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Direito Constitucional I - Sistemas de Governo

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Direito Constitucional I
Direito Constitucional I
Sistemas de Governo
Podemos entender sistemas de governo como sendo a forma política através da qual se procuram expressar as diferentes modalidades de relacionamento entre os órgãos encarregados do exercício do poder político.
Segundo José Alfonso da Silva, “sistemas de governo são técnicas que regem as relações entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo no exercício das funções governamentais”. [1: SILVA, José Alfonso da. Comentário contextual à Constituição. 3 ed. São Paulo: Malheiros, 2007, p. 381.]
Os sistemas de governo estão relacionados à estrutura dos órgãos do Poder Político soberano do Estado, abrangendo o elenco desses órgãos, a sua composição; a sua competência; a sua inter-relação e seu peso relativo no exercício do poder político; o seu modo de funcionamento; o processo de designação dos titulares, etc. Está estritamente relacionado com o regime político vigente, embora seja um conceito mais ligado à forma.
No mundo são difundidos três sistemas de governo, a saber: parlamentarismo, presidencialismo e semipresidencialismo.
O Parlamentarismo
É o sistema típico das monarquias constitucionais, tendo suas origens na Inglaterra do séc. XIII, com os nobres exigindo maior participação política no governo. Fora instituído por Eduardo I, com a oficialização das assembleias dos representantes da nobreza.
Nesse sistema de governo o Poder Legislativo oferece sustentação política ao Poder Executivo. Isso significa que o Poder Executivo necessita do poder do Parlamento (Congresso Nacional) para ser formado e também para governar. No parlamentarismo, o Poder Executivo é, geralmente, exercido por um Primeiro-Ministro (Chanceler, Premiê, dentre outros).
Há divisão entre a chefia do Poder Executivo, sendo que a condução do Estado fica a cargo do Chefe de Governo (que comanda a administração interna do Estado), e a representação do Estado fica a cargo do Chefe de Estado (que não detém, comumente, poderes executivos reais).
O Parlamentarismo se apresenta de duas maneiras:
República Parlamentarista
Na República Parlamentarista o chefe de Estado é o Presidente da República, que pode ser eleito pelo povo e investido pelo Parlamento, por determinado mandato.
Monarquia Parlamentarista
Na Monarquia Parlamentarista o chefe de Estado é o Monarca ou Rei, que assume de forma hereditária, com mandato vitalício.
	Em ambas as maneiras, o Poder Executivo se dará por um Gabinete de Ministros formado pelo partido majoritário no Parlamento, e liderado pelo Primeiro-Ministro.
O Primeiro-Ministro ficará em exercício de mandato conquanto conte com o apoio e confiança do Parlamento.
O Parlamento tem a responsabilidade de elaboração das leis ordenadoras da sociedade e norteadoras das políticas públicas que deverão ser executadas pelo Chefe de Governo.
São exemplos de países parlamentaristas: Inglaterra, Itália, Suécia, Espanha, entre outros.
O Presidencialismo
É o sistema de governo definido após a Independência dos Estados Unidos, em 1776, quando as treze colônias britânicas decidem por se organizar política e administrativamente, encerrando o domínio da Inglaterra sobre seus cidadãos.
Nesse sistema, o Poder Executivo é reunido na mesma pessoa, ou seja, tanto a Chefia do Estado quanto a Chefia do Governo se concentram no Presidente da República, logo dizemos ser o sistema típico das repúblicas.
O Presidente da República é eleito pelo povo, direta ou indiretamente por seus representantes, com mandato temporário fixado positivado (por tempo fixo e previsto em lei), e independe da confiança do Poder Legislativo, nem de sua investidura. Suas funções são de governar o Estado efetivamente, além da representação do Estado junto a órgãos internacionais.
O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, responsável pela elaboração das leis e pela fiscalização do Poder Executivo.
São exemplos de países presidencialistas: Brasil, EUA, Argentina, entre outros.
Semipresidencialismo
É o sistema de governo republicano mais recente. Fora criado devido a insucessos ocorridos nos parlamentos franceses e italianos.
Também conhecido por parlamentarismo imperfeito ou parlamentarismo misto, é caracterizado por um Poder Executivo dualista, o qual possui Presidente e Primeiro-Ministro.
Seu chefe de Estado é o Presidente da República, eleito pelo voto direto do povo, e seu chefe de Governo é o Primeiro-Ministro, nomeado pelo Presidente da República e aprovado por maioria parlamentar.
A chefia de Estado acumula as funções formais que teria no Parlamentarismo puro, porém lhe são atribuídos alguns poderes maiores como nomear o Primeiro Ministro, dissolver o Parlamento, propor projetos de lei, conduzir a política externa, e outros previstos em lei.
Uma das principais vantagens que o semipresidencialismo herda do parlamentarismo é a rapidez do mecanismo de substituição do Governo. O Primeiro-Ministro pode ser substituído rapidamente, em sendo vontade do povo, apenas com a decisão do Presidente. E o Parlamento também pode ser dissolvido pelo Presidente, em caso de má performance, com a convocação de novas eleições.

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