para efeito de reforma da decisão através dos recursos.
	A motivação das decisões tem por finalidade mostrar a imparcialidade do juiz, a legalidade e a justiça das decisões.
	O princípio está previsto nas seguintes leis:
a) Constituição Federal, artigo 93, inciso IX;
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; 
b) Código de Processo Civil, artigo 165, combinado com o artigo 458;
Art. 165. As sentenças e acórdãos serão proferidos com observância do disposto no art. 458; as demais decisões serão fundamentadas, ainda que de modo conciso.
Art. 458. São requisitos essenciais da sentença:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a suma do pedido e da resposta do réu, bem como o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões, que as partes Ihe submeterem.
c) Código do Processo Penal, artigo 381;
Art. 381. A sentença conterá:
I - os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações necessárias para identificá-las;
II - a exposição sucinta da acusação e da defesa;
III - a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão;
IV - a indicação dos artigos de lei aplicados;
V - o dispositivo;
VI - a data e a assinatura do juiz.
d) Consolidação das Leis do Trabalho, artigo 832.
Art. 832 - Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa, a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva conclusão.
§ 1º - Quando a decisão concluir pela procedência do pedido, determinará o prazo e as condições para o seu cumprimento.
§ 2º - A decisão mencionará sempre as custas que devam ser pagas pela parte vencida.
§ 3o As decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar a natureza jurídica das parcelas constantes da condenação ou do acordo homologado, inclusive o limite de responsabilidade de cada parte pelo recolhimento da contribuição previdenciária, se for o caso.
14) PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ
	O juiz que tenha iniciado a instrução deve ficar vinculado ao julgamento e obrigado a dar sentença, salvo se for transferido, promovido ou aposentado, casos em que passará o processo ao seu sucessor.
	Instrução é a fase processual em que se produzem as provas. 
	O princípio está previsto no artigo 132 do Código de Processo Civil, e artigo 399, parágrafo 2°, do Código de Processo Penal.
CPC - Art. 132. O juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência julgará a lide, salvo se estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado, casos em que passará os autos ao seu sucessor.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, o juiz que proferir a sentença, se entender necessário, poderá mandar repetir as provas já produzidas. 
CPP - Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente.
§ 2o  O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
DO PODER JUDICIÁRIO
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça;
II - o Superior Tribunal de Justiça;
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal.
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional. 
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação; 
(...)
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; 
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, 
§ 2º, I. 
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos desessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente;
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. 
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: 
I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal;
II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal; 
III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal; 
IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; 
V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; 
VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; 
VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; 
VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; 
IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; 
X - um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República; 
XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual; 
XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. 
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal. 
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. 
(...)
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: 
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências; 
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes: 
I receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e aos serviços judiciários; 
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral; 
III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios. 
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I - processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;
(...)
Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:
I - os Tribunais Regionais Federais;
II - os Juízes Federais.
Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;
II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por antigüidade e merecimento, alternadamente.
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
I - processar e julgar, originariamente:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
(...)
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
(...)
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
I - o Tribunal Superior do Trabalho;
II - os Tribunais Regionais do Trabalho;
III - Juizes do Trabalho.
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalhocompor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; 
II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
II as ações que envolvam exercício do direito de greve;
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;
(...)
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; 
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: 
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; 
II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento, alternadamente.
Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
I - o Tribunal Superior Eleitoral;
II - os Tribunais Regionais Eleitorais;
III - os Juízes Eleitorais;
IV - as Juntas Eleitorais.
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:
I - o Superior Tribunal Militar;
II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo:
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional;
II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça Militar.
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.
§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
DAS FUNÇÕES ESSECIAIS À JUSTIÇA
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
§ 1º - São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional
Art. 128. O Ministério Público abrange:
I - o Ministério Público da União, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
II - os Ministérios Públicos dos Estados.
§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.
§ 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.
§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.
§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva.
§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros:
I - as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa;
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I;
II - as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério;
e) exercer atividade político-partidária; 
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei
§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V. 
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
(...)
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior;
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
(...)
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em direito, nomínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação.
(...)
DA ADVOCACIA PÚBLICA
Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.
§ 1º - A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
§ 2º - O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-se-á mediante concurso público de provas e títulos.
§ 3º - Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas. 
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias. 
DA ADVOCACIA E DA DEFENSORIA PÚBLICA
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal.
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais.
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º.
(...)
JURISDIÇÃO
É o poder do Estado, através do judiciário, de dizer o direito no caso concreto.
O Estado exerce o seu poder jurisdicional para tutelar direitos, mediante provocação ou pedido da parte interessada, nascendo daí a ação, conforme art. 2º do Código de Processo Civil.
A jurisdição é exercida dentro do território nacional conforme competência dos juízes, daí o conceito de competência como sendo a limitação da jurisdição.
A atividade jurisdicional é uma manifestação da soberania do Estado e que se desenvolve através do processo. Por meio do processo o Estado exerce a jurisdição com o objetivo de resolver os conflitos de interesses.
São funções de soberania do Estado: a legislativa, a executiva e a judiciária.
Quando o Estado cria a lei, exerce a função legislativa, quando aplica a lei aos casos concretos, exerce a função jurisdicional. 
A função jurisdicional visa a atuação da lei aos conflitos de interesses ocorrentes, assim compondo-os e resguardando a ordem jurídica.
CPC - Art. 2o Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA JURISDIÇÃO
PRINCÍPIO DA INDELEGABILIDADE
O juiz não poderá atribuir a outros órgãos ou outras pessoas as funções que são inerentes a seu cargo.
O juiz não pode delegar a sua função jurisdicional. O juiz recebe a delegação do Estado.
A expedição de cartas precatórias, rogatórias e de ordem, previstas no art. 201 Código de Processo Civil, não constitui violação ao princípio da indelegabilidade.
CPC - Art. 201. Expedir-se-á carta de ordem se o juiz for subordinado ao tribunal de que ela emanar; carta rogatória, quando dirigida à autoridade judiciária estrangeira; e carta precatória nos demais casos.
PRINCÍPIO DA ADERÊNCIA DA JURISDIÇÃO AO TERRITÓRIO
Os juízes exercem jurisdição dentro de determinados espaços territoriais, estabelecidos pelas leis de Organização Judiciária Estadual ou pela própria Constituição Federal.
Os tribunais superiores têm jurisdição sobre todo o território nacional.
Os juízes estaduais exercem jurisdição dentro da sua comarca, conforme Lei de Organização Judiciária Estadual.
Caso haja necessidade de praticar um ato processual fora da jurisdição, cabe ao juiz solicitar a cooperação de outros juízes, seja por meio de Carta Precatória ou Rogatória.
PRINCÍPIO DA INDECLINABILIDADE DA JURISDIÇÃO
O juiz não pode deixar de apreciar as lides que lhes são submetidas, desde que o pedido inicial observe as exigências legais. O juiz não pode deixar de dizer o direito, seja despachando ou sentenciando.
PRINCÍPIO DA INEVITABILIDADE
As partes não poderão escolher o juiz que solucionará o litígio e que aplicará a lei no caso concreto.
As partes deverão se submeter à decisão proferida pelo juiz que o Estado lhes indicou, e que só pode ser afastado nos casos de impedimento e suspeição.
CPC - Art. 134. É defeso ao juiz exercer as suas funções no processo contencioso ou voluntário:
I - de que for parte;
II - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como órgão do Ministério Público, ou prestou depoimento como testemunha;
III - que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou decisão;
IV - quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consangüíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até o segundo grau;
V - quando cônjuge, parente, consanguíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau;
VI - quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa.
Parágrafo único. No caso do no IV, o impedimento só se verifica quando o advogado já estava exercendo o patrocínio da causa; é, porém, vedado ao advogado pleitear no processo, a fim de criar o impedimento do juiz.
CPC - Art. 135. Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz, quando:
I - amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes;
II - alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau;
III - herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes;
IV - receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas do litígio;
V - interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes.
Parágrafo único. Poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo íntimo.
DIVISÃO DA JURISDIÇÃO
JURISDIÇÃO CONTENCIOSA 
É a verdadeira jurisdição, a que tem por objeto a composição do conflito de interesses.
Na jurisdição contenciosa existem partes: autor e réu.
O objeto da jurisdição contenciosa é a lide. O autor provoca, o réu se defende e o juiz aplica a lei no caso concreto.
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA OU ADMINISTRATIVA
O juiz atua apenas para proteger o patrimônio ou a pessoa, intervindo para garantir a legitimidade de um ato de interesse privado. Não existe julgamento de nenhum conflito de interesses.
A jurisdiçãovoluntária não resolve litígios, referindo-se apenas a certos negócios ou atos jurídicos que devem ser submetidos ao controle do juiz. 
Ex.: separação judicial consensual, nomeação de tutores, venda de bens de menores, suprimento de idade para casamento.
Na jurisdição voluntária não existe lide nem partes, mas apenas um negócio jurídico processual, envolvendo o juiz e os interessados.
A JURISDIÇÃO COMUM pode ser Estadual e Federal. É composta pelos Juízes e Tribunais Estaduais e pelos Juízes e Tribunais Regionais Federais e o Superior Tribunal de Justiça.
A JURISDIÇÃO ESPECIAL é formada pela Justiça Eleitoral, Justiça do Trabalho e Justiça Militar.
O órgão máximo do Poder Judiciário é o Supremo Tribunal Federal.
A jurisdição quanto à matéria divide-se em: Civil, Penal, Trabalhista, Eleitoral e Militar.
PODERES DA JURISIDIÇÃO
PODER DE DECISÃO
O juiz tem o poder de conhecer o processo, recolher os elementos de prova e decidir.
PODER DE COERÇÃO OU PODER DE POLÍCIA ( PODER DE MANDO)
Ocorre quando o juiz obriga o vencido ao cumprimento da decisão no processo de execução:
Quando o juiz ordena intimações das partes ou testemunhas;
Quando o juiz determina busca e apreensão;
Quando o juiz aplica penas etc.
DOCUMENTAÇÃO
Resulta da necessidade de representações por escrito dos atos processuais praticados no processo.
LEI PROCESSUAL
LEIS MATERIAIS
São aquelas que fixam regras de conduta fora do processo, estabelecendo direitos e obrigações entre as pessoas que vivem em sociedade. Ex. Código Penal, Código Civil, Código Comercial, Código Tributário, Consolidação das Leis do Trabalho, Constituição Federal, etc.
LEIS PROCESSUAIS E INTRUMENTAIS
São regras operacionais que disciplinam a aplicação das leis materiais objetivando a solução dos conflitos de interesses. Ex. Código de Processo Civil, Código de Processo Penal e Consolidação das Leis do Trabalho.
As leis processuais existem para fazer cumprir as leis materiais.
LEI PROCESSUAL NO TEMPO
Os princípios disciplinadores da aplicação da lei processual no tempo são: princípio da irretroatividade e princípio da imediatidade.
O princípio da irretroatividade está previsto no artigo 5º inciso XXXVI da Constituição Federal e artigo 6.º da Lei de Introdução ás Normas do Direito Brasileiro.
CF – Art. 5°, XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
Lei Introdução às Normas do Direito Brasileiro 
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
O princípio da imediatidade significa a aplicação imediata da lei nova, conforme artigo 1.211 do Código de Processo Civil.
CPC - Art. 1.211. Este Código regerá o processo civil em todo o território brasileiro. Ao entrar em vigor, suas disposições aplicar-se-ão desde logo aos processos pendentes.
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL NOVA QUANTO AOS PROCESSOS:
- processos findos ou exauridos não sofrem nenhuma influência da lei processual nova.
- processos pendentes são atingidos pela lei processual nova, mas ficam respeitados o efeito dos atos praticados na lei processual antiga.
- processos futuros serão regidos pela lei processual nova.
LEI PROCESSUAL NO ESPAÇO
Vigora o princípio da territorialidade, limitando-se o juiz a aplicar a lei processual em todo o território nacional, conforme art. 1º do Código de Processo Civil.
CPC - Art. 1o A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o território nacional, conforme as disposições que este Código estabelece.
15) PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA:
O princípio do contraditório corresponde ao amplo direito de defesa, de natureza constitucional, previsto no artigo 5°, inciso LV da Constituição Federal.
O princípio do contraditório é aplicado nos processos judiciais e administrativos.
O princípio indica a atuação de uma garantia fundamental da justiça.
O direito de defesa não pode ser negado àquele que passa a sofrer, em razão de uma demanda judicial, a condição de demandado.
O inquérito policial é um procedimento administrativo que visa a colheita de provas para informações sobre o fato criminoso e sua autoria. Não existe acusação nessa fase e, portanto, não há defesa. O direito de defesa só ocorre no processo.
CF – Art. 5, inciso LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
16) PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA
O princípio considera toda pessoa presumivelmente inocente até que seja declarada culpada, já que “ninguém será considerado culpado até o transito em julgado da sentença penal condenatória”, conforme artigo 5°, LVII, da Constituição Federal.
Art. 5°, inciso LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
17) PRINCÍPIO DA NÃO AUTOINCRIMINAÇÃO
O princípio de que ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo “está implicitamente previsto no artigo 5° da Constituição Federal, a partir da conjugação dos princípios da ampla defesa inciso LV, da presunção da inocência, inciso LVII, e do direito constitucional ao silêncio, inciso LXIII.
Na realidade, ninguém pode ser constrangido a confessar a prática de um crime.
CF - Art 5, inciso LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
CPP - Art. 186. - Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas. 
18) PRINCÍPIO DA VERDADE REAL
No processo penal o juiz tem o dever de investigar como os fatos ocorreram na realidade, não se conformando com a verdade formal constante dos autos do processo, conforme estabelece o art. 156, CPP. 
CPP - Art 156 – A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: 
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; 
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.
19) PRINCÍPIO DO “FAVOR REI”
A dúvida sempre beneficia o réu.
Nos casos de interpretações antagônicas de uma lei, deve-se escolher a interpretação mais favorável ao réu ou em favor do réu. 
20) PRINCÍPIO DA INADMISSIBILIDADE DA PROVA ILÍCITA
São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos, conforme art. 5°, inciso LVI da Constituição Federal. 
Prova ilícita é aquela produzida em contrariedade com uma lei de direito material ou direito processual.
Certas provas obtidas naturalmente tendo em vista o interesse social preponderante, devem ser admitidas em juízo.
Art 5°, inciso LVI – CF- são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
21) PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO OU RECORRIBILIDADE
Pelo princípio do duplo grau de jurisdição existe a possibilidade de se pedir a revisão ou reexame das decisões proferidas por juízes de 1º grau, encaminhando-se o pedido por via de RECURSO aos juízes de 2° grau, ou seja, aos tribunais. 
Todo ato processual praticado pelo juiz que possa prejudicar um direito ou interesse da parte deve ser recorrível, como meio de evitar falhas e erros que são inerentes aos julgamentos humanos. 
Neste princípio podemos considerar 3 objetivos:
a) Falibilidade humana.
b) Inconformismo da parte.
c) Evitar abusos do juiz.
Quando se usa a expressão “duplo grau” o que se quer significar é que a decisão proferida pela jurisdição inferior pode ser revista pela jurisdição superior..
22) PRINCÍPIO DA PEREMPTORIEDADE RECURSAL
Os prazos referentesaos recursos são fatais ou peremptórios, correrão em cartório e serão contínuos, não se interrompendo por férias, domingos e feriados.
23) PRINCÍPIO DA SUCUMBÊNCIA
Consiste na condenação do vencido a pagar as despesas, custas e honorários despendidos pelo vencedor da causa, conforme estabelece o artigo 20 do Código de Processo Civil.
CPC - Art. 20 - A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os honorários advocatícios. Esta verba honorária será devida, também, nos casos em que o advogado funcionar em causa própria.
24) PRINCÍPIO DA INTIMA CONVICÇÃO (JÚRI)
Se para o juiz togado vigora o princípio da livre convicção, no tribunal do júri prevalece o princípio da íntima convicção, já que o jurado julga de acordo com sua consciência, sem dar as razões da sua decisão.
O tribunal do júri está previsto no art. 5°, XXXVIII, da Constituição Federal.
CF - Art 5, XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
Obs.: São crimes de competência do júri:
1) Homicídio – art. 121 do Código Penal;
2) Infanticídio – art. 123 do Código Penal;
3) Aborto – art. 124 do Código Penal;
4) Induzimento, instigação e auxílio ao suicídio – art. 122 do Código Penal.
25) PRINCÍPIO DA ORALIDADE
Consiste na preponderância da palavra falada ou na concentração de menor número possível de atos processuais na audiência de instrução e julgamento.
Exemplos: depoimento das testemunhas, depoimentos das partes, debate entre as partes, etc.
26) PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. É o conjunto de garantias que asseguram às partes o exercício do direito material, poderes de natureza processual que legitimam a própria função jurisdicional. É a garantia da vida, da liberdade e da propriedade no sentido do direito material e no sentido processual garantir o acesso à justiça com juiz independente, imparcial, competente e com a aplicação do princípio da ampla defesa e do contraditório.
CF - Art 5°, inciso LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
AÇÃO
TRILOGIA ESTRUTURAL DO DIREITO PROCESSUAL – AÇÃO, JURISDIÇÃO E PROCESSO
	A ação provoca a jurisdição, que se exerce através de um complexo de atos, que é o processo.
CONCEITO DE AÇÃO
	Ação é um direito subjetivo público de pleitear ao Poder Judiciário uma decisão sobre uma pretensão.
	O instrumento utilizado para a propositura da ação cível é a petição inicial, conforme artigo 282, incisos I a VII, do Código de Processo Civil.
Art. 282. A petição inicial indicará:
I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida;
II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido, com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII - o requerimento para a citação do réu.
ELEMENTOS DA AÇÃO
	Os elementos identificadores da ação são:
1) As partes correspondem ao autor e réu, isto é, quem pede e contra quem se pede a prestação jurisdicional.
2) O pedido que é o objeto da ação. É o bem jurídico pretendido pelo autor perante o réu.
3) O pedido é mediato ou imediato.
	O pedido imediato é a espécie de providência jurisdicional solicitada ao Estado-juiz. Ex.: uma sentença condenatória, declaratória ou constitutiva, uma providência executiva ou cautelar.
	O pedido mediato corresponde ao bem da vida. Pode ser bem material ou imaterial.
	Exemplos de bens materiais: a realização de um serviço, a entrega de uma coisa, o pagamento de uma soma em dinheiro, etc.
	Exemplos de bens imateriais: a honra, a liberdade e a vida.
4) Causa de pedir ou causa petendi é o fundamento jurídico da ação, conforme estabelece o artigo 282, inciso III, do Código de Processo Civil.
CPC - Art. 282. A petição inicial indicará:
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
CONDIÇÕES DA AÇÃO
	São requisitos especiais ligados à viabilidade da ação.
	São requisitos que a ação deve preencher para que se profira uma decisão de mérito.	Mérito é a pretensão do autor, deduzida em juízo; é a matéria de fato e de direito em julgamento.
1) Possibilidade jurídica do pedido: consiste na viabilidade do pedido, isto é, formular pedido admitido pelo direito objetivo (lei) ou o que não seja proibido por este.
	O direito de ação pressupõe que o seu exercício vise à obtenção de uma providência jurisdicional sobre uma pretensão tutelada pelo direito objetivo.
	Se o pedido não for possível, haverá carência da ação.
2) Interesse de agir: somente pode pleitear a prestação jurisdicional quem tenha necessidade de provocar o Poder Judiciário para obter uma decisão de um direito violado ou ameaçado, sobre um bem material ou imaterial.
	A falta de interesse de agir acarretará a carência de ação.
3) Legitimidade para a causa: está ligada à titularidade do direito de ação e deve verificar-se tanto no polo ativo (autor), como no polo passivo (réu) da relação processual.
Legitimidade ativa: é examinada quanto ao autor. É preciso que o autor seja titular da pretensão à tutela jurisdicional. Em regra só pode demandar, aquele que for sujeito da relação jurídica de direito material trazida a juízo.
Legitimidade passiva: é vista quanto ao réu, ou seja, a pessoa contra quem se pode exigir a pretensão. 
	
Legitimidade ordinária: a ação é proposta pelo titular da relação jurídica do direito material.
Legitimidade extraordinária: a ação é proposta para a defesa de direito alheio, desde que a lei expressamente autorize.
	Se a parte for ilegítima haverá carência de ação.
Carência de ação: ao verificar a falta de uma das condições da ação, o juiz determinará a extinção do processo, sem resolução do mérito, declarando o autor carencedor da ação e condenando-o ao pagamento das custas do processo e às consequências da sucumbência.
	A carência da ação está prevista no artigo 267, VI, do Código de Processo Civil.
CPC - Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: 
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;
CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES
	Ação de conhecimento, execução ou cautelar correspondem, respectivamente, aos processos de conhecimento, execução e cautelar.
Ação de conhecimento: na ação de conhecimento o juiz conhecerá a pretensão do autor, as alegações do réu, e em face das provas profere uma decisão. É uma ação que visa obter do juiz uma sentença de mérito.
	Ação de conhecimento divide-se em: condenatória, declaratória ou constitutiva.
	Considerando o que foi pedido pelo autor, a decisão pode ser condenatória, declaratória ou constitutiva.
Ação condenatória: o autor pretende obter do juiz uma sentença de condenação do réu ao cumprimento de uma prestação de dar, de fazer ou não fazer, de abster-se da prática de algum ato ou de desfazer o que por ele foi feito.
	A sentença condenatória cria o título executivo judicial contra o réu.
Ação declaratória: visa uma sentença que declare a certeza da existência ou inexistência de um direito ou de uma relação jurídica, ou autenticidade ou falsidade de um documento.
	Com a sentença declaratória, se esgota a função jurisdicional. Se o autor, depois, quiser exigir o direito, tornado certo por meio dessa decisão, deverá propor nova ação, de natureza condenatória.
Ação constitutiva: é aquela que visa uma sentença que modifique uma situação jurídica existente, criando uma situação jurídica nova. Tem por finalidade uma sentença que cria, altera ou extingue uma relação jurídica. 
Ação de execução: visa o cumprimento forçado de um direito já reconhecido. A ação de execuçãotem por pressuposto um título executivo judicial ou extrajudicial, e com fundamento nele, o credor requer os atos judiciais necessários contra o devedor.
	O título executivo judicial corresponde a uma sentença condenatória obtida no processo de conhecimento.
	O título executivo extrajudicial corresponde aos títulos de crédito.
Ação cautelar: visa uma medida urgente e provisória com a finalidade de assegurar os efeitos da ação principal, que pode estar em perigo por eventual demora, no processo de conhecimento ou no processo de execução.
	São pressupostos específicos da ação cautelar:
a) Periculum in mora – significa perigo na demora. Consiste na ameaça de lesão grave e de difícil reparação em virtude da demora.
b) Fumus boni iuris – significa fumaça do bom direito. Consiste na probabilidade de êxito da pretensão ou a aparência do bom direito, que é pedido por antecipação.
PROCESSO E PROCEDIMENTO
Conceito de Processo
Processo é um meio ou instrumento de composição da lide.
Finalidade
A finalidade do processo é a composição do litígio a ser feita mediante aplicação concreta da lei pelo juiz.
Espécies de processo
	Temos três instrumentos do Estado-juiz para oferecer a providência jurisdicional.
1) Processo de conhecimento ou cognitivo: é o instrumento pelo qual o juiz toma conhecimento da pretensão das partes por meio do pedido e resposta, das provas produzidas pelas partes e profere uma resolução de mérito.
2) Processo de execução: é o conjunto de atos e meios judiciais que a parte vencedora ou credora promove contra a parte vencida ou devedora, para conseguir efetivar o seu direito.
	Os pressupostos da execução são: o título judicial ou o título extrajudicial.
3) Processo Cautelar: o processo cautelar é tutela jurisdicional que visa garantir o processo principal, que é o de conhecimento ou de execução.
São pressupostos específicos do processo cautelar: o periculum in mora e o fumus boni iuris.
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
	São os requisitos de admissibilidade do processo.
	Quando se verificar a ausência dos pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo, este será extinto, sem a resolução do mérito.
Pressupostos processuais subjetivos
Quanto ao juiz:
1) Investidura;
2) Competência;
3) Imparcialidade.
Quanto às partes:
1) Capacidade de ser parte;
2) Capacidade de estar em juízo;
3) Capacidade postulatória.
Pressupostos processuais objetivos
1) Petição inicial apta;
2) Citação válida;
3) Instrumento de mandato;
4) Ausência de coisa julgada;
5) Ausência de litispendência.
PROCEDIMENTO
	É sinônimo de rito do processo; é o modo e a forma por que se movem os atos no processo.
	O procedimento equivale a um ritual.
	Procedimento é a forma pela qual o processo se desenvolve.
ESPÉCIES DE PROCEDIMENTOS
Procedimentos comuns:
a) Ordinário: previsto nos artigos 274 e 282 ao 475 do Código de Processo Civil;
b) Sumário: previsto nos artigos 275 ao 281 do Código de Processo Civil;
c) Sumaríssimo: Lei 9099/95 e Lei 10259/2001.
Procedimentos especiais:
a) de jurisdição contenciosa: artigos 890 a 1102 do Código de Processo Civil;
b) de jurisdição voluntária: artigos 1103 a 1210 do Código de Processo Civil;
c) das execuções: artigo 621 e seguintes do Código de Processo Civil;
d) das ações cautelares: artigo 796 e seguintes do Código de Processo Civil.
DOS ATOS PROCESSUAIS
	Ato processual é aquele praticado no processo e que para este tem relevância jurídica.
	Ato processual é a manifestação de vontade dos sujeitos do processo ou da relação processual. O processo se desenvolve através de atos das partes, do juiz e dos auxiliares da justiça.
Forma de expressão do ato processual
	O ato pode ser escrito ou oral.
Linguagem do ato processual
	Exige-se o uso do vernáculo.
PRINCÍPIOS
1) Princípio da tipicidade: consiste em que os atos processuais devem corresponder a um modelo previsto em lei. Ex.: petição inicial, contestação, sentença, etc.
2) Princípio da publicidade: os atos processuais são públicos, com exceção.
3) Princípio da instrumentalidade das formas: não existe necessidade de uma forma definida, instrumentalizando os atos processuais, a não ser quando a lei exigir.
DOS ATOS DAS PARTES
	São aqueles praticados pelo autor ou réu, pelas partes intervenientes ou pelo Ministério Público no curso do processo.
Classificação
1) Atos postulatórios: são aqueles praticados por uma das partes, que pretende obter do juiz uma providência jurisdicional. Ex.: petição inicial, requerimento, etc.
2) Atos instrutórios ou probatórios: visam convencer o juiz da verdade alegada. Se alguém pede, deve instruir e provar o pedido. Ex.: perícias.
3) Atos reais: são aqueles que se manifestam em coisas e não em palavras. Ex.: apresentação de documentos, pagamento das custas, etc.
Atos Processuais do Juiz
	Os atos do juiz no processo são decorrentes de sua função jurisdicional, cumprindo-lhe dirigir e ordenar, através de impulso oficial, o andamento regular do processo até decisão final.
Classificação
1) Sentença: é o ato pelo qual o juiz resolve ou não o mérito da causa.
Sentença terminativa: é aquela que extingue o processo sem resolução de mérito. Ex.: declara o autor parte ilegítima.
Sentença definitiva: é aquela que extingue o processo com resolução de mérito.
2) Decisão interlocutória: é o ato pelo qual o juiz, no decorrer do processo, resolve questão incidental. Ex.: deferimento ou não de produção de determinadas provas.
3) Despachos: são os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma.
4) Acórdão: é a denominação dada aos julgamentos proferidos pelos tribunais.
	Os atos processuais praticados pelo juiz estão previstos nos artigos 162 e 163 do Código de Processo Civil.
Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
§ 1º Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei.
§ 2o Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente.
§ 3o São despachos todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma.
§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessários. 
Art. 163. Recebe a denominação de acórdão o julgamento proferido pelos tribunais.
Atos dos Auxiliares da Justiça
Classificação
1) Atos de movimentação: são aqueles destinados ao andamento do processo. Ex.: conclusão ao juiz, vista às partes, etc.
2) Atos de execução: são aqueles praticados em cumprimento de determinações do juiz. Ex.: citação do réu, intimação das testemunhas, intimação das partes, etc.
3) Atos de documentação: são aqueles através dos quais os auxiliares de justiça manifestam a sua fé pública de que os atos determinados pelo juiz foram cumpridos. Ex.: certidão de 	que réu foi citado, certidão de que a testemunha foi intimada, etc.
Termos processuais comuns que o escrivão redige no curso do procedimento
1) Termo de juntada: é o ato pelo qual o escrivão certifica o ingresso de uma petição ou documento nos autos.
2) Termo de vista: é a informação que o escrivão faz nos autos para que o advogado da parte se manifeste sobre determinado evento processual.
3) Termo de conclusão: é o ato que certifica o encaminhamento dos autos ao juiz, para determinada manifestação.
3) Termo de recebimento: é o ato que documenta o momento em que os autos voltaram a cartório após o termo de vista ou conclusão.
	A palavra termo tem dois significados:
1) Reduzir a escrito o ato processual;
2) Sentido de tempo ou prazo.
DOS PRAZOS
	Prazo é o lapso de tempo dentro do qual um ato deve ser praticado; é a duração compreendida

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