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Teoria Geral dos Contratos 
1. Contrato = Fonte das obrigações 
O contrato é um acordo de vontades, vontade de duas ou mais partes para acordar 
algo. O que nos interessa aqui são os contratos civis e empresariais 
 
2. Definição de Contrato 
- Retrospectiva 
Fatos Jurídicos 
a. Fato Jurídico em sentido estrito (Fatos naturais) 
Eventos da natureza, sem influência do homem mas que geram 
 
b. Atos Jurídicos (Vontade do Homem): Depende da influência do ser 
humano 
- Lícitos 
- Ilícitos 
 
b.1) Atos Lícitos 
Meramente lícitos: Não tem intuito negocial Ex: Jogar algum bem no 
lixo. 
Negócios Jurídicos (intuito negocial): Adquirir, conservar, modificar ou 
extinguir direitos 
 
b.2) Negócios Jurídicos 
Unilaterais (1 vontade): Aqui existe a vontade de apenas uma parte 
Ex. testamento, promessa de recompensa, etc 
Bilaterais (contratos): duas ou mais partes , têm um acordo de 
vontades. Comum acordo de duas ou mais partes para acordarem 
algo. Acordo entre personalidades jurídicas diferentes Ex: Contrato 
 
- Conceito de Contrato 
É o acordo de vontades que tem por fim imediato adquirir, resguardar, 
transferir, modificar ou extinguir direitos. 
 
3. Importância dos contratos 
Os contratos geram segurança jurídica entre os acordos realizados pelas partes. 
Desde um casamento até uma fusão de empresas, são contratos que geram 
importância jurídica. Sem um contrato haveria instabilidades nos negócios 
acordados. 
 
4. Função Social do Contrato (art. 421, CC) 
Tem a função principal de evitar instabilidade nas relações jurídicas e além disso faz 
a função de restringir a liberdade de contratar, há uma liberdade porém há princípios 
e requisitos a serem seguidos. 
 
 
 
 
5. Requisitos dos Contratos 
São os mesmos da matéria Negócios Jurídicos. 
- Agente capaz 
- Objeto lícitos, possível, determinado ou determinável 
- Forma prescrita em lei ou não (especial/solene) 
- Acordo de vontades 
 
6. Princípio dos Direito Contratual 
- Autonomia da vontade: As partes têm liberdade para estipular o'que for mais 
conveniente 
- Supremacia da ordem pública: Os contratos não são ilimitados, são limitados 
pela ordem pública. Há normas de ordem pública que limitam certas ações 
dentro dos contratos. 
- Obrigatoriedade da convenção “pacta sunt servanda”: O contrato faz lei entre 
as partes, é obrigatório que as partes sigam o que acordaram no contrato. 
Mesmo sendo verbal, o contrato deve ser seguido, pode-se provar um 
contrato verbal por testemunha, por depósito, etc. O contrato escrito gera a 
segurança de comprovação caso necessário. 
- Relatividade da convenção: É a ideia de que o efeito do contrato só atinge as 
partes, quem não faz parte do contrato não fica preso a ele. Um terceiro que 
não participa do contrato não é obrigado, a menos que ele seja agregado no 
contrato. 
- Consensualismo: um simples acordo de vontades basta para gerar um 
contrato válido, a menos que a lei exige forma solene, a forma solene é a 
exceção não a regra. 
- Boa-fé: Deve haver boa-fé entre as partes, devem agir com confiança e 
lealdade recíproca. 
 
7. Evolução do Direito Contratual 
- Autonomia da vontade e contrato de adesão (art. 423 e 424) 
Contratos de adesão são os contratos onde uma parte simplesmente adere o 
que a outra parte apresentou, não tem ampla discussão sobre o contrato, um 
o realiza e o outro aceita. São contratos de adesão aqueles que não se pode 
discutir o contrato. Ex. contrato de plano de saúde, contrato de banco, 
contrato de seguros, etc 
 
- Obrigatoriedade da convenção e revisão dos contratos 
Entendimentos do STJ sobre a teoria da imprevisão 
- Teoria da Imprevisão (Cláusula “rebus sic stantibus” (art.478 e SS, 
CC): Um contrato pode ser revisado se acontecer um fato 
imprevisível. Só ocorre em situações específicas, não há revisão de 
qualquer contrato. 
Imprevisibilidade: Só é imprevisível um fato quando ele ocorre a 
primeira vez, após a primeira ocorrência de tal fato, não há mais 
imprevisibilidade. 
Casos Graves 
Alcance Geral 
(OBS: Vide art 421, pu e art 421-A, pu) 
https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/2023/26032023-A-visao-do-STJ-sobre-a-teoria-de-imprevisao-nas-relacoes-contratuais.aspx
(Revisão excepcional [Lei de 2019]) 
 
- Lei de Liberdade econômica - alteração no Código Civil (art. 421-A) 
A obrigatoriedade ainda é uma regra, a figura do contrato ainda deve ser 
respeitada e ele deve ser cumprido obrigatoriamente. 
 
 
16/08/2023 
 
9 INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS 
9.1 INTENÇÃO > PALAVRAS (ART. 112, CC) 
 O intérprete do contrato se atentará mais a intenção das partes, qual foi a intenção 
das partes, do que ao sentido literal da linguagem (palavras). 
 
Art. 112, CC - Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas 
consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. 
 
9.2 CONTRATOS BENÉFICOS - INTERPRETAÇÃO RESTRITA (ART. 114, CC) 
 Para os contratos benéficos, a interpretação é realizada de forma estrita fielmente ao 
que está escrito, não se analisa outros elementos, para não prejudicar o doador. 
 
Art. 114, CC - Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente. 
 
9.3 FIANÇA (INTERPRETAÇÃO RESTRITA) (ART. 819, CC) 
Para os contratos de fiança, a interpretação é realizada de forma estrita fielmente ao que 
está escrito, não se analisa outros elementos, para não prejudicar o fiador. O contrato de 
fiança só é válido se for escrito, não pode ser de outra forma. 
 
Art. 819, CC - A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva. 
 
9.4 NEGÓCIO JURÍDICO – BOA FÉ E COSTUMES DO LUGAR (ART. 113, CC) 
 A interpretação dos negócios jurídicos é baseada na boa-fé, visto que os contratos 
devem ser confeccionados no princípio da boa-fé. 
 Além da boa-fé, deve-se levar em consideração na interpretação, os costumes da 
localidade onde o contratou/negócio jurídico foi celebrado. 
 A interpretação será mais benéfica à parte que NÃO REDIGIU o contrato. 
 
Art. 113, CC - Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos 
(costumes) do lugar de sua celebração. 
§ 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que: 
I - for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio; 
II - corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio; 
III - corresponder à boa-fé; 
IV - for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; e 
V - corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida, 
inferida das demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes, 
consideradas as informações disponíveis no momento de sua celebração. 
§ 2º As partes poderão livremente pactuar regras de interpretação, de preenchimento de 
lacunas e de integração dos negócios jurídicos diversas daquelas previstas em lei. 
 
9.5 CONTRATO DE ADESÃO - INTERPRETAÇÃO FAVORÁVEL AO ADERENTE (ART. 
423, CC) 
 Quando houver o contrato de adesão, em que o aderente não discute, só concorda, 
as cláusulas ambíguas ou contraditórias são interpretadas em favor da parte mais fraca 
(aderente). 
 
Art. 423, CC - Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, 
dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente. 
 
9.6 CDC - INTERPRETAÇÃO FAVORÁVEL AO CONSUMIDOR (ART. 47, CDC) 
 Nas relações de consumo, a parte mais fraca é o consumidor. Nesse caso, as 
cláusulas contratuais serão interpretadas a seu favor (consumidor). 
 
Art. 47, CDC - As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao 
consumidor. 
 
10 CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS 
 Um contrato pode ter mais de uma classificação. Lembrando que as modalidades de 
contratos descritas no código civil são exemplificativas. As pessoas podem criar novas 
formas de contratos desde que cumpramcom os requisitos, princípios gerais dos contratos 
e acordo de vontades. 
 
OBS: Ela disse que adora perguntar as classificações na prova. 
 
a) Nominados (típicos) ou inominados (atípicos) (Art. 425, CC) 
 Contratos nominados são aqueles que estão nas leis e no código civil. 
Já os inominados são aqueles que não estão nas leis e nem no código civil. 
 
Art. 425, CC - É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais 
fixadas neste Código. 
 Esse artigo diz que podem ser criados novos tipos de contratos (atípicos), desde que 
respeitem os requisitos, princípios dos contratos e acordo de vontades. 
 
b) Bilaterais (sinalagmáticos) ou unilaterais (mais importante) 
 Contratos bilaterais é quando as duas partes contratantes possuem obrigações (ex: 
compra e venda - pagar e entregar o bem, locação - pagar o aluguel e usar o imóvel). 
 Contratos unilaterais, somente uma das partes possui obrigações, mas não deixa de 
ter acordo de vontades. As duas pessoas celebram o contrato, mas só uma tem obrigações 
(ex: doação, só o doador tem obricações). 
 
OBS: NÃO CONFUNDIR NEGÓCIO JURÍDICO UNILATERAL (EX: TESTAMENTO, 
PROMESSA DE RECOMPENSA) (1 SÓ VONTADE) COM CONTRATO UNILATERAL (AS 
2 PARTES TEM VONTADES, SÓ UMA PATRTE TEM OBRIGAÇÃO). 
 
c) Onerosos ou gratuitos/benéficos (mais importante) 
 Contrato oneroso é aquele em que as duas partes possuem vantagens 
(reciprocidade de vontades). Exemplo: compra e vendas, o vendedor recebe o dinheiro e o 
comprador recebe o produto, segue o mesmo raciocínio para a locação. 
 
 Contrato gratuito é aquele em que só uma das partes tem vantagens, como por 
exemplo, a doação. Nesse caso, o motivo da doação não é vantagem!!!!! O ato da doação 
só geara vantagem para quem recebe a doação e não para o doador. 
NORMALMENTE, CONTRATO BILATERAL É ONEROSO E UNILATERAL GRATUITO. SÓ 
EXISTE UMA EXCEÇÃO PARA O UNILATERAL QUE É O MÚTUO, SERÁ ONEROSO 
QUANDO HOUVER JUROS (REMUNERAÇÃO) E GRATUITO QUANDO NÃO HOUVER 
JUROS. 
 
d) Comutativos ou Aleatórios 
 Contrato comutativo é aquele em que no início do contrato, quando é celebrado, já 
posso medir as obrigações e vantagens de cada um. Há um certo equilíbrio entre vantagens 
e obrigações. 
 Contrato aleatório é aquele em quando é celebrado não há como saber as 
obrigações e vantagens de cada um, um exemplo é o contrato de seguro, não há como 
saber até o seguro precisar ser acionado. 
 
e) Consensuais, solenes ou reais 
 Contrato consensual é aquele que se aperfeiçoa apenas com o consentimento das 
partes, não há necessidade de nenhuma outra formalidade, podem ser verbais. Exemplo: 
locação, compra e venda de bens móveis. 
 Contrato solene é aquele que a lei existe formalidade. Exemplo: compra e venda de 
imóvel acima de 30 salários, fiança. 
 Contrato real é aquele em que não basta o acordo de vontades, é preciso a entrega 
do bem para que o contrato seja aperfeiçoado. São exemplos: depósito, mútuo e comodato. 
 
f) Principais ou Acessórios 
 É aquele que existe por si só. Já o contrato acessório depende do principal para 
existir. 
 Exemplo: locação é o contrato principal, já a sublocação é acessória, pois, depende 
da locação. 
 
OBS: Fiança é sempre contrato acessório. 
g) Execução instantânea ou execução continuada 
 Contrato de execução instantânea é aquele que é executado (termina) na hora de 
sua celebração, exemplo compra e venda à vista. 
 Contrato de execução continuada é aquele que perdura no tempo, sua execução 
não é instantânea, são exemplos: locação e seguro. Para essa modalidade de contrato, é 
recomendado realizar por escrito para servir como meio de prova. 
 
h) Paritário ou adesão (Art. 423, 424, CC) 
 Contrato paritário é aquele que permite ampla e livre discussão das cláusulas. 
 Contrato de adesão NÃO PERMITE ampla e livre discussão das cláusulas, umas 
das partes vai simplesmente aderir o que foi estipulado pela outra. 
 
Art. 423, CC - Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, 
dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente. 
 
Art. 424, CC - Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia 
antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio. 
 
EXERCÍIO – Classificar a compra e venda 
BILATERAL (as duas partes possuem obrigações) 
ONEROSO (as duas partes possuem vantagens, receber dinheiro e receber o produto) 
PODE SER COMUTATIVA (preço certo) OU ALEATÓRIO (preço variável). 
CONSENSUAL (bem móvel) OU SOLENE (imóvel acima de 30 salários-mínimos) 
PRINCIPAL 
INSTANT NEA (à vista) ou CONTINUADA (parcelada) 
NORMALMENTE PARITÁRIO (permite ampla discussão) 
 
Locação 
Bilateral onerosa 
Comutativa 
Consensual 
Parincipal ou acessório 
Conrinuada 
Paritáqio 
 
 
Aula 23/08/2023 
 
Momento da formação do vínculo do contratual 
 
I – A Vontade pode ser: 
 Oral/Verbal, Escrita, Solene, Tacita, Silêncio (art. 439). Na doação se o donatário 
ficar/permanecer em silencio pelo prazo dado, isso se gera o contrato. 
 
II - Formação do contrato 
 1° Proposta 
 2° Aceitação 
 
1) Proposta ou Policitação – tem que ser = séria, precisa, Inequívoca. 
Obrigatoriedade da proposta – a proposta vincula o proponente. 
Na regra geral se o proponente desiste cabe perdas e danos, mas tem exceções 
nessa regra. Art. 428. 
 
a) Pessoas Presentes – quando não imediatamente aceitar. (obs: idem telefone 
etc.) 
b) Entre ausentes: 
- Decorrido tempo não chega resposta 
- Não é expedida resposta no prazo 
- Retratação 
 
2) Aceitação (resposta do oblato) 
a) Entre ausentes – prazo 430 
b) Fora do prazo ou com adições, modificações (nova proposta – 431) 
c) Aceitação desnecessária – 432 
d) Oferta ao público – 429 (equivale a proposta) 
 
3) Formação do Vínculo 
a) Presentes 
- Com prazo = dentro do prazo 
- Sem prazo = resposta imediata 
b) Ausentes 
- Teoria da expedição (428, III) - Exceções – 434 
- Retratação do aceitante 
- Proponente se compromete a esperar 
- Não tem aceitação no prazo 
 
4) Lugar da celebração – 435 
5) Fase 
- Pré-contratual 
6)

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