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Resumo da matéria de Introdução ao Estudo do Direito fead

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Resumo da matéria de Prova de Introdução ao Estudo do Direito / Fead. 24/11/2015
Relações do Direito com outras áreas do saber
É inegável a relação do Direito com outras áreas do saber. 
A evolução do Direito caminha juntamente com outras ciências como Filosofia, Sociologia, Economia, dentre outras. A Filosofia, por exemplo, traz ao jurista o questionamento, a dialética. [2: A tradução literal de dialética é "caminho entre as idéias". // A arte do diálogo, a arte de debater, de persuadir ou raciocinar.]
O Direito possui autonomia se relaciona com outros conhecimentos para melhorar e regular o convívio social mantendo a ordem.[3: Autonomia: auto + nomos = de si mesmo + lei, que quando combinados são entendidos como aquele que estabelece suas próprias leis.]
O Direito é independente a estas áreas, pois o jurista pode ou não fazer uso destas ciências em suas decisões. 
Entretanto, a idéia é que esses conhecimentos ajudem o jurista em sua atividade diária. 
Mas o Direito como “Ciência” (Teoria Pura do Direito – Hans Kelsen), para aqueles que acreditam, é dotado de autonomia, pois o Direito é auto-suficiente e possui liberdade, autonomia e independência em relação há outras áreas do saber.
Conceitos de Direito:
O conceito do que é “Direito” é amplo e sua conceituação é variável de acordo com a época e o território. Ele também é dotado de um subjetivismo ideológico, ou seja, o conceito do que é “Direito” varia também de sujeito para sujeito.
Direito como Justo: “O Direito deve buscar o que é justo”
Platão: Consiste na busca pela justiça, dar a cada um aquilo que merece. Para Platão a justiça deve levar em consideração a função que o individuo ocupa e sua finalidade.[4: Finalidade ou fim último: intenção ou motivação para a realização ou existência de algo; objetivo, propósito, fim.]
Filósofos
Guerreiros
Povo: Não faziam parte do povo aqueles que não eram considerados cidadãos gregos, como mulheres, escravos, etc.
 
Idéia de Representatividade de governo para Platão
Aristóteles: O direito consiste na busca pela justiça que consiste em dar a cada um aquilo que lhe é direito, de acordo com seus méritos e deméritos. OU seja, o Direito deve ser distribuído seguindo a finalidade dos indivíduos e de acordo com seus méritos e deméritos. 
Aristóteles estabelece duas formas de justiça:
- Comutativa (Aritmética/sinalagmática / 1x1): é a justiça aplicada entre iguais, onde não há relação de superioridade ou inferioridade entre as partes. Ex. Cidadão x Cidadão;
- Distributiva (geométrica / atributiva/ proporcionalidade): aqui o direito trata de relações em que há uma desigualdade (superioridade de uma sob a outra) inquestionável entre as partes. Ex. Cidadão X Estado. Aqui o direito irá atribuir maiores responsabilidades àquele que é superior.
Direito como elemento da natureza:
O direito natural prescreve ações cuja bondade é intrínseca, objetiva, independente do juízo de valor do sujeito = Aristóteles 
Aqui o direito o direito faz parte do homem, da natureza dele, e não precisa de norma para ser regulado. Ex. Direito a Vida.
Direito natural: É considerado como direito justo por natureza, que independe da vontade do legislador, sendo derivado da natureza humana ou dos princípios da razão (jusracionalismo) e sempre presente na consciência dos homens. Essa idéia de Direito Natural fundamenta o Jusnaturalismo.
Jusnaturalismo: Defende o direito como um fenômeno natural. É a doutrina que reconhece a existência de um direito natural, imutável, universal, comum a todos os homens e todos os povos, independente de codificação, que tem validade em si e é anterior e superior ao direito positivo, devendo prevalecer caso haja um conflito entre as normas do direito positivo e as do direito natural.
 Direito Subjetivo: É a permissão dada por meio da norma jurídica válida, para fazer ou não fazer alguma coisa, para ter ou não ter algo, ou ainda, a autorização para exigir, por meio dos órgãos competentes do poder público ou através dos processos legais, em caso de prejuízo causado por violação de norma, o cumprimento da norma infringida ou a reparação do mal sofrido. É o agir, direito subjetivo é uma prerrogativa que o sujeito tem de valer-se ou não do direito objetivo a seu favor.
Direito Romano:
- “Ius civile”: Direito romano aplicado aos cidadãos, ou seja, homens livres residentes na república, o que exclui escravos e estrangeiros. O cidadão romano era considerado cidadão em todo território, seja ele na própria república, na península itálica, nos territórios aliados, nos protetorados e províncias. Qualquer delito cometido pelo cidadão, onde quer que fosse, acarretaria um processo a ser julgado pelo Direito do cidadão.
- “Ius gentium”: o conquistador romano não impunha sua lei nem o ius civile aos povos conquistados, e estrangeiros. Para eles, valeria o Direito costumeiro, aplicado a todos os não-cidadãos e estrangeiros. Direito “das gentes”, Direito comum, de todos (os outros).
Direito como manifestação divina
Era o Direito aplicado nos tempos de monarquias altamente relacionadas com a Igreja. Aqui comportamentos imorais, que eram contra a lei de Deus, eram passíveis de severa punição institucionalizadas. 
O direito natural é origina de Deus. As leis são fundamentos da boa razão formulados e impostos por aqueles que cuidam do bem da comunidade, porém esse alguém deve respeitar os mandamentos divinos na criação dos direitos. A razão é dada por Deus, as leis que o individuo segue devem ser a Lei de Deus. A lei e a justiça são por natureza divinas. 
Santo Tomás de Aquino distingue três tipos de leis: a Lex aeterna, a lex naturalis e a lex humana. E acima delas esta a lex divina, ou seja, a lei revelada por Deus. 
Lei eterna (Lex Aeterna): é a lei universal, representa a vontade de Deus. É a lei que todos estão sujeitos, que coordena todo o universo, é a razão oriunda do divino. 
Lei natural (Lex Naturalis): que reflete a revelação da Lei Eterna através da natureza, a formação da lex naturalis não é declarada pelo legislador porque já pré-existe na natureza.
Lei Divina (Lex Divina): que chega aos homens pela revelação através das escrituras sagradas.
Lex humana: deriva da Lei Natural e contém os princípios necessários para a regulação da conduta dos homens. Para Tomás de Aquino, um pecado contra a Lei Natural é aquele que viola a ordem natural das coisas.
Direito como ordem estatal reguladora de comportamentos sob ameaça de sanção.
Aqui o conceito de Direito passa por teorias sobre a formação do Estado (Filósofos contratualistas). Nesse sentido, a idéia geral é que os homens criam o Estado para regular os comportamentos humanos, com o objetivo, na maioria das teses, de garantir a própria sobrevivência do homem. O homem abre mão de seus direitos e os transfere para o Estado e este passa a regular sob ameaça de sanção. O Direito é o Estado que regula a tudo e a todos. 
Hobbes: Na obra Leviatã, explanou os seus pontos de vista sobre a natureza humana e sobre a necessidade de um enorme governo e de uma enorme sociedade. O homem  em seu estado natural, era um homem sem cultura que fazia o que queria. Por isso existia uma constante guerra de todos contra todos. 
De acordo com Hobbes a sociedade necessitava de uma autoridade à qual todos os membros devem render o suficiente da sua liberdade natural, por forma a que a autoridade possa assegurar a paz interna e a defesa comum. Este soberano deveria ser o Leviatã, uma autoridade inquestionável. Thomas Hobbes defendia a ideia segundo a qual os homens só podem viver em paz se concordarem em submeter-se a um poder absoluto e centralizado. O Estado não pode estar sujeito às leis por ele criadas pois isso seria infringir sua soberania. Para ele, a Igreja cristã e o Estado cristão formavam um mesmo corpo, encabeçado pelo monarca, que teria o direito de interpretar as Escrituras, decidir questões religiosas e presidir o culto. Ele defende a criação de um Estado Absolutista.
Direito como faculdade deagir
É o direito que pertence ao sujeito. O sujeito é dotado de direitos e deveres e possui a faculdade de agir sobre eles, ou seja é a ação sobre o direito. 
Direito como instrumento de regulação e dominação social
É o direito é postulado pelos poderosos com o intuito de regular e dominar classes sociais. 
Teoria de Marxx: Na visão marxiana o Estado é o aparelho ou conjunto de aparelhos cuja principal função é tentar impedir que o antagonismo de classe degenere em luta. Entretanto, este mesmo Estado não se atém a mediar os interesses das classes opostas, mas acaba por contribuir e reforçar a manutenção do domínio da classe dominante sobre a classe dominada. Temos aqui, portanto, a dominação de uma classe sobre as outras, ou seja, o poder organizado de uma classe para oprimir outra, sendo o Estado expressão dessa dominação de classe. 
Essa opressão acarreta a Revolução Francesa. 
Direito como disciplina – Ciência.
O direito que estuda o fundamento jurídico, direito como disciplina que pode ser estudada. 
Zetética e Dogmática
Qual a forma que você interpretará o Direito? 
De acordo com uma visão Zetética podemos entender o Direito como o saber especulativo. A visão Zetética coloca em questão conceitos jurídicos, investigando e questionando com uma abordagem crítica. Uma visão Zetética visa saber as origens, o que influência etc. Desvantagem: Demora 
A visão dogmática é o mundo em que os conceitos são aceitos como dados jurídicos. Um dogmático busca respostas nas premissas inquestionáveis do Direito, ele busca respostas na própria norma. Desvantagem: Conservadorismo. 
Formas e Níveis de Conhecimento 
Temos um nível de conhecimento sobre qualquer assunto. São dois tipos de conhecimento passivo e cientifico. 
Conceito Passivo: 
Características do conhecimento passivo:
- Conhecimento vulgar: se equipara ao senso comum, é o conhecimento de primeiro grau, não necessariamente é equivocado, mas sim sem aprofundamento.
- Conhecimento casual: Você não o busca, ele chega até você.
- Conhecimento Particularizado: São conhecimentos pré-existentes, que não necessitam de explicação. Ex: Fogo queima. 
- Conhecimento não metódico. 
Conceito científico
Características do conhecimento científico:
- Conhecimento ativo: O sujeito busca o conhecimento. Sujeito cognoscente. 
- Conhecimento causal: Que envolve a busca da causa.
- Conhecimento genérico: O sujeito busca premissas que podem ser aplicadas em outras áreas.
- Conhecimento metódico: obedece há um caminho lógico de verificação de resultados. 
- Conhecimento voltado para o futuro 
- Conhecimento de segundo grau. 
Direito como conhecimento científico
A ideia de uma Ciência do direito em seu sentido estrito normalmente é associada ao positivismo jurídico, que, a partir de uma distinção entre fato e valor, teria buscado excluir ou pelo menos diminuir a influência de outras ciências, da moral  dos valores no Direito. Nesse sentido, para alguns autores, a ciência do Direito estaria fundada num fenômeno objetivo e observável e não em valores relativos e subjetivos.
Entretanto, o conceito de ciência é um pouco mais amplo “todo conjunto de conhecimentos dotados de certeza por se fundar em relações objetivas confirmadas por métodos de verificação definida, suscetível de levar quantos os cultivam a conclusões ou resultados concordantes = Miguel Reale.
Direito objetivo: é aquele tido como positivado, deste modo, refere-se ao conjunto de normas/regras jurídicas comportamentais de caráter geral que a todos vincula, sendo obrigatório o cumprimento de tais normas, cuja inobservância induz à aplicação de determinadas sanções. 
Características do Direito Dogmático[5: Dogmático: "dogmática" origina também do grego dokein, ou seja, doutrinar. Dogmatismo é toda doutrina que afirma a capacidade do homem de atingir a verdade absoluta e indiscutível.]
A visualização da Direito como ciência dogmática iniciou-se no Sec. XX, tendo como referencia o pensamento de Hans Kelsen - Teoria Pura Do Direito. Kelsen conferiu a ciência jurídica objeto e métodos próprios, permitindo ao jurista uma autonomia cientifica. O direito para Kelsen se torna o objeto em si e não possui subordinação a outros ramos da ciência. [6: Autonomia é um termo de origem grega cujo significado está relacionado com independência, liberdade ou auto-suficiência.]
Ao se tomar contato com qualquer teoria, deve o estudante perguntar-se qual é o seu objetivo. O que pretendia Kelsen ao formular a Teoria Pura do Direito? Definir o direito, descrevendo-o como uma ciência social e libertando-o de quaisquer laços ideológicos. Daí o qualificativo "pura", que se refere à teoria, e não ao direito. Não existe um "direito puro", e Kelsen sabia bem disso. É a teoria - ou seja, a descrição, o conhecimento - que deve sofrer a purificação metódica proposta por Kelsen.
Objetividade
O direito possui objetividade: A norma posta. O direito se traduz em normas.
Crítica: O problema desta característica é que ela exclui a interpretação do direito. Alem disso, em alguns casos, a norma apresenta a vontade do legislador. 
Objetivo Formal Próprio [7: Objetivo Formal Próprio ou objeto material: é a material no qual a ciência focaliza. ]
 O objeto formal próprio da Ciência do Direito é o fenômeno jurídico. O direito possui uma forma peculiar de conhecer seu objeto de estudo, pois o jurista, ou profissional do Direito, estuda o fenômeno jurídico a partir do seu aspecto normativo. Isto é, como regulador da convivência humana, é essa forma particular de conceber o fenômeno jurídico que implicara no seu objeto formal próprio (visão, ponto de vista). 
Varias ciências estudam o fenômeno jurídico, como a sociologia, filosofia, história etc. 
Autonomia
O fenômeno jurídico possui autonomia, isto é, ele é independente de outras áreas do saber. A validade de suas preposições não depende de conformidade ou adequação as premissas e conhecimentos de outras áreas. 
Sistematicidade
O direito é dividido em ramos: Público e Privado. O direito em ramos e em micro sistemas que apesar de suas diferenças compõe o direito.
Método
É o processo pelo qual se conhece o objeto de estudo, utilizando conceitos de avaliação, de teste, de refutação, para selecionar, dentro de todas as hipóteses, as explicações válidas. 
Critica: Para decidir o Direito deve considerar outras áreas e outros métodos (método analítico).
Direito e Estado – CONCEPÇÕES GERAIS
Estado: uma população (conjunto de pessoas, famílias, associados, etc) que reside em um território e é dirigida por um governo. Ou ainda, Estado é um ordenamento jurídico destinado a exercer o poder soberano sobre um dado território, ao qual estão necessariamente subordinados os sujeitos que a ele pertence. 
Historicamente, o Direito é anterior ao Estado, ao menos para as concepções mais comuns, pois este apareceu depois de um lento processo evolutivo. Mesmo quando pode haver Direito sem Estado, não há Estado sem Direito., porém, todo direito tem a tendência imanente de ser Direito estatal, porque é no Estado onde o direito alcança sua plenitude e sua mais perfeita e segura realização. 
Logicamente, o Estado é anterior ao Direito porque ao se falar de direito, o referimos sempre a um Estado determinado, “o Direito por si só não existe, não é um ser, é obra de seres que o realizam no Estado.”
Possíveis relações de subordinação e interdependência entre Estado e Direito:
- O Direito está subordinado ao Estado: Para esta doutrina, o Direito é um produto da vontade do Estado e é realizado por ele, mediante seu órgão representativo que é o governo.
- O Estado está subordinado ao Direito: porque o Estado foi criado para serví-lo e mantê-lo e é impossível fixar o conceito de Estado sem aludir como fator determinante à noção formal do jurídico.
- Estado e Direito são a mesma coisa (teoria da identificação de Kelsen):Geralmente é aceito o dualismo entre Estado e Direito e se considera que o Estado – entre outros aspectos – pode ser entendido sociologicamente (Teoriasociológica do Estado) e juridicamente (Teoria jurídica do Estado). Este duplo enfoque (sociológico-jurídico), não só é possível, como também necessário para abarcar a realidade estatal em sua grande complexidade.
A sociologia não pode chegar a um conceito de Estado sem implicar no da significação jurídica e sem servir-se do Direito como um ponto de referência dos fenômenos que constituem a realidade estatal.
Tese de Kelsen – Este dualismo clássico entre Estado e Direito, é para Kelsen resultante da contraposição de métodos: um sociológico para o estudo do Estado e outro jurídico para o estudo do Direito, constituindo desse modo “um dos numerosos exemplos de duplicação de um objeto do conhecimento, dos quais está cheia a história do espírito humano. Cria-se assim o problema aparente da relação entre dois objetos que, no fundo são um só. 
Para Kelsen o Estado “não é outro coisa que um ordenamento jurídico independente e válido em uma determinada esfera espacial e pessoal e dotado de um certo grau de eficácia.” Em outras palavras, o Estado não é mais que o Direito que apresenta uma determinada centralização, manifestada na existência de órgãos bem diferenciados na comunidade social, com a função de criar e aplicar o direito.
- Teoria da interdependência: A relação é de dependência recíproca. O Estado não existe sem o Direito, nem tão pouco o direito existe sem Estado. Eles se relacionam, mas são dependentes um do outro. O Estado cria o Direito e o Direito regula o Estado.
- A própria criação do Direito dentro do Estado irá determinar o tipo de Estado: democrático (povo) ou Autocracia (um).
Elementos do Estado
Os fins sociais e políticos podem contribuir para a justificação da existência do Estado:
Elemento Humano (povo)
População/ Povo: É a totalidade dos seres humanos que habitam o território do Estado e que a eles são subordinados. Não é necessário que a população do Estado constitua uma nação, nem que represente homogenidade.
Nação: como um conjunto de pessoas unidas por vínculos de raça, costumes, idioma, religião e consciência social, enfim, conjunto de pessoas com a mesma identidade cultural.
Cidadão: pessoa que esta sujeita aos deveres e direitos do ordenamento jurídico de seu Estado. 
Elemento Geográfico (território)
É a parte (terrestre, aquática e área) do universo, na qual reside o povo, e dentro do qual o Estado tem seu poder reconhecido. Embaixadores/ Aeronaves Militares, navios de guerra/ Águas marítimas, fluviais e lacustres / terra e subsolo; O Estado é o limite de validade espacial do Direito do Estado. 
Elemento Formal (Soberania interna e externa)
Soberania Interna: Poder que o Estado tem de valer sua vontade (direito) dentro do Estado. A soberania no Estado se concentra na autoridade suprema do poder representante, na hierarquia dos órgãos integrantes da Administração e, sobretudo, na justificação da autoridade conferida ao titular do poder supremo, não permitindo que dentro da sociedade haja um poder superior ao seu. Assim, o povo deve se submeter a soberania no Estado. A soberania interna é a que confere ao poder do Estado a supremacia sobre qualquer outro poder social existente em seu território.
Soberania Externa: faculdade que o Estado detém de manter relações com Estados estrangeiros e de participar das relações internacionais, em pé de igualdade com os outros atores da sociedade internacional, é também o reconhecimento da independência do Estado perante a ordem jurídica internacional. 
PODER ( O Governo ou a Autoridade) : É definido como o conjunto ordenado de magistraturas públicas que tem a seu cargo a direção política do Estado. É um elemento essencial do Estado e, em conseqüência, não há Estado sem governo, não importando a forma que revista, aos efeitos de sua existência. É o elemento que dá forma ao Estado. Poder é uma faculdade, enquanto governo é um órgão. 
Poder normativo: todas as normas jurídicas emanam do governo
O poder coativo: se apresenta quando o poder público, ou governo, obriga coativamente ao cumprimento do direito. Isto é necessário, conforme a experiência, para impor o cumprimento do direito. 
Elemento Finalístico
É a finalidade para qual o Estado Existe. Cada Estado tem uma finalidade específica. 
Art. 3º CF -  Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
 Teorias sobre a Relação entre Direito e Estado
Monista[8: Monista: Na linguagem informal, significa ter uma visão única e defendê-la como completa para alguma coisa.]
A teoria Monista (ou monística) aponta o Estado como sendo o único ente capaz de CRIAR o Direito, excluindo-se, portanto, toda e qualquer outra fonte criadora de Direito. Nesta teoria Direito e Estado se confundem, sendo assim uma única realidade. O direito não se distingue do Estado, sendo o Estado a personificação de uma ordem jurídica. É a teoria positivista – Hans Kelsen
Também conhecida como do estatismo jurídico, segundo a qual o  Estado e o Direito se confundem em uma única realidade. Para os monistas só existe o direito estatal, pois não admitem a idéia de qualquer regra jurídica fora do Estado. O Estado é a fonte única do Direito, porque quem dá vida ao Direito é o Estado através da força coativa de que só ele dispõe. Logo, como só existe o Direito emanado do Estado, ambos se confundem em uma só realidade. [9: Estatismo: qualidade, condição ou estado de estático, imóvel, inativo; imobilismo, inércia.]
Dualista
Sustenta que o Direito e o Estado são realidades distintas, independentes e inconfundíveis. Para os Dualistas o que provém do Estado é apenas o Direito positivo, existindo assim para o Direito outras fontes como o Direito Natural, o Direito Costumeiro, regras de convivência coletiva, etc. O Direito para essa corrente é um fato social em continua transformação. A função do Estado é positivar o Direito, isto é, traduzir em normas os princípios que se firmam em convivência social. 
 Direito e Moral
Moral: é o conjunto de regras adquiridas através da cultura, da educação, da tradição e do cotidiano, e que orientam o comportamento humano dentro de uma sociedade. Etimologicamente, o termo moral tem origem no latim morales, cujo significado é “relativo aos costumes”.
As regras definidas pela moral regulam o modo de agir das pessoas, sendo uma palavra relacionada com a moralidade e com os bons costumes. Está associada aos valores e convenções estabelecidos coletivamente por cada cultura ou por cada sociedade a partir da consciência individual, que distingue o bem do mal, ou a violência dos atos de paz e harmonia.
A moral cumpre duas funções:
- Orientam o comportamento humano na vida cotidiana.
- Servem de critérios avaliativos da conduta humana.
Moral : Modos de comportamento. Moral indica o dever de obediência a consciência interna, implica no “dever de ser” em relação a atuação das pessoas, acarretando sanções variadas de cunho social (penitência, remorso, desprezo, exclusão do grupo). A moral representa o conjunto de convicções pessoais sobre o bem e o mal, o justo e o injusto, o certo e o errado. Essas concepções são formadas durante a experiência de vida formando assim uma identidade moral. Ex. Alguém já viu um bebe racista? 
A moral se torna “moral” quando o individuo internaliza essa regra de comportamento e passa a praticá-la. A avaliação sobre o comportamento moral é relativa, pois a “o que é moral” varia de sujeito para sujeito. : Ex. Adultério.
Direito: O direito não tem como regular toda a regra de comportamento advinda da moral, visto que a moral é individual. Pluralidade: O direito visa regular o convívio social, possibilitando a coexistência de pessoas com mentalidades, valores e projetos de vida diferentes. O direito pode alterara moral. Ex. Lei seca. Assim como a moral altera o direito.
Relações entre Direito e Moral
- O direito é nitidamente influenciado por regras morais.
- O Conceito sobre moral e direito são relativos.
- A legitimidade do Direito tende a ser influenciada pela moral coletiva. Uma regra completamente imoral coloca em cheque a própria legitimidade do Direito. 
- O Direito consegue alterar a moral. Ex Lei seca/ escravidão.
- Algumas regras jurídicas são independentes e indiferentes da moral. Ex. regras de tramitação de processos.
Influência da moral no direito:
Podemos dizer que existe um núcleo comum de regras morais e jurídicas, aquilo que corresponde à moral geral é freqüentemente positivado como Direito.
O legislador é integrante da sociedade e por isso, também compartilha de convicções, valores, idéias gerais sobre moral.
A moral dominante, Istoé, aceita pela maioria influencia no direito. 
Influência do Direito na Moral:
D
MA aplicação do direito influencia a concepção moral, as pessoas têm tendência de considerar o que é estabelecido no ordenamento jurídico como justo, correto, bom, aceito. A aplicação cotidiana do Direito faz aceitar como moralmente correto aquilo que é legalmente estabelecido. 
Tese da identidade
Nesta tese os mandamentos morais e o direito coincidem . Não há distinção entre Direito e Moral. Sustenta-se que existe um único sistema de normas que regulamentam o comportamento social. Essa visão é peculiar as sociedades antigas (Grécia “direito como justo”).
M
 DTese do direito como mínimo jurídico (como mínimo jurídico)
As regras jurídicas constituem o núcleo das regras morais. Nesta tese, o direito é considerado a peça central das normas morais. A moral apresenta composta de grande numero de comportamentos, assim tudo que é juridicamente obrigatório é também moralmente imposto. Uma regra que não segue a moral, não deve ser postulada. A moral fundamenta o Direito
É a visão do direito medieval: todas as normas advêm de Deus, sendo sua transgressão passível de sanção formal (coerciva) e informal ( penitencias.. etc)
D
 
 
MTese da moral como mínimo jurídico 
M
 
DNesta tese os ordenamento jurídicos regulamentam os mais variados aspectos das relações humanas, incluindo normas que não interessam a moral. O direito é um ordenamento maior, e a moral é apenas uma parte deste ordenamento. 
Tese da Conexão
M
 
DNesta tese o direito e moral se relacionam na medida que a moral influencia na interposição e na validade do Direito. Uma parte do Direito não tem relação alguma com a moral, assim como uma parte da moral não tem relação com o Direito, entretanto há uma parte comum entre eles. 
Tese da Separação
Sustentada pela corrente positivista, o direito para ser válido não depende de questões morais, culturais, a justiça não é critério do Direito. Sendo assim, a moral não tem qualquer reação com o Direito. 
Fundamenta-se que na moral não há singularidade, o que impossibilita na identificação da regra comum a válida a todos. 
Distinções entre Direito e Moral
	Critério:
	Direito
	Moral
	Finalidade (aspecto da vida em que é regulado)
	O direito regula condutas e comportamentos exteriores.
Evitar conflitos sociais:
Só se interessa com os atos exteriorizados. Só a intenção não o importa.
	A moral regula condutas e comportamentos exteriores e interiores (consciência). Aperfeiçoamento interno:
A moral trabalha na construção da consciência do indivíduo para que ele não execute certos atos.
	Fonte ou critério de reconhecimento
	O direito é proveniente do Estado e tem seu reconhecimento indiscutível. 
Positivismo / heterônoma/ Validade formal/ Direito postulado
	A moral é proveniente das convicções individuais, Autoridades morais e grupos sociais,, sendo seu reconhecimento é a própria aceitação da norma. A moral pode ser autônoma ou heterônoma. Autônoma: quando o indivíduo tem a sua própria consciência como fonte e o segundo. Moral heterônoma: quando o sujeito aceita regras de autoridades religiosas.
	Coercetibilidade
	Formas; coercitivas; institucionalizadas
Coercibilidade é a possibilidade do uso da força. (multas, penas..)
	Sanções informais (exclusão, penitência..)
	Conteúdo
	Amplo; menos exigente
Menos exigente, pois não influencia os pensamentos e os desejos do indivíduo. Preocupa-se apenas com comportamentos externos.
	Restrito; rigoroso
Restrito pois não abrange vários tópicos sobre a organização da vida social. Preocupa-se com o comportamento interno e externo.
	Conhecimento
	Difícil acesso
	Fácil acesso
	Bilateralidade Atributiva[10: Bilateralidade: Relação que envolve duas partes]
	Cria deveres e direito e os atribui aos sujeitos. Bilateral e atributivo. Ex. Contrato
	Bilateral
	
	Direito e moral são bilatérias pois regulam o comportamento humano. Mas o direito tem atributividade, pois cria e direciona direito e deveres em uma relação jurídica. 
Direito público x direito Privado
Origem e distinção
Direito Público – Res Estado é o ramo do direito que diz respeito as normas jurídicas de natureza publica. Ele abrange a relação do indivíduo x Estado. O Estado possui supremacia, pois defende o direito coletivo em detrimento aos interesses privados, ele ainda é o legislador e executor, possuindo assim vantagens sobre o cidadão comum.
Direito Privado - O direito privado é o ramo do Direito que diz respeito as normas jurídicas que cercam a relação entre dois cidadãos comuns, sem dar privilégio oi poder de autoridade a nenhum delas. O direito privada trata de relações jurídicas que se estabelecem entre particulares. 
Critérios de Distinção entre Direito Público e Privado
	Critério:
	Público
	Privado
	Natureza do Interesse 
	A norma visa o interesse ou proteção de direitos de coletivos
	A norma visa o interesse ou proteção de direitos de particulares
	Qualidade da natureza dos Indivíduos: quem são os envolvidos? 
	Estado. Se uma das partes envolvidas for o Estado, geralmente será direito público.
	Particulares (Cidadão comum)
	Tipo de relação
	Subordinada – A relação é entre diferentes. 
	Entre iguais – relação coordenativa
	Imperatividade
	As normas são sempre imperativas e obrigatórias.
	Em algumas situações a norma pode ser dispositiva.
Ramos do Direito Positivo.
Direito Publico: 
O Direito Público, pode ser explicado como um grande ramo de normas que possuem natureza pública, na qual o Estado atua com seu poder, por ser um tema de relevante caráter social e organizacional da sociedade.
Dessa forma pode-se dizer que são ramos do Direito Público: o Direito Constitucional, Administrativo, Financeiro, Penal, Processual e do Trabalho.
Direito Constitucional: as normas de Direito Constitucional são normas internas e estruturais cada Estado. Elas disciplinam as instituições políticas, a estrutura de governo, organização dos poderes do Estado, limites de funcionamento, a sociedade, e as garantias fundamentais de cada indivíduo. Seriam normas que fornecem um modelo para as demais leis que surgirem. São normas que montam toda a estrutura da sociedade e ditam os parâmetros econômicos, políticos e sociais. É o ramo do Direito Público que estabelece direitos e garantias individuais e sociais fundamentais. Alem disso, o Direito Constitucional estuda a forma de organização do Estado fixando seus fundamentos, objetivos e principalmente disciplinando seu funcionamento. 
 Direito Administrativo: é o ramo do Direito Público que regulamenta a atividade estatal( funcionamento da aministracao pública), com todos os serviços públicos. O Direito Administrativo também se preocupa com a prestação do serviço público, a forma e limites de atuação e ainda disciplina o relacionamento entre entes públicos e privados, e a relação dos indivíduos com a Administração Pública. 
Direito Financeiro: estudo dos princípios e diretrizes que norteiam a forma de aplicação, administração e gerenciamento dos recursos públicos (advindo de impostos, contribuições) para a execução destesserviços, e ainda o planejamento necessário de forma que a receita e despesa pública se equilibrem no grande orçamento público. É a intenção do Direito Financeiro que o Estado empregue seus recursos da maneira mais eficiente possível para a sociedade.  Regula as formas de arrecadação e despesas do Estado.
Direito Penal: vai regular as condutas com base na proteção dos princípios relacionados à vida, intimidade, propriedade, liberdade, enfim, princípios que devem ser respeitados no convívio social. Dessa forma, o Direito Penal vai descrever as condutas consideradas crimes (condutas mais graves) e contravenções (condutas menos grave) e as respectivas penas cominadas. Vale dizer que o Estado é o responsável pelo direito de punir, e o faz mediante critérios pré- estabelecidos, com o intuito de desestimular os indivíduos a transgredirem as normas, e, também, de readaptar o indivíduo ao convívio social.  É o ramo que define os crimes e as penas, é o regulador do poder punitivo do Estado.
Direito processual: Assim a função do Direito processual é organizar a forma de como o Estado vai prestar esse poder-dever de julgar, e como as partes devem agir no embate judicial. O Direito Processual regula o funcionamento dos processos que tramitam no poder judiciário. 
Direito do trabalho: O ramo do direito que tem por objeto as normas, as instituições jurídicas e os princípios que disciplinam as relações do trabalho, determinam os sujeitos e as organizações destinadas à proteção desse trabalho em sua estrutura e atividade. O direito do trabalho será enquadrado no ramo do direito público ou privado de acordo com os Critérios de Distinção entre Direito Público e Privado Adotados (interesse, subordinação).
Direito Privado: 
Direito Civil: É o principal ramo do direito privado, composto por normas e princípios que regem as relações entre particulares que possuem condições iguais. O direito civil estabelece direitos e impõe obrigações no campo dos interesses individuais.
O direito civil disciplina os negócios jurídicos em geral, os direitos de família e sucessões, o estado das pessoas, obrigações e contratos, propriedade e outros direitos reais( ou direito das coisas).
Direito Empresarial: O direito empresarial possui conceitos e princípios próprios e rege as atividades comerciais, desde a constituição, alteração, até a administração e extinção de empresas (falência, recuperação judicial, tipo de sociedade, etc).
Direito Internacional Privado (LINDB): alguns autores classificam o Direito Internacional Privado como sendo um ramo do direito publico. Aqui são tratados atos realizados no exterior. 
Fontes do Direito: [11: Fontes: Origem, nascente.]
De onde surge o direito? Onde podemos encontrá-lo? “Onde está escrito”? A resposta a esta indagação é dada pela teoria das fontes do direito. Fonte (em latim: fons) é o lugar de surgimento da água, a nascente. O termo fonte do direito possui vários sentidos, entre os quais os mais relevantes são os de fonte material e de fonte formal. 
Fontes materiais
Por fontes materiais ou genéticas entendemos os fatores que criam o direito, dando origem aos dispositivos válidos. São fontes materiais todas as autoridades, pessoas, grupos e situações que influenciam a criação do direito em determinada sociedade. É qualquer acontecimento social, econômico, religioso, cultural (etc. ) que crie ou altere o direito. 
De forma mais ampla, é possível afirmar que as fontes materiais do direito são todos os fatores sociais que condicionam a formação das normas jurídicas, ou seja, que implicam o conteúdo das fontes formais, sendo todas as razões humanas que estabeleceram a feitura de uma lei específica, de um determinado costume ou de um princípio geral de direito, como razões econômicas, sociológicas, políticas etc. que influenciaram a criação de uma fonte forma. Este argumento demonstra que os fatores sociais influenciam a ordem jurídica, aspectos importantes, mas menos fundamentais para a ciência do direito do que aqueles que digam respeito ao processo de produção de normas jurídicas, ou seja, são regras não escritas que se formam por um comportamento e pela convicção de que este é obrigatório e necessário. Regras não escritas que tornaram-se normas de conduta. Ex. Lei Maria da Penha, Lei Carolina Dikman, Lei da Palmada, Direitos Humanos (II GUERRA Mundial ). Atenção: uma lei alterada nem sempre tem como fundo um fator social evidente, sendo imposivel definir qual é a real fonte desse Direito. 
Fontes formais
Cada ordenamento jurídico possui suas fontes formais. O termo indica os “lugares” nos quais se encontram os dispositivos jurídicos e onde as pessoas devem pesquisar sempre que desejem tomar conhecimento do direito em vigor. Essas fontes são denominadas formais porque dão forma ao direito, porque “formulam” os dispositivos válidos. 
As fontes formais dependem da natureza do ordenamento jurídico de cada época. A fonte formal pode ser escrita e acessível a todos, mas também pode ser oral e de difícil constatação. Como sabemos, o direito moderno é de origem estatal e privilegia a forma escrita, produzindo documentos que permitem a todos constatar com relativa facilidade e certeza as regras vigentes.
Fontes formais Escritas
Em sua prática, os estudantes de direito e os operadores jurídicos utilizam como principal fonte de conhecimento do direito as coletâneas de Códigos, leis e outras espécies de normas publicadas por editoras jurídicas. Essas coleções facilitam o acesso do interessado ao direito, mas não possuem valor oficial; não são as verdadeiras fontes formais do direito. Constituem fiéis reproduções do texto oficial das normas, inicialmente publicado em meios de divulgação oficiais. 
Fazem também parte das fontes escritas do direito, alem das leis, a jurisprudência e a doutrina jurídica.
Leis no sentido estrito ou formal
As leis no sentido estrito (ou formal) constituem a coluna vertebral dos ordenamentos jurídicos modernos. Critério de definição é a sua origem: todas as leis no sentido formal são produto de decisão majoritária dos integrantes do poder legislativo, que, nos regimes de democracia representativa, são escolhidos pelo povo por meio voto universal. Textos normativos oriundos de outras autoridades estatais e, principalmente, do Poder Executivo não são leis no sentido formal.
Lei é a norma escrita geral e abstrata que regulamenta comportamentos e é estabelecida por um procedimento específico. 
Afirma-se, muitas vezes, que as leis no sentido formal devem ter caráter geral e abstrato. A generalidade indica que a norma regulamenta a conduta de numerosos e a priori desconhecidos destinatários( alei deve ser dirigida a todos ou a grupos individuaçizados, nunca para uma pessoa). Já a abstração indica que a norma de conduta inclui descrições genéricas, abrangendo grande número de possíveis casos( potencial que a lei tem em em regular uma infinidade de casos, é o devido processo legal). 
Cada ordenamento constitucional distingue várias categorias de leis formais, conforme o tema e o procedimento de sua edição. No direito federal brasileiro, encontramos três categorias de leis:
Lei ordinária:. Deve ser aprovada pela maioria simples do Congresso Nacional e sancionada pelo Presidente da República. A lei ordinária pode regulamentar qualquer assunto que não seja de competência privativa de outras autoridades, devendo sempre estar em conformidade com os mandamentos constitucionais.
Lei complementar: Distingue-se da lei ordinária pela exigência de um quorum de maioria próprio e pela especificidade de suas matérias. Em primeiro lugar, a lei complementar necessita da aprovação da maioria absoluta dos deputados e senadores, sendo, em seguida, assim como a ordinária, sancionada pelo Presidente da República. Em segundo lugar, a lei complementar limita-se a regulamentar alguns assuntos importantes, indicados pela própria Constituição.
Exemplos: criação de um novo Estado Federal fixação do número total dos membros da Câmara dos Deputados. Quando a Constituição não exigea edição de lei complementar, é suficiente a lei ordinária. O fato de a lei complementar necessitar da aprovação da maioria absoluta dos parlamentares indica que é hierarquicamente superior à ordinária, não podendo ser revogada por essa última.
Aprovação de leis: 
	Quórum
	LEI
	SENADO
Total de 81 senadores
	CÂMARA
Total de 513 deputados federais
	Maioria simples (o primeiro número inteiro superior à metade dos presentes - Quórum variável)
	Ordinária
	Deve apresentar quórum mínimo de 41 senadores para abrir a votação, sendo que a maioria simples, ou seja 21, é o quórum mínimo para a aprovação da lei. 
	Deve apresentar quórum mínimo de 257 deputados para abrir a votação, sendo que a maioria simples, ou seria 129, é o quórum mínimo para a aprovação da lei. 
	Maioria absoluta (primeiro número inteiro superior à metade do total de integrantes da casa. Não varia o Quórum).
	Complementar
	41
	257
Lei delegada. Trata-se de ato normativo elaborado pelo Presidente da República após específica autorização do Congresso Nacional, por meio de resolução. A lei delegada possui a mesma força jurídica da lei ordinária. 
Constituição: É o produto do poder constituinte originário e entra em vigor mediante uma decisão dos detentores do poder político. A Constituição fixa as regras básicas de organização do poder estatal e da vida social e econômica e configura as relações do Estado com os indivíduos e com os demais Estados do mundo. A Constituição é o texto normativo que possui a maior força jurídica no âmbito do ordenamento nacional, devendo todas as demais espécies normativas e atos de autoridades do Estado estar em conformidade com os mandamentos constitucionais.
Emenda à Constituição: Esta espécie normativa altera o texto da Constituição, criando novas normas ou revogando as existentes (reforma constitucional). O processo e as limitações de criação das emendas constitucionais são regulamentados no art. 60 da Constituição Federal. A emenda deve ser aprovada pelo Congresso Nacional, sendo exigido o voto de três quintos dos deputados e senadores e a observância de uma série de requisitos processuais. Além disso, o alcance do poder de emenda é limitado, não podendo abolir as normas fundamentais da Constituição, as denominadas cláusulas pétreas. Quórum para aprovar uma emenda é de 3/5 em dois turnos
Essas limitações indicam que a Constituição Federal é rígida, já que as normas constitucionais só podem ser alteradas mediante um processo demorado e particularmente exigente. Além disso, a Constituição é em parte imutável, pois certas normas, consideradas como fundamentais, não estão sujeitas ao poder de reforma constitucional. A doutrina denomina essa combinação de rigidez com imutabilidade constitucional de super-rigidez constitucional. 
Tratados internacionais: São normas criadas por acordo internacional com a participação de autoridades brasileiras. Incorporam-se ao direito brasileiro mediante lei ou ato equivalente a Emenda constitucional.
Medida provisória: Trata-se de atos normativos que, apesar de criados pelo Poder Executivo sem a autorização do Legislativo, possuem força de lei formal. A medida provisória pode ser editada pelo Presidente da República em casos de relevância e urgência, para introduzir um novo regulamento ou revogar leis ordinárias anteriores. A medida provisória deve ser aprovada pelo Congresso Nacional no prazo de 120 dias após a sua edição (sem computar os períodos de recesso parlamentar). Se for aprovada, converte-se em lei ordinária; se não, perde sua validade. Finalmente, não é permitida a edição de medidas provisórias em matérias, tais como a nacionalidade e os direitos políticos, o direito penal e eleitoral, nem a sua reedição na mesma sessão legislativa.
Decreto legislativo: Ato normativo emitido pelo Congresso Nacional que não necessita de sanção do Presidente da República. Regulamenta os assuntos de exclusiva competência do Congresso Nacional (e não de cada uma das Casas Legislativas), indicados no art. 49 da Constituição Federal. Exemplo: autorizar referendo.
Resolução: Ato normativo utilizado em assuntos de exclusiva competência da Câmara dos Deputados, do Senado. Não necessita de sanção do Presidente da República. Exemplo: eleição dos membros do Conselho da República pela Câmara dos Deputados.
Decreto e regulamento: Normas elaboradas pelo Presidente da República com o objetivo de concretizar as leis no sentido formal, providenciando o necessário para sua aplicação.
Atos administrativos: portaria, circular, ordem de serviço, MPC: Normas criadas por órgãos do governo para orientar a atividade da administração na execução das leis.Ex. Taxa Selic criada pelo banco central. 
• Declaração de inconstitucionalidade: O Poder Judiciário exerce, no Brasil, uma importante competência, podendo determinar a não aplicação de normas criadas pelos demais Poderes (controle judicial de constitucionalidade).
A Constituição Federal brasileira admite duas formas de controle de constitucionalidade pelo Judiciário. Temos, em primeiro lugar, o controle concreto de constitucionalidade exercido por qualquer tribunal do país e consistindo na decisão de não aplicar certo dispositivo ao caso subjudice (submetido ao Judiciário).
Essa competência gera grandes polêmicas. Os partidários do controle judicial de constitucionalidade alegam que sem essa fiscalização o legislador pode impunemente violar a Constituição. Os críticos dizem que essa competência do Judiciário cria perigos para o regime democrático. Os juizes não possuem mandato político, nem são responsáveis perante o povo. Quando o Judiciário invalida as decisões do Poder Legislativo, forma-se um “Estado de juizes” (Ri- chterstaat) ou “governo de juizes” (gouvemement desjuges) que podería aliar-se com minorias políticas e desrespeitar as decisões da maioria do Congresso Nacional, este sim eleito pelo voto popular.
Ambas as posições são questionáveis porque partem do pressuposto de que o Judiciário não é um Poder político, mas um Poder neutro. Os partidários do controle de constitucionalidade consideram que os juizes, graças à sua neutralidade, são os mais indicados para resguardar a supremacia constitucional. Seus adversários consideram que o Judiciário, por não ser um poder político, não está legitimado a avaliar as decisões do Legislativo.
Jurisprudência: Uma outra fonte escrita do direito moderno encontra-se nas decisões dos tribunais (também denominadas sentenças ou acórdãos). 
Podemos entender a jurisprudência como um conjunto de decisões uniformes dos tribunais, resultantes da aplicação das mesmas normas em casos semelhantes. Se muitos tribunais decidirem por um longo período da mesma forma, seu entendimento passa a possuir uma força vinculante maior do que a de uma decisão isolada. Quando temos decisões uniformes, provenientes de vários tribunais, é muito provável que casos semelhantes sejam decididos da mesma forma no futuro. Em tal hipótese, temos uma jurisprudência assentada, também denominada jurisprudência dominante, predominante ou entendimento pacífico. Essa jurisprudência desempenha, muito mais do que as decisões isoladas, o papel de integração do ordenamento jurídico, impondo na prática certas interpretações do direito vigente.
Nada pode excluir que um tribunal decida, no futuro, de forma diferente, já que isso não é legalmente proibido. As mudanças de jurisprudência são, porém, estatisticamente raras. Os tribunais inferiores sabem que eventual decisão contra uma jurisprudência “assentada” não será admitida nas instâncias superiores, por considerarem que as mudanças de entendimentos comprometem tanto a segurança jurídica como a autoridade do próprio Poder Judiciário. Por essas razões, a jurisprudência assentada influencia de forma decisiva as futuras decisões dos tribunais.
• lato sensu – Expressão latina que significa “em sentido lato, amplo, extenso”. Exemplo: Conjunto de decisões emanadas pelo judiciário
• stricto sensu – Expressão igualmente latina que quer dizer “em sentido restrito, palavraque se refere a algo no sentido mais restrito” ex: é a decisão que da origem a outras. 
Súmulas ou Verbetes ou enunciado: são proposições sobre a interpretação do direito que resultam de uma jurisprudência assentada no tribunal sobre temas controvertidos. Dessa forma, as súmulas formalizam as teses adotadas pelo tribunal.
O art. 479 do Código de Processo Civil prevê que toda decisão tomada pela maioria absoluta dos membros de um tribunal deve ser formulada e publicada em forma de súmula e constitui um “precedente na uniformização da jurisprudência”, devendo ser utilizada como ponto de referência para as futuras decisões do tribunal em casos parecidos.
Apesar de sua importância, as súmulas não vinculam plenamente o tribunal que as emite nem os tribunais inferiores. Como já sabemos, os juizes brasileiros são submetidos tão somente ao “império da lei” e as suas decisões simplesmente interpretam e aplicam normas gerais. Não criam tais normas gerais nem vinculam o próprio tribunal e os inferiores. Além disso, cada tribunal pode reformar ou abolir suas súmulas. Apenas o STF tem capacidade de criar sumulas vinculantes.
Mas, na prática, o tribunal que formula uma súmula compromete-se a seguir a solução no futuro e os tribunais inferiores sabem que uma decisão diferente daquela adotada pela súmula de um tribunal superior, muito provavelmente, será modificada nas instâncias superiores.
Por essa razão, podemos dizer que o conteúdo das súmulas possui relevância semelhante àquela dos atos normativos, por ser vinculante na prática e apresentar caráter geral. Isso explica por que as súmulas dos tribunais superiores são publicadas nas coletâneas de legislação e não só nas coletâneas de jurisprudência.
Isso não impede, porém, que uma lei disponha no futuro de forma diferente ao entendimento da Súmula. Exemplo: a Súmula 227 do Superior Tribunal de Justiça prevê que “a pessoa jurídica pode sofrer dano morar. Uma lei pode limitar ou até excluir o direito das pessoas jurídicas a pedirem indenização por danos morais.
Súmula vinculante: Em matérias constitucionais, o Supremo Tribunal Federal pode editar tais súmulas vinculando os demais tribunais e o Poder Executivo (art. 103-A da Constituição Federal, regulamentado pela Lei 11.417 de 2006). Uma forma de atribuir indiretamente valor de súmula vinculante a súmulas tradicionais foi introduzida em 2006 no Código de Processo Civil. O art. 518, § l.°, prevê que os juizes não devem receber o recurso de apelação quando a sentença estiver em conformidade com súmula do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal. Isso limita a possibilidade de contestar decisões do Judiciário que estão de acordo com orientações dos tribunais superiores. Limita a liberdade decisória dos julgadores e agiliza os processos.
Doutrina: A doutrina jurídica pode ser definida como o conjunto da produção intelectual dos juristas que se empenham no conhecimento teórico do direito. Trata-se dos ensinamentos e entendimentos de pessoas que possuem formação jurídica e dedicam-se à análise de problemas de interpretação do direito.
Não há definição oficial do doutrinador nem existe uma hierarquia em relação à importância de suas opiniões. Os doutrinadores atuam principalmente como professores universitários, combinando o ensino com a pesquisa jurídica. Sua capacitação é realizada principalmente por meio de estudos de pós-graduação (mestrado, doutorado), que permitem aprofundar o conhecimento, aprender as técnicas de pesquisa e produzir estudos universitários. Em vários países constata-se a tendência de profissionalização da pesquisa jurídica, dedicando-se os doutrinadores quase exclusivamente à carreira universitária. No Brasil, ainda prevalece a antiga tendência de combinar o trabalho docente com a prática do direito.
Em outras palavras, os escritos da doutrina não possuem formalmente força jurídica: são opiniões pessoais sobre a interpretação do direito em vigor. Mesmo assim, a doutrina continua sendo um elemento extremamente importante para o conhecimento e a aplicação do direito, porque os juristas reconhecidos exercem um considerável poder enquanto grupo social. 
Resumindo: nos ordenamentos jurídicos modernos a doutrina não possui força vinculante porque não faz parte da hierarquia das normas jurídicas reconhecidas pela Constituição. Mesmo assim, constitui uma fonte formal indireta, uma vez que as opiniões e argumentos doutrinários influenciam de forma decisiva a cultura jurídica de um país e, conseqüentemente, a aplicação do direito.
Fontes não escritas
É comum ler nos manuais que as principais fontes do direito são as leis e os costumes. Isso não vale para o direito moderno que, a princípio, não admite as fontes não escritas, das quais faz parte o costume. Isso ocorre por razões de segurança jurídica e de publicidade das normas.
Costumes jurídicos: A legislação brasileira autoriza a aplicação de costumes (jurídicos), se houver lacuna do direito. O art. 4.° da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro e o art. 126 do Código de Processo Civil estabelecem que, em caso de lei omissa, o juiz deve aplicar a analogia e, se esta não for cabível, decidir conforme “os costumes”. Aqui o costume desempenha uma função exclusivamente subsidiária (praeter legem); é utilizado somente após o esgotamento das possibilidades de aplicação de normas escritas de forma direta ou mesmo indireta, por meio da analogia.
Aceitar essa forma de costume significaria admitir que um processo social informal possa levar à revogação de normas estabelecidas pelas autoridades legislativas. Isso seria inconstitucional, já que o constituinte estabeleceu os modos de criação das normas jurídicas em todos os níveis de governo (federal, estadual, municipal), mediante as normas de competência normativa. Assim, o costume encontra-se no último lugar da hierarquia das normas jurídicas, podendo ser aplicado somente se não contrariar as normas do direito escrito.
Os costumes são praticas reiteradas, constantes e uniformes desempenhadas em razão da crença de sua obrigatoriedade. São condutas amplamente aceitas pela sociedade: EX. Fila, cheque pré-datado. 
Princípios gerais de direito: Uma outra fonte do direito à qual se recorre em caso de silêncio do legislador são os “princípios gerais de direito”. Tal como os costumes, os princípios gerais constituem uma fonte subsidiária do direito, sendo aplicáveis só em caso de falta de normas escritas.
Os princípios apresentam duas características básicas. Em primeiro lugar, são abstratos e genéricos, não permitindo, assim, decidir com certeza sobre sua aplicação no âmbito de uma subsunção. Exemplo: a Constituição
Federal garante o direito à moradia no art. 6.°. Não especifica, porém, quem é titular desse direito. Os sem-teto? Quem mora em construção precária ou em casa muito pequena pelo tamanho da família? Tampouco indica qual autoridade deve efetivar esse direito e as características da moradia que deve ser oferecida.
O aplicador encontra os princípios gerais de direito por meio da interpretação das normas jurídicas escritas. Estas revelam que o ordenamento jurídico fundamenta-se em orientações gerais, que devem ser levadas em consideração na aplicação do direito por corresponder à ideologia política, às opções e valores dos legisladores. Às vezes, os princípios são expressamente enunciados nas fontes escritas do direito. Encontramos, assim, uma série de princípios “fundamentais” de organização do Estado e da sociedade expressamente formulados nos arts. l.° a 4.° da Constituição Federal (soberania popular, liberdade e solidariedade social, paz, desenvolvimento econômico, bem-estar da população etc.). Outros princípios encontram-se formulados em normas infraconstitucionais. Exemplos: a proibição de alegar desconhecimento de lei (art. 3.° da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro; art. 21 do Código Penal; O Princípio alterum non laedere (neminem laedere), dignidade humana e boa-fé trata-se do princípio da boa-fé, da dignidade da pessoa humana e da responsabilidadecivil – ninguem pode causar dano a outro. Outro exemplo é princípio do “Non bis in idem”, tem-se que ninguém deve ser punido duas vezes pelo mesmo fato ou assunto. 
	Fontes materiais
	Formais
	
	Escritas
	Não escritas
	Valores sociais
Necessidades humanas
Elementos culturais
Costumes sociais
Vontade do povo
Vontade de certas classes sociais 
	Constituição
Emenda à Constituição
Lei no sentido estrito
Tratados internacionais
Medida provisória
Decreto legislativo
Resolução
Portaria, Circular, Ordem de serviço
Decisões do Judiciário (incluindo súmulas vinculantes)
Doutrina
Precedentes judiciais e súmula não vinculante
	Costumes jurídicos
Princípios gerais de direito
TEORIA SOBRE O ORDENAMENTO JURIDICO - HANS HELSEN 
Kelsen acaba por concluir que o ordenamento jurídico é um sistema de normas e estas encontram-se em ordem hierárquica, seguindo normas da Constituição do país que se encontra no topo da pirâmide. Acima da Constituição há a norma fundamental que está presente em todos os sistemas jurídicos do mundo e de onde emana todo o direito. Esse sistema hierárquico de normas é que permite o controle de constitucionalidade das normas.
Em Teoria pura do Direito, Hans Kelsen define a validade como o atributo formal de uma norma que retira sua legitimidade de uma outra norma hierarquicamente superior. Nesse sentido, a validade da norma positiva funda-se na validade de outra norma superior, até que se encontre a norma mais elevada, pertencente ao ordenamento jurídico.
A norma fundamental, que se caracteriza por ser essa norma mais elevada, é definida como uma norma pressuposta, garantidora do fundamento de validade de todo o ordenamento jurídico: “Como norma mais elevada, ela tem de ser pressuposta, visto que não pode ser posta por uma autoridade, cuja competência teria de se fundar em uma norma ainda mais elevada”, sob o risco de se recair em um regresso ad infinitum. Desse modo, se “A sua validade já não pode ser derivada de uma norma mais elevada, o fundamento de sua validade não pode ser posto em questão. Uma tal norma pressuposta como a mais elevada, será aqui designada como norma fundamental.” Nessa perspectiva, o ordenamento jurídico é compreendido como o conjunto hierarquizado de normas estruturadas na forma piramidal, que comporta a norma hipotética fundamental – caracterizada por subordinar as demais normas jurídicas e atribuir a elas o seu fundamento de validade.
Validade da norma: Uma norma inferior (criatura) não pode ser valida se não estiver de acordo com a sua norma superior Criadora. Ou seja, uma norma jurídica será válida se estabelecida em conformidade com a norma superior que regula seu processo de criação. Para Kelsen, a validade da norma reside no preenchimento de requisitos formais. Assim, o critério de validade de uma norma ancora-se na autorização que recebe da norma superior. Ex. Foi proibida a manifestação na Copa – norma inconstitucional. 
Norma hipotética fundamental: Esta proposição tem a finalidade de solucionar a questão da validade das normas jurídicas e do ordenamento jurídico como um todo. É uma das mais importantes passagens da obra do autor austríaco Hans Kelsen, se correlacionando de forma inegável com o tema controle de constitucionalidade.
Em uma discussão sobre as normas jurídicas, como já é sabido, considerar-se-á válida aquela emanada de autoridade para tal. Contudo, desta assertiva surge uma inegável questão: quem delegou autoridade à autoridade?
Esta questão, se não fosse solucionada, poderia provocar uma insuperável ruptura na linha de raciocínio de Kelsen porque restaria a indagação, por exemplo, de qual seria o fundamento de validade da norma jurídica que atribuíra poderes constituintes aos parlamentares que votaram nossa Magna Carta.
Com o intuito de fechar completamente o sistema jurídico, Hans Kelsen criou a norma hipotética fundamental, que é aquela produzida por agente sem competência (em relação ao ordenamento jurídico anterior e no momento da realização do ato), não sendo positivada e nem editada por ato de autoridade.
Observe o que explica Fábio Ulhoa Coelho em sua obra:
[...] Para enclausurar o sistema jurídico, solucionando a questão em aberto, Kelsen lança mão de uma norma jurídica que deve sustentar o fundamento de validade da ordem jurídica como um todo, mas que necessariamente não tenha sido editada por nenhum ato de autoridade. Uma norma não posta, mas suposta. [...] A norma fundamental, portanto, não é positiva, mas hipotética e prescreve a obediência aos editores da primeira constituição histórica [...].
Portanto, ela prescreve a obediência aos editores da primeira Constituição histórica, que deve ser localizada não pelo caráter temporal, mas pelo momento da revolução no antigo ordenamento jurídico.
Escolas do Direito: 
Escola Jusnaturalista 
O jusnaturalismo é uma corrente filosófica que crê na existência de um conjunto de valores universais, intrínsecos ao homem, decorrendo de sua própria natureza. E é a partir da definição do que seria essa natureza, ou qual seria a
fonte desta natureza que o Direito Natural foi contextualizado na História. O Direito natural é anterior e superior ao Direito positivo.
Direito Natural - Antiguidade Clássica (SEC VIII a.C) :  Na Grécia, Roma, o direito natural tem como  sua fonte a própria essência do universo. O jusnaturalismo cosmológico foi a doutrina do direito natural presente na antigüidade, fundado na ideia de que os direitos naturais corresponderiam à dinâmica do próprio universo, refletindo as leis
eternas e imutáveis que regem o funcionamento do cosmos.
Direito Natural - Idade Média - Direito Natural Teológico (SEC V a XV): A natureza do Homem advêm de Deus. Logo, o divino é a fonte do Direito Natural. O direito Natural passou a ser visto como obra de Deus, inata ao homem. É  nesta fase que  a lei natural é fundamentada em Deus, sendo Deus, e suas leis universais e imutáveis. supremacia da Igreja sobre o Estado. Período em que a moral influencia diretamente na aplicação do Direito.
Direito Natural Racionalista - a partir da Idade Moderna (Sec. XVII): Já na era Moderna, e a partir dos movimentos históricos Iluminismo e Renascimento,  nasce a corrente Jusnaturalismo racionalista. O racionalismo é uma doutrina que afirma que a razão é o único órgão adequado ao saber , de modo que todo o conhecimento verdadeiro tem
origem racional -  "PENSO, LOGO EXISTO".
Desta forma, o homem deixa de compreender o mundo a partir do divino / Deus e passa a compreender  a partir de si mesmo, de sua razão.
Já no se XIX, após a publicação da obra de Hans Kelsen Teoria  Pura do Direito, o Direito Natural perde um pouco sua força.
Contemporâneo: Mas após a Segunda Guerra Mundial (Nazismo) o jusnaturalismo, retoma sua força .A partir do  Sec XX, a corrente Jusnaturalista  passa a enfrentar suas próprias criticas, mudando sua concepção de eternidade e imutabilidade.
Podemos atestar, que onde há uma sociedade racional, percebe-se a existência do Direito Natural pois a humanidade tem sempre o fundamento de buscar  o que é justo. Mas, agora o Direito Natural aceita a concepção de que há uma relativação no conceito de justiça, pois ele se modifica no tempo e espaço, cultura, povo e necessidade.
O direito natural nunca deixou de existir, continuando latente no ordenamento jurídico. Quando o poder legislativo omite-se, o direito natural serve de embasamento para a proteção dos direitos humanos fundamentais.
O Direito Natural teve influência, principalmente no início da positivação,em quase todos os ordenamentos jurídicos. Um novo ordenamento jurídico contem muitas das leis foram criadas de acordo com aquilo que estava em uso na sociedade, através de suas diversas fontes, e uma destas fontes, anterior ao direito positivo, encontrava o direito natural. A partir do momento em que o ordenamento jurídico passou a ter o seu conjunto de normas escritas,  o direito natural passou a ter um caráter abstrato de reivindicação das leis que divergemdos interesses da sociedade como um todo.
Ocorreu uma inversão: anteriormente à ordem jurídica positivada, o direito natural era tido com caráter objetivo, pois suas normas regulavam o convívio em sociedade. Após a positivação do direito, o direito natural passa a ter um caráter subjetivo, pois aquilo que não está na lei, é considerado fora do ordenamento jurídico.
O Direito Natural não deixou de existir, estando implicitamente em voga na defesa do cidadão. De certa forma, pode ser dito que a Constituição e demais normas que regulam os direitos humanos fundamentais positivaram o direito natural justificador daqueles. Se o Estado omite-se legislativamente ou comete arbitrariedade na proteção dos direitos e garantias fundamentais, os Direitos Naturais surgem com toda onipotência para preservar os indivíduos contra as violações de seus direitos.
A Escola da Exegese 
Surgiu no início do século XIX. Com a ascenção de Napoleão Bonaparte ao poder, a burguesia patrocinou a criação de um código civil que consolidou as conquistas burguesas da Revolução e que trouxe ordem e segurança ao ordenamento jurídico francês. Nascia, assim, o Código Napoleônico. Princípio da legalidade. 
Também pregava o Estado com a única fonte do direito, pois todo o ordenamento jurídico seria originado da lei e, esta, por ser proveniente do legislador, teria como origem o Estado. Positivismo Jurídico. 
Com o uso do racionalismo e devido à influência profunda do Iluminismo, os integrantes da Escola da Exegese afirmaram que o Código Civil francês seria fruto da razão e, por isso, esse codex possuiria as mesmas características desta, ou seja, ele deveria ser universal, rígido e atemporal. 
Os defensores da Escola da Exegese não aceitavam a existência de lacunas na lei, pois, por ser fruto da razão, ela alcançaria todo o ordenamento jurídico. 
Uma importante influência do Código Napoleônico e, consequentemente, da Escola da Exegese na maioria dos ordenamentos jurídicos atuais encontra-se no artigo 4º deste código: “O juiz que se recusar a julgar sob o pretexto do silêncio, obscuridade ou insuficiência da lei, tornar-se-á passível de ser processado sob a acusação de uma denegação da justiça.” Nele, podemos perceber uma das maiores máximas do direito brasileiro: a impossibilidade do juiz poder se eximir de julgar um caso alegando uma insuficiência da lei. 
A Escola da Exegese assenta-se sobre os seguintes fundamentos: 1º) a riqueza da legislação, a partir da promulgação dos códigos, torna praticamente impossível a existência de lacunas; 2º) na hipótese de lacuna, deve o intérprete se valer dos recursos fornecidos pela analogia; 3º) a interpretação tem como objetivo investigar a vontade do legislador (voluntas legislatoris), tendo em vista ser este o autor da lei. 
Dessa forma, o intérprete desenvolve a sua atividade totalmente circunscrito ao texto da lei, não lhe sendo dado ir além dele e realiza apenas um trabalho de exegese, a partir do pressuposto de que a lei escrita contém todo o direito. 
É um sistema hermético, que pressupõe a plenitude e perfeição da lei escrita, considerada esta como uma revelação completa e acabada do direito.
A Escola da Exegese parte, portanto, de um método notadamente dogmático, uma vez que baseado tão-somente na análise exegética dos textos legais. O fundamento desta concepção era a doutrina legalista, segundo a qual todo o direito está na lei.
Escola Histórica do Direito 
Esta escola considera que o DIREITO é concebido como um produto histórico, decorrente, não da divindade ou da razão, mas sim da CONSCIÊNCIA COLETIVA dos povos, formado gradativamente e paulatinamente pelas tradições e costumes, das necessidades e usos do povo, sujeito a transformações coletivas. Acrescentam dois elementos essenciais: continuidade e transformação. Seu FUNDAMENTO está na Vida Social. Teve ORIGEM na Alemanha no final do Séc. XVIII e início do Séc. XIX, com Gustavo Hugo e Frederico Savigny (1779- 1861). Savigny, em 1803 publicou seu famoso tratado, Das Recht des Besitzes ("Tratado da Posse"). Foi imediatamente saudado pelo grande jurista Thibaut como sendo uma obra-prima; e o tradicional estudo do antigo Direito Romano estava por terminar. Obteve uma rápida aceitação européia e ainda permanece sendo um marco na História do direito. 
Juspositivismo
É uma corrente da teoria do direito que procura explicar o fenômeno jurídico a partir do estudo das normas positivas. Ao definir o direito, o positivismo identifica, portanto, o conceito de direito com o direito efetivamente posto pelas autoridades.
Segundo esta corrente, o direito independe de critérios de mérito externos, decorrentes de outros sistemas normativos, como a moral, a ética ou a política, costume cultura, etc. Metodologicamente, o positivismo jurídico representa uma opção pela neutralidade do intérprete do direito, sustentando que ele não deve se posicionar relativamente aos conteúdos das normas, mas apenas descrevê-los, de modo a preservar a vontade política expressa por aqueles que criaram as normas. O positivista busca sua resposta na própria norma. 
Realismo jurídico
A justiça e os valores jurídicos são postos de lado, por serem, para os partidários dessa teoria, mitos sem base cientifica e sem base nos fatos. Ou seja, para os realistas o direito é fato social.
Mais uma psicologia do juiz do que uma filosofia ou sociologia, por se preocupar muito com os fatores, conscientes e inconscientes, determinadores do comportamento dos magistrados. Para os defensores desse ponto de vista, o estado psicológico do juiz daria explicação à sentença. O comportamento do juiz é o único objeto jurídico que pode cientificamente ser estudado. Conhecendo-se o juiz como homem, é possível prever como ele decidirá.
O Realismo limitava-se a oferecer uma descrição do modo como o poder judiciário efetivamente operava. O resultado dessa opção é que, em vez de fundar um discurso dogmático, o realismo origina um discurso estratégico, substituindo a clássica busca da solução juridicamente correta pela tentativa de estabelecer estratégias adequadas para influenciar um determinado juiz no sentido de que ele venha a tomar a decisão desejada pelo jurista.
As normas jurídicas gerais existem como ingredientes que intervêm na elaboração do direito efetivo, em que o fator central é a personalidade do juiz, ou seja, suas tendências éticas ou políticas e sua formação cultural podem explicar a decisão judicial, mas não justifica - lá.
Teoria Tridimensional do Direito
A Teoria Tridimensional do Direito foi criada pelo jurista brasileiro Miguel Reale, em 1968. Segundo este filósofo, o direito deve ser estudado como Norma, Valor e Fato Social. O primeiro aspecto, considerado em um evento jurídico, enlaça os demais fatores, que se resumem no fato econômico, demográfico, geográfico, etc. e no valor que imprime significado a este acontecimento, gerando as tendências que guiarão as ações humanas desencadeadas a partir destes fatos.
O primeiro teórico a esboçar uma divisão dessa natureza foi Icilio Vanni, que sublinhava a influência da Fenomenologia Jurídica, justamente porque se referia ao Direito como fato social, seguida pela Gnoseologia Jurídica, esfera da norma, e pela Deontologia Jurídica, relacionada às obrigações judiciais. Este método atraiu a atenção e a simpatia de pesquisadores desta área em todo o mundo.
Já o arcabouço teórico de Miguel Reale pressupõe que não dá para imaginar as leis, ou seja, a Norma, independente dos eventos sociais, dos hábitos, da cultura, das carências da sociedade – englobados no âmbito do Fato Social -, e a existência desses elementos é impossível sem que se leve em conta seus valores. Assim, pode-se afirmar que os pontos de vista normativo – o Direito como ordem, disciplina -, fático – a concretização sócio-histórica do evento jurídico - e axiológico – a esfera do valor judicial, ou seja, da Justiça em si - estão profundamente entrelaçados.
Miguel Reale vê o Direito como um evento cultural. Assim, ele inscreveu a dimensão da culturologiajurídica na tradicional classificação desta esfera do conhecimento – ontognoseologia, deontologia e epistemologia jurídica. Este jurista inova na sua tridimensionalidade, ao instituir entre os fatores da práxis jurídica uma interação dialética, o que não chega a surpreender quem conhece suas raízes hegelianas. Ele contrapõe essa relação dinâmica ao normativismo de Kelsen, importante jurista austríaco que restringiu o campo do Direito somente ao aspecto da norma.
Assim, percebe-se que o Direito não é um esboço lógico, uma mera abstração. Ele deve ser compreendido em seu aspecto prático, como elemento social, cotidianamente vivenciado na práxis. Esta ferramenta, portanto, deve estar ao alcance das mãos dos indivíduos, pronta para ser manejada em prol do bem-estar do grupo social, de sua evolução, como uma resposta aos desafios do dia-a-dia. Como os acontecimentos sociais se sucedem de forma imprevisível, não é possível mentalizar o Direito como algo estático, mas sim enquanto o resultado de um movimento dialético, de um roteiro que está sendo escrito, à mercê das mudanças e dos acontecimentos que oscilam no tempo e no espaço. É com esta visão que as normas devem ser analisadas, visando atender as expectativas do universo axiológico.
Conceitos jurídicos fundamentais:
Fato jurídico: 
Fato Jurídico é um acontecimento que possui relevância ao Direito. O fato pode ser acontecimento humano (ato) e ou pela natureza (fato) Ex. Assassinato (ato = acontecimento humano // fato jurídico); Represa de Mariana (Fato)
Norma Jurídica: 
São esquemas, ou modelos de regulação do comportamento, estruturados de maneira que contenham uma proposição hipotética, na qual se prevê um fato (pressuposto) ao qual se estabelece uma ameaça de sanção (conseqüência). 
A ciência do Direito é composta de normas. As normas jurídicas são embasadas no principio da Imputação, no qual quando há um pressuposto positivado há também uma possível conseqüência. A crítica de alguns autores ao principio da Imputação se dá quando uma norma é apenas enunciativa, e não descreve ameaça de sanção. 
Principio da Imputação: Se A é, B deve ser. Estabelece um pressuposto e uma conseqüência direta.
Ex Matar Alguém ( previsão do ato ) – Pena: reclusão 6 a 20 anos (pena / ameaça de sanção).
Nas ciências da natureza há o principio de causalidade: Causa → Efeito . Ex. água ferve a 100o. É uma regra causal. 
Validade Jurídica:
Quais são as condições necessárias paa validar uma norma? Legitimidade Subjetiva, legitimidade material e Legitimidade procedimental. A legitimidade subjetiva é que norma só tem validade se ela for estabelecida pelo órgão competente para sua criação. Ex. Leis → Poder legislativo // medida provisória → Presidente. Já a letitimidade processual diz respeito ao conteúdo, ou a matéria. Ou seja, a norma criadora (norma 2)para ser criada deve seguir o processo estipulado pela norma 1, incluindo a matéria disposta. Ex. Medida provisória não pode criar crime ( Art. 62, §IO, “B”, CF). A legitimidade procedimental trata que a norma deve seguir ao procedimento para sua regulação. Ex. lei aprovada sem o quórum necessária. 
Vigência ou validade formal é executoriedade compulsória (obrigatória) de uma norma jurídica por haver preenchido todos os requisitos essenciais à sua criação, caso contrário será invalidada. O poder judiciário tem como uma de suas funções, em via de regra, o processo de invalidação das leis.
Eficácia Jurídica
Aptidao que a norma possui para produzir efeitos dela esperados. Ex. Kit de primeiros socorros no carro. Uma lei ineficaz não é seguida. O mínimo de eficácia é condição de validade de uma norma. 
Para que uma norma seja ineficaz é necessária que alem de não ser observada por seus destinatários, também não seja aplicada compulsoriamente. 
Sanção: É uma conseqüência institucional para um acontecimento jurídico. Geralmente trata de uma ameaça depunição. Ex. Assassinato //// Sanção Premial PAGAR IMPOSTO COM DESCONTO ATÉ A DATA ESTIPULADA. A SANCAO NEM SEMPRE É UMA PUNIÇÃO. 
Epistomologia: Ciencia + estudo. De onde se origina o estudo do direito.
Heterônimo: diferente = + lei . Aceitação de normas exteriores, submissão a valores e tradições. 
Coerção: ato ou efeito de reprimir; repressão. Força exercida pelo Estado para fazer valer o direito; coibição.
Coação: É o ato de exercer pressão psicológica ou constrangimento no indivíduo a fim de fazê-lo praticar, independente se por ação ou omissão, ato que não deseje. A coação poderá ser física, também denominada vis materialis ou vis corporalis, quando o agente se utilizar de meios materiais para fazer com que aquele indivíduo pratique o ato como, por exemplo, restringindo a sua liberdade, ou poderá ser moral, também denominada vis compulsiva, quando o agente fizer grave ameaça ao indivíduo, ao ponto que o faça temer por sua vida, de sua família ou por seus bens como, por exemplo, ameaçar matar o filho do sujeito. A ameaça de exercício normal de um direito e o temor reverencial não configuram a coação.
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