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Aula 5 – MANEJO REPRODUTIVO DE BOVINOS DE CORTE Prof. Mateus Pies Gionbelli Bovinocultura de Corte UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA GZO 118 – BOVINOCULTURA DE CORTE Lavras - MG • Necessidade de aumento da eficiência de produção; → Aumento da capacidade de suporte das pastagens; → Aumento da eficiência reprodutiva Manejo Reprodutivo de Bovinos de Corte Introdução GZO 118 – BOVINOCULTURA DE CORTE Prof. MATEUS P. GIONBELLI • Vacas devem emprenhar entre 75 e 80 dias pós parto; • Objetivo da pecuária é a obtenção de um parto a cada 12 meses; • Período de gestação na espécie? • O que dificulta obtenção de intervalo entre partos (IEP) = 12 meses? Manejo Reprodutivo de Bovinos de Corte Economicidade da pecuária GZO 118 – BOVINOCULTURA DE CORTE Prof. MATEUS P. GIONBELLI Fatores que influenciam a taxa de prenhez IA e detecção de cio Taxa de prenhez Estação de monta Ambiente Relação touro:vaca NUTRIÇÃO Manejo do ECC Descarte criterioso vacas Seleção para fertilidade Touros provados (andrológico e libido) Seleção criterioso de novilhas Programação fetal Sanidade • Ovários • Ovidutos • Útero • Cevix • Vagina • Vulva bexiga oviduto ligamento Manejo Reprodutivo de Bovinos de Corte Aparelho reprodutor feminino GZO 118 – BOVINOCULTURA DE CORTE Prof. MATEUS P. GIONBELLI Neste tópico - Função do aparelho reprodutor como um todo - Função das principais estruturas do aparelho reprodutor feminino FUNÇÃO GERAL DO APARELHO REPRODUTOR FEMININO - Geração de novos indivíduos da espécie - Produzir gametas femininos - Abrigar a gestação de um novo ser - É um aparelho mais complexo do que o sistema masculino Manejo Reprodutivo de Bovinos de Corte Aparelho reprodutor feminino GZO 118 – BOVINOCULTURA DE CORTE Prof. MATEUS P. GIONBELLI a) Ovários - São órgãos PARES, com função: - GAMETOGÊNICA = produção de ovócitos - ENDÓCRINA = produção de hormônios - Local onde os óvulos são produzidos - Produzem estrógeno e progesterona - Tamanho = 3-4 cm de comprimento por 2-3 de largura - Ligados às trompas uterinas Ovários de uma vaca Manejo Reprodutivo de Bovinos de Corte Aparelho reprodutor feminino GZO 118 – BOVINOCULTURA DE CORTE Prof. MATEUS P. GIONBELLI a) Ovários Porção interna chamada “MEDULAR”. Composta por tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e vasos linfáticos. Responsável pela nutrição do ovário. Porção externa chamada “CÓRTEX”. Onde se encontram os folículos primordiais (armazenados) e em crescimento, além do corpo lúteo. Manejo Reprodutivo de Bovinos de Corte Aparelho reprodutor feminino GZO 118 – BOVINOCULTURA DE CORTE Prof. MATEUS P. GIONBELLI b) Oviduto ou trompas de falópio - Formato sinuóide - Funções: - Captação e condução do óvulo - Local onde ocorre a fecundação (receber os espermatozóides) - Transportar o óvulo fecundado até a cavidade uterina Trompas de falópio, trompas uterinas ou oviduto de uma vaca (representação gráfica) Manejo Reprodutivo de Bovinos de Corte Aparelho reprodutor feminino GZO 118 – BOVINOCULTURA DE CORTE Prof. MATEUS P. GIONBELLI c) Útero - Estrutura músculo-membranosa - Na porção distal é onde se dá a fixação do óvulo (nidação) e o desenvolvimento da gestação - Cornos uterinos: - São 2, em formato cilíndrico, medindo de 20 a 40 cm de comprimento em vacas adultas Útero de uma vaca em fase avançada da gestação Manejo Reprodutivo de Bovinos de Corte Aparelho reprodutor feminino GZO 118 – BOVINOCULTURA DE CORTE Prof. MATEUS P. GIONBELLI d) Colo do útero ou cérvix - Formada por anéis cartilaginosos - Função de fechamento do canal uterino na gestação - Mede de 5 a 15 cm (vacas) - Grande importância na inseminação artificial Cérvix fechando o canal uterino Manejo Reprodutivo de Bovinos de Corte Aparelho reprodutor feminino GZO 118 – BOVINOCULTURA DE CORTE Prof. MATEUS P. GIONBELLI e) Vulva - Fechamento externo do trato genital feminino - Situação vertical em relação ao corpo do animal - Tamanho proporcional a habilidade reprodutiva ou nº de partos Vulva de vaca em cio Manejo Reprodutivo de Bovinos de Corte Aparelho reprodutor feminino GZO 118 – BOVINOCULTURA DE CORTE Prof. MATEUS P. GIONBELLI Manejo Reprodutivo de Bovinos de Corte Aparelho reprodutor masculino GZO 118 – BOVINOCULTURA DE CORTE Prof. MATEUS P. GIONBELLI Estro = CIO Definido como o dia 0 do ciclo estral. Quando a fêmea apresenta receptividade ao macho. Ciclo estral = intervalo entre um estro e outro (entre um cio e outro). Mudanças fisiológicas e hormonais induzidas pelos hormônios reprodutivos. Ocorre em mamíferos placentários. ANESTRO = Atividade reprodutiva inativa. Animais com problemas de saúde ou baixo status nutricional (vacas magras). Em ruminantes, normalmente os ciclos estrais começam após a puberdade e vão até o final da vida do animal. Manejo Reprodutivo de Bovinos de Corte Ciclo estral em bovinos GZO 118 – BOVINOCULTURA DE CORTE Prof. MATEUS P. GIONBELLI Fêmeas bovinas = poliéstrica e mono-ovular - Vários estros e normalmente um só óvulo - 2 a 3% de partos gemelares - Ciclo estral dura entre 18 e 24 dias (normalmente 21) Anestro = parada da atividade ovariana cíclica (ocorrência de estros) Fêmea “Ciclando” = atividade ovarianda cíclica funcional fêmea apta a ficar gestante Fatores que afetam a reprodução em fêmeas ruminantes: - Gestação e amamentação - Subnutrição severa - Condições patológicas Manejo Reprodutivo de Bovinos de Corte Ciclo estral em bovinos GZO 118 – BOVINOCULTURA DE CORTE Prof. MATEUS P. GIONBELLI Manejo Reprodutivo de Bovinos de Corte Ciclo estral em bovinos GZO 118 – BOVINOCULTURA DE CORTE Prof. MATEUS P. GIONBELLI SINAIS DE CIO - Fêmea aceita monta - Fêmea monta outras - Agitação - Inquietação - Agressividade - Corrimento de muco vaginal - Cérvix relaxada DURAÇÃO DO CIO - 8 a 19 horas Manejo Reprodutivo de Bovinos de Corte Ciclo estral em bovinos GZO 118 – BOVINOCULTURA DE CORTE Prof. MATEUS P. GIONBELLI Durante o ciclo estral ocorre a maturação de um novo folículo, que se tornará um óvulo CICLO ESTRAL - Dividido em 4 fases: - METAESTRO - DIESTRO - PROESTRO - ESTRO No final do ciclo estral (ESTRO) o óvulo atinge a maturidade e está coberto por uma camada de células com função nutritiva. Esta estrutura é chamada de folículo, o qual secreta estrógeno, um hormônio que muda o comportamento de uma vaca durante o CIO. Durante o CIO, o ovo e o folículo atingem os estágios finais de maturação. Na ovulação (12 horas depois do fim do cio), o folículo "explode", o ovo é ejetado para o oviduto e as células remanescentes no ovário começam a formar uma nova estrutura chamada de corpo lúteo (CL). O corpo lúteo secreta um hormônio chamado progesterona que previne o completo crescimento do folículo e é necessário para a manutenção da prenhez. Manejo Reprodutivo de Bovinos de Corte Ciclo estral em bovinos GZO 118 – BOVINOCULTURA DE CORTE Prof. MATEUS P. GIONBELLI Manejo Reprodutivo de Bovinos de Corte Ciclo estral em bovinos GZO 118 – BOVINOCULTURA DE CORTE Prof. MATEUS P. GIONBELLI Corpo lúteo = O desenvolvimento completo do corpo lúteo demora cerca de 3 dias (dias 2 a 5 do ciclo). Alguns folículos começam a crescer no dia 1 do ciclo, a progesterona secretada pelo corpo lúteo não permite a sua maturação e eles degeneram. No dia 16 a 18 do ciclo, se o úteronão identificou a presença de um embrião, ele (o útero) vai mandar um sinal (hormônio prostaglandina) que regride do corpo lúteo. Desta maneira, o fator inibitório para as fases finais do crescimento folicular desaparece, permitindo que o folículo de mature por completo. Isto leva a um novo cio e ao início de um novo ciclo. No caso de uma prenhez, o útero e o embrião produzem hormônios que ajudam na manutenção do corpo lúteo durante toda a prenhez. Manejo Reprodutivo de Bovinos de Corte Ciclo estral em bovinos GZO 118 – BOVINOCULTURA DE CORTE Prof. MATEUS P. GIONBELLI Manejo Reprodutivo de Bovinos de Corte Ciclo estral em bovinos GZO 118 – BOVINOCULTURA DE CORTE Prof. MATEUS P. GIONBELLI Fonte: http://salesganasal.com/2012/06/19/ciclos-estrales-y-apareamiento/ Manejo Reprodutivo de Bovinos de Corte Ciclo estral em bovinos (protocolos de IATF) GZO 118 – BOVINOCULTURA DE CORTE Prof. MATEUS P. GIONBELLI P4: R$ 11,8/vaca E2: R$ 0,40/vaca PGF2: R$ 2,40/vaca E2: R$ 0,40/vaca FSH: R$ 6,25/vaca R$ 21,25/vaca • Períodos de anestro pos parto podem durar até 100 dias devido a amplitude e freqüência reduzidas da secreção de LH. • Períodos longos de anestro em vacas de corte são atribuídos aos efeitos negativos da presença do bezerro e a sinais metabólicos que indicam estado nutricional inadequado. • Vacas nutricionalmente comprometidas parecem permanecer mais sensíveis a feedback negativo do estradiol no hipotálamo Manejo Reprodutivo de Bovinos de Corte Anestro pós-parto GZO 118 – BOVINOCULTURA DE CORTE Prof. MATEUS P. GIONBELLI Manejo Reprodutivo de Bovinos de Corte subNUTRIÇÃO e ANESTRO PÓS-PARTO GZO 118 – BOVINOCULTURA DE CORTE Prof. MATEUS P. GIONBELLI ATP (energia), aminoácidos, minerais e vitaminas < síntese de hormônios e seus receptores Insulina • Glicose do ovário e eixo HHG; • Síntese de hormônios e seus receptores. # Insulina também é um sinal metabólico para liberação de LH hipofisário. Leptina NPY e Opióides < GnRH ... LH Função: • > GnRH e inibição de NPY e POE; • No pâncreas: > Insulina Metabolitos e Hormônios envolvidos na sinalização ao retorno ao estro •Glicose •Insulina •IGF-I •Leptina Hipotálamo GnRH + •Opióides •Neuropeptídio Y • BHBA •AGNE Estado Nutricional e Eficiência Reprodutiva – Nutrição pré-parto é mais importante que nutrição pós- parto na determinação do anestro pós-parto; – Energia dietética inadequada durante a prenhez avançada prejudica a reprodução, mesmo quando há energia suficiente durante a lactação; – Um escore de condição corporal >= 5 garante reservas corporais adequadas para a reprodução pós parto; – Declínios adicionais da reprodução ocorrem quando vacas de corte lactantes se encontram em balanço energético negativo. Relação entre Condição Corporal ao Parto e Intervalo Parto Primeiro Estro Condição Corporal ao Parto IP P, d ia s Hess (2005) REPRODUÇÃO EM BOVINOS • Características reprodutivas tem baixa herdabilidade (drástico efeito ambiental); • Importância do manejo; • Nutrição exerce grande importância na eficiência reprodutiva ESTAÇÃO DE MONTA • Período escolhido para obtenção de concepção das matrizes; • Monta natural ou Inseminação Artificial; • Varias vantagens que possibilitam a melhoria da eficiência reprodutiva do rebanho ESTAÇÃO DE MONTA • Parição em época mais favorável do ano; • Evitar o desgaste do touro quando em monta natural; • Facilitar o manejo do rebanho; • Touros serão poupados em épocas de pastagens menos produtivas. ESTAÇÃO DE MONTA • Aperfeiçoamento da fertilidade do rebanho; • Animais vs. Oferta de forragem; • Sanidade; • Descarte das fêmeas que não emprenham ao final da EM ESTAÇÃO DE MONTA • Melhor controle da reprodução; • Parição; • Descarte de matrizes; • Controle de desempenho de touros; • Profilaxia sanitária VANTAGENS GERAIS • Concentrar trabalhos de observação de cios, monta e I.A.; • Explorar a seleção de touros e matrizes por meio da avaliação da fertilidade destes; • Concentrar parições em ÉPOCAS MAIS FAVORÁVEIS! ESTAÇÃO DE MONTA • Parição e lactação em época de melhor disponibilidade de forragem; • Redução na mortalidade de bezerros; • Melhoria na taxa de natalidade (oferta de forragem vs. Manifestação de cio); • Muito importante para pecuária extensiva (AUSÊNCIA DE SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA); ESTAÇÃO DE MONTA vs. ESTAÇÃO DE PARIÇÃO • Quando realizar a estação de monta? • Fatores que permitam o pleno funcionamento do sistema reprodutivo da fêmea; • Disponibilidade de alimento será o fator determinante da época de EM; • Período de serviço de até 90 dias (tempo necessário para a fêmea emprenhar); • IEP = 12 meses ESTAÇÃO DE MONTA • Exigências nutricionais das matrizes se elevam no terço final da gestação; • Primeiros três meses após o parto – produção de leite vs. Exigências nutricionais; • Considerar condições edafoclimáticas de cada região do Brasil (SAZONALIDADE DA PRODUÇÃO DE FORRAGEM) ESTAÇÃO DE MONTA • Estação de monta na época adequada; – Evitar baixos índices de natalidade; – Evitar baixo peso à desmama; – Evitar baixa taxa de concepção; – Evitar alto custo com suplementação; ESTAÇÃO DE MONTA • Fêmea que emprenha no inicio da EM tem mais tempo para se recuperar até a próxima; • Objetivo deverá ser obtenção de alta taxa de prenhez nos primeiros 21 dias de EM; • EM de 90 dias – 4 cios! Pelo menos um deve ser fértil ESTAÇÃO DE MONTA - NOVILHAS • Iniciar trinta dias antes e terminar trinta dias antes; • Maior tempo para se recuperar do parto. • Estação de monta curta vs. Parição no inicio; • Vacas que emprenham mais tarde ou tem anestro longo não irão emprenhar em EM curta! ESTAÇÃO DE MONTA • Nessas condições as vacas apenas irão parir se a EM for prolongada; • Vaca que emprenha tarde: • Parição tardia; • Bezerros mais novos e leves (considerando mesma data da desmama) CONCENTRAÇÃO DE PARTOS A concentração de partos deve ser o primeiro item observado numa fazenda de cria; Relação entre data de nascimento e peso à desmama A diferença de peso ao desmame entre animais nascidos no inicio e no fim da estação de nascimento pode ser de quase 30 kg. DATA DE NASCIMENTO vs. DESMAME • Bezerros nascidos no inicio da EN– suas mães encontrarão pastos de ótima qualidade quando estiverem no pico de lactação; • Maior ingestão de leite pelo bezerro; • Melhor desenvolvimento corporal • Fêmeas nascidas no inicio da Estação de Nascimento chegam mais pesadas na EM. COMPORTAMENTO DE ESTRO COMPORTAMENTO DE ESTRO • O período médio de aceitação da monta é de cerca de 10h (1,3 a 20h); • Cruzas Bos indicus x Bos taurus podem apresentar estro de curta duração; • 53% dos cios ocorrem durante a noite; • 31% dos cios começam e terminam de noite COMPORTAMENTO ESTRO • Duração média do estro – 3,4 horas a menos em fêmeas Nelore (12,9 horas); • Angus-Nelore (12,4 horas); • Angus (16,3 horas); RUFIÕES • Touros vasectomizados; • Vacas de descarte tratadas com testosterona; • Buçais marcadores; • Podômetro – vaca em cio anda o dobro.Escolha do Rufião • Animal jovem – 15 a 18 meses; • Animais de raças européias ou mestiços (cor diferente das vacas); • Animais mais leves/menor estatura (machucar a fêmea na monta); • Animal descornado; • Exame de brucelose/tuberculose. RELAÇÃO TOURO:VACA • Número que influencia muito a eficiência reprodutiva; • Recomendação tradicional no Brasil – 1:20; • Não é raro encontrar propriedades que utilizam relação 1:40; Relação Touro:Vaca • Relação 1:40; • Todas vacas ciclando; • Duas vacas em cio/dia do 1º ciclo (21 d); • Dependendo da taxa de concepção no primeiro estro o número de fêmeas em estro no próximo cio será bem inferior; Gestação Em bovinos: 292 dias em Bos indicus (Zebu) 285 dias em Bos taurus (taurinos) Partos gemelares (2 a 3%) Em ovinos: 147 dias Partos gemelares (30 a 60%) Em caprinos: 150 - 152 dias Partos gemelares (40 a 60% a partir da segunda cria) Partos triplos (2 a 3%) Gestação - Crescimento exponencial - Útero e placenta crescem de forma mais acelerada no início, para suportar o crescimento fetal Peso, como porcentagem do peso ao nascimento para diferentes estruturas do útero grávido em bovinos Gestação - Rúmen reduz de tamanho no final da gestação - A partir da metade da gestação, ruminantes ingerem menor quantidade de alimento - Nutrição materna durante a gestação pode afetar a miogênese e adipogênese fetal - Peso das crias ao nascer é função do sexo, número de crias, peso materno e nutrição materna no terço final da gestação
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