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Revisão Psicologia Escolar Data da AV2: 26/11 Data da AV3: 10/12 Defina a área de Psicologia Escolar e Educacional: A área de Psicologia Escolar e Educacional é uma das áreas de pesquisa e de atuação profissional no campo da Psicologia. Do ponto de vista histórico, a Psicologia Escolar e Educacional permaneceram como campos distintos até muito recentemente: a primeira como o campo da prática profissional e a segunda enquanto área de pesquisa em Psicologia. O que é Psicologia Escolar? O entrelaçamento entre a Psicologia e a Educação trouxe, para o contexto educativo, um novo profissional: o psicólogo escolar. A psicologia escolar é a expressão da psicologia na sua dupla condição de produção científica e de trabalho profissional no contexto escolar. Assim, a psicologia escolar define-se como um campo de produção de conhecimentos, de pesquisa e de intervenção, assumindo um compromisso teórico e prático com questões relativas à escola e a seus processos, sua dinâmica e atores. Qual o objetivo principal do psicólogo escolar? Mediar os processos de desenvolvimento humano e de aprendizagem, contribuindo para sua promoção. Comente sobre a atuação do psicólogo escolar até bem pouco tempo atrás: A ação do psicólogo estava voltada para a atuação clínica, com avaliação e diagnóstico dos problemas/transtornos de aprendizagem e de comportamento, e intervenção a nível individual. Tinha um caráter remediativo. Nesta atuação, a escola se isentava da responsabilidade pelo não aprender de seus alunos, ao culpabilizar a criança e sua família pelo problema. Atuação do psicólogo na atualidade: remediativa ou preventiva? Hoje há necessidade do psicólogo se comprometer com a modificação do processo de culpabilização e de exclusão dos alunos que prevaleceu como foco de atuação da área em outros momentos. Observa-se a necessidade de ocupar-se da individualidade dos sujeitos sem, contudo, desarticula-los de suas redes de relações e de sua história. Atuar de forma preventiva é intervir a nível institucional: através de ações com diretores, professores, pais e os próprios alunos. Avaliação, diagnóstico, acompanhamento e orientação psicológica são aplicados dentro de um contexto institucional e não mais exclusivamente voltados ao aluno individualmente. Para casos que requeiram, realizam-se encaminhamentos. Como o psicólogo escolar pode contribuir para que a escola seja propiciadora da saúde mental? O psicólogo não deve contribuir no sentido de reforçar o diferente, o aluno fracassado, favorecendo a exclusão social. É possível selecionar e trabalhar com as crianças antes mesmo do problema se estabelecer. Cada vez mais os psicólogos escolares estão se voltando para uma atuação preventiva nos problemas de aprendizagem/comportamento, ampliando suas estratégias de atuação, com uma atuação mais em nível institucional do que clínico. Nesse sentido, é importante considerar os fatores sociais, culturais e emocionais que afetam o desenvolvimento da criança/adolescente (olhar sistêmico). O que é Projeto Político Pedagógico (PPP)? O projeto pedagógico é um elemento norteador da organização do trabalho escolar. Ele não é apenas um conjunto de planos e projetos de professores, nem um documento que trata das diretrizes pedagógicas da instituição educativa; mas um produto específico que reflete a realidade da escola, situado em um contexto mais amplo que a influencia e é por ela influenciado. Trata-se, portanto, de um instrumento que permite clarificar a ação educativa da instituição educacional em sua totalidade, necessitando, por isso, da participação de todos os segmentos envolvidos no processo educacional. Como é a participação do psicólogo escolar no PPP? Participação na construção, implantação, acompanhamento e avaliação da proposta pedagógica da escola. O psicólogo escolar pode atuar de múltiplas formas, visando que a proposta pedagógica constitua-se efetivamente como um instrumento útil para a organização coerente do trabalho educativo. Seu trabalho pode ser especialmente importante na integração e na coesão da equipe escolar; na coordenação do trabalho em grupo; na mudança de representações, crenças e mitos; na definição coletiva de funções; e no processo de negociação e resolução de conflitos, os quais são frequentes em qualquer tipo de trabalho coletivo que implique o encontro de pontos de vistas diferentes. Quais são as ações/atuações do psicólogo na escola? Práticas tradicionais: dimensão psicoeducativa Avaliação, diagnóstico, atendimento e encaminhamento de alunos com dificuldades escolares Orientação a alunos e pais Orientação profissional Orientação sexual Formação e orientação de professores Elaboração e coordenação de projetos educativos específicos (em relação, por exemplo, à violência, ao uso de drogas, à gravidez precoce, ao preconceito, entre outros) Práticas emergentes: dimensão psicossocial Diagnóstico, análise e intervenção em nível institucional, especialmente no que diz respeito à subjetividade social da escola, visando delinear estratégias de trabalho favorecedoras das mudanças necessárias para a otimização do processo educativo Participação na construção, no acompanhamento e na avaliação da proposta pedagógica da escola Participação no processo de seleção dos membros da equipe pedagógica e no processo de avaliação dos resultados do trabalho Contribuição para a coesão da equipe de direção pedagógica e para sua formação técnica Coordenação de disciplinas e de oficinas direcionadas ao desenvolvimento integral dos alunos Contribuir para a caracterização da população estudantil com o objetivo de subsidiar o ensino personalizado Realização de pesquisas diversas com o objetivo de aprimorar o processo educativo Facilitar de forma crítica, reflexiva e criativa a implementação das políticas públicas Como deve ser a atuação do psicólogo escolar a partir de uma demanda (aprendizagem/comportamento)? Na escola: Entrevistas com professores (relato sobre o comportamento da criança na escola, levantamento de queixas, sintomas, desempenho escolar, relacionamentos com adultos e crianças); A equipe pedagógica/psicólogo deve comunicar aos pais da criança que algo está acontecendo: Entrevistas com os pais (levantamento de queixas e sintomas e relato sobre o comportamento da criança em casa e em atividades sociais); Avaliação/observação da criança; Em casos que sejam necessários, realizar o encaminhamento; A adaptação escolar ocorre a partir do momento de ingresso da criança na instituição até o final do primeiro mês ou a partir dos primeiros contatos dos pais com a creche? A adaptação é todo um grande período, que abrange desde as entrevistas e visitas preliminares dos pais às escolas, bem como os primeiros dias, e o primeiro ano de escolarização da criança. A adaptação escolar é um processo contínuo que envolve aspectos da instituição e do aluno, onde ambos se modificam. O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é transtorno de aprendizagem? Comente sobre suas características: Não, a partir do DSM V, ele é considerado um transtorno do neurodesenvolvimento (déficits no desenvolvimento que acarretam prejuízos no funcionamento pessoal, social, acadêmico ou profissional). O TDAH é um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade, mais frequente e severo do que aquele tipicamente observado em indivíduos em nível equivalente de desenvolvimento; Qual a diferença entre dificuldade de aprendizagem e transtorno de aprendizagem? Dificuldades de aprendizagem: podem ser físicas/cognitivas (problemas de visão, rebaixamento intelectual, etc.), psicológicas (falta de interesse, baixa autoestima, transtornos mentais como depressão, transtorno de déficit de atenção/hiperatividade, etc.) ou ambientais (falhas na estratégia pedagógica, falta de estimulação dos pais, etc.). Pode estar relacionada especificamente a um problema de ordem e origem pedagógica. Transtornos específicos de aprendizagem: afetam o funcionamento do sistema nervosocentral, levando a desempenhos abaixo do esperado em testes padronizados de leitura, escrita ou matemática e interferindo, assim, no rendimento escolar ou em atividades em que tais habilidades são necessárias. Distúrbio neurológico, com prejuízo na leitura, expressão escrita e matemática. Quais são os transtornos de aprendizagem? Distúrbio neurológico, com prejuízo na: Leitura (dislexia) Imprecisão ou lentidão de leitura de palavras; (baixa fluência); Dificuldade em compreender o significado do que é lido; Expressão escrita Dificuldades com a ortografia; Dificuldades com expressão escrita (erros gramaticais e na pontuação); Baixa capacidade visuoespacial (distribuir a escrita no espaço gráfico); Baixa capacidade de precisão motora; Matemática Dificuldades na compreensão dos números; Dificuldades com o raciocínio matemático (aplicar conceitos para resolver problemas quantitativos). No fracasso escolar do aluno, situações como repetência, evasão escolar, dificuldade/transtorno de aprendizagem, desempenho insatisfatório, entre outros, quem deve se responsabilizar? Buscar soluções para o fracasso escolar não consiste em atribuir patologias ao aluno, mas em ampliar este foco, abrindo espaço para outras variáveis que também influenciam no processo da aprendizagem como a instituição, o método de ensino, as relações professor/ aluno, os aspectos socioculturais, a história de vida do sujeito, entre outras. O rendimento escolar do aluno está associado a quais variáveis? O rendimento escolar está associado a fatores psicológicos, sociológicos, sociais, econômicos, nutricionais. Pensar em educação inclusive hoje é somente para pessoas com necessidades educacionais especiais (pessoa com deficiência física, sensorial, intelectual, pessoa com transtorno global do desenvolvimento (autismo), pessoa com altas habilidades)? Inclusão escolar é uma expressão de uma concepção mais ampla que atinge as mais variadas formas de vida social, com garantia a todos do acesso contínuo ao espaço comum da vida em sociedade, com acolhimento à diversidade humana. Pensar em inclusão escolar envolve pensar em um processo educativo de qualidade para todos, independentemente da condição socioeconômica, gênero, raça, religião e das características distintivas individuais. Assim, o psicólogo escolar deve contribuir para uma escola que seja capaz de dar, cada vez em maior medida, respostas às necessidades educacionais de todos os alunos. Pontue as diferenças entre Piaget e Vygotsky: Ambos constroem sua teoria a partir de uma abordagem interacionista. Piaget, interacionismo construtivista, com primazia do sujeito: o sujeito do conhecimento adquire primazia sobre o objeto a ser conhecido, uma vez que ele detém as condições básicas para que tal desenvolvimento ocorra: a maturação biológica. Sobretudo, é principalmente através da ação do sujeito individual (e não do meio sobre ele) que o conhecimento se estrutura. Vygotsky, sócio-interacionismo, pois o comportamento humano é um fenômeno histórico e socialmente determinado. Qual a importância da linguagem para Vygotsky? Para Vygotsky, o desenvolvimento do pensamento e o próprio comportamento da criança são orientados pelas interações que esta estabelece com pessoas mais experientes. Assim, a constituição das funções complexas do pensamento é permitida principalmente pelas trocas sociais e, nesta interação, o fator de maior peso é a linguagem, ou seja, a comunicação entre as pessoas. Dessa forma, a linguagem intervém no processo de desenvolvimento da criança desde o nascimento. Vygostsky identificou dois níveis de desenvolvimento, quais são? Explique o conceito de zona de desenvolvimento proximal: O primeiro, chamado Nível de desenvolvimento real ou efetivo: compreende as funções mentais da criança que se estabeleceram como resultado de determinados ciclos de desenvolvimento já completados. É composto pelo conjunto de informações que a criança tem em seu poder. O segundo é o Nível de desenvolvimento potencial: problemas que a criança consegue resolver com o auxílio de pessoas mais experientes. Na concepção de Vygostsky, o conceito de desenvolvimento se amplia a partir da zona de desenvolvimento proximal (Distância entre o Nível de desenvolvimento real e o Nível de desenvolvimento potencial): Constitui-se por aquelas funções que ainda não estão maduras, mas sim em processo de maturação. O que as crianças conseguem fazer hoje com a ajuda dos adultos, amanhã ela consegue fazer por si só (da regulação dos outros para a autorregulação). Quais são os estágios cognitivos para Piaget? sensório-motor (0 a 2 anos): Os bebês aprendem sobre si e sobre o seu mundo através de suas atividades sensórias e motoras; A criança se desenvolve de um período neonatal, de completa indiferenciação entre o eu e o mundo para uma organização coerente de ações sensório-motoras diante do ambiente imediato. A principal conquista desse período é o desenvolvimento da noção de permanência de objeto (compreensão de que um objeto ou pessoa continua a existir mesmo quando não estão à vista). Dos 18 meses aos 2 anos, os bebês desenvolvem a capacidade representacional (capacidade de representar mentalmente objetos e ações na memória, por meio de símbolos como palavras, números e imagens mentais). É a capacidade de usar símbolos para pensar sobre as ações antes de realizá-las; pré-operatório (2-7 anos): a criança apresenta alguns avanços cognitivos, tais como o uso de símbolos (as crianças podem pensar sobre algo sem precisar vê-lo a sua frente); compreensão de identidades, compreensão de causa e efeito, compreensão de números, capacidade de classificar. Entretanto, neste estágio, as crianças apresentam algumas limitações, tais como: Centração: a criança se concentra num aspecto de uma situação e negligencia outros (bolacha partida ao meio, cada metade é menor que a inteira, ela acha que está ganhando menos); Irreversibilidade: as duas metades da bolacha podem ser colocadas lado a lado para formar a bolacha inteira; Egocentrismo: a criança assume que todos pensam como ela (Lia pega um jogo e diz a mãe que este é o ‘teu’ divertimento); Animismo: a criança atribui vida a objetos inanimados (Lia pensa que as nuvens estão vivas porque elas se movem; a escada é má porque a fez cair); operatório concreto (7-12 anos): Tem uma organização cognitiva mais sólida, duradoura, seu pensamento é mais lógico, menos autocentrado e menos fantasioso; já podem pensar logicamente porque levam em consideração vários aspectos ao invés de focalizar apenas um; Ainda são limitadas a pensar no aqui e agora, não são capazes de pensar hipoteticamente, sobre o que poderia ser em vez de sobre o que é; operatório formal (12 anos em diante): Os adolescentes ingressam no nível mais alto de desenvolvimento cognitivo quando desenvolvem a capacidade de pensamento abstrato; Os adolescentes tomam consciência do mundo como ele poderia ser; Eles podem imaginar possibilidades, testar hipóteses e formar teorias;