Buscar

abordagem classica

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

TGA – PROFA. VERA ALONSO 
ABORDAGEM CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO ( CONTINUAÇÃO)
TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO 
A Teoria Clássica surgiu na França em 1916 e foi desenvolvida pelo engenheiro francês Henri Fayol (1841 – 1925). Fayol trabalhou e dirigiu a indústria metalúrgica Comambault onde passou toda a sua vida profissional e onde também desenvolveu suas teorias. Foi o responsável pela reestruturação e recuperação financeira da empresa, que estava falida em 1885. Em 1888, quando promovido a diretor geral, Fayol mandou fechar unidades que considerou deficitárias, lançando novos produtos e adquirindo novas minas de carvão. Após todas essas experiências, publica o livro Administração Geral e Industrial, em 1916, aos 75 anos. Contudo, somente em 1949 suas idéias se tornaram populares na América, quando seu trabalho foi publicado em língua inglesa.
Ao contrário de Taylor que se preocupou com o “chão de fábrica” (com a “produção”), Fayol preferiu tratar a organização como um “todo”. Uma de suas frases mais famosas é a de que “a empresa é um todo organizacional”. Fayol partiu de uma abordagem sintética, global e universal da empresa, inaugurando uma abordagem anatômica e estrutural que rapidamente suplantou a abordagem analítica e concreta de Taylor (Teoria da Administração Científica). 
Destaca-se como principal característica desta teoria, a ênfase na estrutura, ou seja, a estrutura que a organização deveria possuir para se tornar eficiente. Observa-se que a abordagem da Teoria Clássica é de cima para baixo, ou seja, da direção para a execução; e do todo (organização) para as suas partes componentes (departamentos). A maneira de a Teoria Clássica conceber a estrutura organizacional é influenciada pelas concepções antigas de organização (organização militar e eclesiástica). 	
Fayol estabeleceu as Funções Básicas da Empresa, a saber:
Técnica: aquilo para o qual a empresa existe; o que ela faz; o que ela sabe fazer (produção/manufatura);
Comercial: compra, venda e troca de mercadorias e serviços;
Financeira: captação e aplicação dos recursos financeiros com o objetivo de aumentar a riqueza da empresa;
Contábil: fiscalizar e controlar as operações financeiras realizadas pela empresa (balanços, relatórios, inventários, etc.);
Segurança: manutenção e segurança dos operários e do patrimônio da empresa;
Administrativa: responsável pelo controle e operacionalização das demais funções.
As funções das organizações modernas evoluíram, mas sua origem repousa nos preceitos básicos de Fayol. O que o autor chamou de função técnica, não faz mais sentido por se apoiar no “objeto” vendido (produzido). Hoje, fala-se em core business, ou seja, o negócio principal da empresa, desta vez, apoiada não mais no “objeto”, mas sim, no “conceito do negócio”. Da mesma forma, a função comercial desdobrou-se em várias outras. Todas altamente especializadas e com foco no resultado. Funções como Marketing, Compras, Vendas, Logística passaram a ser distintas, separadas, mas não estanques. Elas são complementares, especializadas e com foco no negócio. A função financeira manteve basicamente seus objetivos, mas tornou-se muito mais complexa, além de estratégica. A função contábil continuou a ser aquela responsável pelos registros, balanços, inventários, etc. Contudo, ganhou status e importância ao ser utilizada como importante fonte de informação na tomada de decisão. A função de segurança, antes restrita aos empregados e recursos da empresa, hoje transpõe seus muros se preocupando com a segurança do cliente e do meio ambiente (efluentes químicos, gases, lixo sólido, etc.).
Fayol afirmava ainda, que a administração é uma função distinta das demais funções da empresa (citadas anteriormente). Segundo ele, as Funções da Administração seriam:
Prever: ter visão de futuro; prever acontecimentos futuros que pudessem interferir nos interesses da organização;
Organizar: por em ordem; ordenamento; um lugar para cada coisa, cada coisa em seu lugar;
Coordenar: decidir o que fazer, quando fazer e quem fazer;
Comandar: fazer com que as coisas sejam executadas de acordo com o que foi decidido;
Controlar: verificar se tudo saiu como determinado.
Os métodos e princípios de Fayol também servem de guia e referência até os dias de hoje. Contudo, estes métodos e princípios sofreram alterações ao longo do tempo. A função prever foi substituída por planejar. Não se trata apenas de uma mudança de nomenclatura, mas do próprio entendimento, importância e complexidade da função. As funções coordenar e comandar foram fundidas em uma só: Dirigir. Hoje, muitos autores substituem este termo por Liderar. Entretanto, existem outros autores que discordam dizendo que as funções Dirigir e Liderar não são as mesmas, mas são, sim, complementares. Dirigir está ligado a decisões objetivas e frias, sem considerar o aspecto humano. Está apoiada em hierarquia e tem como finalidade determinar esta mesma hierarquia, padrões, cargos, funções, alçada, etc. Liderar significa guiar sem forçar. Significa conduzir, e não ordenar; influenciar sem dissimular e levar a equipe ao sucesso e ao alcance dos objetivos estabelecidos. A liderança não depende de hierarquia, tampouco de uma estrutura organizacional. Ela é exercida independente destes elementos. Liderança é aceita e consentida pelos liderados. A direção é imposta aos comandados. Já a função controlar passou a ter enorme importância e deixou de ser executada apenas como fiscalizadora e delatora. Passou a ser feita em cada etapa do processo produtivo (antecipada, simultânea e postecipada), procurando identificar os defeitos de cada etapa e eliminá-los. Além disso, a função controle também oferece soluções para a melhoria dos processos.
Para Fayol, a função administrativa não se concentra exclusivamente no topo da empresa, mas é distribuída proporcionalmente entre todos os níveis hierárquicos. Embora reconheça o emprego da palavra administração como sinônimo de organização, Fayol faz uma distinção entre essas palavras. Considera que administração é um todo do qual a organização é uma das partes. A organização por sua vez, abrange somente o estabelecimento da estrutura e da forma, sendo portanto, estática e limitada. 
	
Fayol contribuiu ainda com a definição de 14 princípios Gerais da Administração, a saber:
 
. Divisão do Trabalho – as tarefas devem ser divididas e os funcionários devem se especializar em um número limitado de tarefas. 
. Autoridade e responsabilidade – autoridade deve ser acompanhada da responsabilidade pela execução do que foi delegado. 
. Disciplina – é essencial para que a organização funcione bem e depende da obediência, aplicação, energia, comportamento e respeito aos acordos estabelecidos.
. Unidade de comando – cada pessoa deve receber ordens de apenas um único superior. 
. Unidade de direção – todas as atividades direcionadas a um único objetivo (ou assunto/área da organização) devem ser coordenadas por um único plano e por um único responsável.
. Subordinação dos interesses individuais aos gerais – os interesses gerais da empresa devem sobrepor-se aos interesses particulares da empresa.
. Remuneração do pessoal – deve haver justa e garantida satisfação para os empregados e para a organização em termos de retribuição.
. Centralização – refere-se à concentração da autoridade no topo da hierarquia da organização.
. Cadeia Escalar – a comunicação deve fluir seguindo a linha de autoridade que vai do topo para a base da organização. Deve também existir uma comunicação lateral entre os que ocupam posições equivalentes em vários departamentos, para que os superiores se mantenham informados.
. Ordem – um lugar adequado para cada coisa e cada coisa em seu lugar.
. Eqüidade – as pessoas deveriam ser tratadas com benevolência e justiça para responderem com comprometimento e lealdade.
. Estabilidade do Pessoal – a rotatividade do pessoal é prejudicial
para a eficiência da organização.
.Iniciativa – todas as pessoas devem ser encorajadas a ter iniciativa dentro dos limites impostos pela necessidade de autoridade e disciplina.
. Espírito de Equipe – a harmonia e união entre as pessoas devem ser incentivadas para impedir desavenças e dissidências.
Logo, se para Taylor o procedimento científico estava voltado para a organização reacional das tarefas dos trabalhadores, para Fayol a preocupação principal era com os chefes e as funções administrativas. 
CRÍTICAS À ABORDAGEM CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO
	A Abordagem Clássica da Administração recebeu críticas em virtude de algumas de suas características:
Mecanicismo da Administração Científica – chamada pelos críticos de Teoria da Máquina, essa corrente de pensamento concentrou-se apenas na busca da melhor maneira de realizar as tarefas e estruturar a empresa. Seus princípios e postulados determinavam como a organização deveria funcionar sem explicar seu funcionamento.
Super-especialização do operário – a especialização do trabalhador, conseqüência natural da divisão do trabalho, levada ao estremo, transformava-o em verdadeiro apêndice da máquina, levando o homem a perder de vista o conjunto do trabalho realizado. A monotonia daí decorrente poderia, segundo críticos, levar à perda da produtividade.
Visão microscópica do homem – concentrando seus estudos nos aspectos físicos do trabalho, os teóricos ignoravam a visão multifacetada do ser humano, desconsiderando seus aspectos social, emocional e psicológico, reduzindo o homem apenas a uma dimensão física.
Ausência de comprovação científica – utilizando um método empírico e concreto, teriam os autores do pensamento clássico desconsiderado o método científico de pesquisa e experimentação.
Abordagem incompleta da organização – por concentrar-se apenas na realização das tarefas e na determinação da estrutura adequada para contê-las, o pensamento clássico considerava somente os aspectos formais da organização, desconsiderando as relações pessoais e os comportamentos sociais daí decorrentes, constitutivos da organização informal.
Limitação do campo de aplicação – os princípios e postulados do pensamento clássico diziam respeito exclusivamente às relações industriais. Seus autores ignoravam os demais tipos de organizações, como hospitais, escolas e empresas de prestação de serviços.
Abordagem de sistema fechado – visualiza as empresas como se elas existissem no vácuo, ou como se fossem entidades autônomas, absolutas e hermeticamente fechadas a qualquer influência vinda de fora delas.
CONFRONTO DAS TEORIAS DE TAYLOR E FAYOL
TAYLOR
FAYOL
Administração Científica
Teoria Clássica
Ênfase nas tarefas
Ênfase na estrutura
Aumentar a eficiência da empresa por meio do aumento da eficiência ao nível operacional
Aumentar a eficiência da empresa por meio da forma e disposição dos órgãos e componentes da organização e das suas inter-relações estruturais
�

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais