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ANAMNESE E EXAME FÍSICO EM GINECOLOGIA
Propedêutica Ginecológica- Semiologia-Nildo
Ginecologia é a ciência que estuda a fisiologia e as
patologias do aparelho genital feminino.
ANAMNESE
-Momento crucial para iniciar a relação médico
paciente
-Manter uma transferência e contra-referência,
podendo ser favoravel ou desfavoravel em relação
saúde doença
-A anamnese inicia através da identificação da
paciente (nome, idade, estado civil, grau de
instrução, naturalidade e procedência, profissão,
contato endereço)
-Queixa principal e duração, História pregressa da
moléstia atual
Olhar sempre a necessidade do paciente, idade
pode estar relacionado com por exemplo:
menopausa a anos e depois ela volta a menstruar,
menarca muito atrasado; ver se o estado civil não
está atrapalhando a paciente (pode estar
relacionado com violência doméstica), grau de
escolaridade para passar o tratamento, buscar a
orientação mais simples.
Revisão dos sistemas/ interrogatório dos diversos
aparelhos:
-Cardiovascular: palpitação, hipertensão, arritmias?
-Respiratório: dispneia?
-Digestivo: apetite, ritmo intestinal, dor abdominal?
-Urinária: ardor à micção, urgência miccional,
incontinência?
-Genital: fluxo? (cor, odor, prurido), data do último
preventivo (basal ou normal)
-Mamas: Mastalgia, nódulos, mamografía previas
(acima de 40 anos, ou histórico na família)?
-Extremidade: edema matutino ou vespertino? dores
em membros
-Inferiores (MMII)? varizes?
-Pele: manchas e coloração (pápulas, vesículas,
nevos, úlceras)
-Nervoso: distúrbios neurológico
-Antecedentes mórbidos: doença da infância
(ex:.rubéola,caxumba,febre reumática), cirurgias
(cesariana, curetagem, ooforectomia-retirada de
ovário, histerectomia-retirada do útero), drogas,
obesidade, medicamentos
-Tromboembolismo, hipertensão, diabetes
Sempre que em um histórico de 1 grau, 5 anos
antes do comum precisa ser investigado, ou seja, 5
anos da idade que aquele parente de 1 grau
desenvolveu a patologia. (ovário, colo de útero). O
câncer de colo uterino é devido ao contato com HPV
e não tem relação genética. Câncer de endométrio,
ovário, mama retal- tem a ver com a genética.
-Antecedentes familiares: neoplasias (útero,
endométrio,ovário, mama e colorretal), cirurgias
(principalmente ginecológicas), tromboembolismo,
menopausa precoce (em familiares de 1 graus
pode ser comum, ver a falência ovariana, e precisa
ser investigado 13 anos antes nas gerações),
osteoporose (senil, pos menopausa,
medicamentos, ocorre por aumento de osteoclasto e
diminuição de osteoblasto e pode ocorrer por
medicamento, corticoide, excesso de progesterona
doenças da tireoide entre outras patologias
hereditárias), doença da tireoide, entre outras
patologias hereditarias.
-Perfil psicossocial: condições de habitação,
alimentação, hábitos, higiene e animais.
Menacme- vida reprodutiva da mulher, entre a
menarca e a menopausa
Antecedentes Gineco-Obstétricos:
-Menarca, menacme, menopausa (sintomas da
menopausa chamado de climatério como o fogacho,
nervosismo, redução de cálcio nos ossos),
desenvolvimento puberal (menarca, telarca,
pubarca-TPM), sexarca, acne, hirsutismo,
crescimento (ver a genética)
Infertilidade primária- quem nunca engravidou
Infertilidade secundária- quem engravida e já aborta
-Data da última menstruação (DUM, perguntar se
foi no começo, meio o fim do mês), ciclo (cíclicos),
regularidade (regular ou irregular), dismenorreia,
fluxo, intervalos (quantidade de vezes), atrasos
(até três meses de atraso), anovulação (sem
ovulação, comum em ovários policísticos,
geralmente quem faz amenorreia,hipotiroidismo
descompensado), amenorreia (mais de três meses
de intervalo)
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-Anticoncepção: método (pílula, adesivo,
injetáveis, DIU), iniciação (sempre deve ser iniciado
anticoncepcionais menstruada pois não está grávida
e o ciclo ficar cíclico), via de administração (oral,
injetável, DIU, adesivo, anel vaginal,implante),
satisfação, conhecimento ao método
O Melhor sempre é o que o paciente sabe o que vai
usar, como vai usar, e o que pode causar
Spotting menstrual ou escape: quando não para de
menstruar, geralmente por uso de anticoncepcionais
Risco de trombose: proteínas S e proteína C
-Histórico Obstétrico: Número de gestações, via
de parto (cesariana-parto alto, normal- parto baixo,
fórceps-retirada/parto com manobra ou
instrumentado, vaso extrator, induções, peso
recém-nascidos), intercorrências (uso de
medicamentos para dilatação), abortamentos
(espontâneo, provocado {indução/ medicamentos
como misoprostol, precoce- até 12 semanas, tardio-
após 12 até 20 semanas}, curetagem
{esvaziamento, hoje mais comum é a Aspiração},
puerpério {pós parto que pode ser patológico,
tranquilo ou fisiológico sem complicações}).
Episiotomia- corte lateral na vagina para facilitar a
saída do bebe
Formação de saco gestacional sem embrião:
espermatozoides malformados que fecundam óvulos
bons.
-Fluxos genitais: tipo de corrimento, fisiológico,
muco cervical, aspecto, cor, odor, prurido,hiperemia,
edema, lesões, escoriações, verrugas, higiene, uso
de sabonetes, desodorantes, lingerie.
-Vida sexual: sexarca/ coitarca, atividade,
satisfação, libido, orgasmo, frigidez, dispareunia,
vaginismo, sinusiorragia, parceiros, profissionias do
sexo, DTS.
-Sintomas de Climatéricos: fogachos (calor, com
maior frequencia no periodo noturno), calafrios,
atrofia urogenital, diminuição de libidos, alterações
cutaneas(perde o turgor da pele),fatores de risco,
TRH (terapia de reposição hormonal), sangramentos
pós menopausa, entre outras comorbidades.
Queda de progesterona,diminui fibras de colágeno
diminuindo a elasticidade e a rugosidade dos
elevadores do anus-dá sustentação da região
genital, ficam mais frouxos. Outras queixas, queixas
de secura vaginal, desconforto em ato sexual,
dispareunia(dor no ato), sinusorragias
(sangramentos no ato sexual), disúria, incontinência
urinária podendo ser aos esforços, alterações
cutâneas com perda do turgor. Diminuição do
estrogênio pode causar alterações em vasos.
Menopausa é a última menstruação, não é um
período, o período é o climatério. A menopausa
abaixo de 45 anos é chamada de menopausa
precoce, isso pode ocorrer, por excesso de
antibiótico, corticoides, cirurgias várias, observar se
a mãe não teve menopausa precoce (observar 13
anos antes da idade que a mãe teve a menopausa),
*menopausa:1 ano continuo sem menstruar.
Mulheres acima de 30 anos, que não praticam
exercícios físicos tendem a perder 3% da massa
óssea, pois é substituído por tecido lipídico.
Observar a espessura do ovário, ver se não é uma
hiperplasia glandular, adenocarcinoma. Já é
considerado espessamento a partir de 3 cm acima
do normal.
Dosar FSH, acima de 40, e Estradiol abaixo de 40,
que diz que a mulher pode estar entrando com
falência ovariana.
Mulheres têm o sistema límbico ligado com o desejo
sexual, muitas vezes o que ocorre durante o dia
pode refletir.
Alimentos que podem melhorar os sintomas de
climatério: vermelho, verde e amargo, tomate
framboesa, almeirão, espinafre.
Associados a atividades físicas.
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-Queixa mamária: mastalgia, mastodinia (dor que
precede a menstruação), nodulações, derrame
papilar, galactorreia, história de neoplasia,
tabagismo, entre outros fatores.
Exame de mama é melhor ser realizado fora do
período menstrual, pois está mais sensível. Indicar a
mulher palpar suas mamas na frente do espelho ou
no banho.
Nódulos malignos são espiculados, profundos e
endurecidos, e quandose faz inspeção dinâmica de
levantar o braço para o lado com o cotovelo
dobrado, a mama retrai. Em nodulações benignas,
-ela são fibroelásticas, ele se move.
Pode ocorrer ainda inversão do mamilo ou mamilo
plano em nódulos malignos.
Mamoplastia pode causar, adenose, fibrose ou até
cistos.
Secreções brancas até pode ser normal, com
sangue não é normal (transudato). Destaque para
secreções unilaterais, observar se tem tumores
como multifinotes, papiloma.
Ectasia ductal: dilatação dos ductos mamários, pode
ocorrer em gestações, café, coca cola, chocolates,
ansiolíticos, psicotrópicos, e levar a saída de leite
Precisa amamentar, pelo menos até 4 meses, pois é
uma proteção para ela.
-Queixas urinárias: urgência miccional, disúria,
hematúria, infecções (de repetição), incontinência
urinária (esforço, urgência, mista), prolapso genital
ou prolapso de órgãos pélvicos (cistocele, retocele,
prolapso uterino).
As incontinências precisam ser tratadas diferentes,
cada uma recebe um tratamento diferente
-Tratamentos ginecológicos: medicamentos,
cauterizações, cirurgias, exame de colpocitologia
oncológica.
laqueadura: muitas vezes, pode ocorrer o aumento
do fluxo menstrual.
traquelectomia, colonização ou cirurgia de alta
frequência (CAF de 1hz) -retirada do colo de útero
EXAME FÍSICO GERAL
-Orientar previamente à paciente (vestimenta, posição
esclarecimento), e solicitar à paciente esvaziar a
bexiga para facilitar o exame.
-Exame preliminar-Avaliar: pressão arterial, fácies,
pele, pelos, mucosas, tireoide (aumento, nódulos.
-É conveniente lembrar que somente as regiões
examinadas foram descobertas no momento do
exame
-Preparar o material necessário ao exame e aos
procedimentos previstos antes que a paciente deite
na maca.
-Refere-seo exame da mamas, linfonodo, abdome e
genitalia
EXAME FÍSICO ESPECIAL-direcionado
-Exame físico mamário (Ins. estática, dinâmica,
palpação)
-Exame físico abdominal
-exame vulvar e perineal
-Exame especular:
-Teste de Schiller (lugol que é o iodo a 5% que passa
na parede da vaginal e no colo uterino, e quando há
consumo da região com glicogênio, a parede não cora
em marrom-Teste de Schiller positivo/ Quando não
cora, Teste de Schiller negativo e indica bactérias
inflamatórias que estão consumindo o glicogênio, não
quer dizer que é cancer), Teste Ácido Acético
(imagens acetobrancas, relacionadas ao HPV- a
região com ácido fica esbranquiçada quando há
lesões), Colpocitologia oncótica (papanicolau,
preventivo), colposcopia (aumento da imagem, área
com necessidade de complementar com biópsia)
-Toques: vaginal e retal (procurar massas palpáveis)
-Exames complementares.
EXAME FÍSICO MAMÁRIO
Inspeção Estática:
-Com a paciente sentada e mãos descansadas (mãos
sobre o joelho)
-Sobre as coxas, observar tamanho (gigantomastia-
mamas volumosas), simetria, forma, superfície, grau
de desenvolvimento, coloração da aréola, tipo de
mamilo (extrusão ou intrusão). A retração pode ser
causa de nodulações, tumorações.
-Abaulamentos, retrações, lesões, mamilos e mama
supranumerária- mama acessórias, é um tecido
mamilar a mais (politelia-mais de um mamilo,
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atelia-nao ter mamilo, polimastia-mais de uma mama
ou amastia-sem desenvolvimento mamário)
Inspeção dinâmica:
-paciente ainda sentada, observa abaulamentos e /ou
retrações através de uma das seguintes manobras:
a) com a paciente ainda sentada, mãos no
quadris, relaxando e contraindo os grandes
peitorais
b) mãos atrás da cabeça, movimentando os
cotovelos para frente
c) com o corpo inclinado para frente e braços
estendidos, tornando as mamas pendulares
buscando tumorações, relações
Tumores malignos: estão aderidos a planos
profundos, causando retrações na inspeção dinâmica,
irregulares, espiculados, endurecidos, são imóveis
Tumores benignos: regulares, bordas bem
delimitadas, consistência fibroelástica, móveis e
superficiais
Geralmente ambos são indolores.
Palpação axilar e fossas supraclaviculares:
-palpar axilas e regiões supra e infraclaviculares para
avaliar linfonodos. para palpação dos linfonodos
axilares:
a) levantar o membro superior contralateral ao do
examinador e , coma outra mão, realizar a
palpação
b) Colocar a mão direita da paciente sobre o
ombro esquerdo do examinador e, com a mão
esquerda, palpar os linfonodos da axila direita.
Segui o mesmo processo para a axilar
contralateral
Realizar a palpação superficial da região supra e
infraclavicular
-Paciente deitadas
-O médico deve se colocar à direita do leito
-Palpação e expressão mamária:
-Paciente em decúbito dorsal com as mãos colocadas
sob o pescoço. Palpar as seis sub-regiões da mama,
começando pela mama normal, caso haja queixa
mamária. A palpação superficial deverá ser feita com
as pontas dos dedos em movimentos circulares e
radiais (no sentido horário) da periferia para o
centro da mama ou em paralelo, enquanto que a
palpação profunda deverá ser feita com a com a
palma da mão ou com a dedilhação mais
aprofundada. Começar a palpação pelo quadrante
superior externo da mama a ser examinada.
-Realizar a expressão mamária(no sentido da periferia
para o centro)
-Se houver secreção, observar: quantidade,
coloração, números de ductos
- Se registrar nódulos: observar as dimensões,
números de nódulos, consistência, mobilidade,
alterações de estrutura adjacentes, localização
(quarante e posição)
-Justificar a necessidade do autoexame das mamas
Estimular a auto palpação de mama, sendo a melhor
época 7 dias antes ou depois da menstruação.
A terceira imagem é uma mama assimétrica com uma
quadrantectomia retirada de um quadrante.
Avaliação em pinça, expressão para ver quantos
ductos estão saindo secreções. O pior prognóstico é
uniductal e unilateral. se for bilateral pode estar
relacionada com café, coca, psicotrópico,ansiolítico,
anticoncepcional. Pode ser exsudato(pus), leucorreia.
EXAME FÍSICO ABDOMINAL
Inspeção- observar forma, volume, aspecto da pele,
circulação colateral, presença de cicatrizes e
abaulamentos nas nove regiões do abdome
Pode-se fazer a ausculta, observar RHA.
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Palpação:
-Deve ser realizada cuidadosamente. A palpação
superficial e realizadas as mãos espalmadas,
percorrendo todo o abdome, exercendo pressão leve,
procurando definir a presença de irregularidades e
iniciando sempre pelas áreas não dolorosas
A palpação profunda é feita exercendo maior pressão
no abdome, com o objetivo de encontrar alterações
e/ou definir melhores achados da palpação superficial
-O hipogástrio e as fossas ilíacas são examinados
detalhadamente nesse momento. Observar os órgãos
de cada região: Hipogástrica (útero, bexiga, reto,
síndrome do colo ou intestino inguinal, diverticulite),
fossa ilíaca direita (apêndice, ovário, trompas
uterinas)
-Caso a paciente apresente dor, observar a
localização, a irradiação, se é espontânea ou
provocada pela palpação
-Nos casos de tumor, avaliar localização, limites,
volume, forma, superfície, consistência, mobilidade e
sensibilidade
-A bexiga cheia pode confundir o exame do abdome
-Colocar a paciente em posição ginecológica (posição
de talha litotomia), em que ela fica em decúbito
dorsal, nádegas na borda da mesa, pernas fletidas,
sobre as coxas e estas sobre o abdome, apoiando os
pés sobre a mesa.
-A paciente deve ficar confortável
-O examinador deve colocar máscara (a critério) e
luvas de procedimentos
-Se a queixa for dor, sempre começar pelo lado
contralateral.
ÓRGÃOS GENITAIS EXTERNOS
-Os genitais externos deve ser examinadossob boa
luminosidade
Inspeção estática da vulva:
-Observar trofismo da vulva, pilificação (quantidade e
distribuição dos pêlos), monte de vênus, tatuagens,
piercings,abaulamento ou retrações, se tem
escoriações, coaptação e lesões (vesículas como na
Herpes, Nodulações)
-Olhar a forma e simetria dos lábios externos e
internos
-Sob tração suave dos lábios externos, observar a
região vestibular, avaliando lábios internos, clitoris,
meato uretral, himen, furcula vulvar e região das
glândulas de Skene (parauretrais, lubrificam a parede
vaginal) e de Bartholin(lubrificação). Pode formar
Skenemite e Bartolinite ocorre quando os ductos
ficam obstruídos, como por exemplo em casos de
bactérias na região.
Posição da paciente:
Melhor posição é com o pé (menor manuseio, com o
bumbum na ponta da cama, facilita a introdução do
espéculo), mas pode ser com a perneira abaixo da
fossa poplítea.
Inspeção dinâmica da vulva: solicitar ao paciente
que realize a manobra de Valsalva e observar
eventual descida das paredes, do colo e perda
urinária.
Inspeção estática do períneo, região perianal e
inguinocrural-observar presença de lesões, inclusive
cicatrizes
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Inspeção da vagina e do colo uterino (exame
especular)-observar se a paciente apresenta hímen
roto.
-Certificar-se da necessidade da coleta de material
para citologia(prepara lâmina e ludo previamente)
-Seleciona o espéculo mais adequado e mantê-lo
totalmente fechado. Utero em AVF(anteverso
pressão) ou RVF (retroversopressão),
MVF(medioverso pressão)
-Afastar os lábios externos da vulva e introduzir o
espéculo cuidadosamente, de modo que o eixo sagital
do instrumento seja colocado ligeiramente inclinado
na fenda vulvar à esquerda da paciente. A introdução
deve ser realizada com o espetáculo levemente
inclinado para baixo , à proporção que se vai
introduzindo, realizar-se um movimento de rotação
para horizontalizar as valvas. Em paciente
menopausadas, é conveniente umedecer o espéculo
com solução fisiológica para facilitar a introdução
-Após o espéculo totalmente introduzido, deve-se
começar a abertura das valvas, de modo lento e
cuidadoso. Especulo não pode ser usado com
derivados de petróleo, como vaselina, pode-se usar
soro fisiológico ou gel de Ultrassom.
-As pacientes que possuem útero em posição de
anteversoflexão ou retroversoflexão acentuada,
podem apresentar dificuldade na exposição do colo.
INSPEÇÃO DA GENITÁLIA
-Aberto o espéculo, observar as características e
alterações de parede vaginais, fundos de saco e colo
uterino, bem como do fluxo genital
-O colo deve apresentar coloração rósea nas
mulheres na menacme e, nas menopausadas
geralmente com coloração rosa pálido
-Para a realização da coleta de material para o exame
Papanicolau (prevenção do câncer cervical), tomar a
lâmina com borda fosca previamente
-Identificado com as iniciais do nome da paciente e o
número de de registro, limpar com gaze seca.
-Pode colher em 2 tempos: ectocérvice e endocérvice.
COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA
-Para a coleta do ectocérvice, usar a extremidade
com a borda recortada/fenestrada da espátula de
Ayres ou escova endocervical-cytobrush, adaptar a
parte protrusa no orifício externo do colo e realizar um
movimento giratório de 360 graus no sentido horário.
-Distribuir o material na metade da lâmina, em
seguida introduzir a escova no canal endocervical,
realizar movimento giratório de 180 graus e distribuir
o material na outra metade da lâmina.
-Depositar essa lâmina em recipiente com a solução
fixadora
TESTE DE SCHILLER/ ÁCIDO ACÉTICO
-Realizar o teste de Schiller, utilizando o lugol para
impregnar o colo. Aqueles que coram com o iodo são
considerados Schiller negativo, e os colos e/ou áreas
que não coram são consideradas Schiller positivo
-Realizar colposcopia e procedimentos
complementares (biópsia), se for o caso. Nas
pacientes histerectomizadas para prevenção do
câncer vaginal, a coleta deve ser realizada com a
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extremidade lisa da espátula de Ayre, realizando-se
movimentos horizontais para recolher o material da
cúpula vaginal.
-Distribuir o material colhido em toda a lâmina
preparada, da mesma forma indicada anteriormente
para o esfregaço da cérvice
-Colhido o material, retirar cuidadosamente o
espéculo fechando-o lentamente e observadas
paredes vaginais.
-Desprezar cuidadosamente o material utilizado e
realizar o toque vaginal
-Para a execução do toque vaginal, recomenda-se
trocar a luva da mão direita e lubrificar com vaselina,
creme vaginal ou umedecer com solução fisiológica
-Melhor época para colher Papanicolau é no período
ovulatório
Colo em Fenda, parto normal
Colo ovalado, parto cesárea
Colo puntiforme, nunca engravidou
TOQUE VAGINAL
Toque vaginal simples:
-Antecipar o exame para a paciente
-Lubrificar a luva, afasta os lábios externos e
introduzir um ou dois dedos no canal vaginal,
cuidadosamente
-Alcançar o fórnix vaginal, observar tamanho,
elasticidade, abaulamentos ou tumorações vaginais,
bem como as características do colo uterino (tamanho
e consistência, dor e mobilidade)
Toque vaginal combinado:
-colocar os dedos no fundo de saco posterior,
elevando o colo uterino e, com a mão esquerda no
abdome, palpar o corpo uterino que deve ser
piriforme, de consistência firme, superfície lisa e
móvel no sentidos anteroposterior e lateral.
-Observar a posição do corpo uterino: se em
anteversoflexão ou retroversoflexão. Continuar o
procedimento para avaliação dos anexos
-Dirigir os dedos da mão direita para os anexos
direitos e esquerdos e procure palpar com a mão
esquerda dirigida para a direita e à esquerda do
abdome
-Frequentemente os anexos não são palpados e são
indolores à mobilidade
-E mulheres obesas, a palpação torna-se difícil
-Ao terminar o toque dos anexos, retirar parcialmente
os dedos da vagina e solicitar à paciente que aperte
os dedos do examinador para avaliar a tonicidade da
musculatura
-Se a paciente conseguir exercer pressão normal para
os dois dedos considera-se o períneo suficiente, se
não, considera-se insuficiente.
-Em seguida, pressiona o terço inferior da parede
anterior da vagina para realizar a expressão uretral
TOQUE RETAL
-O toque retal tem indicação quando há tumoração
pélvica e para estadiamento de câncer genital
-Toque retal simples
-Calçar a luva e lubrificar o dedo indicador
-Realizar o toque avaliando o tonus do esfincter anal
as paredes e o coteudo da ampola retal, bem como a
presenca de eventual retocele
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Semiologia- Andreia
-Postura profissional
-Relação médico paciente-confiança (sucesso
-Terapêutico/médico defensiva)
-Laço emocional-disponibilidade afetiva
-Ginecologista como médico primário
-Não tem uma rotina semiótica rígida
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Queixa principal:nem sempre tem um queixa- pode
ser de rotina
HDA: aparelho genital, urinário e gastrointestinal
(eles caminham juntos)
HPP:
-doenças crônicas
-doenças infectocontagiosas- ISTs
-Medicamentos
-Cirurgias prévias
História familiar:
-Câncer (principalmente parentes de 1 grau, destaque
para câncer de mama)
-Síndromes genéticas
-Puberdade/menopausa precoce (se há na mãe,
maior chance de ocorrer com a filha/ geralmente a
menopausa precoce ocorre aproximadamente abaixo
de 40 anos)
*Menopausa: diagnóstico retroativo, 1 ano continuo
sem menstruar
*Climatério:falência ovariana, pode ocorrer 6 a 10
anos antes da menopausa
*Histerectomia:retirada do útero
*Ooforectomia: retirada do ovário
História social:
-Tabagismo/etilismo
-Exercício físico
História obstétrica:
-G_P_A
G-quantidade de gestações-“Gesta”
P-parto, se lê “para”- quantidade de filhos e como
nasceu.
Ex: Pn1(normal)/ Pe1(cesariana)/ PE1(gravidez
ectópica)
A-quantidade de abortos
Ex: G3 P2 A1
-Tipos de parto e procedimentos obstétricos
(cesarianas, curetagens, cerclagem)
-Tempo de amamentação (questão hormonal,
nenhuma ou pouco tempo de amamentação é risco
para câncer de mama, responsivo a progesterona)
-História patológica pregressa: pré-eclâmpsia
(pressão alta), diabetes,abortamento de repetição
-Alergias, cirurgias, transfusões sanguíneas
(incompatibilidade Rh), uso de medicamentos,
viroses e imunizações da infância
*Gestação Molar ou mola hidatiforme: gestação mas o
zigoto vira um tumor, é uma condição benigna, que
precisa ser retirado, pode ou não ter presença de
placenta e de embrião e tem aspecto de sagu.
*curetagem: raspagem de tecidos uterinos, ou para
amostra biológica ou ainda para retirada de tecidos
indesejados, forma cicatriz uterina. Esse processo
pode gerar sinéquias na região, formando uma
“parede” ou aderência total do útero.
*cerclagem: sutura do colo do útero para evitar partos
pré maturo
*Sinéquia uterina: aderência entre os tecidos
História ginecológica:
-DUM (data da última menstruação- 1 dia-
sangramento vermelho vivo)
-menarca (quando foi a primeira menstruação)
-pubarca/telarca (evolução na adolescência, a
telarca é o aparecimento do broto mamário do ponto
de vista clínico normalmente a paciente vai menstruar
em 2 anos; a pubarca é o aparecimento de pelos
pubianos)
“TPM” - cronologia
começa pela telarca, depois pubarca e depois a
menarca
-coitarca ou sexarca (idade com quem a paciente
teve a 1 relação sexual)
-Menopausa (12 meses sem menstruação
consecutiva)
-ciclo menstrual
O “normal”: 28 dias
Ex: 4/28(menstrua 4 dias, em um ciclo de 28 dias)
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12/4/28 (menarca, 4 dias de fluxo, e menstrua 28
dias)
É mais fácil a paciente ter a SEGUNDA fase do ciclo
menstrual pois é mais programada, pois geralmente
ocorre 14 dias após a ovulação. Nessa fase, temos
muito progesterona devido ao corpo lúteo.
A ovulação é mais difícil, depende de vários fatores
como glicemia e colesterol.
Padrão menstrual:
-Menstruação (ciclo de 28 dias é a base): é o
sangramento cíclico que ocorre cada 24 a 38 dias,
durando de 3 a 8 dias, com perda sanguínea de 50 a
80ml.
-Polimenorreia: intervalo menor que 24 dias, pode
menstruar 2 vezes no mês, menstrua mais (pensar
me frequencia)
-Oligomenorreia: ciclo superior a 38 dias, pode
menstruar a cada 2 meses, menstrua pouco.
-Amenorreia*: 3 ciclos sem menstruar ( mais de 3 m)
-Hipermenorreia: duração mais alta do ciclo, mais de
1 semana menstruando, mais que 8 dias (pensar em
quantidade)
-Hipomenorreia: menstrua pouco, menos que 3 dias.
Ex: 1 ou 2 dias, como as que tomam pílula.
-menorragia ou menorreia: fluxo excessivo
-Metrorragia:sangra fora do período menstrual.
-Sinusorragia*: paciente que sangra durante ou após
o ato sexual
-Leucorreia ou corrimento (prestar atenção se não
está no periodo fertil, método de billings, ver o muco,
se estiver finlante está no periodo fertil)
-Dismenorreia: menstruação dolorosa
-TPM ou síndrome pré menstrual: cefaleia,
mastalgia, peso no baixo ventre e nas pernas,
irritação, nervosismo e insônia
-MAC (método anticoncepcional, colocar o tipo:pílula,
DIU, adesivo, injetáveis)
-Vida sexual:
● dispareunia (introital/penetração ou profunda)-
dor na relação sexual. Pode ser de
profundidade,ou penetração=introital. Pode ser
causada por endometriose (causa fibrose,
utero imovel, geralmente dor de profundidade),
câncer, infecção urinária, vulvovaginite
● libido
● orgasmo
-colpocitologia oncótica (colpo-vagina, exame
celular, papanicolau, exame de células do colo
uterino)
-alterações mamárias
● mastalgia (nódulos geralmente não tem dor,
ocorre mais quando há alterações hormonais
● secreção mamilar
-alterações urinárias
● disúria/polaciúria
● sensação de micção incompleta
● incontinência
-Sintomas climatério
● Fogachos (queda de estrogênio perto dos 50
anos, ocorre desregulação no hipotálamo e
como é ele quem controla a temperatura,
pessoa fica vermelha, começa a sentir muito
calor, sudorese, pode fazer reposição
hormonal, usar Venlafaxina
● atrofia
EXAME FÍSICO EM GINECOLOGIA
-Paciente completamente despida
-Avental ou lençol- desnudamento setorizado
-Esvaziar bexiga (em casos de incontinência não
precisa esvaziar)
-Avaliar estado geral
-Peso/altura/IMC
-Circunferência abdominal
-Sequência: mama,abdome,genitália
(crânio-caudal)
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EXAME FÍSICO DAS MAMAS
-Inspeção estática: vemos a paciente sentada, com
braços relaxados, avaliar a mama e observar simetria,
lesão de pele aparente, retrações de mama
(estática),abaulamento.
-Inspeção dinâmica: pedir para ela movimentar para
trás e para frente com a mão na cintura, pedir para
levantar os braços para ver retrações inferiores).
-palpação de linfonodos axilares e
supraclaviculares (paciente sentada, braço solto,
médico segura o braço, palpa axila e depois clavícula
e cervical).
-Palpação mamária: paciente deitada, ou posição
de Flutter, com braços relaxados: palpar com as
duas mãos com as falanges, sempre o médico do
lado direito, palpar a mama distal primeiro, não tocar
no mamilo. O normal é estar flacida
-Expressão (aperto para ver se tem secreções)
Na mama, usamos o sistema de relógio, como:
lesao hipercromica as 4 horas na mama direita
Ou ainda pode dividir em quadrantes:
-quadrante superior lateral ou externo
-quadrante superior medial ou interno
-quadrante inferior externo ou lateral
-quadrante inferior interno ou medial da mama …..
Não usar as polpas digitais para fazer a palpação e
sim usar as falanges mediais e distais
2 sinais de CA de mama:
-secreção sanguinolenta ou
-secreção transparente, tipo água, cristalina
Se for purulenta indica infecções
A secreção esbranquiçada, aspecto leite, não há
preocupações, pode ser prolactina alta, ou gravidez
EXAME FÍSICO ABDOMINAL
-Inspecção: estado nutricional, aspecto da pele,
distribuição de pêlos (pode ter hiperandrogenismo-
pelos a mais como na barriga), presença de linha alba
-Palpação: ovários e úteros em intrapelvicos em
condições normais não são palpáveis (em casos
de útero gravídico e miomas são palpáveis )
-Percussão
-Ausculta
EXAME DA GENITÁLIA EXTERNA
-Acolher a paciente
-Litotomia ou posição ginecológica (pessoa com as
perna semifletidas em direção ao abdome, ou mesas
com apoio de pé)
-Iluminação e avisar o que está fazendo, médico
sentado
Inspeção estática:
- Grandes lábios, pequenos lábios, clitóris,
membrana himenal, meato uretral, corpo
perineal, introito vaginal
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- Distribuição de pelos, simetria de grandes e
pequenos lábios (hiperandrogenismo pode ter
pelos na coxa)
Inspeção dinâmica:
Avaliar distopias genitais, paciente ao longo da idade
por fraqueza abdominal, perda de massa magra ou
que engorda muito, os órgão tendem a descer.
- Realizar as manobras que aumentam a pressão
abdominal (manobra de valsalva): observar cistocele
(bexiga “desce”por flacidez da parede vaginal), perda
urinária, retocele, prolapso uterino
EXAME ESPECULAR- Exame Genital interno
-Especulo de collins (pás articuladas que é
introduzido de forma oblíqua na vagina, após a
introdução girar em 90 graus, para que a fenda da
abertura fique na horizontal, assim, quando ele abrir
vai estar na vertical para ver o colo de útero,
conteúdo vaginal (parede) e mucosa vaginal
(descrição distal->proximal)
-Visualização direta do colo uterino, conteúdo
vaginal e mucosa vaginal
-Teste das aminas com hidróxido de potássio a
10%: Misturar com a secreção para ver se há
liberação de odor, observar se é vaginose ou não
-Teste de Schiller: iodo ( iodo se liga ao glicogênio
da vagina, se tem alterações por HIV, o vírus
consome o glicogênio e a região fica esbranquiçada
porque não tem glicogênio e o iodo não se liga)
-Exame Citológico de papanicolau-coleta tríplice
com a espátula de Ayre e escova endocervical
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TOQUE VAGINAL:
Análise da genitália interna e toda a pelve
-Toque vaginal bimanual (mão esquerda no abdômen,
mão direita faz o toque, 2 e 3 dedo introduz e gira)
-Uni ou digital
-Avaliar elasticidade e abertura vaginal
-Consistência e sensibilidade à mobilidade do colo
-Avaliar consistência, posição,mobilidade e tamanho
do útero
-Ovários não palpáveis em algumas condições
Trompas sempre não palpáveis
-Exame do fundo de saco lateral e de douglas
-Toque retal
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